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DIREITO PROCESSUAL PENAL III DOS RECURSOS EM GERAL (Dr Sergio Gomes)

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DIREITO PROCESSUAL PENAL III
Prof. Sergio de Carvalho Gomes
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DOS RECURSOS EM GEDRAL
RECURSOS CRIMINAIS 
1. EM SENTIDO ESTRITO
2. APELAÇÃO
3. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
4. EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE
5. CARTA TESTEMUNHAVEL
6. CORREIÇÃO PARCIAL
7. RECLAMAÇÃO
8. AGRAVO EM EXECUÇÃO
9. AGRAVO REGIMENTAL
10. EXTRAORDINÁRIO STF
11. ESPECIAL STJ
12. ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
13. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
AÇÕES DE IMPUGNAÇÃO (ação autônoma)
1. REVISÃO CRIMINAL
2. HABEAS CORPUS
3. MANDADO DE SEGURANÇA
4. UNIFICAÇÃO DAS PENAS
1. Duplo Grau de Jurisdição:
Trata-se de garantia individual, prevista implicitamente na Constituição Federal, voltada a assegurar que as decisões proferidas pelos órgãos de primeiro grau do Poder Judiciário não sejam únicas, mas, sim, submetidas a um juízo de reavaliação por instância superior.
2. Conceito de Recurso:
É o direito que possui a parte, na relação processual, de insurgir-se contra decisões judiciais, requerendo a sua revisão, total ou parcial, em instância superior.
3. Características Fundamentais dos Recursos:
Devem ser: 
a) Voluntários: a interposição depende, exclusivamente, do desejo da parte de contrariar a decisão proferida. 
b) Tempestivos (também é um pressuposto de admissibilidade): Não é viável a interposição de recurso, após o prazo estabelecido, expressamente, em lei. 
c) Taxativos: O recurso deve estar expressamente previsto em lei, para que a parte interessada dele lance mão.
4. Efeitos dos Recursos:
O efeito devolutivo é regra geral, permitindo que o Tribunal Superior reveja integralmente a matéria controversa, sobre a qual houve o inconformismo.
O efeito suspensivo é excepcional, impedindo que a decisão produza consequências deste logo. 
O efeito regressivo, que significa devolver ao mesmo órgão prolator da decisão a possibilidade de seu reexame, o que acontece com os embargos declaratórios e outros recursos (recurso em sentido estrito e agravo em execução).
Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo Juiz:
I – da sentença que conceder habeas corpus;
II – da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411.
5. Voluntariedade dos Recursos:
Trata-se de característica fundamental do recurso que seja ele interposto voluntariamente pela parte interessada na revisão da decisão. Caso haja conformismo, não se deve reavaliar o julgado. 
Art. 575. Não serão prejudicados os recursos que, por erro, falta ou omissão dos funcionários, não tiverem seguimento ou não forem apresentados dentro do prazo.
6. Desvio da Administração Pública:
Não pode prejudicar a parte. Se, porventura, deixar algum recurso de ser processado no prazo legal ou tiver a sua forma desatendida, em decorrência de ato faltoso de servidor público – não apenas do Judiciário – é preciso garantir o seu seguimento à instância superior. Exemplo disso pode ser extraído da conduta do funcionário do protocolo, que deixa de enviar ao cartório, a tempo, recurso regularmente apresentado pela parte.
Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.
7. Impossibilidade de Desistência do Recurso do Ministério Público:
No contexto da obrigatoriedade do ajuizamento da ação penal, que vige no processo penal, para os crimes de ação pública incondicionada, não pode o representante do Ministério Público, uma vez interposto o recurso, dele desistir. Logicamente, não é obrigatório o oferecimento do recurso, mas, feita a opção, desistência não haverá.
Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor.
Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão.
8. Múltipla Legitimidade para Interposição:
Admite o processo penal que o recurso seja diretamente interposto pelo réu. 
Entretanto, possibilita, ainda, a apresentação por procurador com poderes específicos ou pelo defensor.
9. Possibilidade de Trâmite Concomitante de Dois Recursos Interpostos pelo Réu, por meio dos Defensores Dativo e Constituído:
Trata-se, naturalmente, de hipótese excepcional, mas, em homenagem ao princípio constitucional da ampla defesa, possível.
10. Interesse na Modificação da Fundamentação da Sentença:
Como regra, não se reconhece interesse para a parte que deseje, apenas, alterar os fundamentos tomados pelo julgador para proferir determinada decisão. Nesse caso, seria completamente inútil reavaliar-se a questão, se o dispositivo da sentença permanecer inalterado. Entretanto, caso a fundamentação produza efeito consequencial concreto no direito da parte, é possível o recurso. É o que ocorre com a sentença absolutória por reconhecimento de legítima defesa, bem diversa de outra, também absolutória, que se sustenta na insuficiência de provas. Esta última não encerra a discussão, que pode estender-se à esfera cível, em ação autônoma de indenização. A outra, por sua vez, não permite mais que se debata a responsabilidade do réu.
11. Interesse Recursal e Morte do Réu:
É natural que, falecendo o indiciado ou o réu, durante o trâmite do inquérito ou do processo, deve o magistrado julgar extinta a punibilidade, afetada a pretensão punitiva do Estado, arquivando-se o feito.
Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu representante.
§ 1° Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o termo será assinado por alguém, a seu rogo, na presença de duas testemunhas.
§ 2° A petição de interposição de recurso, com o despacho do Juiz, será, até o dia seguinte ao último do prazo, entregue ao escrivão, que certificará no termo da juntada a data da entrega.
§ 3° Interposto por termo o recurso, o escrivão, sob pena de suspenção por 10 (dez) a 30 (trinta) dias, fará conclusos os autos ao Juiz, até o dia seguinte ao último do prazo.
12. Pressuposto de Admissibilidade:
Os recursos necessitam ser, para o recebimento e encaminhamento à instância superior: a) cabíveis (haver previsão legal para a sua interposição); b) adequados (deve-se respeitar o recurso exato indicado na lei para cada tipo de decisão impugnada); c) tempestivos (interpostos no prazo legal).
13. Falta de Assinatura do Advogado na Peça Recursal:
Trata-se de mera irregularidade, não impedindo o processamento do recurso. 
14. Formalidade para a Interposição:
Exige o Código de Processo Penal que os recursos sejam apresentados por petição ou por termo nos autos, não se aceitando, pois, a forma verbal. 
Entretanto, não se pode dar apego desmesurado às formalidades processuais. É possível que um réu manifeste seu desejo de recorrer, oralmente, assim que toma conhecimento, na audiência ou no plenário do júri, da sentença condenatória, merecendo seu apelo ser devidamente processado, ainda que não tenha havido a redução a termo. Outra situação comum é tomar ciência da decisão – seja o acusado, seu defensor e até mesmo o promotor – colocando a expressão “recorro”, o que possibilita considerar interposto o apelo, aguardando-se a formalização. Quando oferecido em segundo grau, deve-se respeitar a forma legal, com petição e razões, sob pena de indeferimento, pois, como regra, submete-se a criterioso exame de admissibilidade.
15. Recurso Interposto por Fax:
É admitido, desde que, depois, apresente o recorrente o original, em cartório. Não é necessário que o referido original seja entregue ainda dentro do prazo, pois isso retiraria a utilidade do fax para a interposição.
Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro.
Parágrafo único. Se o Juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível.
16. Princípio da Fungibilidade dos Recursos:
Significa que ainterposição de um recurso por outro, inexistindo má-fé ou erro grosseiro, não impedirá que seja ele processado e conhecido. Assim, caso a parte esteja em dúvida, por exemplo, se é caso de interposição de recurso em sentido estrito ou apelação, mesmo porque a matéria é inédita ou controversa na doutrina ou na jurisprudência, é plausível que a opção feita seja devidamente encaminhada para a instância superior, merecendo ser devidamente avaliada.
Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.
17. Recurso e Concurso de Agentes:
Adotada, no Brasil, a teoria unitária ou monística em relação ao concurso de pessoas, cabe observar que não importa o numero de agentes colaborando para á pratica da infração penal, pois haverá o reconhecimento de somente um delito. Assim, “quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade”.
DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
1. Conceito de Recurso em Sentido Estrito:
É o recurso cabível para impugnar as decisões interlocutórias do magistrado, expressamente previstas em lei.
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
I – que não receber a denúncia ou a queixa;
II – que concluir pela incompetência do juízo;
III – que julgar procedentes as execuções, salvo a de suspeição;
IV – que pronunciar o réu;
V – que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revoga-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante;
VI – (Revogado pela Lei 11.689/2008);
VII – que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
IX – que indefinir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade;
X – que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
XI – que conceder, negar ou revogar a suspenção condicional da pena;
XII – que conceder, negar ou revogar livramento condicional;
XIII – que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
XIV – que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
XV – que denegar a apelação ou a julgar deserta;
XVI – que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
XVII – que decidir sobre a a unificação de penas;
XVIII – que decidir o incidente de falcidade;
XIX – que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado;
XX – que impuser medida de segurança por transgressão de outra;
XXI – que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774;
XXII – que revogar a medida de segurança;
XXIII – que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação;
XXIV – que converter a multa em detenção ou em prisão simples.
2. Natureza da Decisão:
Quando o Juiz recebe a denuncia ou queixa, está-se diante de decisão interlocutória, porém, quando a rejeita, temos uma decisão terminativa do processo, que deveria dar ensejo à apelação. Entretanto, o Código de Processo Penal usa fórmula diversa, prevendo recurso em sentido escrito, quando o magistrado rejeita a denúncia ou queixa e deixando de prever recurso para o recebimento.
3. Recurso Contra Decisão que Recebe Denúncia:
Não há, como regra. Entretanto, pode-se usar o habeas corpus para fazer cessar o constrangimento ilegal gerado pelo recebimento de denúncia, sem haver a correspondente justa causa para a ação penal.
4. Pronúncia:
A decisão de pronúncia é interlocutória, mesmo porque julga apenas a admissibilidade da acusação, encaminhando o feito à apreciação do Tribunal do Júri. Não ingressa no mérito, embora profira um julgamento mais apurado do que ocorre com o simples recebimento da denúncia ou queixa. No caso da impronúncia, ocorre uma decisão terminativa, que pode ou não apreciar o mérito. Se o fundamento da decisão concernir à insuficiência de provas para determinar a autoria ou sustentar a materialidade, trata-se de terminativa, sem apreciação do mérito. Justamente por isso, a Lei 11.689/2008 corrigiu o anterior equivoco e passou a prever a apelação para impugnar a decisão de impronúncia, retirando-a do âmbito do recurso em sentido estrito.
5. Inaplicabilidade do Preceito:
Não há mais possibilidade legal de se converter a pena de multa em detenção ou prisão simples, tendo em vista o disposto na atual redação do art. 51 do Código Penal.
Art. 582. Os recursos serão sempre para o Tribunal de Apelação, salvo nos casos dos ns. V, X e XIV.
Parágrafo único. O recurso, no caso do n. XIV, será para o presidente do Tribunal de Apelação.
6. Tribunal de Apelação:
É o tribunal competente para julgar a infração penal pela qual responde o acusado. Pode ser tanto o Tribunal de Justiça (crimes da competência estadual), quanto o Tribunal Regional Federal (delitos da esfera federal).
Art. 583. Subirão nos próprios autos os recursos:
I – quando interpostos de ofício;
II – nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X;
III – quando o recurso não prejudicar o andamento do processo.
Parágrafo único. O recurso da pronúncia subirá em translado, quando, havendo dois ou mais réus, qualquer deles se conformar com a decisão ou todos não tiverem sido ainda intimados da pronúncia.
Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança, de concessão de livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581.
§ 1° Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou no caso do ns. VIII do art. 581, aplicar-se-á o disposto nos arts. 596 e 598.
§ 2° O recurso da pronúncia suspenderá tão somente o julgamento.
§ 3° O recurso do despacho que julgar quebrada a fiança suspenderá unicamente o efeito de perda da metade do seu valor.
Art. 585. O réu não poderá recorrer da pronúncia senão depois de preso, salvo se prestar fiança, nos casos em que a lei a admitir.
7. Prisão por Pronúncia:
Não é mais automática, devendo submeter-se ao disposto no art. 413, § 3°, deste código. Todas as prisões cautelares passam a ser analisadas sob o prisma dos requisitos do art. 312 do CPP, que cuida da prisão preventiva. 
Logo, somente se decreta a prisão por pronúncia se houver necessidade e estando presentes os referidos requisitos. Não mais se leva em conta, isoladamente, os fatores primariedade e bons antecedentes para analisar tal situação.
Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de 20 (vinte) dias, contado da data da publicação definitiva da lista de jurados.
8. Exceção à Regra:
Quando o Ministério Público não apresenta recurso em sentido estrito, no caso de decretação da extinção da punibilidade do réu, pode fazê-lo, em separado, o ofendido ou seus sucessores, mesmo que não habilitados como assistentes. Nesse caso, aplicando-se o art. 598, parágrafo único, o prazo é de quinze dias, contados a partir da data em que findar o do Ministério Público.
Art. 587. Quando o recurso houver de subir por instrumento, a parte indicará, no respectivo termo, ou em requerimento avulso, as peças dos autos de que pretenda translado.
Parágrafo único. O translado será extraído, conferido e concertado no prazo de 5 (cinco) dias, e dele constatarão sempre a decisão recorrida, a certidão de sua intimação, se por outra forma não for possível verificar-se a oportunidade do recurso, e o termo de interposição.
9. Subida por Instrumento:
Significa que os autos principais não seguirão ao Tribunal ad quem, pois isso prejudicaria o andamento da instrução e o julgamento do mérito da causa. 
Tratando-se de decisão interlocutória, objeto da impugnação, é natural que sejam formados autos à parte – instrumento –, remetidos à Instância Superior.
Art. 588. Dentro de 2 (dois) dias, contados da interposição do recurso, ou do dia em que o escrivão, extraído o translado, o fizer com vista ao recorrente, este oferecerá as razoes e, em seguida, será aberta vista ao recorrido por igual prazo.
Parágrafo único. Se o recorridofor o réu, será intimado do prazo na pessoa do defensor.
10. Intimação do Defensor:
Pode ser feita pessoalmente – quando se cuidar de assistência judiciária – ou pela imprensa, no caso de defensor constituído.
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao Juiz, que, dentro de 2 (dois) dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os traslados que lhe parecem necessários.
Parágrafo único. Se o Juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao Juiz modifica-la. Neste caso, independentemente de novos arrazoados, subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado.
11. Juízo de Retratação:
Trata-se da possibilidade que o Juiz possui de reavaliar a decisão interlocutória proferida. Não sendo juízo produzido quanto ao mérito propriamente dito, portanto, não definitivo, impedimento inexiste para que a lei preveja a faculdade do próprio órgão prolator da decisão de revê-la, antes de se enviar o feito à instância superior.
Art. 590. Quando for possível ao escrivão extrair o traslado no prazo da lei, poderá o Juiz prorroga-lo até o dobro.
Art. 591. Os recursos serão apresentados ao Juiz ou tribunal ad quem, dentro de 5 (cinco) dias da publicação da resposta do Juiz a quo, ou entregues ao Correio dentro do mesmo prazo.
Art. 592. Publicada a decisão do Juiz ou do tribunal ad quem, deverão os autos ser devolvidos, dentro de 5 (cinco) dias, ao Juiz a quo.
DA APELAÇÃO
1. Conceito de Apelação:
Trata-se de recurso contra decisões definitivas, que julgam extinto o processo, apreciando ou não o mérito, devolvendo ao Tribunal Superior amplo conhecimento da matéria. Essa seria, a nosso ver, a melhor maneira de conceituá-la, embora o Código de Processo Penal tenha preferido considerar apelação como o recurso contra as sentenças definitivas, de condenação ou absolvição, e contra as decisões definitivas ou com força de definitivas, não abrangidas pelo recurso em sentido estrito.
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
I – das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por Juiz singular;
II – das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por Juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior;
III – das decisões do Tribunal do Júri, quando:
a) Ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
b) For a sentença do Juiz presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;
c) Houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança;
d) Fora decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.
§ 1° Se a sentença do Juiz presidente for contrária à lei expressa ou divergir das respostas dos jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a devida retificação.
§ 2° Interposta a apelação com fundamento no n. III, c, deste artigo, o tribunal ad quem, se lhe der provimento, retificará a aplicação da pena ou da medida de segurança.
§ 3° Se a apelação se fundar no n. III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer de que a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação.
§ 4° Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra.
2. Legitimidade do Ministério Público para Recorrer em favor do Réu:
Existe essa possibilidade, pois o promotor não está vinculado estreitamente à acusação, podendo, respeitada a sua independência funcional, acreditar na inocência do acusado ou mesmo que a pena aplicada foi exagerada. Imagina-se a hipótese do representante do Ministério Público ter pedido a absolvição em plenário, mas o júri, em face da sua soberania, ter condenado o réu. Pode o promotor recorrer da decisão.
Art. 594. (Revogado pela Lei 11.719/2008).
Art. 595. (Revogado pela Lei 12.403/2011).
Art. 596. A apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu seja posto imediatamente em liberdade.
Parágrafo único. A apelação não suspenderá a execução da medida de segurança aplicada provisoriamente.
3. Efeito Meramente Devolutivo da Sentença Absolutória:
Não há cabimento em dar efeito suspensivo à sentença absolutória, impedindo-se a soltura do réu preso cautelarmente. Fica naturalmente cessada a necessidade da prisão, quando o Juiz de primeiro grau conclui ser inocente o acusado.
Art. 597. A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo, salvo o disposto no art. 393, a aplicação provisória de interdições de direitos e de medidas de segurança (arts. 374 e 378), e o caso de suspensão condicional de pena.
4. Efeito Suspensivo e Devolutivo da Sentença Condenatória:
Ao contrário da absolutória, cujo efeito é meramente devolutivo, a sentença condenatória deve ter efeito suspensivo, não sendo executada, até que haja o trânsito em julgado, a fim de não se ofender o princípio da presunção de inocência.
Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do Juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.
Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de 15 (quinze) dias e correrá do dia em que terminar o do Ministério Público.
Art. 599. As apelações poderão ser interpostas quer em relação a todo o Julgado, quer em relação a parte dele.
5. Apelação Total ou Parcial:
Permite, expressamente, a lei, o que é consequência e desdobramento natural do princípio do duplo grau de jurisdição, que a parte possa exercer o seu direito de recorrer justamente quanto à parte do julgamento com a qual não concorda. O inconformismo pode ser total, discordando o réu, por exemplo, da condenação, da pena aplicada, do regime escolhido etc., como pode ser parcial.
Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo de 8 (oito) dias cada um para oferecer razoes, salvo nos processos de contravenção, em que o prazo será de 3 (três) dias.
§ 1° Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de 3 (três) dias, após o Ministério Público.
§ 2° Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o Ministério Público terá vista dos autos, no prazo do parágrafo anterior.
§ 3° Quando forem dois ou mais os apelantes ou apelados, os prazos serão comuns.
§ 4° Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apelação, que deseja arrazoar na superior instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem onde será aberta vista às partes, observados os prazos legais, notificadas as partes pela publicação oficial.
6. Termo de Apelação:
Pode o réu recorrer da sentença condenatória assinando o termo que lhe é apresentado pelo Oficial de Justiça, por ocasião de sua intimação pessoal. 
Assim agindo, recebe o Juiz o apelo e abre vista a defesa técnica, para, em oito dias, apresentar as razoes, ou seja, os fundamentos jurídicos do seu inconformismo.
7. Apresentação das Razões na Superior Instância:
Trata-se de faculdade concedida somente à defesa, pois o promotor responsável pelo processo deve apresentar as razoes em primeiro grau.
8. Falta de Intimação das Partes para Arrazoar em segunda Instância:
Provoca nulidade, por ter havido cerceamento e infringência ao contraditório.
Art. 601. Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos à instância superior, com as razões ou sem elas, no prazo de 5 (cinco) dias, salvo no caso do art. 603, segunda parte, em que o prazo será de 30 (trinta) dias.
§ 1° Se houver mais de um réu, e não houverem todos sido julgados, ou não tiverem todos apelado, caberá ao apelante promover extração do traslado dos autos, o qual deverá ser remetido à instância superior no prazo de 30 (trinta) dias, cotado da data da entrega das últimas razoes de apelação, ou do vencimento do prazo paraa apresentação das do apelado.
§ 2° As despesas do traslado correrão por conta de quem o solicitar, salvo se o pedido for de réu pobre ou do Ministério Público.
Art. 602. Os autos serão, dentro dos prazos do artigo anterior, apresentados ao tribunal ad quem ou entregues ao Correio, sob registro.
9. Ausência de Razões:
Não acarreta nulidade, embora jamais possa deixar o Juiz de intimar às partes o direito de apresentação das razões.
Art. 603. A apelação subirá nos autos originais e, a não ser no Distrito Federal e nas comarcas que forem sede de Tribunal de Apelação, ficará em cartório traslado dos termos essenciais do processo referidos no art. 564, III.
Art. 604. (Revogado pela Lei 263/48).
 Art. 605. (Revogado pela Lei 263/48).
 Art. 606. (Revogado pela Lei 263/48).
DO PROTESTO POR NOVO JÚRI
1. Conceito de Protesto por Novo Júri:
Tratava-se de um recurso especial contra decisões tomadas pelo Tribunal do Júri, que terminavam por impor ao réu sanção elevada, permitindo, pois, uma nova oportunidade de julgamento, anulando-se o anterior. Era de uso privativo da defesa e, como explicava Bento Faria, tratava-se de um “favor dispensado à liberdade”. Pena mais de 20 anos.
Art. 607. (Revogado pela Lei 11.689/2008).
Art. 608. (Revogado pela Lei 11.689/2008).
EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE
Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de organização judiciária.
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação do acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência.
2. Intimação da Defesa para a Sessão de Julgamento:
Indispensabilidade, exceto em habeas corpus. Nos termos da Súmula 431 do STF: “É nulo o julgamento de recurso criminal, na segunda instância, sem prévia intimação, ou publicação da pauta, salvo em habeas corpus”.
3. Conceito de Embargos Infringentes e de Nulidade:
Trata-se de recurso privativo da defesa, voltado a garantir uma segunda análise da matéria decidida pela turma julgadora, por ter havido maioria de votos e não unanimidade, ampliando-se o quórum do julgamento. Assim, o recurso obriga que a câmara seja chamada a decidir por completo e não apenas com os votos dos magistrados que compuseram a turma julgadora. No Tribunal de Justiça, por exemplo, a câmara é composta por cinco (5) desembargadores, participando da turma julgadora apenas três deles. Dessa forma, caso a decisão proferida contra os interesses do réu constituir-se de maioria (dois a um) de votos, cabe a interposição de embargos infringentes, chamando-se o restante da câmara ao julgamento.
4. Aplicabilidade do Recurso:
Somente se dá em julgamento de apelação, recurso em sentido estrito e agravo em execução (este último, porque foi o recurso instituído pela Lei de Execução Penal em substituição ao recurso em sentido estrito, para as mesmas situações, sendo processado de idêntica maneira), admitindo-se de acórdãos proferidos pelo Tribunal e jamais por Turma Recursal – que tribunal não é. Observe-se, no entanto, que é controversa a possibilidade de utilização dos embargos infringentes no agravo em execução, existindo posição que os limita ao contexto da apelação e do recurso em sentido estrito. Mas, acolhendo a possibilidade de interposição em caso de agravo: TJSP, Embargos infringentes 298.857-3, Itapira, 2° C., rel. Silva Pinto, 11.12.2000, v.u., JUBI 54/01.
Art. 610. Nos recursos em sentido estrito, com exceção do de habeas corpus, e nas apelações interpostas das sentenças em processo de contravenção ou de crime a que a lei comine pena de detenção, os autos irão imediatamente com vista ao procurador-geral pelo prazo de 5 (cinco) dias, e, em seguida, passarão, por igual prazo, ao relator, que pedirá designação de dia para o julgamento.
Parágrafo único. Anunciado o julgamento pelo presidente, e apregoadas as partes, com a presença destas ou à sua revelia, o relator fará a exposição do feito e, em seguida, o presidente concederá, pelo prazo de 10 (dez) minutos, a palavra aos advogados ou às partes que a solicitarem e ao procurador-geral, quando o requerer, pois igual prazo.
Art. 611. (Revogado pelo Dec.-lei 552/69)
Art. 612. Os recursos de habeas corpus, designado o relator, serão julgados na primeira sessão.
Art. 613. As apelações interpostas das sentenças proferidas em processos por crime a que a lei comine pena de reclusão, deverão ser processadas e julgadas pela forma estabelecida no art. 610, com as seguintes modificações:
I – exarado o relatório nos autos, passarão estes ao revisor, que terá igual prazo para o exame do processo e pedirá designação de dia para o julgamento;
II – os prazos serão ampliados ao dobro;
III – o tempo para os debates será de ¼ (um quarto) de hora. (15 MIN).
Art. 614. No caso de impossibilidade de observância de qualquer dos prazos marcados nos arts. 610 e 613, os motivos da demora serão declarados nos autos.
Art. 615. O tribunal decidirá por maioria de votos.
§ 1° Havendo empate de votos no julgamento de recursos, se o presidente do tribunal, câmara ou turma, não tiver tomado parte na votação, proferirá o voto de desempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao réu.
§ 2° O acórdão será apresentado à conferência na primeira sessão seguinte à do julgamento, ou no prazo de duas sessões, pelo Juiz incumbido de lavrá-lo.
Art. 616. No julgamento das apelações poderá o tribunal, câmara ou turma proceder a novo interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou determinar outras diligências.
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença.
Art. 618. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as normas complementares para o processo e julgamento dos recursos e apelações.
DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
- ambigüidade
- obscuridade
- contradição ou 
- omissão
1. Conceito de Embargos de Declaração:
Trata-se de recurso posto à disposição de qualquer das partes, voltado ao esclarecimento de dúvidas surgidas no acórdão, quando configurada ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão, permitindo, então, o efetivo conhecimento do teor do julgado, facilitando a sua aplicação e proporcionando, quando for o caso, a interposição de recurso especial ou extraordinário.
Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de 2 (dois) dias contado da sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão.
Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em requerimento de que constem os pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso.
§ 1° O requerimento será apresentado pelo relator e julgado, independentemente de revisão, na primeira sessão.
§ 2° Se não preenchidas as condições enumeradas neste artigo, o relator indeferirá desde logo o requerimento.
2. Legitimidade:
Qualquer das partes que possua legitimidade para recorrer está autorizada a ingressar com embargos de declaração, desde que o esclarecimento pleiteado do julgado possa trazer-lhe algum benefício.
3. Interrupção do Prazo para Outros Recursos:
Trata-se de decorrência natural da interposição dos embargos, afinal, se a busca é pelo esclarecimento do que é confuso ou lacunoso, inexiste razão para apresentar outro recurso qualquer, antes de ser consertado o equivoco gerado. 
Se for oferecido, deve ser sobrestado o seu prosseguimento. Note-se, por fim, que não se trata de mera suspensão do prazo que já vinha correndo para a interposição de outro recurso, mas da sua interrupção, possibilitando à parte interessada, após a prolação da decisão dos embargos, retomá-lopor inteiro.
DA REVISÃO CRIMINAL
1. Conceito de Revisão Criminal e Natureza Jurídica:
É uma ação penal de natureza constitutiva e sui generis, de competência originária dos tribunais, destinada a rever decisão condenatória, com trânsito em julgado, quando ocorreu erro judiciário. Trata-se de autentica ação rescisória na esfera criminal, indevidamente colocada como recurso neste Título do Código de Processo Penal.
(ação de impugnação – ação autônoma)
Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:
I – quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidencia dos autos;
II – quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos;
III – quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena.
2. Trânsito em Julgado de Sentença Condenatória:
É requisito indispensável e fundamental para o ajuizamento de revisão criminal. Pendendo qualquer recurso contra a decisão condenatória, não cabe a admissão de revisão.
Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da pena ou após.
Parágrafo único. Não será admissível a reinteração do pedido, salvo se fundado em novas provas.
3. Ônus da Prova Pertence ao Condenado:
Havendo condenação com trânsito em julgado, já não vige o princípio geral do in dubio pro reo, devendo o autor da ação revisional apresentar novos fatos e provas substancialmente novas, para que seu pedido possa ser acolhido. É a consagração, para a hipótese, do princípio do in dubio pro societate.
Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Art. 624. As revisões criminais serão processadas e julgadas:
I – pelo supremo Tribunal Federal, quanto às condenações por ele proferidas;
II – pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de Justiça ou de Alçada, nos demais casos.
§ 1° No Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Federal de Recursos o processo e julgamento obedecerão ao que for estabelecido no respectivo regimento interno.
§ 2° Nos Tribunais ou de Alçada, o julgamento será efetuado pelas câmaras ou turmas criminais, reunidas em sessão conjunta, quando houver mais de uma, e, no caso contrário, pelo tribunal pleno.
§ 3° Nos tribunais onde houver quatro ou mais câmaras ou turmas criminais, poderão ser constituídos dois ou mais grupos de câmaras ou turmas para o julgamento de revisão, obedecido o que for estabelecido no respectivo regimento interno.
4. Órgão Competente para o Julgamento da Revisão Criminal:
É da competência originária dos tribunais, jamais sendo apreciada por Juiz de primeira instância. Se a decisão condenatória definitiva provier de magistrado de primeiro grau, julgará a revisão criminal o tribunal que seria competente para conhecer do recurso ordinário. Caso a decisão provenha de câmara ou turma de tribunal de segundo grau, cabe ao próprio tribunal o julgamento da revisão, embora, nessa hipótese, não pela mesma câmara, mas pelo grupo reunido de câmaras criminais. Tratando-se de decisão proferida pelo Órgão Especial, cabe ao mesmo colegiado o julgamento da revisão. 
Quanto aos tribunais superiores, dá-se o mesmo. Ao Supremo Tribunal Federal compete o julgamento de revisão criminal de seus julgados e ao Superior Tribunal de Justiça, o julgamento dos seus. 
Art. 625. O requerimento será distribuído a um relator e a um revisor, devendo funcionar como relator um desembargador que não tenha pronunciado decisão em qualquer fase do processo.
§ 1° O requerimento será instruído com a certidão de haver passado em julgado a sentença condenatória e com as peças necessárias à comprovação dos fatos arguidos.
§ 2° O relator poderá determinar que se apensem os autos originais, se daí não advier dificuldade à execução normal da sentença.
§ 3° Se o relator julgar insuficientemente instruído o pedido e inconveniente ao interesse da justiça que se apensem os autos originais, indeferi-lo-á in limine, dando recurso para as câmaras reunidas ou para o tribunal, conforme o caso (art. 624, parágrafo único).
§ 4° Interposto o recurso por petição e independentemente de termo, o relator apresentará o processo em mesa para o julgamento e o relatará, sem tomar parte na discussão.
§ 5° Se o requerimento não for indeferido in limine, abrir-se-á vista dos autos ao procurador-geral, que dará parecer no prazo de 10 (dez) dias. Em seguida, examinados os autos, sucessivamente, em igual prazo, pelo relator e revisor, julgar-se-á o pedido na sessão que o presidente designar.
5. Juiz Imparcial:
A revisão criminal, sendo uma ação rescisória de julgado anteriormente proferido, merece ser avaliada por um relator desvinculado, completamente, do primeiro julgamento. É a busca do magistrado imparcial, que possa analisar o caso sem qualquer vínculo com anterior interpretação que já tenha dado à prova colhida.
Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo.
Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta pela decisão revista.
Art. 627. A absolvição implicará o restabelecimento de todos os direitos perdidos em virtude da condenação, devendo o tribunal, se for caso, impor a medida de segurança cabível.
Art. 628. Os regimentos internos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as normas complementares para o processo e julgamento das revisões criminais.
Art. 629. À vista da certidão do acórdão que cassar a sentença condenatória, o Juiz mandará juntá-la imediatamente aos autos, para inteiro cumprimento da decisão.
Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a uma justa indenização pelos prejuízos sofridos.
§ 1° Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, responderá a União, se a condenação tiver sido proferida pela justiça do Distrito Federal ou de Território, ou o Estado, se o tiver sido pela respectiva justiça.
§ 2° A indenização não será devida:
a) Se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao próprio impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em seu poder;
b) Se a acusação houver sido meramente privada.
DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
1. Recurso Extraordinário:
Trata-se de recurso excepcional, voltado a garantir a harmonia da aplicação da legislação infraconstitucionais sejam desautorizadas por decisões proferidas nos casos concretos pelos tribunais do País.
Art. 632. (Revogado pela Lei 3.396/58).
Art. 633. (Revogado pela Lei 3.396/58).
Art. 634. (Revogado pela Lei 3.396/58).
Art. 635. (Revogado pela Lei 3.396/58).
Art. 636. (Revogado pela Lei 3.396/58).
Art. 637. O recurso extraordinário não tem efeito suspensivo, e uma vez arrazoados pelo recorrido os autos do traslado, os originais baixarão à primeira instância, para a execução da sentença.
Art. 638. O recurso extraordinário será processado e julgado no Supremo Tribunal Federal na forma estabelecida pelo respectivo regimento interno.
DA CARTA TESTEMUNHÁVEL
1. Conceito de Carta Testemunhável:
Trata-se de um recurso destinado a provocar o conhecimento ou o processamento de outro recurso para tribunal de instância superior, cujo trâmite foi indevidamente obstado pelo Juiz. Utiliza-se a carta testemunhável quando não houver outro recurso para impugnar a decisão judicial, que impede o trâmite de algum recurso.
 Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:
I – da decisão que denegar o recurso;
II – da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o juízo ad quem.
	Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secretário do tribunal, conforme o caso, nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes ao despacho que denegar o recurso, indicando o requerente as peças do processo que deverão ser transladas.
Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará recibo da petiçãoà parte e, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, no caso de recurso no sentido estrito, ou de 60 (sessenta) dias, no caso de recurso extraordinário, fará entrega da carta, devidamente conferida e concertada.
Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se negar a dar o recibo, ou deixar de entregar, sob qualquer pretexto, o instrumento, será suspenso por 30 (trinta) dias. O Juiz, ou o presidente do Tribunal de Apelação, em face de representação do testemunhante, imporá a pena e mandará que seja extraído o instrumento, sob a mesma sanção, pelo substituto do escrivão ou do secretário do tribunal. Se o testemunhante não for atendido, poderá reclamar ao presidente do tribunal ad quem, que avocará os autos, para o efeito do julgamento do recurso e imposição da pena.
Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-se-á o disposto nos arts. 588 a 592, no caso de recurso em sentido estrito, ou o processo estabelecido para o recurso extraordinário, se deste se tratar.
Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que competir o julgamento da carta, se desta tomar conhecimento, mandará processar o recurso, ou, se estiver suficientemente instruída, decidirá logo, de meritis.
	Art. 645. O processo da carta testemunhável na instância superior seguirá o processo do recurso denegado.
	Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito suspensivo.
2. Efeito Devolutivo:
Forma-se o instrumento, justamente porque a carta testemunhável não impedirá o prosseguimento do processo principal.
AGRAVO EM EXECUÇÃO
Conceito de Agravo em Execução Criminal:
É o recurso utilizado para impugnar toda decisão proferida pelo Juiz da execução criminal, que prejudique direito art. 197 da Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal): “Das decisões proferidas das partes principais envolvidas no processo. 
Prazo de Interposição do Agravo em Execução:
É de cinco dias, a contar da ciência da decisão, conforme Súmula 700 do STF: “É de 5 (cinco) dias o prazo para interposição de agravo contra decisão do Juiz da execução penal”. Admite-se que o réu o faça diretamente, por termo, desde que, em seguida, o Juiz determine a abertura de vista ao advogado, para a apresentação de razões, garantindo-se a ampla defesa.
Agravo de Execução:
Há juízo de retratação, pois segue o rito do recurso em sentido estrito.
CORREIÇÃO PARCIAL p. 877
RECLAMAÇÃO p. 881
RECURSO ESPECIAL – STJ p. 916
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL p. 922
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA p. 922
Ações Autônomas
HABEAS CORPUS
MANDADO DE SEGURANÇA p. 971
UNIFICAÇÃO DAS PENAS
 
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