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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP CURSO PSICOLOGIA TALIA COSTA DE SOUZA RA: N176679 PROCESSOS GRUPAIS MANAUS – AM 2020 LIVRO: DINÂMICA E GÊNESE DOS GRUPOS Capítulo 5: Comunicação Humana e Relações Interpessoais Os trabalhos e experimentos de Lewin passam por uma ruptura com o passado e um progresso decisivo na história das ciências sociais. É possível verificar os que Lewin consagrou mais ou menos oito dos vinte e cinco anos de sua vida universitária, de 1939 a 1946, à exploração psicológica dos fenômenos de grupo. Kurt Lewin lançou- se simultaneamente à exploração de três problemas chaves: a comunicação Humana; o aprendizado da autenticidade e o exercício da autoridade em grupo de trabalho Necessidades interpessoais Lewin e seus colaboradores descobriram que a produtividade de um grupo e sua eficiência estão estreitamente relaciona das com a solidariedade de suas relações interpessoais. Porém, quem levou adiante a exploração e a analise da dinâmica dos grupos de trabalho foi Willian C. Schutz, inovando com sua teoria das necessidades interpessoais. Para Schutz, os membros de um grupo não consentem em integrar-se senão a partir do momento em que certas necessidades fundamentais são satisfeitas pelo grupo. Estas necessidades, segundo ele, são interpessoais no sentido de que somente no grupo e pelo grupo elas podem ser satisfeitas adequadamente. Necessidade de inclusão: necessidade que todo novo membro de um grupo experimenta ao se perceber e em se sentir aceito, integrado e valorizado por aqueles aos quais se junta. Necessidade de controle: necessidade que experimenta cada novo membro de se sentir totalmente responsável por aquilo que constitui o rumo: suas estruturas, atividades, objetivas. Necessidade de afeição: secreto desejo de todo individuo em grupo de ser percebido como insubstituível no grupo: cada procura recolher sinais concludentes ou convergentes de que os outros membros não poderiam imaginar o grupo sem ele. Expressões de si e trocas com o outro Para Schutz havia uma equação entre a integração de um grupo, a solidariedade interpessoal de seus membros e a satisfação em grupo e p elo grupo das necessidades de inclusão, de controle e de afeição de seus membros. Mas eis o que lhe escapou e que Lewin havia pressentido antes dele: as relações interpessoais não podem tornar-se mais positivas, mais socializadas e o grupo integrar-se de modo definitivo, enquanto subsistirem entre os membros fontes de bloqueios e de filtragens em suas comunicações. Todos têm centrado o estudo sobre a expressão de si na troca com o outro: como comunicar com o outro para que o diálogo se estabeleça. Comunicação só existe realmente, quando se estabelece entre duas ou mais pessoas um contato psicológico. Não é suficiente que as pessoas com desejo de comunicação se falem, se escutem ou mesmo se compreendam. Vias de acesso ao outro. Tornou-se possível em nossos dias entrar em contato com o outro a distância através dos meios de comunicação. Mas a comunicação humana não pode se iniciar e nem se estabelecer enquanto subsistirem Distâncias psicológicas entre aqueles que querem entrar em comunicação. Neste ponto durante e após o tempo de Lewin, multiplicou-se as pesquisas, e estas que permitiram definir requisitos e pressupostos para toda comunicação humana. Constitui um pré-requisito para todos que querem entrar em comunicação, identificar as vias de acesso ao outro, aceita-lás e nela se engajar. As vias de acesso ao outro são chamadas de canais de comunicação. É preciso ter capacidade de empatia para distinguir quando e onde o outro está disponível para nós. Existem m eixos de comunicação FORMAIS, OFICIAIS E ARTICULADOS: FORMAIS (autoridades ou personagens-chaves de certos meios organizados). OFICIAIS (forma de contato usada para estabelecer uma ou outra forma de comunicação). ARTICULADOS: (canais e meios de comunicação constituem uma rede de comunicação articulada de modo a tornar aqueles que estão agrupados no interior de um determinado meio, acessíveis uns aos outros) Distancias social e barreiras psicológicas Os bloqueios e filtragens na comunicação humana tornam-se permanentes cada vez que as relações interpessoais são prejudicadas pelo preconceito (Idéias preconcebidas sobre alguém ou grupos, geralmente falsas, fixas e simplistas). As distancias sociais e psicológicas entre interlocutores se acentuam e passam a ser percebidas como irredutíveis, pois o outro é percebido com o inacessível e incomunicável. Distância psicológica: Ocorre intra-grupo (dentro), o outro é visto com o incompatível, mantido à distância e a comunicação com ele é considerada como impossível de ser estabelecida. Distância Social: É um fenômeno inter-grupo, o outro é mantido a uma distância intransponível pelo simples fato de pertencer a um grupo diferente. Ex. Diferenças de cultura, classe, níveis educacionais e intelectuais. A distância social, além de ser um processo de despersonalização do outro, resulta sempre de uma percepção vertical das pessoas de acordo com as funções sociais e atividades humanas que as pessoas exercem. Aqueles que ocupam posições mais “Nobres” são percebidos de BAIXO para CIMA, “aureolados de atributos”. Quando ao contrário, um a função social ou atividade humana são julgadas desvalorizadas em um contexto cultural, as pessoas são percebidas pelo meio de CIMA para BAIXO, com menosprezo, arrogância e condescendência. Gerando assim preconceitos e conformismos que promovem a incapacidade de dialogar com o outro. Preconceitos são adquiridos e atingem a todos, mesmo os mais íntegros no respeito com o outro podem ceder à pressão e coerção do meio. Alguns são mais predispostos a adquirir preconceitos de acordo com a personalidade e incapazes de se libertar dos mesmos. Caracterizados com Débeis Sociais, com personalidade autoritária tem fobia ao outro, não toleram a diferença. O preconceito é uma resposta a frustração social e desencadeia em alguns três mecanismos de defesa, assinalado em graus diversos em sua expressão: A generalização gratuita, sem provas em apoio; O deslocamento ou descarga agressiva sobre bodes expiatórios; a racionalização ou auto justificação. Para o autoritário ter autoridade é a maneira mais segura de escapar ao seu medo do outro. Ele adota espontaneamente os mitos e os estereótipos desta sociedade, tornando-se retrogrado e reacionário. Seu medo do outro, no fundo é medo de si e se recusa a todo contato, toda troca, por causa do vazio de sua vida, por nunca possuir-se. Para camuflar sua impotência e esterilidade faz s e necessário parecer agressivo, arrogante e intratável ao outro. Para chegar ao altruísmo e tornar-se capaz de abertura em suas comunicações humanas devemos ter consciência de que todo é iguais, independente do grau de socialização. É o primeiro passo rumo ao aprendizado da autenticidade.
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