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Manu� de �endime�o básico �ici� do paciente queimado e materiais padronizados para o tratamento de feridas. REALIZAÇÃO SERVIÇO DE CIRURGIA PLÁSTICA E QUEIMADOS Material elaborado por Leandro Santiago Cepeda e Celto Dalla Vecchia Jr. FLORIANÓPOLIS 2018 HOSPITAL UNIVERSITARIO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA HU/UFSC REALIZAÇÃO SERVIÇO DE CIRURGIA PLÁSTICA E QUEIMADOS Material elaborado por Leandro Santiago Cepeda e Celto Dalla Vecchia Jr. FLORIANÓPOLIS 2018 HOSPITAL UNIVERSITARIO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA HU/UFSC MANUAL REALIZADO POR SERVIÇO DE CIRURGIA PLÁSTICA E QUEIMADOS SERVIÇO DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL UNIVERSITARIO MATERIAL ELABORADO POR LEANDRO RAFAEL SANTIAGO CEPEDA CELTO PEDRO DALLA VECCHIA JUNIOR PROFESSORES ORIENTADORES Dr: JORGE BINS ELY Dr: ROGERIO GOMES Dr: PAULO MENDES SUPERVISÃO TÉCNICA: MARIA TEREZINHA HONÓRIO FABIANA MINATI DE PINHO. ÍNDICE CAPITULO 1: Conduta inicial…………………………………............................................………………...1 CAPITULO 2: Cuidados respiratórios e lesão por inalação..……................…………13 CAPITULO 3: Choque e ressuscitação hídrica…………………………………………….....…...19 CAPITULO 4: Queimaduras elétricas……………………………………………..……………….……..28 CAPITULO 5: Queimaduras químicas..……………………………………………....…………………34 CAPITULO 6: Queimaduras térmicas pediátricas..…………………………………….........38 CAPITULO 7: Cuidados com a ferida e uso de curativos..………………………………43 CAPITULO 8: Estabilização, transferência e transporte..…………………..……………49 APÊNDICES 1- Emergências por radiação..……………………………………………………………….........………….…71 2- Necrólise epidérmica tóxica…………………………………………….………………………….......…..75 3- Lesões por frio..…………………………………………………………...………………………………………….....76 4- Hipertermia..………………………………………………………………………………………………….....…….….78 5- Abuso infantil..………………………………………………………...…………………………………….......….….80 6- Paciente grávida queimada..………………………………………………………….....…………….…..81 ANEXO-ALGORITMO 1- Algoritmo de tratamento queimadura de primeiro grau. 2- Algoritmo de tratamento queimadura de segundo grau superficial e profundo. 3- Algoritmo de tratamento de queimadura de terceiro grau. ÍNDICE CAPITULO 1: Conduta inicial…………………………………............................................………………...1 CAPITULO 2: Cuidados respiratórios e lesão por inalação..……................…………13 CAPITULO 3: Choque e ressuscitação hídrica…………………………………………….....…...19 CAPITULO 4: Queimaduras elétricas……………………………………………..……………….……..28 CAPITULO 5: Queimaduras químicas..……………………………………………....…………………34 CAPITULO 6: Queimaduras térmicas pediátricas..…………………………………….........38 CAPITULO 7: Cuidados com a ferida e uso de curativos..………………………………43 CAPITULO 8: Estabilização, transferência e transporte..…………………..……………49 APÊNDICES 1- Emergências por radiação..……………………………………………………………….........………….…71 2- Necrólise epidérmica tóxica…………………………………………….………………………….......…..75 3- Lesões por frio..…………………………………………………………...………………………………………….....76 4- Hipertermia..………………………………………………………………………………………………….....…….….78 5- Abuso infantil..………………………………………………………...…………………………………….......….….80 6- Paciente grávida queimada..………………………………………………………….....…………….…..81 ANEXO-ALGORITMO 1- Algoritmo de tratamento queimadura de primeiro grau. 2- Algoritmo de tratamento queimadura de segundo grau superficial e profundo. 3- Algoritmo de tratamento de queimadura de terceiro grau. CAPITULO 1 Av�iação e c�duta �ici� INTRODUÇÃO Queimadura é a lesão resultante da exposição a chamas, líquidos quentes, contato com objetos quentes, exposição a produtos químicos cáusticos, radiação, ou por descarga de corrente elétrica. Os seguintes itens são importantes para o tratamento inicial de pacientes queimados. - Estrutura e funções da pele. - Definições quanto à profundidade e extensão da queimadura. - Classificação das queimaduras. - Avaliação e manobras de estabilização. ANATOMIA E FISIOLOGÍA DA PELE A- Estrutura A pele é composta por duas camadas: epiderme, a mais superficial, e derme, a mais profunda. A epiderme é composta apenas por células dispostas em várias camadas, 98% de queratinócitos e o 2% restante de melanócitos, células de Merkel y de Langherans. Funciona como barreira protetora. A derme tem como célula representativa o fibroblasto, e contém os anexos (glândulas sebáceas, folículos capilares, glândulas sudoríparas) e terminações nervosas sensoriais para dor, tato, pressão e temperatura. Existem dois plexos arteriovenosos, um superficial em contato com a epiderme e outro mais profundo em contato com o tecido celular subcutáneo. 1 INTRODUÇÃO Queimadura é a lesão resultante da exposição a chamas, líquidos quentes, contato com objetos quentes, exposição a produtos químicos cáusticos, radiação, ou por descarga de corrente elétrica. Os seguintes itens são importantes para o tratamento inicial de pacientes queimados. - Estrutura e funções da pele. - Definições quanto à profundidade e extensão da queimadura. - Classificação das queimaduras. - Avaliação e manobras de estabilização. ANATOMIA E FISIOLOGÍA DA PELE A- Estrutura A pele é composta por duas camadas: epiderme, a mais superficial, e derme, a mais profunda. A epiderme é composta apenas por células dispostas em várias camadas, 98% de queratinócitos e o 2% restante de melanócitos, células de Merkel y de Langherans. Funciona como barreira protetora. A derme tem como célula representativa o fibroblasto, e contém os anexos (glândulas sebáceas, folículos capilares, glândulas sudoríparas) e terminações nervosas sensoriais para dor, tato, pressão e temperatura. Existem dois plexos arteriovenosos, um superficial em contato com a epiderme e outro mais profundo em contato com o tecido celular subcutáneo. 1 B- Funções A pele possui quatro funções essenciais para a vida. - Proteção contra infecções. - Proteção quanto à perda de fluidos. - Regulação da temperatura corporal. - Contato sensorial com o meio ambiente. 2 Figura 1. Anatomia da pele. Descrição das camadas da pele, seus anexos e circulação. [Figura] Fonte: http://www.adam.com.br DETERMINAÇÃO DA GRAVIDADE DA QUEIMADURA Queimaduras de grande magnitude, que afetem as funções descritas, podem comprometer a vida. A gravidade quanto à vida, depende da profundidade e da extensão. A gravidade quanto à sequela, depende da profundidade e localização. PROFUNDIDADE A profundidade da queimadura depende da temperatura e do tempo de exposição à fonte de calor. Também é importante considerar a espessura da pele afetada, devemos ter em conta que crianças e idosos tem pele mais fina. Em geral. Nessas faixas etárias, as queimaduras podem ser mais profundas que aparentam inicialmente. - Queimaduras de 1° grau: comprometem a epiderme, lesão hiperemiada com hipersensibilidade. - Queimaduras de 2° grau: comprometem a epiderme e parte da derme, aparece a flictena e o edema. Como afeta as terminações sensitivas podem ser muito dolorosas. Estão divididas em: 2° grau superficial e 2° grau profundo. Figura 2. Comparação ilustrativa de pele normal, queimaduras de primeiro, segundo e terceiro grau. [Figura] Fonte: http://www.wix.com.br 3 DETERMINAÇÃO DA GRAVIDADE DA QUEIMADURA Queimaduras de grande magnitude, que afetem as funções descritas, podem comprometer a vida. A gravidade quanto à vida, depende da profundidade e da extensão. A gravidade quanto à sequela, depende da profundidade e localização. PROFUNDIDADE A profundidade da queimadura depende da temperatura e do tempo de exposição à fonte de calor. Também é importante considerar a espessura da pele afetada, devemos ter em conta que crianças e idosos tem pele mais fina. Em geral. Nessas faixas etárias, as queimaduras podem ser mais profundas que aparentam inicialmente. - Queimaduras de 1° grau: comprometem a epiderme, lesão hiperemiada com hipersensibilidade. - Queimaduras de 2° grau: comprometem a epiderme e parte da derme, aparece a flictena e o edema. Como afeta as terminações sensitivas podem ser muitodolorosas. Estão divididas em: 2° grau superficial e 2° grau profundo. Figura 2. Comparação ilustrativa de pele normal, queimaduras de primeiro, segundo e terceiro grau. [Figura] Fonte: http://www.wix.com.br 3 - Queimaduras de 3° grau: comprometem todas as camadas da pele (derme , epiderme e tecido celular subcutaneo) de forma completa. Apresenta aspecto de couro, esbranquiçado ou marmóreo o aspecto geralmente é branco ou marrom. Ocorre a destruição das terminações nervosas sensoriais com consequente analgesia. A queimadura de terceiro grau forma uma escara (tecido necrótico) que deverá ser eliminada antes de cobrir com auto enxerto. - Queimadura de 4°grau: descrito em varias classificações recentes. Referese a comprometimento de músculos, tendões, ossos e nervos subjacentes. EXTENSÃO DA QUEIMADURA Para estimativa da extensão ou da superfície corporal queimada utiliza-se a “regra dos nove”, considerando-se que a palma da mão do paciente corresponde a aproximadamente 1% de sua superfície corporal. Figura3. Cálculo da extensão da queimadura pela regra dos nove, método utilizado especialmente em emergências. [Figura] Fonte: http://www.wix.com.br 4 INTERNAÇÃO EM CENTRO DE QUEIMADOS Características de um Centro de Queimados Deve contar com a infraestrutura necessária para o tratamento de pacientes críticos com queimaduras graves, assim como possuir um grupo interdisciplinar de profissionais especialmente treinados para lidar com queimados. Critérios de internação em Centro de Queimados 1) Queimaduras de 2o grau em mais de 10% da superfície corporal. 2) Queimaduras que comprometam regiões nobres como: face, mãos, pés, genitália, períneo e grandes articulações. 3) Queimaduras de 3o grau em qualquer idade. 4) Queimaduras elétricas. 5) Queimaduras químicas. 6) Lesão inalatória. 7) Queimaduras em pacientes com patologias preexistentes que possam dificultar o tratamento ou aumentar a mortalidade (cardiopatias, diabetes, doenças respiratórias ou renais). 8) Qualquer paciente com queimadura e trauma concomitante no qual a queimadura seja o maior risco de mortalidade. Caso o trauma seja o maior risco, o paciente deve ser estabilizado na unidade de trauma e posteriormente encaminhado à unidade de queimados. 9) Crianças queimadas internadas em hospitais sem pessoal capacitado para o atendimento à queimados. 10) Queimaduras em pacientes que apresentem problemas especiais tais como sociais, emocionais ou necessitem de um longo processo de reabilitação. 11) Queimaduras circunferenciais em membros, tórax, abdome ou pescoço. 5 INTERNAÇÃO EM CENTRO DE QUEIMADOS Características de um Centro de Queimados Deve contar com a infraestrutura necessária para o tratamento de pacientes críticos com queimaduras graves, assim como possuir um grupo interdisciplinar de profissionais especialmente treinados para lidar com queimados. Critérios de internação em Centro de Queimados 1) Queimaduras de 2o grau em mais de 10% da superfície corporal. 2) Queimaduras que comprometam regiões nobres como: face, mãos, pés, genitália, períneo e grandes articulações. 3) Queimaduras de 3o grau em qualquer idade. 4) Queimaduras elétricas. 5) Queimaduras químicas. 6) Lesão inalatória. 7) Queimaduras em pacientes com patologias preexistentes que possam dificultar o tratamento ou aumentar a mortalidade (cardiopatias, diabetes, doenças respiratórias ou renais). 8) Qualquer paciente com queimadura e trauma concomitante no qual a queimadura seja o maior risco de mortalidade. Caso o trauma seja o maior risco, o paciente deve ser estabilizado na unidade de trauma e posteriormente encaminhado à unidade de queimados. 9) Crianças queimadas internadas em hospitais sem pessoal capacitado para o atendimento à queimados. 10) Queimaduras em pacientes que apresentem problemas especiais tais como sociais, emocionais ou necessitem de um longo processo de reabilitação. 11) Queimaduras circunferenciais em membros, tórax, abdome ou pescoço. 5 AVALIAÇÃO INICIAL, MANIPULAÇÃO E ESTABILIZAÇÃO DE QUEIMADOS GRAVES E CRÍTICOS. 1) Avaliação inicial ou primaria: É a mesma para qualquer paciente traumatizado. Constando de: a) Via aérea com controle de coluna cervical. b) Ventilação. c) Circulação. d) Déficit neurológico. e) Exposição. f) Ressuscitação (aporte de fluidos). A) Via aérea com controle de coluna cervical Avaliar imediatamente: - Expansão torácica. - Mobilidade da mandíbula. - Comprovar que a via aérea superior está livre. - Auscultar os campos pulmonares e verificar os ruídos. - Verificar a frequência respiratória. - Estabilizar a coluna cervical antes de realizar qualquer movimento de flexão e/ou extensão. B) Ventilação Iniciar com alto fluxo de oxigênio, 15 litros a 100%, usando máscara aberta. Se a queimadura torácica for profunda e circunferencial, escarotomia imediata visando a melhora na expansão torácica. 6 C) Circulação Avaliar a cor da pele, sensibilidade, estado de consciência, pulsos periféricos e enchimento capilar, tanto nos membros superiores como inferiores. Em caso de queimaduras circulares profundas, torna-se necessário escarotomia precoce (antes de 3 horas). D) Déficit neurológico O paciente queimado se apresenta inicialmente alerta e orientado. Quando isso não ocorre, pensar em lesão associada, dependência de drogas, hipóxia ou alterações neurológicas pré-existentes. Determinamos o grau de consciência com o seguinte teste: O paciente queimado está inicialmente alerta e orientado. Se não estiver, devese pensar em lesões associadas, drogas, hipóxia e alterações neurológicas preexistentes. Determinar o grau de consciência com o seguinte teste: - Alerta. - Resposta a estímulo verbal. - Resposta apenas a estímulo doloroso. - Ausência de respostas. E) Exposição Remover todas roupas, joias, anéis, piercings e próteses. As roupas aderidas à pele não devem ser retiradas. F) Ressuscitação (Fluidoterapia). Iniciar infusão intravenosa com Ringer Lactato. 7 C) Circulação Avaliar a cor da pele, sensibilidade, estado de consciência, pulsos periféricos e enchimento capilar, tanto nos membros superiores como inferiores. Em caso de queimaduras circulares profundas, torna-se necessário escarotomia precoce (antes de 3 horas). D) Déficit neurológico O paciente queimado se apresenta inicialmente alerta e orientado. Quando isso não ocorre, pensar em lesão associada, dependência de drogas, hipóxia ou alterações neurológicas pré-existentes. Determinamos o grau de consciência com o seguinte teste: O paciente queimado está inicialmente alerta e orientado. Se não estiver, devese pensar em lesões associadas, drogas, hipóxia e alterações neurológicas preexistentes. Determinar o grau de consciência com o seguinte teste: - Alerta. - Resposta a estímulo verbal. - Resposta apenas a estímulo doloroso. - Ausência de respostas. E) Exposição Remover todas roupas, joias, anéis, piercings e próteses. As roupas aderidas à pele não devem ser retiradas. F) Ressuscitação (Fluidoterapia). Iniciar infusão intravenosa com Ringer Lactato. 7 2) Avaliação secundária: Avaliação completa e minuciosa da cabeça aos pés para determinar a presença de lesões associadas. A queimadura é a mais facilmente visível. Não esquecer fraturas, luxações, grandes hematomas que podem ser formados por lesão arterial. Sempre que possível obter com a história e o exame físico os seguintes dados: Circunstâncias do acidente - Causa das queimaduras. - Se ocorreu em ambiente fechado. - Se houve a possibilidade de inalação de fumaça. - Presença de agentes químicos associados. - Existência de trauma associado. História clínica Doenças pré-existentes ou associadas (cardiopatias, diabetes, doenças respiratórias ou renais). Uso regular de medicação, etilismo, tabagismo, uso de drogas. Alergias. Imunização antitetânica. Conduta inicial Interromper o processo de produção da queimadura de acordo com o tipo, a extensão da lesão e o tempo de transporte. As seguintes medidas serão tomadasno local do acidente: - Remover as roupas das áreas afetadas; afastar as áreas comprometidas do contato com o agente causador, seja químico, fonte de calor ou contato - elétrico no caso de queimadura elétrica. - Remover anéis, relógios próteses ou outros objetos dos membros afetados de forma a evitar o estrangulamento causado pelo edema. 8 Precauções universais Todos os membros da equipe de atendimento devem estar protegidos para evitar a contaminação com secreções produzidas no paciente queimado. Cuidados com as vias aéreas Administrar oxigênio. Estar preparado para aspirar e manter suporte ventilatório manual. Dar 100% de oxigênio em todos os pacientes com queimaduras profundas em mais de 20% da superfície corpórea. Estar preparado para intubação precoce para evitar uma traqueostomia. Quando indicado, e não contraindicado pela urgência em manter as vias aéreas pérvias, a integridade da coluna cervical, deve ser determinado com uma radiografia lateral, antes da intubação. Cuidados Circulatórios O choque causado pela queimadura é causado pelo aumento transitório da permeabilidade capilar, permitindo a saída de proteínas plasmáticas para o espaço extra vascular. Administrar Ringer Lactato intravenoso, com cânula periférica grossa, se possível, em área não queimada. Caso contrário, em qualquer área. Assim que possível, avaliar o peso e a área queimada para estabelecer uma fórmula. No local do acidente, estabelecer acesso venoso periférico se a transferência durar mais de 30 minutos. (Nunca colocar acesso profundo). Uma fórmula útil para cálculo da hidratação para a primeira hora é de 2 a 4 ml de lactato de Ringe Kg de peso, por % de área de superfície corporal queimada. Administrar metade da dose calculada nas primeiras 8 horas e o restante nas 16h seguintes. Monitorar os sinais vitais de hora em hora nas primeiras 24 horas: 9 Precauções universais Todos os membros da equipe de atendimento devem estar protegidos para evitar a contaminação com secreções produzidas no paciente queimado. Cuidados com as vias aéreas Administrar oxigênio. Estar preparado para aspirar e manter suporte ventilatório manual. Dar 100% de oxigênio em todos os pacientes com queimaduras profundas em mais de 20% da superfície corpórea. Estar preparado para intubação precoce para evitar uma traqueostomia. Quando indicado, e não contraindicado pela urgência em manter as vias aéreas pérvias, a integridade da coluna cervical, deve ser determinado com uma radiografia lateral, antes da intubação. Cuidados Circulatórios O choque causado pela queimadura é causado pelo aumento transitório da permeabilidade capilar, permitindo a saída de proteínas plasmáticas para o espaço extra vascular. Administrar Ringer Lactato intravenoso, com cânula periférica grossa, se possível, em área não queimada. Caso contrário, em qualquer área. Assim que possível, avaliar o peso e a área queimada para estabelecer uma fórmula. No local do acidente, estabelecer acesso venoso periférico se a transferência durar mais de 30 minutos. (Nunca colocar acesso profundo). Uma fórmula útil para cálculo da hidratação para a primeira hora é de 2 a 4 ml de lactato de Ringe Kg de peso, por % de área de superfície corporal queimada. Administrar metade da dose calculada nas primeiras 8 horas e o restante nas 16h seguintes. Monitorar os sinais vitais de hora em hora nas primeiras 24 horas: 9 - Diurese: de 50 a 100 ml/hora. - PVC: de 5 a 10 cm de água. - Frequência respiratória. - Frequência cardíaca. Colocação de sonda nasogástrica: em todo paciente que se suspeite de Íleo. Colocação de sonda vesical: necessária para verificar a diurese horária. Combater a dor: a morfina por via intravenosa é recomendada. Não administrar por via intramuscular, nem subcutânea, o aumento do liquido extracelular reduz sua atuação. Verificar regularmente a circulação distal dos membros. Em queimaduras circulares profundas, o edema do tecido são por baixo da escara reduz gradualmente o retorno venoso. Se ocorrer redução do fluxo arterial, haverá aumento da isquemia e da necrose. “Deve-se realizar escarotomia o fasciotomia”. Fornecer apoio emocional: a presença de um psicólogo na equipe é necessária, tanto a vítima como o grupo familiar. Alerta para situações de suicídio: levar em conta situações de autoagressão. O paciente costuma estar lucido, e frequentemente, ao ver que falhou no intenção inicial, nega a situação. Alguns pontos importantes a serem considerados para a suspeita de suicídio são: - Problemas recentes sejam: familiares, conjugais, econômicos ou de saúde. - Expressões de desesperança. - Antecedentes de alcoolismo ou drogas. - Antecedentes de problemas emocionais. - Antecedentes psiquiátricos. Torna-se necessária a presença de um psicólogo e de um psiquiatra. 10 PROCEDIMENTOS ESPECIAIS PARA QUEIMADURAS ESPECÍFICAS. Queimaduras térmicas Cobrir as áreas afetadas com um lençol limpo e seco. Assim, as queimaduras são protegidos de correntes de ar que causam dor. O gelo não deve ser aplicado diretamente sobre a lesão pois aprofunda a queimadura. A água fria é aplicada apenas em queimaduras de pouca extensão, se aplicado a superfícies maiores que 10%, há o risco de hipotermia. Queimaduras elétricas Alterações cardíacas (arritmias) podem ser causadas tanto por correntes de alta como de baixa tensão. Monitoramento cardíaco contínuo deve ser feito pelo menos 24 horas pósdescarga. A corrente elétrica de alta tensão, na sua passagem através do corpo, produz danos internos. Embora as lesões de entrada e saída possam ser reduzidas, a lesão interna pode ser bem maior. Queimaduras químicas O agente químico deve ser removido tão rapidamente quanto possível, com grande quantidade de agua. Se for pó, escovar, e em seguida, lavar com água abundante. Tirar toda a roupa contaminada com o agente químico. As lesões oculares são tratadas com irrigação contínua com solução salina estéril. 11 PROCEDIMENTOS ESPECIAIS PARA QUEIMADURAS ESPECÍFICAS. Queimaduras térmicas Cobrir as áreas afetadas com um lençol limpo e seco. Assim, as queimaduras são protegidos de correntes de ar que causam dor. O gelo não deve ser aplicado diretamente sobre a lesão pois aprofunda a queimadura. A água fria é aplicada apenas em queimaduras de pouca extensão, se aplicado a superfícies maiores que 10%, há o risco de hipotermia. Queimaduras elétricas Alterações cardíacas (arritmias) podem ser causadas tanto por correntes de alta como de baixa tensão. Monitoramento cardíaco contínuo deve ser feito pelo menos 24 horas pósdescarga. A corrente elétrica de alta tensão, na sua passagem através do corpo, produz danos internos. Embora as lesões de entrada e saída possam ser reduzidas, a lesão interna pode ser bem maior. Queimaduras químicas O agente químico deve ser removido tão rapidamente quanto possível, com grande quantidade de agua. Se for pó, escovar, e em seguida, lavar com água abundante. Tirar toda a roupa contaminada com o agente químico. As lesões oculares são tratadas com irrigação contínua com solução salina estéril. 11 EXAMES LABORATORIAIS INICIAIS A seguinte avaliação laboratorial inicial é necessária: - Hematócrito. - Eletrólitos. - Função Renal. - Urina completa. - Radiografia de tórax (F e P). Exames especiais - Glicemia. - Gasometria arterial. - Eletrocardiograma. (Obrigatório em lesões elétricas). - Carboxihemoglobina. (quando houver intoxicação por CO). 12 CAPITULO 2 Manipulação da via aérea CAPITULO 2 Manipulação da via aérea INTRODUÇÃO A lesão inalatória se manifesta pela patologia e disfunção das vias aéreas e do sistema respiratório que podem aparecer nos primeiros 5 dias após a inalação de fumo e produtos irritante de combustão incompleta. Existem três tipos diferentes de lesão por inalação: - Envenenamento por monóxido de carbono. - Lesão por inalação acima da glote. - Lesão por inalação abaixo da glote. FISIOPATOLOGÍA Intoxicação por monóxido de carbono: a maioria das vítimas de incêndio sofremasfixia ou intoxicação por monóxido de carbono. Valores Carboxihemoglobina entre 50-70% ou mais são encontrados nas vitimas fatais. A hemoglobina tem uma afinidade pelo CO 200 vezes maior que pelo oxigênio, resultando em hipóxia tecidual. A hipóxia pode causar danos não apenas ao parênquima pulmonar, mas também ao cérebro, e esta situação é a mais urgente. Níveis entre 15 a 40% causam disfunção do SNC de variada sintomatologia. Valores inferiores a 15% podem ser assintomáticos. Valores de Carboxihemoglobina entre 40-60%, causam sonolência ou perda de consciência. Pacientes com níveis elevados de carboxihemoglobina (> 30%) a pele as mucosas se apresentam com coloração rosada, são hipóxicos sem cianose ou taquipneia. Dada a variedade da sintomatologia, é útil dosar a Carboxihemoglobinemia ante a suspeita de envenenamento por CO. 14 Lesão por inalação acima da glote (supra glótica) Exceto em raras ocasiões (ingestão de líquidos quentes ou explosões em câmara hiperbárica), lesões térmicas, são sempre apenas das vias aéreas superiores. A lesão térmica supra glótica pode causar obstrução em qualquer momento da reanimação. Em pacientes hipovolêmicos edema supra glótico geralmente só aparece após o início da hidratação. Lesão por inalação abaixo da glote (infra glótica) Normalmente é química. Inclui: - Redução da atividade ciliar. - Eritema. - Hipersecreção. - Edema. - Ulceração da mucosa. - Incremento do fluxo sanguíneo. - Espasmo de brônquios e bronquíolos. A resposta do tecido abaixo da glote está relacionada com a quantidade e tipo de substâncias voláteis inalados, e a evolução clínica não é previsível. O desconforto respiratório é habitual. Os produtos que produzem esta lesão são: amônio, cloreto de hidrogênio, fosgênio, aldeídos, óxido de enxofre e de óxido nítrico. Durante os primeiros minutos aparece traqueobronquite e espasmo. Enquanto lesão inalatória abaixo da glote sem queimadura cutânea tem um prognóstico relativamente bom, uma queimadura com mais de 20% da superfície corporal piora o prognóstico, especialmente se os sinais respiratórios surgem nas primeiras horas após a lesão. 15 Lesão por inalação acima da glote (supra glótica) Exceto em raras ocasiões (ingestão de líquidos quentes ou explosões em câmara hiperbárica), lesões térmicas, são sempre apenas das vias aéreas superiores. A lesão térmica supra glótica pode causar obstrução em qualquer momento da reanimação. Em pacientes hipovolêmicos edema supra glótico geralmente só aparece após o início da hidratação. Lesão por inalação abaixo da glote (infra glótica) Normalmente é química. Inclui: - Redução da atividade ciliar. - Eritema. - Hipersecreção. - Edema. - Ulceração da mucosa. - Incremento do fluxo sanguíneo. - Espasmo de brônquios e bronquíolos. A resposta do tecido abaixo da glote está relacionada com a quantidade e tipo de substâncias voláteis inalados, e a evolução clínica não é previsível. O desconforto respiratório é habitual. Os produtos que produzem esta lesão são: amônio, cloreto de hidrogênio, fosgênio, aldeídos, óxido de enxofre e de óxido nítrico. Durante os primeiros minutos aparece traqueobronquite e espasmo. Enquanto lesão inalatória abaixo da glote sem queimadura cutânea tem um prognóstico relativamente bom, uma queimadura com mais de 20% da superfície corporal piora o prognóstico, especialmente se os sinais respiratórios surgem nas primeiras horas após a lesão. 15 Qualquer paciente suspeito de lesão inalatória sub glótica requer ao menos 24 horas de internação para observação. Embora a profilaxia com antibióticos não seja justificada pacientes queimados, o diagnóstico precoce de lesão inalatória e o tratamento de uma bronquite bacteriana a indicam. Conduta inicial Qualquer paciente com suspeita de intoxicação e/ou lesão por inalação deve receber imediatamente máscara de oxigênio a 100% umidificado. O aparecimento de estridor ou sibilância, significa obstrução das vias aéreas superiores e requer intubação orotraqueal imediata. Se possível, é desejável a intubação nasotraqueal. Após a comprovação do correto posicionamento do tubo, pela ausculta e pelo RX, fixa-lo no local com sutura ou fita adesiva. Lembre-se que a extubação espontânea requer uma traqueostomia, pois se houver edema a reintubação se torna muito difícil. Exames laboratoriais especiais Assim que seja restaurado o bom funcionamento das vias respiratórias devem ser determinados os gases sanguíneos e carboxyhemoglobinemia. História do acidente - Houve perda de consciência?. - Houve inalação de agentes químicos por combustão?. - Foi em local fechado?. 16 Exame físico - Catarro carbonáceo. - Queimadura facial com destruição das vibrissas (pelos nasais). - Agitação; ansiedade; estupor; taquipnéia; cianose ou outro sinal de hipoxemia. - Rouquidão; tosse; estridor - Roncos e/ou sibilos à ausculta. - Eritema ou edema naso orofaringeo. - Tratamento de cada tipo de lesão inalatória. Intoxicação por monóxido de carbono: administrar oxigénio umidificado a 100% por máscara facial, até valores inferiores a 15%. A oxigenoterapia hiperbárica é de grande utilidade. Lesão inalatória supra glótica A obstrução das vias aéreas superiores pode progredir muito rapidamente. O paciente com queimadura faríngea e estridor tem grande possibilidade de desenvolver obstrução das vias aéreas por edema, portanto, deve ser entubado precocemente, antes de ser encaminhada para uma unidade de queimados. Intubação de emergência em pacientes com edema durante uma transferência, é procedimento inseguro e arriscado Lesão inalatória infra glótica O paciente apresentará sintomas de lesão brônquica e bronquiolar, especialmente broncorréia. Antes da remoção, entubar e eliminar as secreções. Às vezes, a lesão só ocorre em nível alvéolocapilar, aparece mais tardiamente e seu diagnóstico ocorre com a dosagem dos gases arteriais e RX tórax normal. Estes pacientes devem ser assistidos mecanicamente com um respirador que permita o controle de volumes. A transferência deve sempre ser coordenada com a Unidade de Queimados, para evitar acidentes com o câmbio de respiradores. Em queimaduras circulares no peito, executar escarotomias. Os corticosteroides não devem ser administrados em pacientes com qualquer tipo de lesão inalatória. 17 Exame físico - Catarro carbonáceo. - Queimadura facial com destruição das vibrissas (pelos nasais). - Agitação; ansiedade; estupor; taquipnéia; cianose ou outro sinal de hipoxemia. - Rouquidão; tosse; estridor - Roncos e/ou sibilos à ausculta. - Eritema ou edema naso orofaringeo. - Tratamento de cada tipo de lesão inalatória. Intoxicação por monóxido de carbono: administrar oxigénio umidificado a 100% por máscara facial, até valores inferiores a 15%. A oxigenoterapia hiperbárica é de grande utilidade. Lesão inalatória supra glótica A obstrução das vias aéreas superiores pode progredir muito rapidamente. O paciente com queimadura faríngea e estridor tem grande possibilidade de desenvolver obstrução das vias aéreas por edema, portanto, deve ser entubado precocemente, antes de ser encaminhada para uma unidade de queimados. Intubação de emergência em pacientes com edema durante uma transferência, é procedimento inseguro e arriscado Lesão inalatória infra glótica O paciente apresentará sintomas de lesão brônquica e bronquiolar, especialmente broncorréia. Antes da remoção, entubar e eliminar as secreções. Às vezes, a lesão só ocorre em nível alvéolocapilar, aparece mais tardiamente e seu diagnóstico ocorre com a dosagem dos gases arteriais e RX tórax normal. Estes pacientes devem ser assistidos mecanicamente com um respirador que permita o controle de volumes. A transferência deve sempre ser coordenada com a Unidade de Queimados, para evitar acidentes com o câmbio de respiradores. Em queimaduras circulares no peito, executar escarotomias. Os corticosteroides não devem ser administrados em pacientes com qualquer tipo de lesão inalatória. 17 Lesão inalatória em crianças Como as crianças têmvias aéreas de menor calibre, o surgimento de edema faz com que a obstrução ocorra de forma mais rápida que em adultos. Sendo necessária a intubação, escolher criteriosamente o tamanho do tubo, se for pequeno, a extubação ocorre mais facilmente. A caixa torácica da criança é mais flexível que a do adulto, então, em queimaduras torácicas circulares profundas, a escarotomia deve ser feita muito precocemente. 18 CAPITULO 3 Choque e hidr�ação CAPITULO 3 Choque e hidr�ação INTRODUÇÃO A ressuscitação hídrica em qualquer paciente queimado, deve procurar manter a função vital de todos os órgãos e prevenir complicações, tanto de uma hidratação insuficiente como excessiva. Um bom conhecimento dos efeitos locais e sistêmicos ocasionados por queimaduras facilita a delicada gestão do paciente nesse período inicial. Efeitos locais e sistêmicos da lesão por queimadura, resposta sistêmica O acentuado aumento na resistência vascular periférica, acompanhado por uma diminuição no débito cardíaco, é uma das primeiras manifestações dos efeitos sistêmicos que ocorrem em pacientes gravemente queimados. Estas mudanças iniciais não parecem estar relacionadas à hipovolemia, e são atribuídas aos efeitos humorais e neurogênicos. A formação de edema no local da lesão leva a redução do volume plasmático e à redução do débito cardíaco. Há queda da pressão arterial e o hematócrito sobe por hemoconcentração. A magnitude e duração da resposta sistémica é proporcional à extensão e profundidade da lesão. Resposta hemodinâmica à hidratação , A consequência destas alterações fisiopatológicas é a redução e redistribuição do fluxo sanguíneo tecidual. A administração de quantidades adequadas de fluidos restaura o débito cardíaco e a circulação adequada nos tecidos não queimados 20 RESPOSTA CELULAR A temperatura à qual os tecidos são expostos, e a duração da exposição, são os fatores determinantes da severidade da lesão. Em áreas de queimaduras mais profundas, a coagulação das proteínas causa morte celular com trombose de pequenos vasos e necrose de terminações nervosas. Em áreas com queimaduras menos profundas, existe uma "zona de estase" com leão celular e redução da circulação. A recuperação e sobrevivência destas células lesadas depende de uma pronta e adequada reidratação visando a correção da hipovolemia. Reposição hídrica Nas primeiras 12 a 18 horas após a lesão, existe uma alteração da permeabilidade capilar, com extravasamento do plasma dos pequenos vasos para o interstício. O edema formado no tecido danificado e necrosado atinge seu pico nas segundas 24 horas pós queimadura. Com uma reposição hídrica adequada, se resolve pela evaporação de água pela ferida e pela eliminação renal. Reposição hídrica excessiva (hiperhidratação) leva a um aumento do edema. Reposição hídrica insuficiente (hipohidratação) com a consequente hipovolemia, pode levar ao choque e a insuficiência de múltiplos órgãos (mais frequentemente insuficiência renal). Estimativa das necessidades hídricas nas primeiras 48 horas As necessidades hídricas estão diretamente relacionadas à extensão da queimadura, ao peso corporal do paciente e à etiologia da queimadura. A idade influi na relação entre a necessidade hídrica e o tamanho do corpo. As crianças têm maior área de superfície corporal por unidade de massa. Para o cálculo é necessário pesar o paciente ou estimar seu peso pela informação do próprio ou de familiares. Ë importante um rápido e acurado cálculo 21 RESPOSTA CELULAR A temperatura à qual os tecidos são expostos, e a duração da exposição, são os fatores determinantes da severidade da lesão. Em áreas de queimaduras mais profundas, a coagulação das proteínas causa morte celular com trombose de pequenos vasos e necrose de terminações nervosas. Em áreas com queimaduras menos profundas, existe uma "zona de estase" com leão celular e redução da circulação. A recuperação e sobrevivência destas células lesadas depende de uma pronta e adequada reidratação visando a correção da hipovolemia. Reposição hídrica Nas primeiras 12 a 18 horas após a lesão, existe uma alteração da permeabilidade capilar, com extravasamento do plasma dos pequenos vasos para o interstício. O edema formado no tecido danificado e necrosado atinge seu pico nas segundas 24 horas pós queimadura. Com uma reposição hídrica adequada, se resolve pela evaporação de água pela ferida e pela eliminação renal. Reposição hídrica excessiva (hiperhidratação) leva a um aumento do edema. Reposição hídrica insuficiente (hipohidratação) com a consequente hipovolemia, pode levar ao choque e a insuficiência de múltiplos órgãos (mais frequentemente insuficiência renal). Estimativa das necessidades hídricas nas primeiras 48 horas As necessidades hídricas estão diretamente relacionadas à extensão da queimadura, ao peso corporal do paciente e à etiologia da queimadura. A idade influi na relação entre a necessidade hídrica e o tamanho do corpo. As crianças têm maior área de superfície corporal por unidade de massa. Para o cálculo é necessário pesar o paciente ou estimar seu peso pela informação do próprio ou de familiares. Ë importante um rápido e acurado cálculo 21 da extensão da lesão mediante acurado exame físico. Quando possível providenciar acesso venoso periférico, preferencialmente em área não lesada. Quando não for possível usar a via lemural. Cálculo de líquidos para as primeiras 24 horas: FÓRMULA DE PARKLAND Adultos: Ringer-Lactato de 2 a 4 ml x Kg de peso x % SCQT Crianças: Ringer-Lactato de 3 a 4 ml x Kg de peso x % SCQT • Metade deve administrado nas primeiras 8 horas, período em que a permeabilidade capilar esta mais aumentada. • A metade remanescente é dada nas 16 horas subsequentes. • Não exceder 10% do peso do paciente, em litros, por 24 horas. • LIMITE 50% SUPERFICIE CORPORAL - SOBRECARGA HIDRICA Composição do líquido a administrar: Primeiras 24 horas Administrar apenas cristaloides, evitando qualquer coloide. Devido a alteração na permeabilidade capilar, os coloides passam para o interstício e atraem mais líquido para fora do sistema vascular. Segundas 24 horas A permeabilidade capilar começa a se normalizar 18 horas após a queimadura. A administração de coloides pode ser iniciada. A administração de grandes volumes de Ringer Lactato causa depressão nos valores de sódio plasmático a níveis de 130 Ueq / l. Adultos e crianças: 0,3 a 0,5 ml de coloides líquidos x kg de peso x SCQT%. 22 Monitorização da ressuscitação Cada paciente responde de forma diferente à ressuscitação, que tem que ser adaptada conforme a pressão venosa central e a diurese. Diurese horária É fundamental a colocação de uma sonda de Foley. Parâmetros para monitorização da diurese horária: adultos e crianças com mais de 30 kg: 30 a 50 ml por horaCrianças (peso inferior a 30 kg): 1 ml x quilo por hora. Oligúria Oligúria associada com aumento da resistência vascular periférica e redução no débito cardíaco esta geralmente associada a reposição hídrica. Nestes casos, os diuréticos não são indicados, e a oligúria geralmente responde ao aumento na reposição hídrica. Uso de diuréticos: pacientes com queimaduras extensas, sem sinais de sangramento, e que apesar da correta reposição hídrica apresentem oligúria, os diuréticos devem ser administrados como forma de prevenir a insuficiência renal aguda. Mioglobinúria e hemoglobinúria Pacientes com queimaduras elétricas de alta voltagem (mais de 1000 volts) e pacientes com severas lesões por trauma mecânico, têm frequentemente, quantidades significativas de mioglobina e hemoglobina na urina, o que requer uma ressuscitação hídrica mais agressiva, visando um débito urinário de 2ml/kg. Se não for suficiente, adicionar 12,5g de manitol por litro de infusão. Quando a diurese normal for restaurada, suspender os diuréticos. 23 Monitorização da ressuscitação Cada paciente responde de forma diferente à ressuscitação, que tem que ser adaptada conforme a pressão venosa centrale a diurese. Diurese horária É fundamental a colocação de uma sonda de Foley. Parâmetros para monitorização da diurese horária: adultos e crianças com mais de 30 kg: 30 a 50 ml por horaCrianças (peso inferior a 30 kg): 1 ml x quilo por hora. Oligúria Oligúria associada com aumento da resistência vascular periférica e redução no débito cardíaco esta geralmente associada a reposição hídrica. Nestes casos, os diuréticos não são indicados, e a oligúria geralmente responde ao aumento na reposição hídrica. Uso de diuréticos: pacientes com queimaduras extensas, sem sinais de sangramento, e que apesar da correta reposição hídrica apresentem oligúria, os diuréticos devem ser administrados como forma de prevenir a insuficiência renal aguda. Mioglobinúria e hemoglobinúria Pacientes com queimaduras elétricas de alta voltagem (mais de 1000 volts) e pacientes com severas lesões por trauma mecânico, têm frequentemente, quantidades significativas de mioglobina e hemoglobina na urina, o que requer uma ressuscitação hídrica mais agressiva, visando um débito urinário de 2ml/kg. Se não for suficiente, adicionar 12,5g de manitol por litro de infusão. Quando a diurese normal for restaurada, suspender os diuréticos. 23 Como os pigmentos hemáticos são solúveis em meio alcalino, adicionar bicarbonato de sódio para manter a urina alcalinizada. Condições gerais do paciente São reflexo da resposta à terapia de hidratação. Ansiedade e palidez são sinais iniciais de hipovolemia e hipóxia. Um maior volume de líquido e suporte ventilatório podem ser necessários. Pressão arterial A medida da PA deve ser feita em membro não queimado, caso contrário o crescente edema dificulta progressivamente a medida e fornece valores inferiores da PA que podem ser mal interpretados, levando a uma administração excessiva de líquidos e sobrecarga cardíaca. Em pacientes do grupo IV (críticos) e com quatro membros afetados, colocar uma via arterial. Ritmo cardíaco Tem importância relativa no acompanhamento de reanimação. São considerados valores normais entre 100 e 120 batimentos por minuto. Tanto o hematócrito como a hemoglobina não são úteis durante as primeiras 24 horas. Se ocorrer uma queda súbita do hematócrito nas primeiras 24h deve haver uma lesão hemorrágica associada, neste caso, administrar hemácias e manter hematócrito entre 30-35%. Bioquímica e sangue arterial Valores basais devem ser obtidos em todos os pacientes com mais de 30% da superfície do corpo e naqueles com suspeita de lesão por inalação. Em pacientes que necessitam de amostras de repetição de gases arteriais, canular a artéria para evitar lesão arterial por múltiplas punções. 24 Radiografias Radiografias diárias durante a primeira semana de pacientes críticos (grupo IV) ou com lesão por inalação Eletrocardiograma Pacientes com queimaduras elétricas de alta tensão, investigar a existência de arritmias. Todos os pacientes com histórico cardíaco requer monitorização permanente. COMPLICAÇÕES DA FLUÍDOTERAPIA Edema agudo de pulmão Em pacientes com reposição adequada de líquidos, não é frequente nas primeiras 48 horas pós-queimadura. Pode ocorrer em pacientes com limitada reserva miocárdica. Administrar medicação inotrópica e reduzir a reposição hídrica. Acidose A causa mais comum de acidose no queimado, é o aumento teores de ácido lático devido a perfusão inadequada dos tecidos. Esta situação geralmente reverte com a correta reposição hídrica. Geralmente não é necessário a utilização de bicarbonato, a não ser quando a acidose não reverter com hidratação correta. Hipercalemia. Durante a ressuscitação só administrar Ringer Lactato contendo pouco "K". Os glóbulos vermelhos lesados pelo calor liberam potássio elevando sua concentração sérica. A manutenção da função renal geralmente é suficiente para normalizar os valores séricos. Em alguns casos, com a destruição maciça de tecidos, a excreção urinária pode não ser suficiente, estando indicado o uso de bicarbonato de sódio, glicose e insulina. 25 Radiografias Radiografias diárias durante a primeira semana de pacientes críticos (grupo IV) ou com lesão por inalação Eletrocardiograma Pacientes com queimaduras elétricas de alta tensão, investigar a existência de arritmias. Todos os pacientes com histórico cardíaco requer monitorização permanente. COMPLICAÇÕES DA FLUÍDOTERAPIA Edema agudo de pulmão Em pacientes com reposição adequada de líquidos, não é frequente nas primeiras 48 horas pós-queimadura. Pode ocorrer em pacientes com limitada reserva miocárdica. Administrar medicação inotrópica e reduzir a reposição hídrica. Acidose A causa mais comum de acidose no queimado, é o aumento teores de ácido lático devido a perfusão inadequada dos tecidos. Esta situação geralmente reverte com a correta reposição hídrica. Geralmente não é necessário a utilização de bicarbonato, a não ser quando a acidose não reverter com hidratação correta. Hipercalemia. Durante a ressuscitação só administrar Ringer Lactato contendo pouco "K". Os glóbulos vermelhos lesados pelo calor liberam potássio elevando sua concentração sérica. A manutenção da função renal geralmente é suficiente para normalizar os valores séricos. Em alguns casos, com a destruição maciça de tecidos, a excreção urinária pode não ser suficiente, estando indicado o uso de bicarbonato de sódio, glicose e insulina. 25 Hiponatremia A utilização de Ringer Lactato geralmente causa uma queda dos valores de Naplasmático para níveis de 130 mEq/l nas primeiras 24 horas de tratamento. Esta queda não representa déficit salino, não sendo necessário a administração de Na adicional. O tratamento hídrico adequado, a evaporação e a normalização da função renal normalizam os níveis de Na plasmático. Pacientes que requerem suporte hídrico especial As fórmulas existentes servem como guia para a reposição inicial, que deve ser adaptada para as necessidades individuais de cada paciente. As necessidades podem ser maiores nos seguintes casos: 0. Pacientes com lesão elétrica por alta voltagem. 1. Pacientes com lesão inalatória. 2. Pacientes com início tardio da ressuscitação hídrica. 3. Pacientes com desidratação prévia. 4. Pacientes com queimaduras químicas por ingestão. Atenção especial com pacientes sensíveis a hiper-hidratação, pois podem sofrer sobrecarga cardíaca. 5. Pacientes com patologias cardiopulmonares prévias. 6. Pacientes acima de 50 anos. 7. Crianças menores de 2 anos. 26 CONSIDERAÇÕES SOBRE A HIDRATAÇÃO EM CRIANÇAS A maior área de superfície por unidade de peso, que caracteriza as crianças, requer a administração de maiores volumes de líquidos. Hipoglicemia é frequente, a reserva de glicose cai drasticamente em crianças devido aos altos níveis de catecolaminas circulantes e esteroides nas primeiras horas pós-queimadura. Se isso acontecer, administrar solução de glicose com eletrólitos. A obnubilação progressiva, convulsões ou outros sinais de irritação do sistema nervoso central, devem sugerir edema cerebral por oferta excessiva de líquido, nestes pacientes devemos reduzir a administração de líquidos, iniciar um diurético e instalar hiperventilação para reduzir os níveis de CO2 entre 25 e 30 Torr. 27 CONSIDERAÇÕES SOBRE A HIDRATAÇÃO EM CRIANÇAS A maior área de superfície por unidade de peso, que caracteriza as crianças, requer a administração de maiores volumes de líquidos. Hipoglicemia é frequente, a reserva de glicose cai drasticamente em crianças devido aos altos níveis de catecolaminas circulantes e esteroides nas primeiras horas pós-queimadura. Se isso acontecer, administrar solução de glicose com eletrólitos. A obnubilação progressiva, convulsões ou outros sinais de irritação do sistema nervoso central, devem sugerir edema cerebral por oferta excessiva de líquido, nestes pacientes devemos reduzir a administração de líquidos, iniciar um diurético e instalar hiperventilação para reduzir os níveis de CO2 entre 25 e 30 Torr. 27 CAPITULO 4 Queim�uras �étricas INTRODUÇÃOAs queimaduras elétricas são arbitrariamente divididas em alta e baixa tensão, se ocorrem acima ou abaixo de 1000 volts respectivamente.Lesões de alta tensão são geralmente entre 7.200 e 19.000 volts, mas pode ocorrer em taxas maiores do que 100.000 a 1.000.000 de volts. Lesões domésticas no Brasil são geralmente por corrente de 120volts quando residenciais e 380 volts industriais. FISIOPATOLOGIA A lesão produzida pela eletricidade é o resultado da conversão de energia elétrica em calor. As lesões de entrada nas mãos e punhos e de saída nos pés, são as portas mais comuns. Os tecidos têm resistências diferentes para a transmissão da corrente. O nervo é aquele com o menor resistência, e o osso o de maior. Conforme a lei de Joule, o calor dissipado pela energia elétrica aumenta conforme a resistência do meio, portanto, o fluxo de corrente em um tecido de alta resistência, tal como o osso, aumenta a sua temperatura provocando queimaduras sobre as estruturas vizinhas. A passagem de corrente de alta tensão pelas células produz o fenômeno da eletroporação (produção de poros na membrana celular) e conduz à morte celular em curto prazo. A passagem de corrente elétrica através de um membro resulta na necrose muscular abaixo do tecido saudável. Estas lesões são extremamente difíceis de avaliar clinicamente, pode haver uma lesão muscular grave e grave lesão do tecido ao redor do osso, sem apresentar lesão evidente na pele, que pode estar saudável. 29 INTRODUÇÃO As queimaduras elétricas são arbitrariamente divididas em alta e baixa tensão, se ocorrem acima ou abaixo de 1000 volts respectivamente.Lesões de alta tensão são geralmente entre 7.200 e 19.000 volts, mas pode ocorrer em taxas maiores do que 100.000 a 1.000.000 de volts. Lesões domésticas no Brasil são geralmente por corrente de 120volts quando residenciais e 380 volts industriais. FISIOPATOLOGIA A lesão produzida pela eletricidade é o resultado da conversão de energia elétrica em calor. As lesões de entrada nas mãos e punhos e de saída nos pés, são as portas mais comuns. Os tecidos têm resistências diferentes para a transmissão da corrente. O nervo é aquele com o menor resistência, e o osso o de maior. Conforme a lei de Joule, o calor dissipado pela energia elétrica aumenta conforme a resistência do meio, portanto, o fluxo de corrente em um tecido de alta resistência, tal como o osso, aumenta a sua temperatura provocando queimaduras sobre as estruturas vizinhas. A passagem de corrente de alta tensão pelas células produz o fenômeno da eletroporação (produção de poros na membrana celular) e conduz à morte celular em curto prazo. A passagem de corrente elétrica através de um membro resulta na necrose muscular abaixo do tecido saudável. Estas lesões são extremamente difíceis de avaliar clinicamente, pode haver uma lesão muscular grave e grave lesão do tecido ao redor do osso, sem apresentar lesão evidente na pele, que pode estar saudável. 29 Tipos de lesão dos tecidos: 1) Queimadura cutânea sem lesão de tecidos profundos. Ocorre quando há fogo nas roupas, sem passagem de corrente elétrica através do paciente. 2) Queimadura cutânea mais lesão profunda de tecidos como camada gordurosa; fáscia; músculo e osso. A lesão muscular está associada à liberação de mioglobina, que deve ser excretar pelo rim Dependendo da quantidade de pigmentos liberados, a urina pode ser rosa, vermelha ou marrom. É difícil e não é necessário diferenciar entre a mioglobina e hemoglobina. Ambos são indicativos de danos nos tecidos e constituem um risco para o rim. LESÕES CAUSADAS POR RAIOS Este tipo de lesão não é excepcional, mata de 20 a 30 pessoas por ano no Brasil. É uma corrente direta de 100.000 volts ou mais e 200.000 ampéres e pode atuar através de dois mecanismos diferentes Ação direta A corrente gerada por um raio, com frequência passa pela superfície do corpo e não através deste. As queimaduras cutâneas são superficiais, apresentando um padrão convencionalmente chamado de padrão em árvore. EXPLOSÃO E CHAMA O mecanismo de explosão e chama, ocorre quando a corrente não atinge diretamente a vitima, mas pode causar fogo na atmosfera ao redor dela, ou o calor liberado pela descarga atinge a vítima. 30 MANUSEIO DA QUEIMADURA ELÉTRICA Estabelecer o tipo de lesão Obter informações sobre o acidente: Onde e como aconteceu; o paciente perdeu a consciência ou teve amnésia?; Existe algum trauma adicional?; sofreu uma parada cardíaca ou arritmia? Exame físico Identificar os pontos de contato: entradas e saídas. 1. Retirar todas as roupas e joias. 2. Examinar atentamente pés e mãos. 3. Raspar a cabeça se apresentar pontos de contato. 4. Estimar a extensão da queimadura. 5. Efetuar exame neurológico central e periférico. 6. Verificar presença de lesões medulares; fraturas de ossos longos e luxações. 7. Manter a via aérea permeável 8. Colocar tubo endotraqueal, quando indicado. 9. Ressuscitação. 10.Obter um ou mais acessos venosos profundos. O liquido de escolha é o Ringer-lactato, administrado conforme as fórmulas já estabelecidas, sabendo que em geral, a exigência é maior do que o previsto. 11. Instalação de sonda de Foley. 12.Exame da urina. 13.Em caso de pigmentos na urina, a diurese deve ser mantida entre 75 a 100 ml por hora, até que a cor da urina seja clara. Uma ampola de bicarbonato de sódio (50 mEq) por litro de Ringer-lactato, pode ser administrado por via intravenosa, para manter o pH do sangue dentro de valores aceitáveis. Isto deve ser continuado até que a urina esteja clara. Se a resposta ao tratamento não for adequada, iniciar infusão de manitol. 14.Monitorização eletrocardiográfica 31 MANUSEIO DA QUEIMADURA ELÉTRICA Estabelecer o tipo de lesão Obter informações sobre o acidente: Onde e como aconteceu; o paciente perdeu a consciência ou teve amnésia?; Existe algum trauma adicional?; sofreu uma parada cardíaca ou arritmia? Exame físico Identificar os pontos de contato: entradas e saídas. 1. Retirar todas as roupas e joias. 2. Examinar atentamente pés e mãos. 3. Raspar a cabeça se apresentar pontos de contato. 4. Estimar a extensão da queimadura. 5. Efetuar exame neurológico central e periférico. 6. Verificar presença de lesões medulares; fraturas de ossos longos e luxações. 7. Manter a via aérea permeável 8. Colocar tubo endotraqueal, quando indicado. 9. Ressuscitação. 10.Obter um ou mais acessos venosos profundos. O liquido de escolha é o Ringer-lactato, administrado conforme as fórmulas já estabelecidas, sabendo que em geral, a exigência é maior do que o previsto. 11. Instalação de sonda de Foley. 12.Exame da urina. 13.Em caso de pigmentos na urina, a diurese deve ser mantida entre 75 a 100 ml por hora, até que a cor da urina seja clara. Uma ampola de bicarbonato de sódio (50 mEq) por litro de Ringer-lactato, pode ser administrado por via intravenosa, para manter o pH do sangue dentro de valores aceitáveis. Isto deve ser continuado até que a urina esteja clara. Se a resposta ao tratamento não for adequada, iniciar infusão de manitol. 14.Monitorização eletrocardiográfica 31 15.Eletrocardiograma completo na admissão do paciente e monitorização cardíaca durante as primeiras 24 horas. 16.Manutenção da circulação periférica 17.Qualquer membro comprometido deve ser monitorado de hora em hora os pulsos periféricos; o enchimento capilar; a sensibilidade e a cor da pele. Caso algum destes sinais denotam a presença de comprometimento vascular, a descompressão é realizada imediatamente. FASCIOTOMIA Queimaduras por alta tensão, mesmo sem queimaduras circunferenciais profundas, podem desenvolver a síndrome compartimental, pois o músculo afetado edemacia abaixo da fáscia. Clinicamente se manifesta como um musculo sem função e muito túrgido à palpação. 1) Membro superior As musculatura do antebraço é muito suscetível à isquemia. Em caso de fasciotomia, cuidado para não lesar o nervo ulnar; pode-se utilizar anestesia local. Se realiza com eletrocautério, incidindo a pele, o celular subcutâneoe a fáscia. Atenção especial ao local onde estavam o relógio, pulseiras e anéis. Muitas vezes, é necessária a liberação do túnel do carpo, se a vascularização não melhorar com a fasciotomia. 2) Membro inferior Os quatro compartimentos são susceptíveis a isquemia pelo edema. A fasciotomia deve ser feita por duas incisões. A externa deve começar na frente da cabeça fibular e seguir por de cerca de 25 cm sobre a diáfise do mesmo. Abrir a fáscia tomando cuidado para não lesar o nervo ciático poplíteo externo. A inserção interna começa na inserção da panturrilha e continua distalmente, até a borda interior do tendão de Aquiles. Cuidado 32 para não atingir a veia safena. A perda de sangue pode ser considerável e é controlada com electrocauterização. Quando a fasciotomia é realizada precocemente, pode não haver sangramento devido à hipovolemia a vasoconstrição periférica e ao choque, mas pode ocorrer quando o paciente sair do choque. QUEIMADURAS ELÉTRICAS EM PACIENTES PEDIÁTRICOS Em crianças são comuns as lesões elétricas de baixa voltagem por acidentes domésticos. Normalmente, um cabo colocado na boca, ou a introdução de objetos metálicos na tomada. Em geral ocorrem lesões pequenas na pele mas profundas. Lesões em ambos os cantos da boca e da língua, que não podem ser tratados cirurgicamente nas primeiras 72 horas. Antes de uma intervenção cirúrgica é necessário esperar a redução do edema. 33 para não atingir a veia safena. A perda de sangue pode ser considerável e é controlada com electrocauterização. Quando a fasciotomia é realizada precocemente, pode não haver sangramento devido à hipovolemia a vasoconstrição periférica e ao choque, mas pode ocorrer quando o paciente sair do choque. QUEIMADURAS ELÉTRICAS EM PACIENTES PEDIÁTRICOS Em crianças são comuns as lesões elétricas de baixa voltagem por acidentes domésticos. Normalmente, um cabo colocado na boca, ou a introdução de objetos metálicos na tomada. Em geral ocorrem lesões pequenas na pele mas profundas. Lesões em ambos os cantos da boca e da língua, que não podem ser tratados cirurgicamente nas primeiras 72 horas. Antes de uma intervenção cirúrgica é necessário esperar a redução do edema. 33 CAPITULO 5 Queim�uras químicas INTRODUÇÃO A qualquer momento da vida diária. uma pessoa pode ser exposta ao contato com produtos químicos em casa, no trabalho ou no lazer. Os produtos químicos são classificados como ácidos, álcalis ou componentes orgânicos. CLASSIFICAÇÃO - Álcalis: incluem hidróxidos, carbonatos ou soda cáustica, como o sódio, potássio, amónio bório, lítio e cálcio. A maioria são encontrados em produtos de limpeza e de cimento. - Ácidos: a parte clorídrico de quase todos os elementos da limpeza. O ácido oxálico é utilizada como um removedor.Ácido muriático é usado como acidificante em piscinas. O ácido sulfúrico é utilizado como um purificador na indústria. - Compostos orgânicos: incluem fenóis, cresóis e derivados do petróleo; produzem lesões de contato e apresentam efeitos sistêmicos. Os fenóis são utilizados como desinfetantes, cresóis e óleo são utilizados em casa e na indústria. FATORES QUE DETERMINAM A GRAVIDADE: - Agente. - Concentração. - Volume. - Tempo de contato. 35 INTRODUÇÃO A qualquer momento da vida diária. uma pessoa pode ser exposta ao contato com produtos químicos em casa, no trabalho ou no lazer. Os produtos químicos são classificados como ácidos, álcalis ou componentes orgânicos. CLASSIFICAÇÃO - Álcalis: incluem hidróxidos, carbonatos ou soda cáustica, como o sódio, potássio, amónio bório, lítio e cálcio. A maioria são encontrados em produtos de limpeza e de cimento. - Ácidos: a parte clorídrico de quase todos os elementos da limpeza. O ácido oxálico é utilizada como um removedor.Ácido muriático é usado como acidificante em piscinas. O ácido sulfúrico é utilizado como um purificador na indústria. - Compostos orgânicos: incluem fenóis, cresóis e derivados do petróleo; produzem lesões de contato e apresentam efeitos sistêmicos. Os fenóis são utilizados como desinfetantes, cresóis e óleo são utilizados em casa e na indústria. FATORES QUE DETERMINAM A GRAVIDADE: - Agente. - Concentração. - Volume. - Tempo de contato. 35 TRATAMENTO Qualquer pessoa que entre em contato com um paciente com queimaduras químicas, deve estar protegido, usando roupas impermeáveis e luvas. O tratamento inicial consiste em retirar as roupas saturadas pelo agente, incluindo as roupas íntimas, meias e sapatos. Escovar a pele do paciente se o agente é pulverizado e, em seguida, irrigar com abundância de água (chuveiro, banheira), nunca por imersão. Não existe nenhum agente superior à água. Não se deve tentar neutralizar o agente químico, isto pode ocasionar uma reação exotérmica, com aumento da temperatura local e aprofundamento da lesão. A irrigação deve continuar até que o paciente tenha sensação de alívio. QUEIMADURAS QUÍMICAS ESPECIFICAS Lesões oculares por álcalis Os álcalis se unem às proteínas do tecido e requerem uma irrigação prolongada até se conseguir a diluição e parar a progressão da lesão. Pode ser efetuada com água ou solução salina. O paciente pode apresentar edema e espasmos palpebrais. Se necessário, forçar a abertura do olho para efetuar uma irrigação eficaz. Manter um gotejamento ocular contínuo com soro fisiológico até o encaminhar o paciente para uma unidade de queimados. (dispositivo ocular de Morgan para irrigação contínua). Lesões por petróleo e derivados Gasolina e diesel são produtos petrolíferos que causam danos aos tecidos. O contato prolongado com estes produtos, pelo processo conhecido como "saponificação" pode causar uma queimadura química de de diferentes profundidades. 36 Caso absorvido de forma exagerada, estes hidrocarbonetos podem causar insuficiência do órgão ou morte. Essa insuficiência se manifesta entre 6 e 24 horas, com sinais de insuficiência respiratória, hepática e finalmente renal. Enzimas hepáticas se elevam após 24 horas. Pode também ocorrer intoxicação por chumbo, caso o composto contenha chumbo tetraetílico. Ácido fluorídrico Trata-se do ácido inorgânico mais reativo nos tecidos e o que causa as lesões mais profundas. Esta destruição tecidual ocorre quando os íons flúor se combinam com as proteínas. Se o íon flúor se combina com íons de cálcio ou magnésio se obtém o fluoreto de Ca ou Mg, que não são agressivos. O tratamento imediato é uma abundante lavagem com água ou água com cloreto de benzalcônio. Aplicar gel de gluconato de cálcio e uma solução de gluconato de cálcio a 10%, e injetada por via subcutânea e intralesional. Isso alivia a dor de forma imediata. Como estas lesões ocorrem frequentemente nas mãos e dedos. Ter sempre em mente que uma lesão de 2% da superfície corporal não tratada nas primeiras 3 horas, é geralmente fatal. 37 Caso absorvido de forma exagerada, estes hidrocarbonetos podem causar insuficiência do órgão ou morte. Essa insuficiência se manifesta entre 6 e 24 horas, com sinais de insuficiência respiratória, hepática e finalmente renal. Enzimas hepáticas se elevam após 24 horas. Pode também ocorrer intoxicação por chumbo, caso o composto contenha chumbo tetraetílico. Ácido fluorídrico Trata-se do ácido inorgânico mais reativo nos tecidos e o que causa as lesões mais profundas. Esta destruição tecidual ocorre quando os íons flúor se combinam com as proteínas. Se o íon flúor se combina com íons de cálcio ou magnésio se obtém o fluoreto de Ca ou Mg, que não são agressivos. O tratamento imediato é uma abundante lavagem com água ou água com cloreto de benzalcônio. Aplicar gel de gluconato de cálcio e uma solução de gluconato de cálcio a 10%, e injetada por via subcutânea e intralesional. Isso alivia a dor de forma imediata. Como estas lesões ocorrem frequentemente nas mãos e dedos. Ter sempre em mente que uma lesão de 2% da superfície corporal não tratada nas primeiras 3 horas, é geralmente fatal. 37 CAPITULO 6 Queim�uras térmicaspediátricas INTRODUÇÃO A cada ano, mais de 300 crianças morrem no Brasil por queimaduras e cerca de 1200 ficam com sequelas estéticas importantes. Queimaduras por líquidos quentes são as mais comuns em crianças menores de 3 anos e por fogo direto acima desta idade. SUPERFÍCIE CORPORAL As crianças têm maior superfície corporal por quilo de peso que os adultos. Uma criança de 7 quilos, tem 10% do peso de um adulto de 70kg, mas tem um terço da superfície do corpo desse adulto. Como consequência, uma criança requer uma maior quantidade de líquido na fase de ressuscitação. Crianças com menos de 2 anos de idade têm pele mais fina, o que resulta que para uma mesma temperatura e mesmo tempo de exposição, a queimadura seja mais profunda. Queimaduras que inicialmente aparecem como intermediárias geralmente acabam sendo profundas. CONTROLE DA TEMPERATURA Também relacionado com a maior superfície corporal; a criança perde mais temperatura, e também por ter menos massa muscular, tem menor geração de calor. Em crianças com idade inferior a 6 meses, é necessário manter uma temperatura adequada de 36° a 37° C para evitar a perda de calor. Em adultos, a exposição durante 30 segundos a 54° C produz queimaduras. Em uma criança à mesma temperatura, basta apenas uma exposição de 10 segundos. A 60° C, que é a temperatura usual de líquidos quentes em ambiente doméstico, uma lesão infantil ocorre em apenas 5 segundos. 39 INTRODUÇÃO A cada ano, mais de 300 crianças morrem no Brasil por queimaduras e cerca de 1200 ficam com sequelas estéticas importantes. Queimaduras por líquidos quentes são as mais comuns em crianças menores de 3 anos e por fogo direto acima desta idade. SUPERFÍCIE CORPORAL As crianças têm maior superfície corporal por quilo de peso que os adultos. Uma criança de 7 quilos, tem 10% do peso de um adulto de 70kg, mas tem um terço da superfície do corpo desse adulto. Como consequência, uma criança requer uma maior quantidade de líquido na fase de ressuscitação. Crianças com menos de 2 anos de idade têm pele mais fina, o que resulta que para uma mesma temperatura e mesmo tempo de exposição, a queimadura seja mais profunda. Queimaduras que inicialmente aparecem como intermediárias geralmente acabam sendo profundas. CONTROLE DA TEMPERATURA Também relacionado com a maior superfície corporal; a criança perde mais temperatura, e também por ter menos massa muscular, tem menor geração de calor. Em crianças com idade inferior a 6 meses, é necessário manter uma temperatura adequada de 36° a 37° C para evitar a perda de calor. Em adultos, a exposição durante 30 segundos a 54° C produz queimaduras. Em uma criança à mesma temperatura, basta apenas uma exposição de 10 segundos. A 60° C, que é a temperatura usual de líquidos quentes em ambiente doméstico, uma lesão infantil ocorre em apenas 5 segundos. 39 AVALIAÇÃO INICIAL Os antecedentes são importantes, não podemos deixar de pensar na possibilidade de abuso infantil em crianças menores de 4 anos Extensão Observar a diferença cefalopodálica em relação ao adulto; a regra dos nove modificada ou a regra de Pulansky e Tennison, são muitas vezes úteis. Via aérea As crianças podem apresentar sinais de lesão por inalação mais cedo do que os adultos. Intubação endotraqueal está indicada quando houver suspeita de comprometimento supra glótico. A intubação deve ser realizado por alguém com bom treinamento (anestesista pediátrico). Laringe da criança fica mais proximal que a do adulto, o que exige um maior ângulo de cânula. Esta diferença anatômica requer um especialista infantil. O diâmetro das narinas pode ser usado para escolher o tubo a ser colocado. Repetidas tentativas de intubação fracassadas produzem mais edema nas vias aéreas superiores. A traqueostomia nunca esta indicada, é preferível colocar uma agulha percutânea temporária de grosso calibre. Qualquer criança com suspeita de lesão por inalação deve ser transferida o mais rapidamente possível para uma unidade de tratamento de queimados infantil. Circulação Toda criança com queimaduras maiores de 10% da superfície corporal, não importando a profundidade, deve ser internada, pois requer acesso venoso. Como s crianças engolem muito ar com o choro, colocar sempre sonda nasogástrica. 40 Fórmula para hidratação nas primeiras 24 horas: FÓRMULA DE PARKLAND 3-4 ml x kg x SCQ de Ringer Lactato, metade administrado nas primeiras 8 horas e a metade restante nas 16 horas posteriores. A hipoglicemia é possível e no dia 2o dia recomenda-se adicionar 5% de glicose ao Ringer Lactato. Os requisitos de manutenção são: 100 ml x Kg x os primeiros 10 quilos de peso corporal; 50 ml x Kg x nos 11 a 20 quilos; 20 ml x Kg acima de 20 quilos. • LIMITE 50% SUPERFICIE CORPORAL - SOBRECARGA HIDRICA Exemplo em uma criança de 23 quilos: 1000 ml (10kg) + 500 ml (10kg) + 60 ml (3kg) = 1.560 ml para 24 horas de manutenção. Lembrar sempre que as fórmulas são apenas estimativas. Quando não se consegue um acesso venoso, a via intraóssea é uma alternativa válida para tentar salvar a vida, e é feita na tuberosidade anterior da tíbia com uma cânula grossa. Diurese em crianças com peso inferior a 30 quilos deve ser de 1 ml x kg x hora. Acima de 30 quilos deve ser entre 30 a 50 ml por hora. 41 Fórmula para hidratação nas primeiras 24 horas: FÓRMULA DE PARKLAND 3-4 ml x kg x SCQ de Ringer Lactato, metade administrado nas primeiras 8 horas e a metade restante nas 16 horas posteriores. A hipoglicemia é possível e no dia 2o dia recomenda-se adicionar 5% de glicose ao Ringer Lactato. Os requisitos de manutenção são: 100 ml x Kg x os primeiros 10 quilos de peso corporal; 50 ml x Kg x nos 11 a 20 quilos; 20 ml x Kg acima de 20 quilos. • LIMITE 50% SUPERFICIE CORPORAL - SOBRECARGA HIDRICA Exemplo em uma criança de 23 quilos: 1000 ml (10kg) + 500 ml (10kg) + 60 ml (3kg) = 1.560 ml para 24 horas de manutenção. Lembrar sempre que as fórmulas são apenas estimativas. Quando não se consegue um acesso venoso, a via intraóssea é uma alternativa válida para tentar salvar a vida, e é feita na tuberosidade anterior da tíbia com uma cânula grossa. Diurese em crianças com peso inferior a 30 quilos deve ser de 1 ml x kg x hora. Acima de 30 quilos deve ser entre 30 a 50 ml por hora. 41 CUIDADOS COM A FERIDA INFANTIL Lembrar sempre em parar o processo da queimadura, retirar as roupas, fazer uma revisão corporal completa para determinar a extensão e profundidade, e cobrir as feridas com curativos estéreis. Não usar substâncias tópicas. Abrigar adequadamente o paciente para evitar a hipotermia. Escarotomia em crianças O mesmo que no adulto, mas lembrando sempre que a criança fica exausta, do ponto de vista respiratório, mais facilmente que o adulto, e queimaduras profundas e circunferenciais do tórax sempre requerem escarotomia. Para determinar a circulação nos membros, é necessário dispor de um Doppler. Um Doppler é necessário para determinar a circulação nos membros. 42 CAPITULO 7 E���ização encam�hame�o e transp te CAPITULO 7 E���ização encam�hame�o e transp te INTRODUÇÃO Todos os pacientes com queimaduras térmicas, elétricas ou químicas requerem avaliação hospitalar imediata. A equipe hospitalar deve avaliar o paciente, e providenciar a transferência para um centro de queimados caso não possua estrutura adequada para o tratamento. O paciente deve sempre ser avaliado visando as possíveis lesões associadas. Todos os procedimentos efetuados devem ser registrados e informados ao centro de queimados, enviar todas as informações possíveis sobre o caso. Recomenda-se sempre ter um acordo com um centro de referência para pacientes queimados que permita agilidade burocrática. CRITÉRIOS DE TRANSFERÊNCIA PARA UNIDADE DE QUEIMADOS: 1) Pacientes com queimaduras intermedias (AB) acima de 10% de SCQ 2) Queimaduras de qualquer tipo que envolvam; pescoço; mãos; períneo; genitálias; pés e articulações. 3) Queimaduras profundas independente da extensão. 4) Queimaduraspor eletricidade. 5) Queimaduras por químicos. 6) Pacientes com lesão inalatória. 7) Acientes com patologias preexistentes. 8) Pacientes com queimaduras e trauma concomitante, nas quais a queimadura apresenta maior morbimortalidade. 9) Crianças queimadas que estejam em Hospital sem Unidade Pediátrica especializada em queimados. 10) Pacientes queimados que apresentem alterações psiquiátricas, emocionais e problemas para a reabilitação. 44 O Grupo Interdisciplinar treinado para tratamento de pacientes com queimaduras (cirurgiões, clínicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas), apresentam melhores resultados, obtendo um menor tempo de internação, menos sequelas estéticas e funcionais, e com uma reintegração sociais mais rápida e eficaz. ESTABILIZAÇÃO E PREPARAÇÃO PARA A TRANSFERÊNCIA Uma vez tomada a decisão de transferir o paciente, é essencial que o paciente esteja clinicamente estável. O principal já foi descrito em outros capítulos, mas vale a pena lembrar: Estabilização respiratória: manter permeável a via aérea superior. Avaliar a lesão inalatória. Administrar oxigênio umidificado a 100% em caso de suspeita de intoxicação por monóxido de carbono (CO). Estabilização Hemodinâmica: colocar una via venosa em aérea não queimada. Aplicar a fórmula com Ringer-Lactato. Colocar una sonda de Foley. Medir a diurese, visando obter valores de 50 a 100 ml por hora. Estabilização Gastrointestinal: não administrar alimentos antes nem durante a transferência. Se a queimadura for maior de 20% da superfície, colocar sonda nasogástrica. Estabilização da Queimadura: lavar com agua e sabão. Cobrir com compressas estéreis. Não colocar agentes tópicos antibacterianos. Cobrir o paciente para evitar hipotermia. Estabilização da Dor: administração de morfina unicamente por via intravenosa. Imunização Antitetânica: aplicar assim que hemodinamicamente estabilizado. (Soro e vacina). Documentação: é recomendável utilizar o seguinte modelo de planilha, para simplificar a coleta de dados. (Ver páginas 35 e 36). Fazer uma notificação policial. O paciente deve ser acompanhado por um familiar adulto durante a transferência. 45 O Grupo Interdisciplinar treinado para tratamento de pacientes com queimaduras (cirurgiões, clínicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas), apresentam melhores resultados, obtendo um menor tempo de internação, menos sequelas estéticas e funcionais, e com uma reintegração sociais mais rápida e eficaz. ESTABILIZAÇÃO E PREPARAÇÃO PARA A TRANSFERÊNCIA Uma vez tomada a decisão de transferir o paciente, é essencial que o paciente esteja clinicamente estável. O principal já foi descrito em outros capítulos, mas vale a pena lembrar: Estabilização respiratória: manter permeável a via aérea superior. Avaliar a lesão inalatória. Administrar oxigênio umidificado a 100% em caso de suspeita de intoxicação por monóxido de carbono (CO). Estabilização Hemodinâmica: colocar una via venosa em aérea não queimada. Aplicar a fórmula com Ringer-Lactato. Colocar una sonda de Foley. Medir a diurese, visando obter valores de 50 a 100 ml por hora. Estabilização Gastrointestinal: não administrar alimentos antes nem durante a transferência. Se a queimadura for maior de 20% da superfície, colocar sonda nasogástrica. Estabilização da Queimadura: lavar com agua e sabão. Cobrir com compressas estéreis. Não colocar agentes tópicos antibacterianos. Cobrir o paciente para evitar hipotermia. Estabilização da Dor: administração de morfina unicamente por via intravenosa. Imunização Antitetânica: aplicar assim que hemodinamicamente estabilizado. (Soro e vacina). Documentação: é recomendável utilizar o seguinte modelo de planilha, para simplificar a coleta de dados. (Ver páginas 35 e 36). Fazer uma notificação policial. O paciente deve ser acompanhado por um familiar adulto durante a transferência. 45 PROCESSO DE TRANSFERÊNCIA O contato telefônico médico - médico é essencial. Assim, o médico que receberá o paciente terá as informações necessárias para dar continuidade ao atendimento. 46 Data ___/___/___ Hora___ ___ Médico encaminhador ________________________________________________________________________ Telefone:_______________________________________________________________ Nome do paciente:_____________________________________________________ Idade:_____ Sexo:_________ Altura: __________Peso:________ Data e Hora do Etiologia:_______________________________________________ Acidente:_______________________________________________________________ Áreas comprometidas:_________________________________________________ Lesões concomitantes:_________________________________________________ Alergias:________________________________________________________________ Medicação:_____________________________________________________________ Medicação previa ao acidente:__________________________________________ Antecedentes patológicos:_____________________________________________ Tétano:_______________ (Vía/Dose/Horas) Lesão inalatória: SIM NÃO _______________________ Lesão circunferencial: SM distal: SIM NÃO Escarotomías:SIM NÃO SIM NÃO Analgésicos:_____________________________ Intubação: SIM NÃO O2 NÃO Onde___________________Pulso Onde:________________________Pulsopost: Via venosa N° 1: __________________________ Gotas x ____ Total desde as____________ Via venosa N° 2: ________ Gotas x ____ Queimadura___________ ml Diurese (Foley) desde a lesão: _______ ml RX Tórax:_______________________________________________________________ Outras RX: _____________________________________________________________ Exame na saída: Pulso: ________________ x minuto F. Resp.: ______________ x minuto T. Arterial: _____________ Max. 47 Data ___/___/___ Hora___ ___ Médico encaminhador ________________________________________________________________________ Telefone:_______________________________________________________________ Nome do paciente:_____________________________________________________ Idade:_____ Sexo:_________ Altura: __________Peso:________ Data e Hora do Etiologia:_______________________________________________ Acidente:_______________________________________________________________ Áreas comprometidas:_________________________________________________ Lesões concomitantes:_________________________________________________ Alergias:________________________________________________________________ Medicação:_____________________________________________________________ Medicação previa ao acidente:__________________________________________ Antecedentes patológicos:_____________________________________________ Tétano:_______________ (Vía/Dose/Horas) Lesão inalatória: SIM NÃO _______________________ Lesão circunferencial: SM distal: SIM NÃO Escarotomías:SIM NÃO SIM NÃO Analgésicos:_____________________________ Intubação: SIM NÃO O2 NÃO Onde___________________Pulso Onde:________________________Pulsopost: Via venosa N° 1: __________________________ Gotas x ____ Total desde as____________ Via venosa N° 2: ________ Gotas x ____ Queimadura___________ ml Diurese (Foley) desde a lesão: _______ ml RX Tórax:_______________________________________________________________ Outras RX: _____________________________________________________________ Exame na saída: Pulso: ________________ x minuto F. Resp.: ______________ x minuto T. Arterial: _____________ Max. 47 _______________ Min. Resultados de Laboratório: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ _________________ _______________________________________________________ Modo de transporte: Ambulância: Avião: Helicóptero: Assinatura e carimbo do Médico encaminhador; ________________________________________________________________________ _ 48 CAPITULO 8 Manipulação e cuid�o da ferida CAPITULO 8 Manipulação e cuid�o da ferida INTRODUÇÃO Em geral, o tratamento local da lesão por queimadura, é posterior