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INTOXICAÇÃO POR Ricinus communis (MAMONA) EM BOVINOS 2

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Curso: Medicina Veterinária 
Disciplina: Toxicologia Veterinária e Plantas Tóxicas 
 
 
 
 
 
INTOXICAÇÃO POR Ricinus communis 
(MAMONA) EM BOVINOS 
 
 
 
Acadêmica: Fernanda Daniele Ziehmann 
 
 
 
Araquari – SC 
Setembro/2019 
 
2 
 
Ricinus communis – INTOXICAÇÃO EM BOVINOS 
 
 A Ricinus communis é conhecida popularmente como Mamona ou Carrapateira e faz 
parte da família das Euphorbiaceae. A mamona é uma planta arbustiva com diferentes 
colorações de caule, folhas e cachos. Os frutos apresentam espinhos e as sementes possuem 
tamanhos, formatos e cores diferentes. Ela ainda é caracterizada como tóxica, devido à presença 
da proteína ricina, que mesmo em pequenas doses é mortal. 
Características da planta: 
 É uma planta arbustiva que tem ampla distribuição no território nacional, 
desenvolvendo-se naturalmente em solos férteis e ricos em matéria orgânica, embora também 
possa ser cultivada e seus subprodutos possam ser utilizados para diversas finalidades (por 
exemplo, o óleo de mamona lubrificante). Seu cultivo também tem como objetivo, embora mais 
recentemente, a extração do óleo das sementes para ser empregado como biodiesel. 
Epidemiologia: 
 A planta é originária da Ásia meridional, tendo como habitat áreas ruderais como beira 
de estrada, taperas e depósitos de lixo, geralmente não inundáveis, em solos argilosos ou 
arenosos, geralmente férteis. Seu ciclo é perene, mas de ciclo curto, com flor e semente em 
grande parte do ano. O fruto estoura ao sol e lança as sementes a vários metros de distância. 
Mundialmente, o cultivo da mamona é destinado à extração do óleo da semente que é o mais 
importante constituinte da semente de mamona. Este também é conhecido como óleo de rícino 
que tem coloração de incolor a amarelo-dourado, espesso, oleoso, inodoro e insolúvel em água, 
mas solúvel em solventes orgânicos. A agricultura de mamona tem sofrido um considerável 
aumento, por causa da alta demanda do setor produtivo e da expansão e transformação 
tecnológica para a produção de biocombustíveis. A temperatura ideal de cultivo deve ser entre 
20° a 35° C para que haja produções que assegurem valor comercial, com a temperatura ótima 
para a planta em torno de 28° C. 
Princípio ativo e mecanismo de ação: 
 A substância contida nas sementes é uma toxalbumina denominada ricina, que provoca 
graves perturbações digestivas, enquanto nas folhas e no pericarpo contem um alcaloide 
denominado ricinina, que causa distúrbios neuromusculares. 
3 
 
Partes e quantidades tóxicas: 
 A dose letal das sementes varia muito entre as diversas espécies animais e, inclusive, 
depende da idade. Experimentos demonstraram que a dose letal em administração única, por 
via oral, foi de 2g/kg para bovinos adultos e 0,5g/kg para bezerros. Com relação as folhas, a 
dose letal é de 20g/kg ingeridas de uma só vez. Doses de 10g/kg também já provocaram sinais 
clínicos graves de intoxicação. 
Sinais clínicos: 
 Quando o bovino ingere as sementes da mamona, os sinais clínicos iniciam-se 
geralmente em tempo inferior a 24h após a ingestão, apresentado anorexia, diarreia líquida com 
muco e/ou fibrina, às vezes com estrias de sangue. Já quando o animal ingere as folhas e 
pericarpo, os sintomas aparecem cerca de 4 a 5h após a ingestão e ocorrem na forma de andar 
cambaleante, decúbito frequente após pequenas caminhadas, dificuldade em se deitar, tremores 
musculares, sialorreia, eructação excessiva, convulsões, coma e morte. A evolução é aguda e, 
em casos de sobrevivência, os sinais clínicos perduram por 2 a 10h. nos casos fatais, a evolução 
da intoxicação é de 4 a 16 horas. 
Diagnóstico: 
 O diagnóstico de intoxicação por Ricinus communis é realizado através de diversos 
exames laboratoriais, como a identificação microscópica das sementes de R. communis no trato 
digestório ou nos alimentos, e a demonstração da presença da ricina, em extratos de material 
tóxico suspeito, pelo teste da aglutinação de hemácias e pelo teste de precipitação. Os sinais 
clínicos nervoso e a evolução aguda, associados à fome, são pontos importantes a serem 
observados no diagnóstico da intoxicação pelas folhas de mamona. 
Tratamento: 
 No caso de intoxicação pelas sementes da mamona, a medida mais eficiente seria a 
aplicação, por via parenteral, do soro de animais imunizados contra ricina, o que na prática, não 
é viável. O tratamento então, só pode ser sintomático e de suporte. Quanto a intoxicação pelas 
folhas, não se conhece nenhum tratamento. 
Controle: 
 Para controlar a intoxicação por Ricinus communis deve-se evitar o contato do animal 
com a planta tóxica, evitando seu cultivo em pastos e áreas onde os bovinos costumam fazer 
4 
 
Figura 1 - Frutos verdes da Mamona (Ricinus communis). Foto: arquivo pessoal. 
rodízio de pastagem, e tratando-se das sementes, deve-se ter cuidado com a incorporação dessas 
por ocasião da preparação de rações. 
Profilaxia: 
 Evitar que os bovinos consumam essa planta, sobretudo quando estão famintos, o que 
permite a ingestão de elevadas quantidades das folhas, levando-os à morte. Quando há 
plantações de R. communis no mesmo ambiente onde há criação de bovinos, essas devem ser 
bem cercadas a fim de impedir o contato com os animais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 2 - Folha da mamona. Foto: arquivo pessoal. 
Figura 3 - Frutos secos e sementes de R. communis. Foto: 
https://pt.depositphotos.com/115586902/stock-photo-close-up-of-castor-beans.html. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
REFERÊNCIAS 
 
NOGUEIRA, R. M. B.; ANDRADE, S. F. Manual de toxicologia veterinária. 8ª ed. São 
Paulo: Roca, 2011. 323. 
SPINOSA, H. S.; GÓRNIAK, S. L.; NETO, J. P. Toxicologia aplicada à Medicina 
Veterinária. Barueri: Manole, 2008. 931. 
EMBRAPA. Mamona. Disponível em: 
http://old.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/livros/plantastoxicas/21mamona.html. Acesso em: 09 
agosto de 2019. 
REHAGRO. Conheça as Principais Plantas que Causam Intoxicação em Bovinos. 
Disponível em: https://rehagro.com.br/blog/plantas-que-causam-intoxicacao-em-bovinos/. 
Acesso em: 09 agosto de 2019. 
BARROS, T. D; JARDINE, J. G. Mamona. Disponível em: 
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/agroenergia/arvore/CONT000fbl23vmz02wx5e
e0sawqe3kht4d7j.html. Acesso em: 09 agosto de 2019. 
TOKARNIA, C. H. et al. Plantas Tóxicas do Brasil para Animais de Produção. 2ªed. Rio de 
Janeiro: Helianthus, 2012. 566.

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