Prévia do material em texto
1 Prof. Me. Augusto César R. Araújo UNIDADE 04 –VALIDAÇÃO DE METODOLOGIA ANALÍTICA 2 INTRODUÇÃO A VALIDAÇÃO PRINCÍPIOS E DOCUMENTAÇAO DE VALIDAÇÃO PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO CÁLCULOS DE VALIDAÇÃO UNIDADE 04 –VALIDAÇÃO DE METODOLOGIA ANALÍTICA 3 INTRODUÇÃO A VALIDAÇÃO INTRODUÇÃO A VALIDAÇÃO A validação de métodos analíticos comprova através de evidências objetivas que requisitos para uma determinada aplicação ou uso específico são atendidos; Pode ser definida como o processo que confere validade a um método analítico, instrumento ou equipamento, cujas especificações são aceitas como corretas, conferindo confiabilidade aos resultados obtidos Ter validado um resultado significa que o procedimento, que inclui desde as condições de operação do equipamento até toda a seqüência analítica, seja aceito como correto. 4 INTRODUÇÃO A VALIDAÇÃO Estabelecem-se níveis de exigência que podem definir a aprovação do produto ou espécie em estudo; Fundamental que os laboratórios disponham de meios e critérios objetivos para demonstrar que os métodos que utilizam conduzem a resultados confiáveis, que garantam qualidade, idoneidade e credibilidade de seus produtos e/ou serviços Qualquer alteração de métodos normalizados implica em revalidar o método 5 INTRODUÇÃO A VALIDAÇÃO O laboratório precisa demonstrar que tem condições de aplicar de maneira adequada estes métodos normalizados, dentro das condições específicas existentes nas suas instalações antes de implantá-los. A conformidade dos métodos normalizados utilizados deve ser verificada sob condições reais de uso. É responsabilidade do laboratório verificar se as características de desempenho prescritas no método oficial podem ser obtidas 6 INTRODUÇÃO A VALIDAÇÃO A validação deve ser efetuada após seleção, desenvolvimento, e otimização dos métodos. O procedimento operacional padrão deve ser claro, objetivo, completo aprovado, autorizado e revisado pelo grupo de garantia da qualidade da empresa. O uso de testes estatísticos adequados (t de Student, Fisher,Cochran, Grubbs, ANOVA, testes de hipóteses) torna as decisões menos subjetivas 7 8 PRINCIPIOS E DOCUMENTAÇÃO DE VALIDAÇÃO PRINCÍPIOS E DOCUMENTOS DE VALIDAÇÃO As medições efetuadas no laboratório devem prover dados analíticos comparáveis e consistentes, para a eliminação de barreiras técnicas entre os países. Deve atender requisitos legais, de certificação e de acreditação, ou seja, uma vez efetuada a medição esta é aceita em qualquer país. As normas internacionais (ISO, USP, FDA, AOAC, NATA,ASTM) e sistemas da qualidade (Boas práticas de laboratório; ISO/IEC 17025) requerem a validação de métodos analíticos e a documentação do trabalho de validação. 9 PRINCÍPIOS E DOCUMENTOS DE VALIDAÇÃO Importante documentar os procedimentos de forma que o método possa ser implementado de maneira clara e sem ambiguidades; A documentação apropriada auxilia na aplicação consistente do método, já que, uma vez implantado o método, ele será sempre executado conforme descrito; Caso contrário o desempenho real do método não irá corresponder àquele previsto nos dados de validação. 10 PRINCÍPIOS E DOCUMENTOS DE VALIDAÇÃO Documentações que registrem etapas da validação são necessárias também para fins de avaliação e podem ser exigidas por razões contratuais ou até mesmo por organismos regulamentadores A sistemática de controle de documentos do laboratório deve permitir a retirada de circulação dos documentos obsoletos e emissão de métodos revisados; As alterações devem ser realizadas somente por pessoas autorizadas 11 12 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Especificidade e seletividade É a capacidade que o método possui de medir exatamente um composto específico independente da matriz da amostra e de suas impurezas. Para análise qualitativa (teste de identificação) é necessário demonstrar a capacidade de seleção do método entre compostos com estruturas relacionadas que podem estar presentes 13 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Especificidade e seletividade A especificidade e a seletividade estão relacionadas ao evento da detecção; A especificidade refere-se a um método específico para um único analito; Seletividade refere-se a um método utilizado para vários analitos com capacidade de distinção entre ele. 14 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Especificidade e seletividade Os testes de especificidade têm como objetivo determinar os componentes que precisam ser analisados na amostra, para isso, é necessário definir a matriz, assim com os possíveis interferentes; Para análise quantitativa (teor) e análise de impurezas, a especificidade pode ser determinada pela comparação dos resultados obtidos de amostras contaminadas com quantidades apropriadas de impurezas ou amostras não contaminadas, para demonstrar que o resultado do teste não é afetado por esses materiais. 15 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Especificidade e seletividade A matriz da amostra pode conter componentes que interferem no desempenho da medição pelo detector selecionado, sem causar um sinal visível no teste de especificidade. Os interferentes podem aumentar ou reduzir o sinal, e a magnitude do efeito também pode depender da concentração. 16 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Especificidade e seletividade Para fazer o teste de seletividade podem ser utilizados diversos testes, depende da disponibilidade do analito, da matriz sem o analito e de amostras de referência nas concentrações de interesse; Podem ser aplicados os teste F(Snedecor) de homogeneidade de variâncias e o teste t(Student) de comparação de médias. 17 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Faixa de trabalho e Faixa linear de trabalho Em qualquer método quantitativo , existe uma faixa de concentrações do analito no qual o método pode ser aplicado. Os primeiros valores da faixa podem ser dos valores dos limites de detecção e de quantificação e os últimos dependem do sistema de resposta do equipamento de medição. 18 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Faixa de trabalho e Faixa linear de trabalho A faixa linear é definida como a faixa de concentrações na qual a sensibilidade pode ser considerada constante e são normalmente expressas nas mesmas unidades do resultado obtido pelo método analítico; Para escolher a faixa de trabalho quando se tem uma amostra específica, a concentração esperada deve se situar no meio da faixa de trabalho e quando a concentração do analito é desconhecida utiliza-se a faixa de trabalho estudada para amostras diversificadas. 19 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Linearidade É a capacidade de uma metodologia analítica demonstrar que os resultados obtidos são diretamente proporcionais à concentração do analito na amostra, dentro de um intervalo especificado; A linearidade é obtida por padronização interna ou externa e formulada como expressão matemática (equação da regressão linear) usada para o cálculo da concentração do analito a ser determinado na amostra real 20 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Linearidade O coeficiente de correlação linear (r) é frequentemente usado para indicar a adequabilidade da curva como modelo matemático. Um valor maior que 0,90 é, usualmente, requerido. 21 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Sensibilidade É um parâmetro que demonstra a variação da resposta em função da concentração do analito. Pode ser expressa pela inclinação da curva de regressão linear de calibração, e é determinada simultaneamente aos testes de linearidade. A sensibilidade depende da natureza do analito e da técnica de detecção utilizada 22 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Limite de detecção • É a menor quantidade do analito presente em uma amostra que pode ser detectada, porém não necessariamente quantificada, sob as condições experimentais estabelecidas. métodos não instrumentais É o menor valor de concentração capaz de produzir o efeito esperado (mudança de cor, turvação, etc). métodos instrumentais– Se baseia na relação de 3 vezes o ruído da linha de base. 23 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Limite de quantificação É a menor quantidade do analito em uma amostra que pode ser determinada com precisão e exatidão aceitáveis sob as condições experimentais estabelecidas. Onde o limite de quantificação é estabelecido por meio da análise de soluções contendo concentrações decrescentes do analito até o menor nível determinável com precisão e exatidão aceitáveis 24 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Exatidão e tendência (bias) A exatidão de um método analítico é verificada quando são obtidos resultados muito próximos em relação ao valor verdadeiro A exatidão é calculada como porcentagem de recuperação da quantidade conhecida do analito adicionado à amostra, ou como a diferença porcentual entre as médias e o valor verdadeiro aceito, acrescida dos intervalos de confiança 25 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Exatidão e tendência (bias) Deve ser determinada após o estabelecimento da linearidade, do intervalo linear e da especificidade do mesmo; No mínimo, 9 (nove) determinações contemplando o intervalo linear do procedimento, ou seja, 3 (três) concentrações, baixa, média e alta, com 3 (três) réplicas cada. 26 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Exatidão e tendência (bias) A tendência implica numa combinação de componentes de erros aleatórios e sistemáticos, onde a determinação da tendência total com relação aos valores de referência apropriados é importante no estabelecimento da rastreabilidade aos padrões reconhecidos. A tendência pode ser expressa como recuperação analítica (valor observado / valor esperado). 27 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Precisão É a avaliação da proximidade dos resultados obtidos em uma série de medidas de uma amostragem múltipla de uma mesma amostra, As duas formas mais comuns de expressá-la são por meio de repetitividade e reprodutividade expressa pelo desvio padrão 28 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Precisão Ambas repetitividade e reprodutibilidade são geralmente dependentes da concentração do analito; Devem ser determinadas para um diferente número de concentrações; em casos relevantes, a relação entre precisão e concentração do analito deve ser estabelecida; 29 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Precisão Repetitividade é a precisão intra-corrida, ou seja o grau de concordância entre os resultados de medições sucessivas, efetuadas sob as mesmas condições de medição. Todas as medições com o mesmo procedimento; mesmo analista; mesma instrumentação, dentro de um curto período de tempo. A repetitividade pode ser expressa quantitativamente em termos da característica da dispersão dos resultados 30 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Precisão Reprodutibilidade é a precisão interlaboratorial, ou seja, o grau de concordância entre os resultados obtidos em laboratórios diferentes como em estudos colaborativos. É considerada importante quando um laboratório busca a verificação do desempenho dos seus métodos em relação aos dados de validação obtidos através de comparação interlaboratorial. 31 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Precisão Precisão intermediária é a precisão intercorridas, ou seja, refere-se à concordância entre os resultados do mesmo laboratório, mas obtidos em dias diferentes, com analistas diferentes e/ou equipamentos diferentes. Para a determinação da precisão intermediária recomenda- se um mínimo de 2 dias diferentes com analistas diferentes 32 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Precisão A recuperação do analito pode ser estimada pela análise de amostras adicionadas com quantidades conhecidas do mesmo (spike). As amostras podem ser adicionadas com o analito em pelo menos três diferentes concentrações. A limitação deste procedimento é a de que o analito adicionado não está necessariamente na mesma forma que apresente na amostra 33 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Robustez Um método de ensaio mede a sensibilidade que este apresenta face a pequenas variações. Um método diz-se robusto se revelar praticamente insensível a pequenas variações que possam ocorrer quando esse está sendo executado. Para determinar a robustez de um método de ensaio, pode- se recorrer ao teste de Youden. 34 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Incerteza de medição Os estudos de validação produzem dados de desempenho global do método e fatores de influência individuais que podem ser aplicados à estimativa da incerteza associada aos resultados do método em rotina Através desses dados é possível calcular as variações sofridas pelo método e determinar a incerteza, ou seja, quanto o meu resultado vai variar para mais ou para menos numa determinada faixa de trabalho com uma determinada matriz 35 PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO Incerteza de medição Após essa etapa, o método pode ser considerado validado e passar para o processo de acreditação, onde todos os parâmetros da validação serão avaliados pelo órgão certificador responsável. A manutenção da validação do método também será analisada através do uso de padrões de verificação e de participação em estudos interlaboratoriais. 36 37 CÁLCULOS DE VALIDAÇÃO CÁLCULOS DE VALIDAÇÃO Exemplo 01 A validação de doseamento de nimesulida em cápsulas através de espectrofotometria de absorção no ultravioleta obteve os seguintes valores: Amostra 01 – 103mg Amostra 02 – 100mg Amostra 03 – 105mg Determinar o que se pede a seguir: 38 CÁLCULOS DE VALIDAÇÃO Exemplo 01 a) A média dos valores b) O desvio padrão dos valores c) Precisão d) Exatidão e) Limite de detecção f) Limite de quantificação g) Recuperação. Sabendo que o valor inicial foi de 98mg e o valor final foi de 90mg 39 CÁLCULOS DE VALIDAÇÃO Exemplo 01 a) x =∑x / n b) s = √ ∑(xi – x) / n-1 c) p = x±s d) e = Vr - x e) LD = x + ts f) LQ = x + 10s g) Recuperação. Sabendo que o valor inicial foi de 98mg e o valor final foi de 90mg 40 41