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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Fundamentos da Gestão Conceitos históricos, características e importância Aula 2 Profa. Aline Mara Gumz Eberspächer CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa inicial Estimado aluno, nesta aula viajaremos no tempo e apreenderemos mais a respeito de algumas teorias administrativas. A primeira parada dessa viagem é no começo do século XX, com as grandes transformações que ocorreram na sociedade. No primeiro tema da nossa aula, aprenderemos sobre a Administração Científica e seu principal pensador, Frederick Taylor. Estudaremos também as ideias do empresário Henry Ford, criador na marca de automóveis Ford, desenvolvedor da linha de produção, que visa a otimização de tempo. Na sequência, estudaremos as ideias de Henri Fayol que, na mesma época de Taylor, preocupou-se com a estrutura da empresa. Ele é o pioneiro em apresentar as funções do administrador e a divisão estrutural da empresa. Em um terceiro momento, conheceremos a Teoria da Burocracia, baseada nas ideias do sociólogo, jurista e economista alemão Max Weber. E, para finalizar, vamos nos dedicar no estudo do modelo japonês de administração e um pouco da história da empresa Toyota, que é a grande referência nesse modelo de gestão. Além disso, estudaremos as escolas de qualidade com base nos principais pensadores da qualidade total. Venha aprender e descobrir as principais teorias administrativas que transformaram o modo de administrar uma empresa e continuam influenciado os grandes gestores atualmente! Bons estudos! Contextualização Pense no seu cotidiano, no seu modo de agir. Analise seu local de trabalho, faça uma análise sobre suas atividades diárias. Depois, liste cinco delas e como você as desempenha. Verifique como e onde estão localizados os materiais que você utiliza para realiza-la. Quanto tempo você leva de deslocamento? Esses materiais estão próximos de você? Como você os utiliza? Depois, anote quanto tempo você necessita para realizar cada atividade. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Após essas anotações, repense seu contexto. Será que organizar de modo diferente o seu local, você produzirá mais e com melhor qualidade? Tema 1: Taylor e Ford Você já pensou que nem sempre existiu a produção de grandes quantidades de produtos por meio do processo de produção em série? Ou mesmo, quais foram os administradores, empresários ou pensadores que impulsionaram o surgimento da produção em alta escala? Então, venha viajar no tempo, e conhecer a história dos princípios administrativos por meio das principais ideias do administrador Frederick Taylor e do empresário Henry Ford. Quem foi Taylor O americano Frederick Winslow Taylor nasceu em 1856, na Pensilvânia, e faleceu em 1915. Filho de uma família abastada financeiramente, apesar de ter sido aprovado no curso de Direito de Harvard, optou por tornar-se um trabalhador manual. Ele aprendeu o oficio de torneiro em um fábrica de bombas hidráulicas entre os anos de 1874 e 1878. Durante o período em que trabalhou nessa fábrica, observou o desempenho dos colaboradores e o “corpo-mole” que faziam durante o processo produtivo. A análise de Taylor incluía a relação entre os gerentes e os funcionários. Em muitos momentos, a má relação entre eles prejudicava a produtividade. Em 1878, Taylor começou a trabalhar na usina siderúrgica Midvale. Iniciou sua carreira como trabalhador e terminou como engenheiro-chefe. Lá permaneceu durante 12 anos(1878-1890). Enquanto trabalhava nessa empresa, Taylor observou problemas no processo produtivo, que deram início às pesquisas. Entre eles (Maximiano, 2011): não havia uma noção clara da divisão de trabalho da administração e do trabalhador; não havia incentivos para o trabalhador melhorar o desempenho; CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 muitos trabalhadores não cumpriam suas funções; os administradores decidiam apoiados em intuições e em palpites; não havia integração entre departamentos; os trabalhadores realizavam tarefas nas quais não tinham aptidão; existiam conflitos entre supervisores e operários sobre a quantidade de produção. Essas observações de Taylor sobre o desempenho dos funcionários, remuneração ou mesmo falhas administrativas, permitiram o início do Movimento da Administração Científica, o qual teve início na Sociedade Americana dos Engenheiros Mecânicos (ASME), fundada em 1880, da qual Taylor era sócio e, mais tarde, foi presidente. A Administração Científica é marcada por três fases. Na primeira fase, a preocupação de Taylor era referente ao salário pago aos trabalhadores. Na época, o pagamento era realizado por dia ou por peça produzida. Nos dois casos isso desmotivava o trabalhador. Se a remuneração fosse por dia produzido, não era considerada a quantidade produzida; e se fosse por peça, teria redução no valor caso aumentasse a produção. Assim, não haviam vantagens em produzir mais. Em 1895, Taylor apresentou uma proposta de remuneração de piece rate system (sistema de pagamento por peça). A ideia era estudar o tempo de produção de uma peça, para conhecer o tempo exato da produção. Ele chamou de “estudo sistemático e científico do tempo”, que consistia em dividir as tarefas, cronometrar e registrar. Com base nessas pontuações, pôde ser definido o tempo padrão de produção de elementos básicos. Esse procedimento foi chamado de sistema de administração de tarefas. A Administração Científica surge com o estudo dos tempos, ou seja, cronometrar todas as funções para realização de determinada atividade, quanto CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 tempo leva e o quanto custa para a empresa. Por meio desse estudo, é possível determinar o tempo médio de produção. Na segunda fase da pesquisa, as experiências profissionais de Taylor permitiram realizar observações sobre o comportamento humano e o rendimento da produtividade dos trabalhadores, bem como a necessidade de aprimoramento na seleção dos funcionários. Algumas constatações de Taylor: o trabalhador deve ser remunerado conforme a produtividade; para aumenta-la, é necessário um estudo do tempo de produção do trabalhador, controlando a produtividade; é necessário realizar uma seleção científica dos funcionários, ou seja, o trabalhador deve ser preparado para a tarefa que será realizada; é necessário treinar cientificamente os funcionários para que todos realizem as atividades de um modo padrão; a produtividade na empresa aumenta se houver ambiente de cordialidade entre os funcionários e os gerentes. Na terceira fase, em 1911, Taylor lança o livro The Principles of Scientific Management1 (Taylor, 1990) e apresenta as técnicas da Administração Científica, que são: Estudo de tempos e movimentos. Padronização de ferramentas e instrumentos; padronização de movimentos; conveniência de uma área de planejamento. Cartões de instrução; sistema de pagamento de acordo com o desempenho; cálculo de custos. 1 Princípios da Administração Científica CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Em suas pesquisas sobre a Administração Científica, Taylor apresenta que é importante separar a administração do processo de fabricação. O planejamento é responsabilidade da administração e a execução responsabilidade da fábrica (Maximiano, 2011). Taylor salienta que para a maioria das pessoas os interesses dosempregadores e empregados são antagônicos. Entretanto, para a Administração Científica, os interesses de ambos são únicos e com a mesma direção. A prosperidade do empregador não pode existir a longo prazo se não for acompanhada pela prosperidade do empregado. Para Taylor, a Administração Científica consiste em 4 princípios básicos: planejar, preparar, controlar e executar. Quadro 1.1 – Princípios básicos da Administração Científica de Taylor Princípio do planejamento: substituir a improvisação pela ciência por meio do planejamento do método. Princípio do preparo: selecionar e preparar os trabalhadores de acordo com suas aptidões para produzir mais e melhor. Princípio do controle: controlar o trabalho para certificar-se de sua execução de acordo com as normas estabelecidas e de acordo com o plano previsto. Princípio da execução: distribuir distintamente as atribuições e as responsabilidades para que a execução do trabalho seja mais disciplinada. Fonte: Chiavenato, 2004, p. 64. Taylor é considerado o pai da Administração Científica. Seu trabalho e suas contribuições foram direcionados para o processo produtivo. Os estudos realizados por ele tem ênfase nas tarefas (processo produtivo). Henry Ford e o processo de produção CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Agora, vamos estudar e abordar a história e as ideias de Henry Ford, empresário que deixou uma grande contribuição à prática da produção em série. Henry Ford foi o fundador da marca de carros Ford e criador da linha de montagem. Que tal entendermos o contexto em que isso ocorreu? Vamos novamente viajar no tempo, e conhecer um pouco dessa história. O americano Henry Ford (1863-1947) nasceu no estado de Michigan e iniciou sua vida profissional como mecânico e, posteriormente, tornou-se empresário. Projetou um modelo de carro e, em 1899, fundou sua primeira fábrica de automóveis, que logo depois foi fechada. Em 1903 fundou a Ford Motor Company. Entre 1905 e 1910 promoveu grande inovação por ter idealizado as linhas de montagem. Ficou conhecido como o inventor do carro popular. No início do século XX, os carros já não eram novidade, mas eram acessíveis apenas às pessoas com maior poder aquisitivo, pois eram caros e fabricados artesanalmente. Quando a Ford adotou a primeira linha de montagem, os funcionários não precisavam de tanta qualificação. Ao lado da esteira rolante, cada um adicionava uma peça ao corpo do carro. O barateamento foi brutal, o modelo T, que originalmente era vendido a 800 dólares, teve o preço reduzido para 290. Ford aumentou o salário dos trabalhadores para 5 dólares ao dia. Isso também estimularia o consumo e vendas de automóveis. Propostas de Ford Além de seu nome estar ligado à criação da linha de montagem, Henry Ford foi quem mais elevou os dois princípios da produção em massa, que é a fabricação de peças padronizadas e trabalho especializado (Maximiano, 2005). A linha de montagem adotada por ele objetivava agilizar o trabalho para possibilitar o aumento da produção. A racionalização da produção proporcionou a linha de montagem, permitindo a produção em massa, com as seguintes características de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 padronização: o maquinário, o material, a mão de obra e o design do produto. Isso tudo gera um custo mínimo (Chiavenato, 2004). De acordo com Maximiano (2005), a produção em massa se baseia em peças e componentes padronizados e intercambiáveis e especialização do trabalhador. Maximiano (2005) destaca que, para alcançar a padronização, Ford passou a utilizar o mesmo sistema de calibragem para todas as peças, em todo o processo de manufatura. Isso gerou o “controle da qualidade”. Ford também buscou tornar o processo produtivo mais simplificado, com a diminuição do número de peças de seus produtos Por exemplo, o bloco de seu motor era uma única peça fundida, enquanto o motor dos concorrentes era fabricado com várias peças separadas. Na produção em massa, cada etapa do processo produtivo é realizada por um trabalhador diferente, cada pessoa e cada grupo tem uma tarefa fixa dentro de uma etapa de um processo bem-definido. Assim, as qualificações do trabalhador resumem-se aos conhecimentos para a execução de uma tarefa. Sob uma perspectiva crítica, podemos considerar isso como um trabalho alienado, no qual o trabalhador não tem controle nem processo produtivo nem dos resultados. Para acelerar a produção, Ford adotou três princípios que, de acordo com Chiavenato (2004), são: Princípio da intensificação: diminuir o tempo de duração com a utilização imediata dos equipamentos e matéria-prima e a rápida colocação do produto no mercado. Princípio da economicidade: reduzir ao mínimo o volume do estoque de matéria-prima em transformação, para que o automóvel fosse pago à empresa antes de vencido o prazo de pagamento dos salários e da matéria-prima adquirida. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Princípio da produtividade: aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo período, por meio da especialização e da linha de montagem. Atualmente, as linhas de montagem carregam todos os tipos de produtos, em diferentes níveis e estágios. Engenheiros de produção e outros profissionais da área estudam e analisam formas de tornar a produção mais eficiente. Nos dias atuais, temos robôs computadores, cronômetros, sistemas de vídeo, mas, na essência, os princípios da linha de montagem concebidos por Ford continuam vivos. O que você acha disso? Tema 2: Fayol e o processo administrativo Você percebeu que até então estudamos somente o processo produtivo? A preocupação na época era referente ao que nós chamamos de “chão de fábrica”, no modo de produção. Contrapondo-se a essa concentração de conhecimentos na linha de produção, Henri Fayol estuda e analisa a estrutura, a divisão e a função do administrador – até então não abordada – na empresa. Quem foi Henry Fayol? O francês e engenheiro de minas Henry Fayol (1841-1925), iniciou a carreira profissional em 1860, em uma empresa metalúrgica e produtora de carvão. Aposentou-se em 1918, na mesma empresa na qual ingressou em 1888 (Scatena, 2012). Fayol foi contemporâneo de Taylor, contudo, diferentemente deste, que trabalhou nos níveis operacionais da fábrica, Fayol começou na cúpula administrativa, buscando a definição das funções administrativas, pois era a habilidade mais requerida pela direção de uma organização (Kwasnicka, 2009). Seu trabalho foi considerado uma das maiores contribuições para o campo da gerência e da administração. Em 1908 publicou Os princípios da administração, no qual mostra as possibilidades de formar administradores e criar o ensino formal de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Administração. Além disso, trata de forma mais clara os cinco elementos primários da Administração: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar (POCCC). Para Fayol, a administração é uma atividade comum a qualquer empreendimento humano: exige planejamento, organização, direção, coordenação e controle. Para ele, todos deveriam estudá-la, o que exigiria uma teoria geral da Administração. Para cumprir esse objetivo, Fayol criou e divulgou sua própria teoria e dividiu a empresa em seis atividades ou funções da empresa. São elas: Função técnica: produção e manufatura. Função comercial: compra, venda, troca. Função financeira: procura e utilização de capital. Função segurança: proteção da propriedade e das pessoas. Função contabilidade: registro de estoques,balanços, custos, estatísticas. Função administração: planejamento, organização, direção, coordenação e controle. Fayol fortalece o papel do gerente e sua capacidade de tomar decisões, estabelecer metas, definir diretrizes e atribuir responsabilidades aos integrantes da organização, a fim de que as atividades de previsão, organização, comando, coordenação e controle tenham uma sequência apropriada. Por fim, complementa sua teoria com a proposição de 14 princípios para uma administração eficaz, diretrizes para orientar a ação dos administradores. Os princípios estabelecidos por Fayol, segundo Kwasnicka (2009) são: Divisão do trabalho: os princípios de especialização do trabalho, para concentrar atividades e obter maior eficiência. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Autoridade e responsabilidade: é o direito de dar ordens e o poder para obediência. Disciplina: é absolutamente essencial para o progresso da empresa. Unidade de comando: um empregado deve receber ordens de somente um superior. Unidade de direção: uma cabeça e um plano para um grupo de atividades com os mesmos objetivos. Subordinação do interesse individual para o interesse geral: o interesse de um empregado não deve prevalecer sobre o da organização. Remuneração de pessoal: compensação justa e, na medida do possível, satisfatória ao indivíduo e à empresa. Centralização: é essencial para a empresa e uma consequência natural do processo de organizar. Rede escalar: a rede escalar é a cadeia de superiores que vai da mais alta administração até o mais baixo degrau. Ordem: a organização deveria providenciar um lugar para cada indivíduo. Equidade: é o senso de justiça que deve prevalecer na organização. Estabilidade: é necessário tempo para o empregado adaptar-se ao trabalho e desempenha-lo de maneira eficiente. Iniciativa: em todos os níveis organizacionais, entusiasmo e energia são parte da iniciativa. Espírito de equipe: esse princípio enfatiza a necessidade de trabalho em grupo e manutenção de relacionamento interpessoal. Observamos que as teorias de Fayol são diferentes de Taylor e Ford. Contudo, podemos afirmar que elas são complementares. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Tema 3: Escola burocrática Você com certeza já vivenciou “momentos burocráticos” e ficou pensando “quem inventou essa tal de burocracia?”. Entretanto, veremos neste tema que a ela não apresenta somente características negativas. Ao contrário, é um modo de gerir uma empresa ou uma sociedade. Por meio dos princípios burocráticos, podemos estabelecer critérios e elementos para melhor coordenarmos e controlarmos determinados eventos. Mas qual é a origem da burocracia? Onde começou? Quem pensou esse modo de organização social? Weber e a teoria da burocracia A burocracia é apresentada a nós através do sociólogo, jurista, historiador e economista alemão Karl Emil Maximilian Weber (1864-1920), conhecido como Max Weber. O trabalho de Weber foi tão pertinente que outros autores buscaram nele base para suas pesquisas. Ele nos mostra que os comportamentos e as ações individuais são guiados por normas coletivas aceitas e reconhecidas, ou seja, legitimadas pela sociedade. Com isso, existe uma convenção de regras sociais que orientam e dirigem o comportamento das pessoas. Para ele, as organizações formais são regidas por normas e leis racionalmente determinadas. A palavra-chave da burocracia é racionalidade. Então, vamos entender como e porque surgiu esse pensamento weberiano burocrático. A partir da década de 1940, surgem algumas reflexões e questionamentos às teorias administrativas da época. A primeira crítica é em relação ao mecanicismo da Teoria Clássica (Taylor e Fayol); a segunda, é em relação ao chamado romantismo da Escola de Relações Humanas (estudaremos na Aula 3). Essas críticas mostraram que faltava aos administradores uma orientação da qual permitisse outras visões sobre a forma de gestão. As organizações estavam em voga na época, e gestão era um tema que chamava atenção dos pesquisadores. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Tipos de sociedade Em um primeiro momento, Weber faz uma análise e distingue a sociedade em três tipos (Chiavenato, 2014, p. 258): Sociedade tradicional: predominam as características das famílias patriarcais e patrimonialistas, como famílias, clãs e sociedade medieval. Sociedade carismática: predominam características místicas, baseadas no poder e carisma, como grupos revolucionários ou partidos políticos. Sociedade legal, racional ou burocrática: predominam normas impessoais e racionalidade na escolha dos meios, predominam em grandes empresas, estados modernos e exército. Tipos de autoridade Para cada tipo de sociedade, Weber identifica um tipo de autoridade. “Autoridade significa a probabilidade de que um comando ou ordem específica seja obedecido”. (Chiavenato, 2014, p. 258). Ela representa o poder institucionalizado, significa dizer: quem tem poder o impõe, pois tem legitimidade, por isso, é aceito e reconhecido. Weber então apresenta três tipos de autoridades, conforme o tipo de sociedade: Autoridade tradicional: prevalece nas sociedades mais tradicionais. Aceita-se o poder porque “sempre foi feito assim”. Está muito presente em organizações como famílias, clãs ou empresas familiares. O poder tradicional não é racional, ele pode ser transmitido por herança e é extremamente conservador. Autoridade carismática: o termo carisma no sentido religioso significa o dom gratuito de Deus, estado da graça. Os subordinados aceitam o poder do superior por causa do carisma, da capacidade de influenciar, de liderar, sobretudo, por sentirem-se identificados. Podemos citar como exemplo de líderes carismáticos os políticos Adolf Hitler e John F. Kennedy. É CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 importante destacar que o poder carismático não tem base racional, é instável e facilmente adquire características revolucionárias. Autoridade legal, racional ou burocrática: a autoridade é legitimada. Os subordinados aceitam às ordens porque concordam com os preceitos e normas que consideram legitimas. É uma autoridade racional, técnica, meritocrática e administrativa. A autoridade é formal com base nas normas e leis e a obediência acontece por meio de um conjunto de regras previamente estabelecido. As normas são legais e racionalmente definidas. A burocracia sustenta e dá aparato à dominação legal por intermédio das normas, leis e métodos dos critérios de seleção. A burocracia é o modo de organização típico da sociedade moderna democrática, usado em grandes empresas e organizações não estatais. Essa relação permite a identificação da autoridade legal. Características da burocracia Depois de entendermos os tipos de sociedade e liderança, vamos então entender o que é burocracia e quais são suas características. De acordo com Chiavenato (2014, p. 258), “a burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendido [sic], a fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance destes objetivos”. A formalidade, a impessoalidade e o profissionalismo são pilares que alicerçam a burocracia. Podemos dizer que esta acontece no cotidiano e estamos rotineiramente envolvidos no processo. É importante lembrar que a base dela é a racionalidade. Uma organização que se prevalece da burocracia é uma organização com as seguintes características: as normas são legalizadas; a comunicação é formal, de modo geral, escrita e impessoal; CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 os trabalhos são divididos conforme as competências, de modo que cada uma saiba qual é sua função; os relacionamentos são impessoais, significa dizer que podemos trabalhar com alguém sem nem ao mesmo saber o nome; a hierarquia é atributo das organizações burocráticas, pois cada colaborador sabe qual é seu papel e quem é seu superior direto; a forma de trabalho está definida por meio de rotinas e de procedimentos estabelecidos e documentados que direcionam o modo de agir dentro da organização. o crescimento e o reconhecimento profissional acontecem por meio da competência técnica e da meritocracia; significa dizer que, em uma organização burocrática, a pessoa não pode “ganhar um cargo” ou “crescer” profissionalmente por ser “amigo do chefe”, mas por ser bom tecnicamente; a teoria da burocracia defende que a administração da empresa deve ser feita pelos administradores – preparados tecnicamente –, e não pelo “dono” da empresa – envolvido por sentimentos que impedem decisões baseadas na racionalidade. A burocracia exige profissionais capacitados, preparados tecnicamente para realizar a função. É a profissionalização presente nas organizações. É interessante observar: quanto mais racional a sociedade, mais as relações são impessoais e mais prevalece as características da burocracia. As características apresentados anteriormente proporcionam uma grande vantagem: a previsibilidade de como a organização funciona. A consequência da burocracia é a padronização de desempenhos e a previsibilidade de comportamento. Como resultado, temos uma organização com a máxima eficiência. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Tema 4: Modelo japonês de Administração Depois de conhecer o modelo americano de gestão (Taylor e Ford), entender a estrutura organizacional por intermédio das teorias do francês Fayol, e perceber a importância da burocracia por meio de Weber, neste tema, vamos viajar para o oriente e abarcar um pouco da cultura e do modo de vida japonês, que também influenciou o modelo de gestão de empresas. A administração japonesa poderia ser classificada como um modelo fortemente embasado na participação direta dos trabalhadores, em especial, na participação da produtividade e eficiência voltada à tarefa e na linha gerencial das relações e desenvolvimento humano, desenvolvida e implementada principalmente pelos americanos (Ferreira; Reis; Pereira, 1997). As peculiaridades da administração japonesa merecem uma discussão mais profunda, pois vão além de técnicas gerenciais, a exemplo de sua cultura. A cultura organizacional das empresas japonesas é uma das respostas para o sucesso do modelo japonês de administração, contudo não é a única. Para avançarmos no entendimento desse modelo faz-se necessário compreender os elementos históricos que levaram a emergência do modelo de administração japonesa. Vamos lá! O contexto japonês do pós-guerra e os limites da produtividade A história do processo de industrialização do Japão foi marcada pela busca da transferência de tecnologias das ações ocidentais mais avançadas, particularmente Estados Unidos e Alemanha, tanto antes do período da Primeira Guerra Mundial quanto após a Segunda Guerra Mundial. Contudo, destacamos que a simples “aplicação” ou “adaptação” de técnicas de gestão não seriam capazes de explicar a hegemonia japonesa, mas há de se ressaltar que as técnicas foram aplicadas em um ambiente cultural diferente do ocidental (Ferreira; Reis; Pereira, 1997). A cultura do Japão é, em grande parte, responsável pelo sucesso da administração japonesa, baseada em valores e na disciplina do povo. Com o CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 país destruído no pós-guerra, precisava reerguer-se, por isso, implantou em seus setores produtivos o conceito fundamental de evitar o desperdício e de buscar a melhoria contínua, aprimorando produtos por meio do “fazer bem feito e na primeira vez” (Scatena, 2012). O combate ao desperdício e o trabalho em grupo são elementos da cultura japonesa que ajudam a explicar sua hegemonia. Depois da guerra, a escassez de recursos provocou enormes dificuldades que só se amenizaram com um trabalho metódico e duro. O trabalho em equipe está enraizado desde seus tempos imemoriais. No sistema feudal japonês, havia a necessidade de associação para manutenção de sua identidade e amor próprio. Da mesma forma, a cultura do arroz – que requer colaboração, a estrutura arquitetônica das residências – proporcionava relacionamentos e uma interdependência das pessoas em sociedade (Maximiano, 2006). O período pós-guerra caracterizou-se por uma crise generalizada, o que levou a um esforço de levantar o país por meio de três pilares: um partido político forte e consolidado no poder, a paz trabalhista e a unificação do povo. Segundo Ferreira, Reis e Pereira (1997), o governo comprometeu-se com: a educação e a valorização cultural da instrução, a alta taxa de poupança interna, a ampla utilização de serviços públicos de consultoria para o desenvolvimento empresarial, a compra de tecnologia e a manutenção da essência dos valores culturais, apesar do processo de ocidentalização do estilo de vida, ocorrido a partir da restauração do país. Forma-se assim um amplo contexto em que se insere a administração japonesa. Além da análise das variáveis culturais, vale destacar a busca pela profissionalização da gestão japonesa. No ano de 1946, Deming, Juran e Crosby fundaram a JUSE (Sindicato de Cientistas e Engenheiros do Japão). Deming ministrou palestras para líderes e gerentes das indústrias do Japão, com o objetivo de ajudar o país a reerguer-se para alterar a reputação dos produtos e serviços que, naquela época, eram de má qualidade. O Japão instituiu o conceito de qualidade dentro de suas indústrias e se difundiu com a cultura, precedendo assim ao que conhecemos atualmente como CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 gestão da qualidade total. Esse conceito foi utilizado inicialmente na indústria automobilística da Toyota. A filosofia de qualidade alavancou a economia afetada pela guerra, criando força para as indústrias e ganhando espaço no mercado internacional. O período pós-guerra trouxe recessão e crise econômica para a Toyota, houve paralisação de fábricas, corte de salários e demissões. Kiichiro Toyoda tomou a decisão de assumir toda a responsabilidade e pediu demissão da presidência, passou a atuar como gestor na área da produção e teve o salário reduzido, procurando diminuir a insatisfação dos colaboradores revoltados. Com a demissão de Kiichiro, Eiji Toyoda, seu primo, toma posse do cargo de presidente da Toyota Motor Company. O sistema japonês de administração – conhecido como Toyotismo – foi amplamente disseminado no Brasil a partir da década de 1980, quando as grandes empresas nacionais e multinacionais passaram a adotar as práticas desse modelo para melhorar sua produtividade e competitividade. O Japão foi destruído na Segunda Guerra e se reconstruiu. Após 25 anos decorridos, despontava no mercado internacional com produtos de ótima qualidade e baixo custo se comparados aos norte-americanos. Produtos eletrônicos e do setor automobilístico foram os primeiros a serem inseridos no mercado internacional, causando incomodo aos países ocidentais que, pela primeira vez, perderam hegemonia (Scatena, 2012). O aumento da produtividade no sistema japonês está fundamentado na eliminação de desperdícios, disciplina,no fortalecimento do trabalho em equipe, na utilização das ideias dos próprios funcionários (Maximiano, 2006; Scatena, 2012). Para compreendermos a atuação do modelo toyotista, a seguir serão apresentadas suas principais propostas. Características do sistema Toyota Ao falarmos do modelo japonês de administração, consequentemente, falamos da Toyota, empresa que foi pioneira neste sentido. Vamos então conhecer um pouco a empresa que idealizou e aplicou o sistema japonês de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 administração, a Toyota Motor Co., que, após a Segunda Guerra Mundial, buscou formas de maximizar a produção, reduzindo custos simultaneamente. O Sistema Toyota nasceu nos anos 1950, quando Toyoda e Ohno visitaram a Ford, nos Estados Unidos, e concluíram o modelo privilegiava o desperdício, seja pelo grande porte das fábricas, seja pelo excesso de estoques e mão de obra com especialidades limitadas. Diante da escassez de recursos causada pela Segunda Guerra Mundial, o modelo fordista era inviável. A Toyota precisava simplificar e modificar o sistema de Ford. Assim, nasceu o elemento básico do sistema toyotista: a eliminação de desperdícios (Maximiano, 2006). Segundo Maximiano (2006), o sistema Toyota preconiza três principais ideias para a eliminação do desperdício. A racionalização da mão de obra da Toyota consiste em agrupar os operários em equipes, as quais recebem um conjunto de tarefas de montagem, com a missão de coletivamente executá-las da melhor maneira possível. O método just in time visa reduzir ao mínimo o tempo de fabricação e o volume de estoques. Há um fluxo contínuo de materiais alinhados à programação da produção, a fim de minimizar os níveis de estoques. Evita-se o desperdício com produtos parados na fábrica. O sistema de produção flexível consiste em fabricar produtos de acordo com encomendas dos clientes. Destaca-se que os funcionários da Toyota tinham autonomia para a adaptação dos moldes das prensas, que fazem as latarias dos veículos, para atendimento das necessidades dos clientes. De acordo com Ferreira, Reis e Pereira (1997) e Scatena (2012), as características básicas do sistema japonês são: Just in time: visa diminuir os estoques, pois alinha a produção dos fornecedores com a produção para os clientes. Kanban: sinais visuais que informam o estágio no qual está o produto na linha de produção. Muda: eliminação de desperdícios. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Kaizen: melhoria contínua de todos os processos e atividades que resultam no produto final até à entrega ao cliente. Depois que você conheceu o modelo japonês de administração, observe e identifique alguma empresa que utiliza esse modelo de produção. Tema 5: Escolas da qualidade O processo de busca pela excelência é um esforço contínuo das organizações. Sendo assim é relevante elas considerarem a qualidade como um fator essencial para o alcance da vantagem competitiva. Vamos então nesse tema conhecer as escolas de qualidade por meio dos principais gurus da qualidade. A história da administração da qualidade total confunde-se com a história do modelo japonês de administração, pois este é uma combinação dos princípios de técnicas da qualidade total, da Administração Científica e das tradições culturais japonesas (Maximiano, 2009), conforme conversamos no tema anterior. Nesse sentido, com base nas reflexões iniciadas com a visão da qualidade no toyotismo, este tema apresenta a evolução histórica da qualidade total e a contribuição dos gurus da qualidade para a gestão das organizações. Evolução histórica da qualidade Ao longo do século XX, várias foram as concepções sobre qualidade, em especial nos Estados Unidos e Japão, países que se destacaram nos estudos e aplicações sobre o tema (Barros; Bonafini, 2014). A qualidade total é uma filosofia de gestão organizacional criada após a Segunda Guerra Mundial e colocada em prática com bastante êxito pelas empresas japonesas. A preocupação com a qualidade não é recente, como exemplo, pode-se imaginar a preocupação das sociedades agrícolas primitivas com a qualidade dos grãos. Na Idade Média, os artífices eram mais valorizados quanto mais qualidade apresentassem no trabalho. Mas o que acontecia quando um alimento CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 não estava adequado para o consumo? As mães os descartavam ou o utilizam em outras atividades (Lelis, 2012). Por meio da reflexão anterior, percebemos que a qualidade influencia muitas das atividades cotidianas e organizacionais. Nesse sentido, vale a pena compreender a evolução da histórica da qualidade, a fim de que possamos avaliar o grau de adoção das práticas de gestão de qualidade listadas na gestão das organizações na atualidade. De acordo com Maximiano (2009), no início do século XX, a qualidade significava uniformidade e ausência de variação. Na produção em massa, as peças deveriam ser idênticas e em conformidade com as especificações técnicas, e a qualidade era controlada por meio da inspeção. Nesse período, começaram a ser empregadas as primeiras ferramentas estatísticas. No fim da década de 1930, nascia o controle estatístico da qualidade e setores específicos nas empresas dedicados a esse trabalho. O foco ainda permanecia no levantamento das variabilidades da produção. Em 1940, Shewart criou o gráfico de controle de processos, que permitiu, além de verificar as inconsistências nos processos produtivos, verificar suas causas. Esse controle do processo englobava todo o processo produtivo, assim, a qualidade estava voltada para a indústria e processos fabris (Lelis, 2012). A indústria norte-americana havia empreendido enormes esforços na produção de artefatos de uso militar, negligenciando a produção de bens de consumo. A qualidade dos produtos estava cada vez pior, privilegiava-se quantidade em detrimento da qualidade. Situação diferente enfrentava o Japão, pois surgiam padrões e normas de qualidade e o foco passou a recair na prevenção de defeitos. Nascia o conceito de qualidade total por intermédio, especialmente, das ideias de Juran. Começaram a ser criados sistemas de qualidade, que deixavam de ser responsabilidade de um setor específico e passava a ter o envolvimento de todos da empresa (Lelis, 2012). A partir da década de 1970, o ocidente passou a reagir à hegemonia dos produtos japoneses, iniciando-se o período conhecido como era da gestão da CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 qualidade total, cuja principal característica era o foco no cliente e nos processos de gestão. Nas décadas de 1980 e 1990, a gestão da qualidade tornou-se extremamente difundida, especialmente porque o mundo queria conhecer as ferramentas que promoveram o renascimento e o sucesso industrial do Japão. Na década de 1980, também surgiram as normas ISO, como um símbolo de reconhecimento da qualidade (Lelis, 2012). Nas próximas seções, iremos acompanhar a evolução da qualidade com base na apresentação das principais ideias dos gurus da qualidade. William Edwards Deming William Edwards Deming nasceu em Sioux City, nos Estados Unidos, em 14 de outubro de 1900. Gradou-se em engenharia em 1921, permanecendo na Universidade de Wyoming até 1922, para estudar Matemática. Depois disso, transferiu-se para a Escola de Minas do Colorado, na qual desenvolveu seu mestrado em Matemática e Física. Concluiu o doutorado nessas mesmas áreas em 1928. Faleceu em 20 de dezembro de 1993 (Barros; Bonafini, 2014). Deming foi um dos primeiros estudiosos da qualidade a ir ao Japão paracapacitar os empresários do país para o controle estatístico da qualidade. Como consultor internacional, difundiu os novos princípios da administração, revolucionando a qualidade e a produtividade da indústria japonesa. Joseph M. Juran Joseph M. Juran nasceu na Romênia, em 1904, e foi para os Estados Unidos com oito anos de idade. Em 1920, ingressou na Universidade de Minnesota, onde se formou em Engenharia Elétrica. Também dedicou-se ao estudo do direito, obtendo diploma pela Loyola University, na Chicago School of Law. Em 1979, fundou o Instituto Juran, uma das maiores instituições voltadas para a qualidade no mundo. Assim como Deming, Juran teve maior reconhecimento de suas ideias no Japão e tornou-se conhecido no mundo após a sua primeira visita ao país, em 1954. Ele faleceu em Rye, Nova York, aos 103 anos (Barros; Bonafini, 2014). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 Philip Crosby Philip Crosby nasceu em 18 de junho de 1926, nos Estados Unidos. Serviu na Segunda Guerra Mundial, na Guerra da Coreia e, entre uma guerra e outra, estudou Medicina na Ohio College. Em 1979, fundou a Philip Crosby Associates, uma empresa de consultoria em gestão da qualidade. Crosby faleceu em 2001, seu nome está associado aos conceitos de “zero defeito” e “fazer bem na primeira vez” (Barros; Bonafini, 2014). Armand Vallin Feigenbaum Armand Vallin Feigenbaum nasceu em 1920, nos Estados Unidos e faleceu em novembro de 2014. Aos 24 anos já era um expert da qualidade na General Eletric (GE) e continuou avançado profissionalmente, enquanto concluía o doutorado em Ciências no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em 1951. Em 1958, foi nomeado diretor mundial de produção da GE e vice-presidente da American Society for Quality Control (ASQC), da qual se tornou presidente em 1961. Também foi presidente e CEO da General Systems Company, empresa de engenharia fundada pelo próprio Feigenbaum em 1961, que projeta e instala sistemas operacionais. Sua principal obra foi escrita em 1951, também publicada no Brasil com o título Controle da Qualidade Total. Em 2008, foi presenteado com a Medalha Nacional de Tecnologia e Inovação pelo presidente norte-americano George W. Bush em uma cerimônia na Ala Leste da Casa Branca (Barros; Bonafini, 2014). Kaoru Ishikawa Kaoru Ishikawa nasceu em 1915, em Tóquio, e faleceu no mesmo local, em 1989. Gradou-se em química aplicada pela Faculdade de Engenharia da Universidade de Tóquio, em 1939. Em 1947, voltou à universidade para estudar metodologias estatísticas. Em 1949, Ishikawa ingressou na União Japonesa de Cientistas e Engenheiros (JUSE), um grupo de pesquisa que atua no controle da qualidade (Barros; Bonafini, 2014). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 24 Genichi Taguchi Genichi Taguchi nasceu em janeiro de 1924, em Tokamachi, Japão. Iniciou seus estudos em engenharia têxtil, porém, em 1942, interessou-se por estatística. De 1948 a 1950 trabalhou para o Instituto de Estatística Matemática e ganhou reconhecimento por sua atuação em experimentos industriais relacionados à produção de penicilina. Em 1950, começou a trabalhar na Electronic Communications Laboratory (ECL), da Nippon Telegraph and Telephone Corporation, apenas no controle da qualidade estatística. Taguchi passou a ser popular no Japão sob a influência de Deming e da JUSE. Entre 1954 e 1955, foi professor no Indian Statistical Institute, onde trabalhou com Fisher e Shewhart. Em 1962, logo após concluir seu doutorado na Universidade de Kyushi, Taguchi deixou a ECL e começou a lecionar engenharia na Universidade de Aoyama Gakuin, em Tóquio. A partir de 1982 foi assessor da Japanese Standards Institute e diretor executivo do American Supplier Institute. Foi criador do movimento Robust Design, ganhou por quatro vezes o prêmio Deming do Japão, sendo o primeiro deles por sua contribuição ao desenvolvimento da estatística aplicada à qualidade. Faleceu em junho de 2012, no Japão (Barros; Bonafini, 2014). Então, finalizamos o conhecimento sobre as diferentes escolas administrativas. Após a leitura deste material, você acredita que um princípio administrativo é mais importante que o outro? Reflita! Síntese Chegamos ao fim de mais um encontro! Nesta aula, que foi nossa viagem através do tempo e da história dos princípios administrativos, aprendemos sobre a importância de algumas teorias e seus principais pensadores. Ainda, podemos observar em como cada teoria influenciou e continua influenciando a forma de gestão da empresa contemporânea. Continue aproveitando a disciplina de Fundamentos da Gestão! Esperamos que tenha a aproveitado e nos encontramos na próxima aula. Até lá! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 25 Referências BARROS, E.; BONAFINI, F. (Org.) Ferramentas da qualidade. São Paulo: Pearson, 2014. CHIAVENATO, I. Iniciação à teoria das organizações. Barueri, SP: Manoele, 2014. ______. Introdução à teoria geral da administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. FAYOL, Henry. Administração Industrial e Geral. 9. ed., São Paulo: Atlas, 1976. FERREIRA, A. A.; REIS, A. C. F.; PEREIRA, M. I. Gestão empresarial: de Taylor aos nossos dias. São Paulo: Cengage Learning, 1997. KWASNICKA, E. L. Introdução à Administração. São Paulo: Atlas: 2009. LELIS, E. C. G. (Org.). Gestão da qualidade. São Paulo: Prentice-Hall do Brasil, 2012. MAXIMIANO, A, C. A. Introdução à Administração. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2006. ______. Introdução à Administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009. ______. Introdução à Administração. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2011. ______. Teoria geral da Administração: da revolução urbana à revolução digital. São Paulo: Atlas, 2005 SCATENA, M. I. C. Ferramentas para a moderna gestão empresarial: teoria, implementação e prática. Curitiba: InterSaberes, 2012. TAYLOR, Frederick W. Princípios de Administração Científica. São Paulo: Atlas, 1990.
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