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109 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 COMPRAS E NEGOCIAÇÃO – SISTEMAS DE PRECIFICAÇÃO Unidade IV 7 CUSTOS 7.1 Fundamentos de custos 7.1.1 Introdução Hoje em dia todas as empresas estão enfrentando o arrocho custo‑preço. Proprietários e administradores encaram a concorrência acirrada, sobretudo no cenário financeiro adverso (crise após crise). Em contrapartida, o objetivo principal da maior parte das empresas é o lucro, ou pelo menos conseguir um lucro razoável, sempre com o intuito de aumentá‑lo. A partir desse cenário, contemplam‑se três alternativas: • elevar os preços de venda de bens e serviços; • reduzir custos; • fazer uma combinação dos dois itens anteriores. Em um contexto de extrema competição empresarial, o departamento de contabilidade de custos demonstra seu valor, uma vez que produz os dados que a administração precisa para encontrar o método mais eficiente de operação, bem como para controlar custos e reduzi‑los. Dentro de um cenário de custos e impostos crescentes, e com o poder aquisitivo da moeda em declínio constante, o administrador de custos tornou‑se um membro de grande valor da equipe de administração, com significativa contribuição para o planejamento e o controle administrativo. Portanto, compreender os custos de uma empresa ou negócio é fundamental. É fato que a competitividade causada pelas mudanças no mundo moderno dos mercados vem se expandindo. A globalização tem provocando desafios para a gestão de empreendedorismo em todas as atividades e nos mais diversos níveis, possibilitando o desenvolvimento das organizações além‑fronteiras. O ambiente das empresas, independente do porte e setor de atividade, é caracterizado pelos mercados abertos, que têm alta competitividade e a premente necessidade de promover mudanças rápidas e eficazes para sobreviverem. A onda da modernidade tem empurrado as empresas para um salto qualitativo que exige muita criatividade, competência e flexibilidade. Controlar e reduzir custos, formar corretamente os preços de vendas dos bens e serviços e arquitetar a estrutura operacional compõem a receita básica para o sucesso e a sobrevivência de uma organização. 110 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 Unidade IV Se, por um lado, as empresas precisam realizar cortes ou racionalização de gastos para oferecer mais competitividade, preços acessíveis e benefícios diante da concorrência, sem deixar de lado a qualidade dos produtos e/ou serviços, por outro, a contabilidade gerencial pode conceder grande auxílio às organizações prestadoras de serviços no que tange à gestão de custos. Além disso, os processos tecnológicos criam, a todo instante, novos produtos e demandas, e as empresas que têm a pretensão de subsistir e se desenvolver devem atuar de maneira mais profunda, buscando mercados inovadores e tecnologias atuais. Assim, com essa necessidade, as organizações perceberam rapidamente que precisam atualizar seus conceitos de produção e de distribuição. Notaram que sua sobrevivência e seu crescimento dependem de dois fatores básicos: • atendimento e atenção necessária às observações dos clientes/consumidores, cada vez mais exigentes e conscientes do mercado, o que as levou a dar maior atenção à qualidade de seus produtos/serviços; • acirramento da concorrência, com preocupação por busca de maior parcela de mercado (com consequente redução de custos). Essa conjuntura traz à tona o objeto de preocupação dos administradores nos tempos atuais: a necessidade de atingir o gerenciamento dos recursos aplicados à produção de bens e/ou serviços e conjugados com as decisões de financiamentos e de investimentos em níveis de excelência. Os principais beneficiários de um sistema que atenda em um nível bom para apuração e de análise dos custos são os empresários, pelas avaliações que podem fazer de seus investimentos. Em seguida, vêm os membros do corpo executivo, que respondem pelas decisões. Como as decisões são circundadas por incertezas e inseguranças, as informações devem ser oportunas, confiáveis e relatadas com clareza, pois são elementos vitais para a sobrevivência da empresa. 7.1.2 Conceitos de custo O custo é o valor econômico que representa a confecção de um produto ou sua prestação de serviço. Quando se determina o custo de produção, o preço de venda para o cliente final da mercadoria pode ser realizado (o preço para o público é a soma do custo mais o benefício). O custo de um produto é estipulado pelo preço da mão de obra direta que é empregada em sua fabricação, matéria‑prima, preço da mão de obra que é utilizada de forma indireta para o funcionamento da empresa e pelo custo de amortização do trabalho, máquinas e edifícios. Os especialistas afirmam que, em geral, muitos empresários definem seus preços de venda com base nos preços dos concorrentes, antes mesmo de determinar se tais valores cobrem seus próprios custos. Portanto, diversas instituições não prosperam porque não obtêm a lucratividade necessária para sua operação. O cálculo dos custos é essencial para o bom gerenciamento de negócios. 111 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 COMPRAS E NEGOCIAÇÃO – SISTEMAS DE PRECIFICAÇÃO A análise dos custos das empresas permite saber o que, quanto, quando, em que medida, como e por que aconteceu, o que permite uma melhor gestão do futuro. Em outras palavras, o custo é o esforço econômico que deve ser feito para alcançar um objetivo operacional (pagamento de salários, compra de materiais, fabricação de um produto, obtenção de fundos para financiamento, administração da empresa etc.). Quando o objetivo desejado não é alcançado, diz‑se que uma empresa tem perdas. O setor de custos sem dúvida é um dos mais fundamentais da contabilidade. Seu acompanhamento é vital, porém, nem sempre é executado com a atenção merecida. Infelizmente, é lembrado nos períodos em que a instituição enfrenta uma grande crise ou quando a economia não é promissora para a realização de novos negócios. Deve‑se preocupar com esse setor em todos os momentos, e não só durante o apuro. Desenvolver os relatórios necessários e validá‑los toma muito tempo, e os cortes aleatórios podem trazer mais riscos à empresa, ampliando a dimensão dos problemas atuais. Uma avaliação de despesas deve começar em períodos de estabilidade, época em que a preocupação com gastos é menor, seja pelo aquecimento do mercado, seja pelas boas negociações obtidas. Desse modo, a empresa tem a seu favor o tempo necessário para gerenciar seus custos, preparar seus relatórios gerenciais (com base na contabilidade) e assim chegar ao gasto ideal de seu processo produtivo. 7.1.3 Custos industriais A partir de agora entraremos no tema do famoso CPV (custo dos produtos vendidos). Ele é utilizado para empresas industriais, e seu cálculo envolve técnicas e conceitos de contabilidade de custos mais abrangentes. Conceitualmente, o custo de fabricação de um produto compreende todos os gastos necessários à obtenção desse artigo. Em resumo, temos: Custo de produção: matéria‑prima + componentes + mão de obra direta + custos indiretos de fabricação Quando falamos em custo industrial, é importante conhecer os elementos básicos para sua classificação. Quando esta é devidamente analisada, fica mais fácil compreendê‑la, e, por conseguinte, melhores serão as decisões tomadas para o seu controle. Os conceitos e as classificações estudadas a seguir são: materiais, mão de obra e gastos gerais de fabricação. Os materiais utilizados na fabricação podem ser classificados em: • Matérias‑primas: são os materiais essenciais que entram em maior quantidade na fabricação do produto. A matéria‑prima para uma indústria de móveis de madeira é a madeira; para uma indústria de confecções, o tecido; para uma indústria de massas alimentícias, a farinha etc. • Materiais secundários: são aqueles queentram em menor quantidade na fabricação do produto. Eles são aplicados juntamente com a matéria‑prima, complementando‑a ou até mesmo dando 112 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 Unidade IV o acabamento necessário ao produto. Os materiais secundários para uma indústria de móveis de madeira são pregos, cola, verniz, dobradiças, fechos etc.; para uma indústria de confecções, são botões, zíperes, linha etc.; para uma indústria de massas alimentícias, ovos, manteiga, fermento, açúcar etc. • Materiais de embalagem: são aqueles destinados a acondicionar ou embalar os produtos antes que saiam da área de produção. Os materiais de embalagem, em uma indústria de móveis de madeira, podem ser caixas de papelão, que embalam os móveis desmontados; em uma indústria de confecções ou de massas alimentícias, caixas, sacos plásticos etc. Observação Você poderá encontrar, ainda, outras nomenclaturas a respeito dos materiais, como: materiais auxiliares, acessórios, complementares, materiais de acabamento etc. Dependendo do interesse da empresa, essas subdivisões poderão ser utilizadas. Para efeito didático, consideraremos todos eles materiais secundários. A mão de obra envolve os gastos com o pessoal envolvido na produção da empresa industrial, englobando salários, encargos sociais, refeições e estadias, seguros etc. Os gastos gerais de fabricação compreendem os demais gastos necessários para a fabricação dos produtos, como: aluguéis, energia elétrica, serviços de terceiros, manutenção da fábrica, depreciação, seguros diversos, material de limpeza, óleos e lubrificantes para as máquinas, pequenas peças para reposição, telefones e comunicações etc. Agora que aprendemos os conceitos de custos e os elementos básicos do custo industrial, vamos praticar! Exemplo de aplicação O quadro a seguir apresenta itens de uma indústria de móveis de madeira. Classifique‑o preenchendo as colunas conforme a legenda: • Coluna A: (C) custos, (D) despesas, (I) investimento; • Coluna B: com relação ao desembolso, responda sim ou não; • Coluna C: somente para os gastos que correspondem a custos, classifique: — (MP) matéria‑prima. — (MS) material secundário. 113 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 COMPRAS E NEGOCIAÇÃO – SISTEMAS DE PRECIFICAÇÃO — (ME) material de embalagem. — (MO) mão de obra. — (GGF) gastos gerais de fabricação. Quadro 5 Gastos A B C 1 Compra, à vista, de um computador. 2 Compra, a prazo, de 1.000 m3 de madeira. 3 Compra, à vista, de 50 folhas de lixa para aplicação imediata na produção. 4 Transferência de 20 m3 de madeira do almoxarifado para a produção. 5 Pagamento de conta de luz do setor de vendas. 6 Pagamento de aluguel da fábrica. 7 Pagamento de conta de água referente ao consumo da fábrica. 8 Pagamento de conta de água referente à administração. 9 Pagamento de salários e encargos do pessoal da fábrica. 10 Apropriação dos encargos sociais referente ao pessoal do setor de vendas. 11 Apropriação da folha de pagamentos referente ao pessoal da produção. 12 Compra, a prazo, de lubrificantes para uso imediato nas máquinas da fábrica. 13 Pagamento da nota fiscal número 123 ao Posto Brasil – referente à gasolina do automóvel da administração. Gastos A B C 14 Compra, a prazo, de 500 caixas de papelão. 15 Compra, à vista, de 300 kg de sacos plásticos, para embalar parafusos e porcas. 16 Transferência para a produção de 10 kg de sacos plásticos para embalagem. 17 Depreciação da máquina de escrever do setor administrativo. 18 Depreciação das máquinas da fábrica. 19 Pagamento de fretes e carretos de produtos vendidos. 20 Pagamento de juros de mora sobre duplicatas. 21 Pagamento no banco de taxas referente a talões de cheques. 22 Compra, à vista, de uma tela a óleo do pintor XXXXX. 23 Apropriação para a fábrica de parte dos honorários da diretoria. 24 Pagamento de refeições do pessoal da área de vendas. 25 Pagamento de estadias e refeições do pessoal da fábrica. 114 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 Unidade IV Saiba mais Sobre esse tema, leia: PEREZ JÚNIOR, J. H.; OLIVEIRA, L. M. de.; COSTA, R. G. Gestão estratégica de custos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 7.1.4 Custo das mercadorias vendidas Conhecido como CMV, o custo das mercadorias vendidas é utilizado para empresas que atuam no comércio, ou seja, entidades que realizarão a compra de um produto pronto. Esse mesmo produto é vendido por um valor maior que o da compra (que é justamente o ganho da organização). Há duas formas básicas para fazer seu cálculo. A primeira refere‑se às empresas que não dispõem de um controle permanente de seus estoques e que, ao fim de cada período, fazem o levantamento físico das quantidades de mercadorias existentes. Assim, temos o seguinte cálculo do CMV: CMV: estoque inicial + compras – estoque final A segunda diz respeito às instituições que mantêm controle permanente de estoques, registrando todas as entradas e saídas de mercadorias. Nesse caso, a obtenção do CMV ocorre diretamente pelos registros contábeis, e uma eventual contagem física servirá apenas para verificação da eficiência dos controles. 7.1.5 Custo dos serviços vendidos ou prestados No caso das empresas prestadoras de serviços, os custos dos serviços vendidos ou prestados (CSV) compreendem todos os gastos necessários à sua produção. Na prática, entretanto, muitas pequenas prestadoras de serviços tratam todos os seus gastos como despesas do período (despesas operacionais), sem fazer distinção entre os custos necessários à obtenção dos serviços e às despesas relativas ao exercício. 7.1.6 Outros conceitos de gestão de custos Outros conceitos importantes para entender os processos de formação de preços são: margem de contribuição; ponto de equilíbrio; alavancagem. A margem de contribuição é o valor que sobra do preço de venda de um produto, serviço ou mercadoria após retirado o valor do gasto variável unitário, que é composto de despesas variáveis e do custo variável unitário (CPV, CMV ou CSV). Vejamos a fórmula: Margem de contribuição = valor das vendas – (despesas variáveis + custos variáveis) 115 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 COMPRAS E NEGOCIAÇÃO – SISTEMAS DE PRECIFICAÇÃO O ponto de equilíbrio é o valor mínimo que a empresa deve vender para não ganhar nem perder. Ou seja, é quando as vendas se igualam aos custos e despesas ou ainda quando o lucro é igual a zero. O ponto de equilíbrio informa ao empresário o faturamento mensal mínimo necessário para cobrir os custos (fixos e variáveis), informação esta que, muitas vezes, é vital para a análise de viabilidade de um empreendimento ou da adequação da organização em relação ao mercado. Observação Essa informação pode ser utilizada como a primeira meta comercial (vendas) da empresa. Para calcular o ponto de equilíbrio em reais (faturamento), use a seguinte fórmula: PE = custo fixo/IMC (índice da margem de contribuição) Inicialmente, devemos calcular o valor total do custo fixo mensal. Depois, apuramos o índice da margem de contribuição, que é obtido dividindo‑se o valor da margem de contribuição pelo faturamento da empresa – o resultado é o IMC. Acentuaremos a seguir um exemplo de cálculo utilizando a estrutura da demonstração do resultado do exercício – DRE. Com ele, conseguimos verificar se a empresa obteve lucro ou prejuízo, além de obter dados para o cálculo do ponto de equilíbrio. Podemos usar o resultado do ponto de equilíbrio como a primeira orientação da meta comercial da empresa, por isso é importante que você note como ele é importante! Tabela 1 DRE – Informações mensais Itens Valor % 1. Vendas 30.000,00 100% 2. Impostos (3.000,00) 10% 3. Comissões (1.500,00) 5% 4. Custos das mercadorias vendidas (15.000,00) 50% = 5. Margem de contribuição(1‑2‑3‑4) 10.500,00 35% 6. Custos fixos (7.500,00) 25% = 7. Lucro líquido (5‑6) 3.000,00 10% Agora destacamos o cálculo com base na tabela: • % (relação percentual do item com o valor das vendas). • IMC = 10.500,00 / 30.000,00 = 0,35 ou 35%. 116 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 Unidade IV Assim, após ter em mãos as duas informações, os custos fixos e o IMC, será possível calcular o ponto de equilíbrio: • PE = custos fixos / IMC. • PE = 7.500,00 / 0,35 = 21.428,57. • PE = R$ 21.428,57. A alavancagem operacional é a medida pela proporção dos custos fixos em relação aos custos variáveis. Portanto, ter conhecimento dos custos e despesas totais, bem como de suas classificações, é um fator decisivo para a sobrevivência da empresa no cenário competitivo financeiro. A alavancagem operacional auxilia a empresa a traçar metas de vendas e faturamento que cubram esses gastos e propiciem o lucro líquido. 7.2 Métodos de custeio 7.2.1 Introdução Um sistema de custos é uma combinação de métodos e princípios de custeio para atender às necessidades de informações sobre a estrutura de custos para os gestores das empresas. Deve ser desenvolvido especialmente para cada entidade, levando‑se em conta suas particularidades e tais informes às organizações, bem como o perfil decisório de seus gestores. Um sistema de custos bem‑estruturado e adaptado é considerado uma das ferramentas de gestão financeira das empresas, pois ele fornece dados sobre a composição dos custos de seus produtos ou serviços. Tais registros fazem com que a empresa melhore sua política de preços ao consumidor, sobretudo quando houver oscilação na demanda pelos seus artigos (sazonalidades ou mercado). Os principais sistemas e métodos de custeio são: • Custeio direto: método caracterizado pela consideração dos gastos diretamente associados à produção e comercialização de produtos e serviços. • Custeio por absorção: método caracterizado pela consideração de todos os gastos, sejam eles diretos ou indiretos. • Custeio baseado em atividades: método caracterizado pela contabilização de todos os gastos das diversas atividades da empresa, independentemente de ser executada dentro ou fora dos limites físicos de um setor, departamento ou até da própria organização. • Método unidades equivalentes de produção (UEPs): consistem na criação de um equivalente de produção para cada estágio, com os materiais na linha de produção antes de se tornarem produtos acabados. 117 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 COMPRAS E NEGOCIAÇÃO – SISTEMAS DE PRECIFICAÇÃO 7.2.2 Custeio direto Sobre o custeio direto, é muito interessante o que diz Vieita: Tal método é usado para acumular os custos de qualquer objeto ou segmento da empresa. Normalmente é aplicado ao sistema de operações fabris. Entretanto, ele pode ser usado pelo contador para determinar os custos de qualquer outro departamento da empresa, mesmo não sendo o de produção. É assim denominado de custeamento variável porque trata dos custos que variam com o parâmetro operacional que foi escolhido para ser a base de volume ou da atividade ou segmento cujos custos e operações estamos querendo verificar (VIEITA, 2007, p. 4). As vantagens do custeio direto são: • destacar o custo fixo (que independe do processo fabril); • eliminar a prática do rateio, por vezes errônea; • evitar manipulações; • fornecer o ponto de equilíbrio; • prover enfoque gerencial; • obter rapidamente os dados necessários para a análise da relação custo/lucro/volume; • ser totalmente integrado ao custo padrão e ter orçamento flexível. Vieita (2007, p. 4) acentua suas desvantagens: “No caso de custos mistos (custos que têm parcela fixa e outra variável) nem sempre é possível separar objetivamente a parcela fixa da variável”. O custo variável não é aceito pela auditoria externa das entidades que têm capital aberto, pela legislação do imposto de renda – IR, nem por uma parcela significativa de contadores. A razão disso é que o custeio variável fere os princípios fundamentais de contabilidade, em especial os princípios de realização da receita, do confronto e da competência. Esses princípios estabelecem que os custos associados aos produtos só podem ser reconhecidos à medida que são vendidos, já que somente quando reconhecida a receita (por ocasião da venda) é que devem ser deduzidos todos os sacrifícios necessários à sua obtenção (custo e despesa). Como o custeio variável admite que todos os custos fixos sejam deduzidos do resultado, mesmo que nem todos os produtos sejam vendidos, ele violaria tais princípios. O valor do estoque não mantém relação com o custo total. Isoladamente, ele não é aplicado para a formação do preço de venda. 118 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 Unidade IV 7.2.3 Custeio por absorção O método de custeio por absorção, também chamado custeio pleno ou integral, é o exigido pela atual legislação brasileira. É o único aceito pela Receita Federal para a declaração do IR – e, talvez por essa razão, seja o mais utilizado pelas empresas. Além disso, o método é consagrado pela Lei nº 6.404/76 e atende perfeitamente aos princípios contábeis geralmente aceitos. Tal método leva em conta na apuração dos custos de produção todos os custos incorridos no processo de produção de bens e serviços. O próprio nome (custeio por absorção) indica que está se absorvendo de cada departamento e de cada produto final os custos gerais através das taxas de absorção, sejam eles definidos tanto como custos diretos ou indiretos, fixos ou variáveis [...] (VIEITA, 2007, p. 3). O método de absorção é identificado por atribuições específicas. Conforme explica Vieita (2007, p. 7): Engloba os custos totais: fixos, variáveis, diretos e indiretos; em primeiro lugar alocamos os custos indiretos nos centros de custos (auxiliares e produtivos); em segundo lugar alocamos os centros de custos aos produtos. Os custos indiretos de fabricação acabam transferindo‑se contabilmente para a conta de estoque de produtos acabados. Esse método é útil nas empresas que têm poucos produtos, com o processo de produção pouco flexível. Nesse contexto, os resultados apresentados sofrem influência direta do volume de produção. Leone (2000) destaca suas principais vantagens: considera o total dos custos por produto; formação de custos para estoque; permite a apuração dos custos por centros de custos. Entre suas desvantagens, podemos citar: poder elevar artificialmente os custos de alguns produtos e não evidenciar a capacidade ociosa da entidade. É importante lembrar que os critérios de rateio são sempre arbitrários, portanto, nem sempre justos. 8 FORMAÇÃO DE PREÇO 8.1 Influências na formação do preço 8.1.1 Influências econômicas na formação de preços No que tange a aspectos econômicos, a definição de preços inicialmente reside na inserção da empresa dentro das estruturas de mercado. Essas estruturas de mercado variam de acordo com o número de empresas e de clientes no mercado, a maior possibilidade de diferenciar produtos, além das maiores barreiras oferecidas aos novos entrantes. Esse contexto gera dois tipos de estruturas, conhecidas como concorrência perfeita e concorrência imperfeita. 119 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 COMPRAS E NEGOCIAÇÃO – SISTEMAS DE PRECIFICAÇÃO Na concorrência perfeita, o mercado funciona com liberdade e sem quaisquer tipos de restrições para entrada e saída de vendedores. Além disso, há grande quantidade de compradores e vendedores, minimizando quaisquer tipos de influências individuais. Na concorrência perfeita os produtos fornecidos pelos vendedores não apresentam diferenciais no que tange a características e qualidades. Na concorrência imperfeita, encontra‑se uma diferenciação na oferta de produtos/serviços, favorecendopoderes de barganha ora de vendedores, ora de compradores. Essas diferenças se evidenciam em ambos os lados, quando percebe‑se o desequilíbrio entre o número de vendedores e o de compradores. Duas formas comuns de concorrência imperfeita são os monopólios e os oligopólios. No monopólio, encontra‑se apenas um único vendedor oferecendo os seus produtos para muitos compradores, sem substitutos. No oligopólio há um número reduzido de vendedores para muitos compradores, com uma série de barreiras para os compradores. É também nas relações de oferta e demanda que se encontra a influência na formação do preço, porque essas relações definem a maximização de lucros de uma empresa, considerando, é claro, as estratégias de negócio. A ideia sobre demanda procede do entendimento da teoria do valor‑utilidade, que é o valor de uso para o consumidor. A demanda expressa a quantidade de um bem ou serviço que um consumidor está disposto a adquirir. A demanda pode ser influenciada pelo preço do bem ou serviço, ou pelo preço de outros bens ou serviços, ou pela renda do consumidor, ou pelas preferências do consumidor. Para verificar essas influências, deve‑se pesar cada fator em particular, considerando os outros sem variação (constante). Observação A proporcionalidade inversa entre a quantidade demandada e o preço do bem, chamada de lei geral da demanda, é considerada a relação mais importante no estudo da demanda. De forma antagônica à demanda, que tem o foco no consumidor, a oferta relaciona‑se à análise dos vendedores, aqueles que ofertam seus produtos e serviços no mercado, compreendendo o relacionamento entre quantidade ofertada e preços de mercado. A oferta pode e é influenciada pelo próprio preço, ou pelo preço dos fatores de produção (insumos), ou por metas e objetivos empresariais. Fundamentado nas leis da oferta e da demanda, encontra‑se o significado do equilíbrio de mercado. Na verdade, o que acontece é uma coincidência entre as curvas de oferta e demanda, na qual se encontram, em um determinado nível de preço, os valores da quantidade que os consumidores desejam comprar e da quantidade que os vendedores desejam vender. 120 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 Unidade IV A figura a seguir expressa a ideia de equilíbrio entre oferta e demana. Preço Oferta Demanda Quantidade Figura 16 A demanda ou oferta de grande parte dos bens e serviços oferecidos numa sociedade é sensível a mudanças de preço e renda, apresentando um grau de influência chamada de elasticidade. Sobre isso Souza (2013, p. 61) afirma: As empresas precisam conhecer a importância que os consumidores atribuem aos seus produtos e, assim, poder avaliar os impactos de mudanças das curvas de oferta e de demanda sobre as suas receitas e, portanto, sobre os seus lucros. Um dos instrumentos mais importantes a esse respeito são os conceitos de elasticidade‑preço da demanda e o de elasticidade‑renda da demanda. O conceito de elasticidade indica a sensibilidade de uma variável, como preço ou renda, sobre uma outra, como quantidades demandadas ou ofertadas (SOUZA, 2013, p. 61). As medidas de elasticidade podem ser classificadas em: • elasticidade‑preço da demanda: grau de relação existente entre o percentual de modificação na demanda e o percentual de mudança de preço; • elasticidade‑renda da demanda: grau de relação existente entre o percentual de modificação na demanda e o percentual de mudança na renda do consumidor; • elasticidade‑preço cruzada da demanda: grau de relação existente entre o percentual de modificação na demanda de um bem e o percentual de modificação da demanda de outro bem; • elasticidade‑preço da oferta: grau de existente entre o percentual de modificação na oferta e o percentual de mudança de preço. É possível ainda citar o câmbio, a taxa de juros e as políticas de crédito entre as questões econômicas que influenciam a formação e estruturação de preços, considerando, assim, questões e aspectos um pouco mais voltados para as políticas macroeconômicas. Estas, inclusive, são classificadas de forma geral em: 121 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 COMPRAS E NEGOCIAÇÃO – SISTEMAS DE PRECIFICAÇÃO • política fiscal: ferramental que o poder público detém com a finalidade de arrecadar impostos (política tributária) e controlar suas despesas (política de gastos); • política monetária: conjunto de instrumentos que auxiliam o governo em sua atuação sobre a quantidade de moeda e títulos públicos existentes na economia; • política cambial e comercial: relaciona‑se ao setor externo da economia. A política cambial refere‑se a taxas de câmbio e a comercial refere‑se aos instrumentos que estimulam as exportações e importações; • política de rendas: instrumento que o Poder Público utiliza para intervir na formação de renda da sociedade, tal como aluguéis, salários, dentre outros. Todas estas políticas, em menor ou maior escala, influenciam o processo de formação de preço de venda de produtos e serviços. 8.1.2 Influências dos custos e das questões tributárias e societárias na formação de preços Sem sombra de dúvida os custos representam grande influência na formação de preços de venda, sendo considerados questão de sobrevivência organizacional. Nesse sentido, o método e as classificações de custos despontam como críticos no processo de precificação, revelando‑se um ferramental adequado de gestão de custos. Nas questões tributárias e societárias, encontram‑se três enquadramentos possíveis: • Regime tributário do lucro real: destinado a empresas de grande porte, com os objetivos de apurar o lucro da empresa, utilizando uma dedução dos gastos (custos e despesas) a partir das receitas, e de efetuar a tributação. • Regime tributário do lucro presumido: a tributação ocorre a partir de um percentual sobre a receita bruta em empresas que tenham o limite máximo anual de R$ 78.000.000,00. • Regime tributário do Simples Nacional: a tributação ocorre em um regime único de arrecadação para micro e pequenas empresas com receita bruta igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 por ano. Como é possível perceber, eles trazem regras que vão influenciar a formação dos preços de venda dos produtos ou serviços. 8.1.3 Influências mercadológicas na formação de preços Existe uma série de influências mercadológicas na formação de preços, mas há de se destacar quatro variáveis: cliente, fornecedor, concorrência e organização. A figura a seguir apresenta uma relação entre essas variáveis: 122 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 Unidade IV Cliente Fornecedor Concorrência Organização Mercado Alinhamento Figura 17 É necessário um alinhamento e balanceamento entre essas quatro variáveis mercadológicas, devido ao fato de estarem relacionados a aspectos particulares, influenciados pelo tempo, mercado, percepções, cultura, dentre outros. Esses influenciadores são classificados em três ambientes: ambiente geral; ambiente operacional; ambiente interno. No ambiente geral, encontra‑se todo o contexto exógeno da organização, que normalmente tem amplo escopo e pouco controle. No ambiente operacional, encontram‑se também contextos externos compostos por setores que possuem implicações específicas e imediatas. No ambiente interno, encontram‑se os contextos endógenos. A variável cliente está relacionada ao estabelecimento de critérios de avaliação distribuídos nos três ambientes organizacionais, conforme pode ser visto no quadro a seguir: Quadro 6 Ambiente Componente da variável cliente Descrição Geral Econômico Poder de compra atual do cliente. Está relacionado a fatores como momento econômico e crescimento do PIB. Social Características da sociedade na qual a organização está situada, além de hábitos específicos. Legal Leis e nas normatizações que toda sociedade deve seguir. Tendências Hábitos de consumoque estão “na moda”. Acessibilidade Consiste em perceber qual é o melhor lugar de acesso ao produto ou serviço. Operacional Perfil Deriva do componente social, porém com uma análise mais próxima da realidade da organização. Comunicação Sua função é ter um bom processo de comunicação com o público‑alvo da empresa. 123 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 COMPRAS E NEGOCIAÇÃO – SISTEMAS DE PRECIFICAÇÃO Interno Colaboradores Refere‑se ao conhecimento das competências, aspirações e necessidades dos colaboradores. Lideranças Refere‑se às lideranças formadas na capacidade de fazer com que as pessoas se sintam motivadas. Cultura organizacional Refere‑se à cultura da empresa, que influencia na formação de preços. Comunicação interna Refere‑se à comunicação clara e transparente, que permeia a organização como um todo. Adaptado de: Cruz et al. (2012, p. 76). A variável fornecedor tem papel preponderante na formação de preços devido ao cunho estratégico cada vez mais forte no fluxo de mercadorias no mundo globalizado. O quadro a seguir apresenta os componentes da variável fornecedor: Quadro 7 Ambiente Componente da variável fornecedor Descrição Geral Legal Remete‑se à legislação relacionada a fornecedores, principalmente porque vivemos em um mundo globalizado. Localização e acessibilidade Remete‑se à importância da acessibilidade e da localização do fornecedor dentro da cadeia de suprimentos. Oferta Remete‑se à análise criteriosa do mercado de fornecedores. Operacional Tecnologia Refere‑se à tecnologia que influencia todas as áreas do ambiente organizacional, inclusive no uso de fornecedores. Interno Qualidade Relaciona‑se à escolha de bons parceiros de fornecimento, que impactam a qualidade de produtos e serviços. Negociação Relaciona‑se às relações e negociações com fornecedores e suas influências. Conhecimento de mercado Remete‑se ao conhecimento dos stakeholders do mercado fornecedor. Adaptado de: Cruz et al. (2012, p. 79). A fim de obter uma formação de preços adequada, é necessário o conhecimento dos concorrentes: o que produzem, em que inovam, suas dificuldades e sucessos. O quadro a seguir apresenta os componentes da variável concorrência: Quadro 8 Ambiente Componente da variável concorrência Descrição Geral Representatividades no mercado Relaciona‑se à força da concorrência no mercado. Fatores econômicos Relaciona‑se à oferta de crédito, juros e consumo. Produtos substitutos Remete‑se a identificação de produtos substitutos aos da empresa. Barreiras de entrada Relaciona‑se as barreiras de entrada de outras empresas no mercado. Operacional Logística Remete‑se ao modal utilizado pelo mercado. 124 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 Unidade IV Interno Qualidade Estabelece uma comparação entre os seus produtos e os da concorrência, a fim de verificar a qualidade. Inovação e criatividade Relaciona‑se à inovação e à criatividade utilizada pelos concorrentes. Estrutura organizacional Remete‑se à estrutura organizacional adequada em comparação ao mercado. Políticas de Recursos Humanos Relaciona‑se à analise de políticas de Recursos Humanos em comparação com as práticas de mercado. Adaptado de: Cruz et al. (2012, p. 82). Para a variável organização, percebe‑se uma grande influência na formação de preços. O quadro a seguir traz os componentes da variável organização: Quadro 9 Ambiente Componente da variável organização Descrição Geral Informações Relaciona‑se à boa gestão da informação, que influencia a formação de preços. Legislação Relaciona‑se aos aspectos legais que influenciam a organização. Confiabilidade Relaciona‑se à confiança da organização no mercado. Operacional Logística Remete‑se a todas as questões logísticas utilizadas pela organização. Interno Estratégia Relaciona‑se à estratégia da organização em seus processos de planejamento estratégico. Inovação e criatividade Relaciona‑se à inovação e à criatividade utilizada pela organização. Estrutura organizacional Remete‑se à estrutura organizacional. Políticas de Recursos Humanos Relaciona‑se à analise de políticas de recursos humanos em comparação com as práticas de mercado. Adaptado de: Cruz et al. (2012, p. 84). 8.2 Processo de precificação 8.2.1 Métodos de formação de preços Os métodos de formação de preços têm como objetivos principais a maximização da lucratividade das empresas e o aumento da sua capacidade produtiva, a fim de evitar a ociosidade e desperdícios operacionais. É possível citar outros objetivos, tais como a garantia da sobrevivência e o crescimento de mercado. Os principais métodos de formação de preços são baseados em custos, no consumidor e na concorrência. A precificação alicerçada nos custos é o modelo mais simples, pois consiste em aplicar um percentual pré‑determinado sobre o custo do produto. O desafio, no caso dos serviços, é que alguns custos podem ser difíceis de serem rastreados, por exemplo, o valor de mão de obra (direta – custo variável e indireta – despesa fixa). Na indústria, engloba todos os componentes necessários para a fabricação dos artigos, desde a matéria‑prima até os impostos. 125 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 COMPRAS E NEGOCIAÇÃO – SISTEMAS DE PRECIFICAÇÃO A precificação estabelecida tomando como referente o consumidor é o modelo mais coerente com o valor percebido pelo cliente e exige que seja definido um preço com base no que ele está disposto a pagar. O desafio é que esse preço sempre seja maior do que os custos e, em geral, o cliente não tem acesso a isso. É necessário um ajuste dos preços que reflita o valor dos custos não monetários. A precificação baseada na concorrência (limitador máximo) é útil quando não é possível rastrear os custos, pois parte de uma premissa já em vigência no mercado ou setor. Para pequenas empresas, a escala em tamanho menor pode ser um obstáculo, tornando difícil cobrar valores iguais aos praticados por grandes organizações, seja porque elas já têm mais credibilidade no mercado, seja porque seus custos são mais baixos – devido aos ganhos de escala. Em geral, o preço precisa ser formado a partir de três aspectos: competitividade no mercado, custos/despesas de produção e rentabilidade. Quando estão harmonizados, a empresa consegue ter maior controle e sucesso. 8.2.2 Formação de preços baseados em custos Para formar o preço a partir do custo, o fundamento é que o mercado esteja disposto a pagar pelo preço de venda calculado em cima dos custos da empresa. Assim, o custo se comporta como um ponto de partida para análises comparativas na formação de preços de venda. A princípio, é possível utilizar qualquer método de custeio, considerando o tratamento unitário dos custos e despesas. Além disso, pode‑se usar também um percentual multiplicador sobre o custo unitário, chamado de mark‑up. Não obstante, o conceito de mark‑up, que é extremamente utilizado pelas organizações, tem como fundamento a utilização do custo por absorção. Lembrete O custeio por absorção conta na apuração dos custos de produção todos os custos incorridos no processo de produção de bens e serviços. Os elementos constantes do mark‑up dividem‑se em dois. O primeiro (mark‑up 1) engloba despesas administrativas, despesas comerciais, despesas operacionais, custos financeiros de produção e vendas e margem de lucro desejada. O segundo elemento (mark‑up 2) engloba os impostos sobre a venda (ICMS, PIS, Cofins e ISS). Observe o quadro a seguir: Quadro 10 Receita operacional bruta (preço de venda com impostos) 150,00 (‑) Impostos sobre a venda ‑ 25,00 Receita operacional líquida (preço de venda sem impostos) 125,00 (‑) Custos ‑ 75,00 Lucro bruto 50,00 126 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 Unidade IV (‑) Despesas ‑ 30,00 Lucro líquido antes dos impostos sobreo lucro 20,00 (‑) Impostos sobre o lucro ‑ 6,80 Lucro líquido após os impostos sobre o lucro 13,20 Nesse exemplo, um determinado produto com preço de venda sem impostos é R$ 125,00 e o custo industrial R$ 75,00, que retorna um mark‑up 1 igual a 1,6667. Considerando, ainda neste exemplo, que o preço de venda com impostos é igual a R$ 150,00, o resultado do mark‑up 2 seria igual a 1,50. Assim, o mark‑up seria o resultado da multiplicação entre o mark‑up 1 e o mark‑up 2, que retorna um valor mark‑up total igual a 2,50. A ideia é a de que as empresas tenham mark‑ups por produtos, por unidades de negócios, por canais de distribuição, por mercados e até por uma mistura de vendas de produtos, considerando os dois índices anteriormente mencionados. Para a correta determinação do mark‑up, é necessário considerar a margem de lucro, que está intimamente ligada à ideia de retorno de investimento que, por sua vez, tem relação com a eficiência em vendas e o custo de oportunidade de capital. Dessa forma, três parâmetros compõem a fundamentação básica para a margem de lucro: vendas, investimentos e custo de oportunidade. Também é importante informar que outros fatores de caráter econômico‑financeiro também exercem certa influência na margem de lucro, tais como: setor em que a empresa atua; tipo de produto comercializado; competitividade do setor; momento econômico do País; escalas de produção; alavancagem operacional; elasticidade da demanda; parâmetros externos de forma geral (questões macroeconômicas); dentre outros. Também há fatores de caráter não econômico‑financeiro que devem ser considerados, dentre eles os objetivos da empresa, a cultura organizacional, questões sociais, participação dos empregados, dentre outros. Esse contexto leva a uma necessidade de se combinar mark‑up e margem de lucro, principalmente para produtos, considerando o conceito de lucratividade (lucro sobre as vendas) e de rentabilidade (rendimento do capital investido). 8.2.3 Formação de preços baseados em lucro A precificação baseada no lucro é a soma dos custos de produção com o lucro limitada pelo valor que os clientes estão dispostos a pagar por ele. Ou seja, para o cliente, o preço é definido pelo valor que ele dá ao produto que você oferece. Para a empresa, o preço é o valor que cobre os custos da mercadoria e ainda proporciona lucro. Para definir o preço, é preciso estar atento às práticas da concorrência, saber os desejos dos consumidores e as tendências do mercado. O ideal é que o preço de venda seja superior aos custos do produto, acrescido de valores para cobrir as despesas variáveis (impostos, comissões, fretes etc.). Além de ajudar a cobrir as despesas fixas (aluguel, água, luz, salários etc.), deve gerar margem de lucro para a organização. 127 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 COMPRAS E NEGOCIAÇÃO – SISTEMAS DE PRECIFICAÇÃO Uma vez calculado o preço de venda, é necessário ajustá‑lo à realidade do mercado. É importante lembrar que cobrar preços baixos nem sempre é uma vantagem competitiva. Só há vantagem sobre a concorrência nesse contexto quando se obtém lucro. Também é preciso cuidado com o comportamento do cliente diante dos preços. Quando o valor cobrado é muito baixo, cria‑se desconfiança, afastando os potenciais clientes. O ideal é elaborar o preço de seus produtos de maneira a cobrir os custos de produção e de forma que a empresa tenha competitividade. Jamais se esqueça do lucro de sua empresa e da imagem gerada pelo preço praticado por ela no público‑alvo. 8.3 Aplicações em precificação 8.3.1 Introdução Realizar o preço de venda não é algo complicado, mas é vital saber como fazê‑lo. Os conceitos abordados neste livro‑texto foram estudados com o objetivo de possibilitar a você eliminar dificuldades ao fazer essa aplicação. Para esse processo, deve‑se ter muita atenção. É importante não perder nenhum item que faz parte do preço na hora de montar a estrutura do preço de venda, pois um item esquecido reduzirá a margem de lucro. Portanto, dominar a estrutura do preço de venda é algo que todo empresário tem a obrigação de saber! É essencial saber identificar quais elementos fazem parte dessa estrutura. Vejamos as perguntas que devem ser respondidas para realizar esse processo: • Quem são seus concorrentes diretos e indiretos? • Qual é o valor de mercado precificado por eles para o seu produto? • Você sabia que esse valor é um dos limitadores de seu preço de venda? • Na estrutura de seu preço de venda, ou seja, na montagem do preço, quais são os gastos variáveis que você deve examinar? Quais são os gastos fixos que você deve levar em consideração? • Onde posso encontrá‑los? • Na estrutura de seu preço de venda, ou seja, na montagem do preço, você pesa a perda de valor de sua estrutura e de seus equipamentos? Observação A essa perda de valor damos o nome de depreciação, algo que não sai do seu caixa, ou seja, é um valor não financeiro e que precisa ser reposto. 128 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 Unidade IV Saiba mais Aprofunde seus estudos sobre esse assunto lendo: ATKINSON, A. A. et al. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 2000. 8.3.2 Preço de venda – indústria, comércio e serviços Como estudamos, existem muitas formas e/ou fórmulas de cálculo na elaboração do preço de venda. Abordaremos o cálculo do valor base ou mark‑up down, que permitirá conhecer o limite mínimo de preço para a comparação com os preços de mercado (concorrentes) e verificar a real margem de lucro. O resultado do cálculo auxiliará principalmente a evitar a perda de vendas. Na formação do preço de venda, o erro mais frequente, e também o mais grave, é basear‑se no que a concorrência está cobrando, ou seja, só levar em conta o valor de mercado. Na prática, no entanto, vemos a formação do preço de venda com base no valor de mercado, com acréscimo dos custos de produção ou de compra, mas raramente pesando todos os custos ou avaliando se o comportamento do empresário varia de acordo com o produto ou com o serviço que ele oferece e também com o tipo de cliente que ele tem. O risco de não conhecer o custo real de cada produto ou serviço é o de não saber reagir a um concorrente. Se o seu concorrente flexibiliza preços e você não sabe de onde pode tirar custos, já está em desvantagem. Se tem esses números nas mãos, consegue mexer no valor de venda, controlando a margem de lucro, sem prejuízos (SANT’ANNA, 2015, p. 19). 8.3.3 Preço de venda na indústria: ficha técnica (FT) Para ilustrar melhor o assunto, destacamos a seguir um modelo de ficha técnica de custo de produto na indústria: Quadro 11 Ficha técnica de custo de produto Empresa: Data: Produto: Insumo/material Unidade de medida Preço unitário Quantidade Custo 129 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 COMPRAS E NEGOCIAÇÃO – SISTEMAS DE PRECIFICAÇÃO A ficha técnica é um documento que descreve a composição de um produto. Essencial no planejamento da produção, melhora e padroniza a qualidade, sobretudo os custos de fabricação. Como instrumento de apoio operacional, faz o levantamento dos custos de produção, e pode ser utilizada para ordenar as etapas de preparação e montagem do produto. Agora vamos mostrar um passo a passo da montagem do preço de venda na indústria de um microempreendedor individual (MEI). Preço de venda na indústria: passo 1 Inicialmente, é preciso destacar algumas informações: • Dados: MEI, com Código Nacional da Atividade Econômica Principal (CNAE) nº 32.99‑0‑99. Fabricação de produtos diversos não especificados anteriormente, confeccionando sabonetes, sais de banho e sachês artesanais. • Passo 1: montar uma ficha técnica com o custo unitário total (custo da matéria‑prima; terceiros; custos acessórios, isto é, insumos mais embalagens) do produto. • Dados: sabonete em barra (três sabonetes de 43g, totalizando 129 g) na banheirinha de porcelana. Elabora‑se o sabonete em barra e monta‑se o produto. Vale destacar que a banheirinha de porcelana é comprada de um terceiro, o fornecedor BP. Para compreender o cálculo do preço de venda na indústria, acompanhe o exemplo a seguir: Tabela 2 Ficha técnica do produto Custo com matéria‑prima Código Descrição Unidade Valor unitário Quantidade Valor total 1 Sabonete em barra (43 g) Gramas R$ 0,02 3 R$ 2,58 Custo total com matéria‑prima R$ 2,58 Custo total com matéria‑prima R$ 2,58 Terceiros Fornecedor Tipo Descrição Valor total BP Produto Banheirinha de porcelana R$ 7,65 Custo total com terceirizações: serviços/produtos R$ 7,65 130 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 Unidade IV Custo com insumos + embalagens Código Descrição Unidade Valor unitário Quantidade Valor total 2 Sacola Unitário R$ 1,40 1 R$ 1,40 3 Etiqueta Unitário R$ 0,50 1 R$ 0,50 4 Laço Unitário R$ 0,30 1 R$ 0,30 Custo total com insumos R$ 2,20 Custo total por peça produzida R$ 12,43 Preço de venda na indústria: passo 2 Para o cálculo do percentual das despesas variáveis e despesas fixas, utilizaremos como base o faturamento médio da empresa, nesse caso, com o valor de R$ 3.000,00 ao mês. Para fazer o cálculo, o empresário deve verificar qual é o seu faturamento médio. Observação A função média examina a tendência central, que é o centro de um grupo de números em uma distribuição estatística. Média corresponde à média aritmética. É calculada pelo acréscimo de um grupo de números e, então, pela divisão da contagem de tais números. Por exemplo: a média dos números 2, 3, 4, 5, 6 e 10 é 30. Dividindo por 6, o resultado é 5. Lembrete “Se o seu concorrente flexibiliza preços e você não sabe de onde pode tirar custos, já está em desvantagem. Se tem esses números nas mãos, consegue mexer no valor de venda, controlando a margem de lucro, sem prejuízos” (SANT’ANNA, 2015, p. 19). Preço de venda na indústria: passo 3 Nessa etapa, é feito um levantamento das despesas variáveis da empresa em porcentagem. Exemplos: taxa do cartão de débito/crédito, se essa for uma das suas formas de vendas; percentual de comissão, se você paga comissão aos vendedores; frete sobre vendas, se você entrega ou paga para que a mercadoria seja entregue ao cliente; e demais despesas variáveis. A organização teve gastos com entrega dos produtos (frete sobre vendas) – R$ 150,00. Dividindo R$ 150,00 pelo faturamento médio desse exemplo, que é R$ 3.000,00, temos o resultado de 0,05, que, multiplicado por cem, é igual a 5%. Somando o percentual do frete (5%) mais a taxa de 5% do cartão de crédito para as vendas a prazo, temos o percentual de 10% das despesas variáveis totais. 131 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 COMPRAS E NEGOCIAÇÃO – SISTEMAS DE PRECIFICAÇÃO Os resultados da divisão são multiplicados por cem para termos o valor em porcentagem. Tabela 3 Parâmetros da empresa Cu st os v ar iá ve is Impostos Super Simples PIS/Cofins IRPJ/CSLL ICMS Outros Comissões Fretes 5,00% Taxas do cartão de crédito/débito 5,00% Outros Custos variáveis totais 10,00% R$ – Saiba mais Para mais informações, leia: LAS CASAS, A. L. Administração de vendas. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2002. Preço de venda na indústria: passo 4 A partir de agora examinaremos as despesas fixas da empresa. Depois, dividiremos o resultado pelo faturamento médio. Exemplos: valor de recolhimento do DAS‑EI (Documento de Arrecadação Simplificada do Empreendedor Individual); aluguel; água e luz da parte administrativa da empresa; telefone; celular; internet; pró‑labore e demais despesas fixas. Para o cálculo do percentual das despesas fixas, somamos os gastos fixos da empresa. Nesse caso, soma‑se o valor do DAS‑EI (R$ 40,40) aos demais gastos – telefone (R$ 28,00), energia elétrica (R$ 15,50), mais o pró‑labore (R$ 700,00), totalizando R$ 783,90. Dividindo esse valor pelo faturamento médio da empresa, que é R$ 3.000,00, temos o resultado de 0,2613, que, multiplicado por cem, é igual a 26,13%. Preço de venda na indústria: passo 5 Com os dados e valores em mãos, calculamos o valor‑base do produto sem a margem de lucro (mark‑up down), pois temos dois limitadores para o preço de venda: o valor‑base (limite mínimo) e o valor de mercado (limite máximo precificado pelo mercado). Sua margem de lucro ficará entre seu valor‑base e o valor precificado pelo mercado. 132 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 Unidade IV Para o cálculo do valor base (mark‑up down), utilizaremos a fórmula: 100/(100 – DV – DF) Dessa maneira, temos: 100 dividido por (100 menos o percentual das despesas variáveis e menos o percentual das despesas fixas). Não usamos a margem de lucro no cálculo, pois não conseguimos incluir o lucro desejado em todos os produtos – além disso, os concorrentes muitas vezes limitam o preço de venda. Voltando para a fórmula: Mark‑up down = 100 / (100 – 10 – 26,13) = 100/63,87 = 1,5657 (índice do valor‑base) Tabela 4 Parâmetros da empresa Cu st os v ar iá ve is Impostos Super Simples PIS/Cofins IRPJ/CSLL ICMS Outros Comissões Fretes 5,00% Taxas do cartão de crédito/débito 5,00% Outros Custos variáveis totais 10,00% R$ – Custos fixos 26,13% Lucratividade Cálculo do preço de venda x análise de preço de mercado Mark‑up down (sem lucro) 1,5657 Preço de venda na indústria: passo 6 Nessa etapa, utilizamos o valor do produto (CPV): R$ 12,43, que consta em nossa ficha técnica, e o multiplicamos pelo índice do mark‑up down (índice do valor base): R$ 12,43 vezes 1,5657 = R$ 19,46 (sem lucro) – preço de venda base, que consideramos o valor mínimo do produto (limitador mínimo). Tabela 5 Preço de venda calculado Preço calculado Lucratividade Valor % R$ 19,46 R$ – 0,00 0% 133 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 COMPRAS E NEGOCIAÇÃO – SISTEMAS DE PRECIFICAÇÃO Preço de venda na indústria: resumo final No exemplo que estudamos, o cálculo do valor‑base foi R$ 19,46. O valor de mercado do produto é R$ 30,00, demostrando que a margem de lucro da empresa está entre os dois limitadores (seu valor‑base e o preço dos concorrentes). A empresa vende seu produto por R$ 25,00 com uma margem de lucro real de R$ 3,54 ou 14,15% (R$ 3,54 divido pelo preço de venda R$ 25,00), e o mercado lhe permite uma margem de lucro real de até R$ 6,73 ou 22,44% (R$ 6,73 dividido pelo preço de venda do mercado, R$ 30,00). Tabela 6 Preço de venda concorrente Preço concorrente Lucratividade R$ 30,00 Valor % R$ 19,16 R$ 6,73 R$ 22,44% Preço de venda negociado Preço negociado Lucratividade R$ 25,00 Valor % R$ 15,97 R$ 3,54 R$ 14,15% 8.3.4 Preço de venda no comércio A formação do preço de venda no comércio é uma estratégia competitiva que contribui para que a empresa tenha maior domínio e poder de decisão sobre seu negócio, evitando retrabalhos, ociosidade e, por conseguinte, ampliando a lucratividade e competitividade da empresa. Vamos ao passo a passo! Preço de venda no comércio: passo 1 Para compreender o cálculo do preço de venda no comércio, acompanhe o exemplo do empresário: • Dados: MEI, com CNAE nº 4744‑0 – comércio varejista de ferragens, madeira e materiais de construção (loja que vende mobílias diferenciadas, artesanais). Inicialmente, deve‑se levantar o faturamento médio da empresa. Para o cálculo do percentual das despesas variáveis e despesas fixas, utilizamos como base o faturamento médio da empresa, que, neste caso, é de R$ 4.800,00 ao mês. O valor‑base (limite mínimo) é um exemplo, e você montará a planilha com o valor de sua mercadoria. 134 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 Unidade IV Preço de venda no comércio: passo 2 Nesta etapa, examinam‑se as despesasvariáveis da empresa em porcentagem. Exemplos: taxa do cartão de débito/crédito, se essa for uma das formas de vendas; percentual de comissão, se for paga comissão aos vendedores; frete sobre vendas, se a empresa entregar ou pagar para que a mercadoria seja entregue ao cliente; e demais despesas variáveis. Nesse exemplo, a empresa teve gastos com entrega dos produtos (frete sobre vendas) – R$ 170,00. Dividindo R$ 170,00 pelo faturamento médio (R$ 4.800,00), temos o resultado de 0,035, que, multiplicado por cem, é igual a 3,5%. Somando o percentual do frete (3,5%) mais a taxa de 4,7% do cartão de crédito para as vendas a prazo, temos o percentual de 8,20% das despesas variáveis totais. Tabela 7 Parâmetros da empresa Cu st os v ar iá ve is Impostos Super Simples PIS/Cofins IRPJ/CSLL ICMS Outros Comissões Fretes sobre vendas 3,50% Taxas do cartão de crédito/débito 4,70% Outros Custos variáveis totais 8,20% R$ – Preço de venda no comércio: passo 3 Nesse passo, levantamos as despesas fixas da empresa. Exemplos: valor de recolhimento do DAS‑EI; aluguel; água e luz da parte administrativa da empresa; telefone; celular; internet; pró‑labore e demais despesas fixas. Para o cálculo do percentual das despesas fixas, somamos os gastos fixos da empresa. Neste caso, soma‑se o valor do DAS‑EI (R$ 40,40) aos demais gastos – celular (R$ 51,90), energia elétrica (R$ 71,42), pró‑labore (R$ 788,00), mais as despesas com o funcionário (R$ 874,68), totalizando R$ 1.826,40. Dividindo esse valor pelo faturamento médio da empresa, de R$ 4.800,00, temos o resultado de 0,38, que, multiplicado por cem, é igual a 38%. Preço de venda no comércio: passo 4 Com os dados e valores em mãos, calcularemos o valor‑base do produto sem a margem de lucro (mark‑up down), pois temos dois limitadores para o preço de venda: o valor‑base (limite mínimo) e o valor de mercado (limite máximo precificado pelo mercado). 135 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 COMPRAS E NEGOCIAÇÃO – SISTEMAS DE PRECIFICAÇÃO A margem de lucro ficará entre o valor‑base e o valor precificado pelo mercado. Para o cálculo do valor‑base (mark‑up down), usamos a fórmula já destacada: 100/(100 – DV – DF). Vejamos: Mark‑up down = 100/(100 – 8,20 – 38) = 100/53,80 = 1,8587 (índice do valor base) Tabela 8 Cálculo do preço de venda versus análise de preço de mercado Mark‑up down (sem lucro) 1,8587 Preço de venda no comércio: passo 5 Agora utilizaremos o valor do produto (CMV) – (R$ 160,00), que consta em nossa planilha, no item custo da mercadoria, e o multiplicamos pelo índice do valor base = R$ 160,00 vezes 1,8587 = R$ 297,40 – preço de venda base. Tabela 9 Cálculo dos custos Custos da mercadoria R$ 160,00 Outros ––––––– Total R$ 160,00 Cálculo do preço de venda versus análise do preço de mercado Mark‑up down (sem lucro) 1,8587 Preço de venda calculado Preço calculado (R$) Lucratividade Valor % R$ 297,40 R$ – 0,00 – 0,00 % Preço de venda no comércio: resumo final No exemplo que destacamos, o cálculo do valor‑base foi de R$ 297,40. O valor de mercado do produto é R$ 330,00, demostrando que a margem de lucro da empresa está entre os dois limitadores (seu valor‑base e o preço dos concorrentes/mercado). A empresa vende seu produto no valor de mercado, ou seja, R$ 330,00, com uma margem de lucro real de R$ 17,54 ou 5,32% (R$ 17,54 dividido por R$ 330,00). 136 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 Unidade IV Tabela 10 Preço de venda concorrente Preço concorrente Lucratividade R$ 330,00 Valor % R$ 177,54 R$ 17,54 5,32% Preço de venda negociado Preço negociado Lucratividade R$ 330,00 Valor % R$ 177,54 R$ 17,54 5,32% 8.3.5 Preço de venda em serviços A formação do preço de venda no serviço é uma estratégia competitiva que contribui para que a empresa tenha maior domínio e poder de decisão sobre o seu negócio, evitando retrabalhos, ociosidade e, consequentemente, ampliando a lucratividade e competitividade da empresa. Como devemos montar essa estrutura de preço? Estudaremos a seguir como fazer isso. Preço de venda no comércio: passo 1 A primeira pergunta a ser respondida é: “Qual é o custo da mão de obra direta da empresa?” (que é um custo variável). Observação Utilize a fórmula de cálculo se houver funcionário no processo produtivo e/ou de serviço. Se não houver, passe para a segunda pergunta. Inicialmente, precisamos fazer um levantamento dos salários, encargos e benefícios pagos ou a serem pagos ao(s) funcionário(s) que trabalha(m) diretamente na prestação do serviço. Se houver dúvidas em relação aos valores, é importante consultar o contador da empresa. Vejamos a fórmula de cálculo para obter o resultado do custo da mão de obra direta por hora: Total de gastos com o(s) funcionário(s) (salário + encargos + benefícios) = Total de horas disponíveis (aplicadas diretamente no serviço) da empresa no mês para a prestação do(s) serviço(s) = custo da mão de obra direta por hora 137 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 COMPRAS E NEGOCIAÇÃO – SISTEMAS DE PRECIFICAÇÃO Preço de venda no comércio: passo 2 Nessa etapa, devemos resolver a seguinte questão: qual é a despesa fixa da empresa? Estão envolvidos nesse processo os funcionários administrativos, o pró‑labore dos sócios etc. Então, são examinadas as despesas fixas da empresa. Exemplos: valor de recolhimento do DAS‑EI; aluguel; água e luz da parte administrativa; telefone; celular; internet; pró‑labore e demais despesas fixas, depreciação das máquinas e equipamentos, se houver. Após registrar o valor total de suas despesas fixas, divida‑as pelo total de horas disponíveis da empresa no mês para a prestação dos serviços aos clientes. O resultado dessa divisão é a despesa fixa de sua empresa por hora. Fórmula de cálculo para obter o resultado do custo fixo por hora: Total de despesas fixas = Total de horas disponíveis da empresa no mês para a prestação do(s) serviço(s) = custo fixo por hora Preço de venda no comércio: passo 3 Quantas horas serão alocadas no serviço? Para responder a essa questão, devemos observar os seguintes aspectos: • É preciso avaliar o tempo a ser gasto no serviço. • Para o cálculo do custo da mão de obra por hora, usamos o resultado do passo 1 e multiplicamos pelo total de horas a ser gasto no serviço. O resultado dessa multiplicação será o custo total da mão de obra para o serviço. • Para o cálculo de despesas fixas por hora, aplicamos o resultado do passo 2 e multiplicamos pelo total de horas a ser gasto no serviço. O resultado dessa multiplicação será o custo fixo total para o serviço. Lembrete A formação do preço de venda no comércio é uma estratégia competitiva para a empresa ter maior domínio e poder de decisão sobre seu negócio, de modo a evitar retrabalhos e ociosidade e ampliar sua lucratividade. 138 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 Unidade IV Preço de venda no comércio: passo 4 Nessa etapa, devemos calcular o custo de: materiais aplicados no serviço; deslocamentos (veículo, táxi, metrô etc.); freelance(s), se houver. Com o resultado obtido na soma desses elementos, teremos o custo total do serviço (CSV – custo do serviço vendido). Observação Não devemos nos esquecer de somar ao resultado o custo total da mão de obra e o custo fixo total. Preço de venda no comércio: passo 5 Agora temos a seguinte questão: quais são as despesas variáveis da empresa? É feito um levantamento das despesas variáveis da empresa em porcentagem. Exemplos: taxa do cartão de débito/crédito, se essa for uma das suas formas de vendas; percentual de comissão, se você paga comissão aos vendedores; frete sobre vendas, se você entrega ou paga para que a mercadoria seja entregue ao cliente; e demais despesas variáveis.Acentuamos a seguir a fórmula de cálculo para obter o resultado do índice multiplicador da despesa variável, que deve ser aplicado na formação do preço de venda do serviço: 100 = o resultado será o índice a ser aplicado no custo total do serviço (100 – DV) Então, utilizamos o custo total do serviço (resultado do passo 4) e multiplicamos pelo índice que acabamos de calcular. O resultado é obtido em R$ e o preço de custo do serviço com as despesas fixas e variáveis é incluído na formação da estrutura do preço de venda. Observação DV é a somatória de todos os percentuais das despesas variáveis da empresa. O índice multiplicador é aplicado sobre o custo total de um serviço para que se forme o preço de venda. 139 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 COMPRAS E NEGOCIAÇÃO – SISTEMAS DE PRECIFICAÇÃO Preço de venda no comércio: passo 6 A partir do resultado conhecido no passo 5, a empresa poderá determinar a margem de lucro a ser aplicada na estrutura do preço calculado, lembrando sempre que o mercado (ou seja, as empresas concorrentes) determinará o limite superior do preço de venda. Destacamos a seguir a fórmula de cálculo para obter o resultado do índice/percentual da margem de lucro a ser aplicado na formação do preço de venda do serviço: 100 = índice a ser aplicado no preço de custo do serviço com custos fixos e variáveis (100 – ML) [resultado do passo 5] Observação ML é o percentual determinado do lucro a ser aplicado. O resultado será o preço de venda do serviço. Com os estudos que fizemos neste livro‑texto, sem dúvida você terá excelentes ferramentas para atuar na área de compras e negociações. Resumo Vimos que é vital montar a estrutura do preço de venda. Isso é feito para não perder nenhum item que faz parte do preço, pois um item esquecido reduzirá a margem de lucro. Portanto, dominar a estrutura do preço de venda é algo que todo empresário tem a obrigação de saber. Nesse contexto, é preciso responder a algumas questões: • Quem são seus concorrentes diretos e indiretos? • Qual é o valor de mercado precificado por eles para o seu produto? • Você sabia que esse valor é um dos limitadores de seu preço de venda? • Na estrutura de seu preço de venda, ou seja, na montagem do preço, quais são os gastos variáveis que você deve examinar? Quais são os gastos fixos que você deve levar em consideração? • Onde posso encontrá‑los? 140 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 Unidade IV • Na estrutura de seu preço de venda, ou seja, na montagem do preço, você pesa a perda de valor de sua estrutura e de seus equipamentos? Na formação do preço de venda, existem muitos meios e/ou fórmulas de cálculo. Aqui abordamos o cálculo do valor base ou mark‑up down, que nos permite conhecer o limite mínimo de preço para comparar com os preços de mercado (concorrentes) e verificar a real margem de lucro. O resultado do cálculo auxiliará principalmente a evitar que vendas sejam perdidas. Na criação do preço de venda, notamos que o erro mais frequente, e também o mais grave, é basear‑se no que a concorrência está cobrando, ou seja, só levar em conta o valor de mercado. Se o comportamento do empresário varia de acordo com o produto ou o serviço que ele oferece, é ainda mais grave. A formação do preço de venda no serviço é uma estratégia competitiva que contribui para que a empresa tenha maior domínio e poder de decisão sobre o seu negócio, evitando retrabalhos, ociosidade e, consequentemente, ampliando a lucratividade e competitividade da organização. Exercícios Questão 1. A política de preços da empresa define o quanto o produto ou serviço vale para o consumidor. O desejado é que o preço praticado cubra os custos e que ofereça um lucro adequado ao risco do negócio. Leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. I – Os preços devem ser estáticos no curto e médio prazo para manter a estabilidade do negócio. II – Os preços podem ser definidos por objetivos, por exemplo, aumentar presença em determinado mercado ou inibir a entrada de novos. III – A política de preços, em condições normais de mercado, deve considerar o preço praticado pelos concorrentes. É correto apenas o que se afirma em: A) Todas as afirmativas estão corretas. B) I e III. C) II e III. 141 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 COMPRAS E NEGOCIAÇÃO – SISTEMAS DE PRECIFICAÇÃO D) I e II. E) II. Resposta correta: alternativa C. Análise das afirmativas I – Afirmativa incorreta. Justificativa: os preços até podem ser estáticos no curto prazo, mas não se pode afirmar quanto ao longo prazo, pois depende de condições concorrenciais e de custos, que são variáveis ao longo do tempo. II – Afirmativa correta. Justificativa: uma empresa pode perceber a possibilidade de entrada de um concorrente e, para não deixar que isso aconteça, pode adotar uma política de preços baixos que momentaneamente não cubra seus custos, mas que preserve sua presença no mercado. III – Afirmativa correta. Justificativa: quando uma empresa está determinando seu preço, não são somente suas condições de custos que devem ser levadas em consideração, mas também o que fazem os concorrentes, a não ser quando se trata de um produto ou serviço extremamente específico, para o qual não exista substituto perfeito nem concorrência. Questão 2. Diversas variáveis precisam ser consideradas para a formação de preços de produtos e serviços. A seguir destacamos os objetivos que, em considerações normais, são usados na definição dos preços. Avalie‑os marcando V (verdadeiro), F (falso) e assinale a alternativa correta. ( ) Penetração no mercado. ( ) Geração rápida ou recuperação de caixa. ( ) Maximização do lucro. ( ) Redução do mercado da concorrência. ( ) Cobertura de custos variáveis. Após classificar os itens, podemos afirmar que: A) Todos os itens estão corretos e devem ser considerados na definição de preços. 142 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 Unidade IV B) Somente um item da lista anterior está correto e deve ser considerado na definição de preços. C) Somente dois dos itens da lista devem ser considerados na definição de preços. D) Somente três dos itens da lista devem ser considerados na definição de preços. E) Somente quatro dos itens da lista devem ser considerados na definição de preços. Resolução desta questão na plataforma. 143 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 MITSUTANI, C.; RIGHETTI, C.; VILLAR, C. B. Compras estratégicas: construa parcerias com fornecedores e gere valor para seus negócios. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 11. Figura 2 MITSUTANI, C.; RIGHETTI, C.; VILLAR, C. B. Compras estratégicas: construa parcerias com fornecedores e gere valor para seus negócios. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 13. Figura 3 MITSUTANI, C.; RIGHETTI, C.; VILLAR, C. B. Compras estratégicas: construa parcerias com fornecedores e gere valor para seus negócios. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 140. Figura 4 MITSUTANI, C.; RIGHETTI, C.; VILLAR, C. B. Compras estratégicas: construa parcerias com fornecedores e gere valor para seus negócios. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 84. Figura 5 MITSUTANI, C.; RIGHETTI, C.; VILLAR, C. B. Compras estratégicas: construa parcerias com fornecedores e gere valor para seus negócios. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 89. Figura 6 MARINHO, B. L. et al. Gestão estratégica de fornecedores e contratos. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 125. Figura 7 MARINHO, B. L. et al. Gestão estratégica de fornecedores e contratos. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 137. Figura 8 MARINHO, B. L. et al. Gestão estratégica de fornecedores e contratos. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 139. Figura 9 MARINHO, B. L. et al. Gestão estratégica de fornecedorese contratos. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 154. 144 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 Figura 10 MARINHO, B. L. et al. Gestão estratégica de fornecedores e contratos. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 156. Figura 11 MARINHO, B. L. et al. Gestão estratégica de fornecedores e contratos. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 157. Figura 12 MARINHO, B. L. et al. Gestão estratégica de fornecedores e contratos. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 159. Figura 13 COSTA NETO, P. L. O.; CANUTO, S. A. Administração com qualidade: conhecimentos necessários para a gestão moderna. São Paulo: Blucher, 2010. Adaptada. Figura 14 FOINA, P. R. Tecnologia da informação: planejamento e gestão. São Paulo: Atlas, 2009. Adaptada. Figura 15 CRUZ, J. A. W. et al. Formação de preços: mercado e estrutura de custos. Curitiba: Intersaberes, 2012. p. 21. Figura 16 CRUZ, J. A. W. et al. Formação de preços: mercado e estrutura de custos. Curitiba: Intersaberes, 2012. p. 36. Figura 17 CRUZ, J. A. W. et al. Formação de preços: mercado e estrutura de custos. Curitiba: Intersaberes, 2012. p. 74. REFERÊNCIAS Textuais A IMPORTÂNCIA da comunicação na hora de negociar. Sebrae, [s.d.]. Disponível em: <https://www. sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/a‑importancia‑da‑comunicacao‑na‑hora‑de‑negociar,0a5b26ad1 8353410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 21 dez. 2017. ACUFF, F. L. How to negotiate anything with anyone around the world. Nova York: American Management Association, 1993. 145 Re vi sã o: G io va nn a - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 2 1/ 12 /1 8 ANDRADE, R. B. et al. Princípios de negociação: ferramentas e gestão. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008. ARGENTI, P. Comunicação empresarial. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO 9001: sistemas de gestão de qualidade. Rio de Janeiro, 2008. 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