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CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO

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EXMO. (A) SR. (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO - RJ
Autos do Processo nº @
CONDOMÍNIO BOSQUE DAS ARARAS, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº @, residente à @, endereço eletrônico, representado pelo seu síndico, Marcelo Rodrigues (ata de eleição em anexo), inscrito no CPF nº @, portador do RG nº @, por meio de seu advogado com procuração anexa (proc. em anexo) nos autos da ação, vem, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 335 e seguintes do Código de Processo Civil, vem, no prazo legal, e com os inclusos documentos, apresentar sua
CONTESTAÇÃO
À Ação Indenizatória ajuizada por João, portador do RG nº, inscrito no CPF sob o nº, residente e domiciliado à @, fazendo-o com base nos arts. 403, 938 e 1348, II no Código Civil e arts. 335 e seguintes do Código de Processo CIvil, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
I - SÍNTESE DOS FATOS 
João, autor, caminhoneiro autônomo, residente do rio de Janeiro, ao transitar na calçada da rua onde morava, alega que fora atingido por pote de vidro lançado da janela do apartamento 601 do Condomínio Bosque das Araras, cujo síndico é o Sr. Marcelo Rodrigues. Com o impacto, João desmaiou, foi socorrido por transeuntes e transferido, via ambulância, para o Hospital Municipal X, lá a parte autora foi internada e submetida a cirurgia para estagnar a hemorragia interna sofrida. 
O autor, que tem como principal fonte de renda a contratação de fretes, permaneceu internado por trinta dias, o que contabilizou prejuízo na monta de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), o qual pede que seja indenizado a título de lucros cessantes.
Após esse período retornou ao trabalho, entretanto, se sentindo mal, retornou ao Hospital em que a cirurgia foi realizada, lá, descobriu que havia infecção no crânio, por conta de uma gaze cirúrgica deixada em seu corpo na primeira cirurgia. Por este motivo teve de realizar nova cirurgia, ficando mais trinta dias sem trabalhar, deixando de realizar outros contratos. Esta outra internação causou a perda e R$ 10.000,00 (dez mil) reais. 
O autor requer a reparação integral dos danos sofridos, no valor total de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), através de indenização, lucros cessantes, pelos períodos indicados, e requer 50 (cinquenta) salários mínimos a título de danos morais, sob alegações de que a integralidade dos danos é consequência da queda do pote de vidro. 
Entretanto, por ser possível apontar de qual apartamento o objeto fora lançado, o Sr.Marcelo Rodrigues, representante do Condomínio, com base em fatos e argumentos que serão apresentados, demonstrará que os pedidos da parte autora não merecem prosperar.
Em suma, são esses os fatos.
II - PRELIMINARMENTE
i. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA
Com fulcro no art. 337, XI, do Código de Processo Civil, sustenta-se a patente ilegitimidade ad causam da empresa ré para figurar no polo passivo da presente demanda.
O autor ajuizou ação em face da ré, alegando ser o Condomínio Bosque das Araras, responsável pelos danos materiais e morais experimentados. Ocorre que, na própria exordial, o autor indica que possui conhecimento de que o pote de vidro fora lançado do apartamento 601 do referido condomínio. Nesse caso, por se tratar o apartamento de unidade individualizada, deve apenas o habitante desta unidade ser responsabilizada.
Quem habita o prédio é responsável, de forma objetiva, pelos danos provenientes das coisas que caírem ou forem lançadas do condomínio, conforme art. 938 do Código Civil. O condomínio responderá, por meio de rateio do valor do dano tão somente quando não seja possível identificar de onde partiu a coisa indevida, o que não se amolda ao caso em tela, visto a possibilidade de identificar de qual unidade partiu a coisa indevida, qual seja, apartamento 601 do edifício do Condomínio Bosque das Araras.
Destarte, é indubitável que a empresa ré não é parte da relação jurídica material existente, razão pela qual deve ser reconhecida sua ilegitimidade passiva – com a consequente extinção do processo sem resolução de mérito, em virtude da carência de ação, nos moldes dos arts. 485, VI e 337, XI, ambos do Código de Processo Civil - devendo ser responsabilizada a pessoa titular do art. 601 do Condomínio.
III. DO MÉRITO
Superadas as preliminares, o que se admite apenas para argumentar, tampouco no mérito prosperará a demanda proposta pelo autor, impõe-se o afastamento da indenização proveniente da segunda internação, o que se defende abaixo.
No caso exposto, depois da primeira internação, João retorna às suas atividades laborais, estando apto a exercer suas funções regulares, porém retorna ao hospital, submetendo-se a nova cirurgia, em decorrência de uma infecção no crânio causada por uma gaze cirúrgica deixada no seu corpo, por ocasião da primeira cirurgia.
Não deve a empresa ré ser penalizada em indenizar o autor em função de erro médico, haja vista ausência do nexo de causalidade entre a suposta conduta do condomínio - que, aliás, nada fez, devendo ser responsabilizado o habitador do apartamento 601 - e a segunda internação. Na realidade, resta configurada a responsabilidade médica, oportunidade na qual deve ser estabelecida relação jurídica com o Hospital X para que este seja civilmente responsabilizado, de forma objetiva, pela indenização por lucros cessantes no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
De todo modo, ainda que a empresa ré fosse responsabilizada pelo evento danoso, esta responsabilidade deve ser limitada ao efeito direto e imediato do fato imputado ao agente, qual seja, a impossibilidade de arcar com os contratos previamente realizados, que levaram a João um prejuízo de R$ 20.00,00 (vinte mil reais), de acordo com o art. 403 do Código Civil, in verbis:
Art. 403, CC. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual .
	Ademais, a jurisprudência é uníssona ao consagrar a teoria do dano direto e imediato, senão vejamos:
Responsabilidade civil. Concausas sucessivas. Nexo de causalidade. Venda de imóvel inexistente pelo réu ao genitor da autora verificada. Ocorrência de morte deste, por força de queda de avião que alugou, na tentativa de localização de referido bem. Adoção tanto pelo Código Civil de 1916 quanto pelo de 2002 da teoria do dano direto e imediato. Impossibilidade de sujeitar o autor do dano a todas as nefastas conseqüências do seu ato, quando já não ligadas a ele diretamente. Necessidade de existência de uma relação de causa e efeito direta e imediata entre o fato e o dano. Considerações do Des. Luiz Antonio de Godoy sobre o tema. CCB, art. 159 e CCB, art. 1.060. CCB/2002, art. 186 e CCB/2002, art. 403. (Apelação Cível nº 1000195-11.2016.8.26.0453 - TJSP)
Depreende-se, pelo exposto, que não há que se falar em responsabilidade civil do Condomínio Bosque das Araras no que diz respeito a indenização por lucros cessantes decorrentes de erro médico.
IV - PEDIDOS
Diante do exposto requer-se à Vossa Excelência que:
a) Receba esta Contestação, a fim de que seja juntada ao processo e, assim, apreciada - tendo por base o art. 335 do Código de Processo Civil; e
b) Reconheça a ilegitimidade passiva da Ré para figurar nesta relação processual, retirando-a, assim, desta lide - tendo por base os arts. 938 do Código Civil e 339 do Código de Processo Civil; ou, na hipótese de não reconhecer este pedido, no mérito,
c) Afaste a responsabilização civil da Ré quanto aos segundos danos sofridos pelo Autor por conta da segunda cirurgia tendo por base o rompimento do nexo de causalidade - tendo por base o art. 403 do Código Civil; e
d) Ainda no mérito, minore a indenização por danos morais requerida pelo Autor, de 50 para 20 salários-mínimos - tendo por base o art. 944 do Código Civil;e 
e) Condene o Autor ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como dos honorários advocatícios de sucumbência - tendo por base os arts. 85 e 86 do Código de ProcessoCivil
CORREÇÃO MARCOS DANIEL
a) O acolhimento da PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA, do conhecimento e provimento da presente peça defensiva, com a consequente EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, nos termos do art.485, VI, do Código de Processo Civil;
b) a SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL, nos moldes do art. 338 do CPC, se acolhido o pedido supra, estabelecendo a presente relação jurídica com:
b1) o habitador do apartamento 601, do Condomínio, com base no art. 938/CC, pela queda de objetos de imóveis habitados. Parte legítima para figurar no pólo passivo, como ré, para pedir indenização quanto aos 30 dias de internação de ordem de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), decorrentes de contratos já negociados que deixou de executar;
b2) o Hospital Municipal X, devendo ser responsabilizado, de forma objetiva pela internação decorrente de infecção superveniente causada por erro médico, a indenizar o quantum de R$ 10.000,00 (dez mil reais), correspondente aos contratos que deixou de executar durante os 30 dias de internação.
c) Se afastadas as preliminares, no mérito, a condenar a empresa ré tão somente à indenização correspondente a primeira internação, qual seja, a equivalente a ordem de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), haja vista que não subsiste obrigação de indenizar o prejuízo sofrido em função do erro da equipe médica.
d) A condenação do autor aos honorários advocatícios fixados em 20% do valor da condenação, à luz do art. 85, § 2º do Código de Processo Civil; 
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente pelo depoimento pessoal das partes pela oitiva de testemunhas a serem oportunamente arroladas.
A (o) advogada (o) subscrita, sob sua responsabilidade pessoal, a autenticidade dos documentos anexos a esta petição e para os fins do art. 425, IV e VI, do Código de Processo Civil.
Termos em que,
pede deferimento.
Rio de Janeiro - RJ, 02 de abril de 2020.
ADVOGADO (A)
OAB/RJ Nº XXXX

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