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AULA 2 REMUNERAÇÃO ESTRATÉGICA Prof. Bira Morgado 2 CONVERSA INICIAL Estamos nos aprofundando no estudo das remunerações e, particularmente, quanto ao aspecto estratégico que esta possui para o ambiente organizacional. Assim sendo, partiremos da remuneração variável baseada em habilidades para a remuneração variável baseada em competências. No universo de recursos humanos, a sigla CHA (conhecimento, habilidades e atitudes) tem sido amplamente utilizada para delinear as competências exigidas no mercado atual. Definidas assim, de um modo simples, predizem um desempenho superior, mas não garantem, necessariamente, o sucesso de um indivíduo em um cargo ou papel específico. Figura 1 – Sigla CHA Fonte: Jorgenca, S.d. CONTEXTUALIZANDO O uso de competências, e de remuneração baseada em competências, não precisa ser limitado a um grupo específico de funcionários. A Campbell's Soup Company Ltd., por exemplo, desenvolveu um programa de remuneração baseado em competências para os funcionários de produção em uma de suas fábricas canadenses. A Kaiser Permanente, a gigantesca organização de gerenciamento de planos de saúde nos Estados Unidos, usa a remuneração baseada em competências em partes de sua organização e desenvolveu modelos de competências para seus líderes regionais, embora isso não os torne ligados à remuneração. A General Eletric usou as competências para determinar as faixas de carreira e os tipos de habilidades e competências necessários em cada uma 3 dessas faixas. A Quaker Oats utilizou para aguçar o foco de suas operações de marketing. O primeiro passo no desenvolvimento de um programa de remuneração desse tipo é identificar as competências que criam valor para a organização e que, portanto, devem ser recompensadas. Determinar esses comportamentos – a maioria dos quais não é facilmente visível – requer uma análise cuidadosa, estudada e disciplinada. Uma vez que as competências sejam identificadas e testadas, elas podem começar a ser vinculadas à remuneração. TEMA 1 – CHA E COMPETÊNCIAS “As competências têm sido usadas como uma ferramenta de negócios eficaz desde o início da década de 1970, quando o psicólogo David McClelland, de Harvard, inicialmente apresentou o conceito” (Moraes Junior, S.d.). Figura 2 – CHA e competências Fonte: Moraes Junior, S.d. 1.1 Competências Como podemos denominar estes novos preceitos? Já nos deparamos com o chamado CHA, ou seja, conhecimentos, habilidades e atitudes e, dessa forma, podemos dizer que competências dizem respeito a esse CHA e que denotam uma capacidade, um desempenho superior. No entanto, como podemos obter os conceitos já existentes para competências? 4 1. “É a capacidade de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade, habilidade, aptidão, idoneidade” (Novo Dicionário da Língua Portuguesa); 2. “É a capacidade de realizar determinado trabalho” (teoria do renascimento); 3. “Habilidades necessárias para o exercício de atividades específicas” (sistema taylorista); 4. “É uma característica subjacente de um indivíduo que resulta em desempenho efetivamente superior em um dado cargo” (G. O. Klemp, década de 1950); 5. “É o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que têm mostrado causar ou predizer desempenho excelente” (Hay/McBer); 6. “É o conjunto de conhecimentos, habilidades, tecnologias, sistemas físicos, gerenciais e valores que geram diferencial competitivo para a organização, geram valor distintivo percebido pelos clientes e são difíceis de serem imitadas” (Prahalad & Hamel); 7. “Conjunto de conhecimentos, habilidades e experiências que credenciam um profissional a exercer determinada função” (Magalhães); 8. “É o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes interdependentes e necessárias à consecução de determinado propósito” (Durand); 9. “Um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo” (Maria Tereza Fleury); 10. "É o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que pessoas ou organizações colocam em prática destacando-se e alcançando resultados favoráveis” (Maria Rita Gramigna); 11. “É o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que algumas pessoas, equipes ou organizações dominam melhor do que outras o que as faz se destacar em determinados contextos” (Claude Lévy-Leboyer); Também encontramos nos textos de Maria Rita Graminha a exposição de uma chamada “árvore de competências”, que nada mais é do que uma ferramenta destinada a desenvolver e traçar os planos de autodesenvolvimento com fundamentos nas chamadas competências essenciais. Dr. Helbert Kellner, detentor da metodologia Star de avaliação em vendas, “também usa a metáfora da árvore para indicar os três indicadores de uma competência”. 5 Figura 3 – Árvore de competências Fonte: Lider decanter blog, S.d. Alguns escritores, ao representarem as competências, comparam-nas com um iceberg (grandes blocos de gelo que viajam pelo mar), pois consideram que na superfície desse iceberg estariam as competências mais identificáveis (visíveis ou essenciais) e aprendidas. Na parte de baixo (que é a maior parte), se encontram os chamados comportamentos, que são fundamentais para que o indivíduo apresente um comportamento superior. Portanto, outros autores preferem demonstrar as competências na forma de um iceberg, ao contrário de outros que preferem a formatação de uma árvore. Alegam os defensores do iceberg que, na superfície, se encontram as competências mais facilmente identificáveis (visíveis, essenciais e aprendidas), enquanto abaixo se encontram os outros três níveis de comportamentos (desempenho superior ou extraordinário). A partir dos anos 1970, um estudante (David McClelland) usou em sua dissertação os termos competências (empatia, autodisciplina e iniciativa) como uma ferramenta eficaz na diferenciação entre os profissionais de sucesso e aqueles que somente lutavam para manter os seus empregos. Defendeu ainda McClleland que, observando-se esses profissionais bem-sucedidos, encontravam-se desempenhos de primeira grandeza, ou seja, competências características (ou conjunto de hábitos) que levam a uma performance superior e a um nível mais elevado de trabalho. 6 Na sequência, tivemos um discípulo de McClleland, Daniel Goleman, que em seus estudos propôs a chamada “inteligência emocional”. Há uma sinergia muito grande entre os estudos e, consequentemente, os escritores (professor e aluno). Esse novo estudo propõe que tanto as habilidades citadas por McClleland quanto por Goleman destacam os profissionais superiores. Goleman costuma citar que a chamada competência emocional é uma habilidade (capacidade) adquirida, que tem como origem a inteligência emocional e que culmina em uma performance destacada no trabalho. Mais ainda, afirma o escritor que essa inteligência emocional determina o potencial para o aprendizado de habilidades práticas que se baseiam em cinco elementos: motivação, autorregulação, empatia, autopercepção e aptidão natural para os relacionamentos. 1.2 Árvore de competências profissionais Segundo a escritora Maria Rita Graminha, que utiliza como representação das competências o símbolo de uma árvore, a utilização dessa ferramenta possibilita a evolução no autodesenvolvimento, baseado nas competências chamadas essenciais. Assim sendo, a árvore mapeia o domínio dessas habilidades (competências) para, em médio prazo, planejar suas carreiras. A utilização da árvore como símbolo das competências foi, a primeira vez, feita por Claude Lévy-Leboyer, da seguinte forma: “Conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que algumas pessoas, equipes ou organizações dominam melhor do que outras,o que as faz se destacar em determinados contextos”. Para utilizar-se da forma de uma árvore e relacioná-la com as competências, deve-se entender estas: a copa representa as habilidades adquiridas e disponíveis para a realização do trabalho; o tronco, os diversos conhecimentos e informações acumulados ao longo da carreira; e a raiz, o conjunto de atitudes e comportamentos que a pessoa mobiliza quando necessita colocar em prática uma competência. Para utilizar-se da árvore, é necessário compreender cada um dos componentes de uma competência, ou seja, que a copa dessa árvore significa as competências (habilidades) adquiridas e que estão disponíveis para a realização de um trabalho e o tronco simboliza os diferentes conhecimentos e informações adquiridos e acumulados no decorrer de uma vida profissional (carreira). Já para 7 a raiz, o significado seria as atitudes e comportamentos que um profissional reúne para colocar em prática uma determinada competência. 1.3 Atitudes O objetivo em uma atividade profissional é maximizar resultados e, para isso, as atitudes são fundamentais, pois determinam o clima de trabalho, o nível de confiança entre as pessoas, o grau de engajamento com os objetivos e as metas organizacionais. Assim como na árvore, as atitudes são fruto da estória de cada pessoa: se for bem cuidada e cultivada em sua trajetória de vida, terá raízes fortes que sustentarão o tronco, favorecerão a formação de copas produtivas e a coleta de bons frutos. Caso contrário, a árvore precisará de âncoras e auxílio para sua sustentação e permanência. (Maria Rita Gramigna) Segundo a doutrina, para se fazer diferença no exercício pleno do gerenciamento, algumas atitudes (como reflexo dos valores e crenças pessoais) se fazem necessárias: Positivismo e energia para a solução de problemas; Empatia; Aptidão para ouvir; Constante curiosidade; Habitual prática do feedback; Automotivação e postura adequada; Persistência e tenacidade; Respeito no trato com as demais pessoas; Flexibilidade; Delegação de autoridade e compartilhamento de informações; Ética; Engajamento com os resultados; Controle emocional; Permanente procura pelo desenvolvimento pessoal. 8 1.4 Conhecimentos Ao nos confrontarmos com diferentes situações profissionais, observamos que cada situação exige uma postura adequada, um conhecimento específico e essencial. Os processos de decisão, planejamento e organização, comunicação, controle de resultados, negociação e administração de conflitos, dentre outros, são afetados pelo nível de conhecimentos essenciais – aqueles que fazem parte do rol que todo profissional deve saber para ocupar seu posto. O domínio de procedimentos, conceitos, fatos e informações relevantes interferem diretamente na qualidade desses processos. Quanto mais absorvermos e colocarmos em nossa bagagem de conhecimento, mais demonstraremos a nossa competência em lidar com o paradoxo da fortaleza e da flexibilidade. Essa postura torna o indivíduo mais forte e flexível para vencer os desafios e mudanças que se apresentam em sua trajetória profissional. 1.5 Habilidades Erikson considera as características negativas como uma mochila nas costas. Para as habilidades (uso do conhecimento em uma forma adequada), fazemos o paradoxo com um baú de informações. Alguns têm dificuldade na abertura desse baú e, com o passar do tempo, acabam esquecendo-se dele. Resultado: ninguém se beneficiou com o seu conteúdo. No desafio de um mercado contemporâneo, o profissional precisa ser bom na demonstração de suas habilidades, de suas ações. É inútil ser um teórico que adquiriu muitos cursos, leituras, se isso não resultar em algum benefício para a comunidade ou para si próprio. 1.6 Atitudes versus conhecimentos Então, podemos retirar dos conceitos teóricos que competência é “a capacidade que uma pessoa tem em atingir seus desafios e responsabilidades” (Gramigna, S.d.). Claro que, se estamos nos referindo ao mundo conceitual e teórico, encontraremos muitas discussões sobre o termo competência, indo além do 9 aspecto comportamental para o domínio do conhecimento, das habilidades e dos comportamentos. Um dos grandes teóricos das competências, Prahalad, conceituava os aspectos cognitivos como integrante nas pessoas. Outros autores afirmam que existe um nivelamento nos conhecimentos e habilidades e a diferença acaba caindo nas atitudes das pessoas. “As competências devem agregar valor econômico para a organização e valor social para o indivíduo” (Fleury; Fleury, 2000). Logicamente que não poderia haver paz e consenso tanto no ambiente acadêmico quanto no empresarial sobre o tema competências. Uma única concordância reside na existência de duas competências: a individual e a organizacional. “Há uma tendência de se considerar a competência do indivíduo associada à ideia de ação adequada a um contexto, e a competência organizacional associada à forma como a empresa expressa seu aprendizado coletivo, através de um conjunto de habilidades e tecnologias” (Hamel; Prahalad, 1995). TEMA 2 – REMUNERAÇÃO VARIÁVEL BASEADA EM DESEMPENHO Enquanto as estratégias baseadas em habilidades e competências são quase sempre vitais ao desenvolvimento de novos valores e comportamentos necessários à organização em mudança, elas sozinhas podem não realizar a conexão mais importante que impulsiona a organização adiante – a conexão que liga o indivíduo e seu desempenho ao desempenho e sucesso definitivo da organização. O compartilhamento de informações, tais quais os riscos e recompensas, faz com que haja uma melhora no desempenho e na responsabilidade dos funcionários. Entretanto, esse programa não é substituto para o gerenciamento eficaz e tampouco é a estratégia correta para cada funcionário em cada organização. Podem ser sim poderosas forças para motivar os funcionários e ajudar as organizações a mudar e a obter sucesso. 2.1 Outras estratégias de remuneração variável 2.1.1 Participação nos lucros (PLR) Talvez o mais comum dos planos de incentivos em uso abaixo do nível gerencial, a participação nos lucros existe há anos. Embora sejam eficazes, 10 frequentemente se tem problemas para vincular o desempenho aos esforços do indivíduo ou mesmo mudar o comportamento dele ou de equipes. 2.1.2 Participação nos ganhos “[...] geralmente confundida com a participação nos lucros, mesmo sendo bem diferente, pois, em vez de focalizar em uma percentagem dos lucros, a participação nos ganhos normalmente está ligada a metas bem específicas de produtividade, melhoria da qualidade, eficácia de custos e similares. Se estas metas são alcançadas, o grupo participa de parte dos ganhos monetários resultantes” (Codesvaf, S.d.) 2.1.3 Incentivos a pequenos grupos As empresas criam programas de incentivos para grupos específicos de carteira, de projeto ou equipes, com os resultados baseados na finalização bem- sucedida desses programas. É um incentivo temporário. 2.1.4 Incentivos individuais Tradicionalmente reservados para os executivos seniores e pessoal de vendas, que recebiam uma bonificação caso vendessem um certo número de bens. 2.1.5 Incentivos de longo prazo Tradicionalmente reservados para a equipe executiva da organização e criados para aumentar o foco nos resultados de longo prazo, normalmente vem na forma de planos de participação acionária para todos os empregados. 2.1.6 Pagamento de quantias únicas Um dos incentivos mais populares, quase sempre anuais, são usados para recompensar os funcionários que têm um alto desempenho e um alto salário. 2.1.7 Programas de reconhecimento A expectativa de uma performance superior tem como base as recompensas, sejam elas únicas ou imediatas. Se a ênfase for em equipes ou individual, é claro que as estratégias de remuneração, assimcomo as estratégias de negócios que elas apoiam, estão 11 mudando drasticamente. Infelizmente, a variedade de programas de remuneração tornou obsoletas as soluções polivalentes, criando confusão. Boa parte da confusão pode ser eliminada, entretanto, se os profissionais que ocupam as posições de decisão terem em mente alguns preceitos básicos. 1. Quando falamos de pessoas, temos que ter em mente que elas precisam de motivação, remodelação e refocalização, e a remuneração é um dos caminhos. 2. A comunicação mais direta que uma organização tem com os seus colaboradores é por meio da remuneração. 3. Estratégia pressupõe cenários diferentes e, em se tratando de remuneração, cada organização trata diferentemente o assunto. 4. A visão e os valores de uma organização são os mandamentos de uma empresa. Portanto, devem ser apoiados pela remuneração e não comandados. 5. Todos os quatro pontos anteriores somente serão alcançados se a cultura de trabalho da organização estiver alinhada com a remuneração. TEMA 3 – BENEFÍCIOS NA ORGANIZAÇÃO EM MUTAÇÃO Qual o seu salário? Quanto você ganha? O que lhe pagam? Quando a questão da remuneração entra na pauta de discussões, a maioria das pessoas fala de seus ganhos diretos em espécie – o dinheiro que recebem pelo trabalho que executam, seu salário-base e, possivelmente, algum abono ou incentivo que venham a receber. O que frequentemente passa despercebido são os benefícios e as gratificações, que auxiliam e impulsionam a performance, as mudanças comportamentais e reforçam os valores, as metas, a cultura organizacional. Assim sendo, os benefícios e as gratificações (assistência médica, seguro de vida, férias, planos de pensão etc.) têm o seu custo, mas representam um papel cada vez mais crucial e positivo nas atuais organizações. 3.1.1 Assistência médica Continua a ganhar popularidade, mesmo que não saibamos se realmente funcionam, pois os resultados são difíceis de medição, não funcionando com todos os empregados. 12 3.1.2 Aposentadoria Devido ao envelhecimento da população chamada baby boomers, seus custos estão em crescimento acentuado. 3.1.3 Seguro de vida e planos de invalidez Constitui-se de um plano básico de seguro de vida em grupo. TEMA 4 – RECURSOS HUMANOS: ESTORVO OU AJUDA? Muitas pessoas dentro de uma organização consideram os departamentos de recursos humanos como cidadãos de segunda classe, pela pouca influência que exercem. Alguns comentários chegam ao ponto de afirmar que, além de o RH não fazer parte de suas organizações, também impedem a mudança organizacional eficaz. Isso tudo nos leva a pensar na premente necessidade de se mudar o papel de recursos humanos. Entretanto, como esse departamento saberia a hora de mudar? Para tanto, precisaremos de alguns princípios para sucesso da remuneração dinâmica. 1. Alinhar a remuneração com valores, culturas e metas estratégicas do negócio – É crucial compreender como as culturas mudaram e como determinar onde a sua organização se posiciona no universo cultural para posicionamento da direção que se deseja tomar. 2. Vincular a remuneração a outras mudanças – A remuneração deve apoiar e reforçar as demais iniciativas de mudança e estar plenamente integrada a elas. 3. Instituir o programa de remuneração no momento em que possa melhor apoiar as demais iniciativas de mudança – O pagamento é importante, mas não pode dirigir ou liderar o processo de mudança. 4. Integrar o pagamento com outros processos voltados para pessoas – A remuneração deve ser desenvolvida no contexto de um sistema de recursos humanos mais complexo, que inclua como o trabalho é projetado, como as pessoas são selecionadas e desenvolvidas para aquele trabalho e como o seu desempenho é gerido. 13 5. Democratize o processo de pagamento – Atribua maior poder às pessoas. 6. Desmistifique a remuneração – Comunique continuamente, eduque, compartilhe sucessos e reconheça revezes. 7. Meça os resultados – E repasse-os para a organização. 8. Melhore. Melhore novamente. Melhore mais um pouco – Reveja-o em bases regulares, melhore o que for necessário e mude o que não estiver funcionando. 9. Seja seletivo – Não leve a sério tudo que ouvir ou ler a respeito de remuneração. Não abrace a tendência da moda nem siga o exemplo da concorrente. TEMA 5 – CONTROLE DO DESEMPENHO Parodiando um antigo comercial de pneus da Pirelli, que dizia que “potência sem controle não é nada”, temos que a função do controle de desempenho é estabelecer índices e resultados para uma organização. Objetivos, orçamentos, planos operacionais e vários outros tipos de padrões gerais são estabelecidos para uma unidade organizacional. Onde o controle de desempenho é utilizado na organização? Em qualquer lugar. Todavia os controles de desempenho são mais confiáveis quando as interdependências da unidade são, principalmente, de natureza coletiva. Os sistemas de controle de desempenho podem servir a dois propósitos: mensurar e motivar. Só se gerencia o que se pode medir (dizia um preceito da administração). Pesquisas recentes sugerem que as diferenças de desempenho dentro de uma organização estão por toda a parte. Quando queremos distinguir desempenho relacionado à remuneração estratégica, nos defrontamos com um desafio: a área de recursos humanos estratégica tem poucos anos no Brasil. Nos Estados Unidos, temos o aparecimento da estratégia em recursos humanos em meados dos anos 1980, e aqui no Brasil, em 1990. Aliado ao conceito estratégico de recursos humanos, vimos surgir um conceito novo na área: a noção de capital humano. É o ser humano como um valioso ativo e responsável pelo desenvolvimento do negócio, reforçando a necessidade da gestão estratégica para essa área. 14 FINALIZANDO Muito importante para nos aprofundarmos no tema remuneração estratégica é que tenhamos em mente os conceitos contidos no CHA: conhecimentos, habilidades e atitudes. Isso nos dá o referencial para a mensuração de desempenho, o qual o mercado pratica de diversas maneiras: participação nos lucros, participação nos ganhos etc. Continuaremos nosso caminho para verificação dos atuais e dos futuros sistemas e ferramentas que nos ajudem a trabalhar com a melhor remuneração estratégica e a definir a melhor vantagem competitiva. LEITURA OBRIGATÓRIA Texto de abordagem teórica FLANNERY, T. P. et al. Pessoas, desempenho e salários. As mudanças na forma de remuneração nas empresas. São Paulo: Futura, 2002. 15 REFERÊNCIAS DI STÉFANO, R. O lider-coach: líderes criando líderes. São Paulo: QualityMark, 2005. GHEMAWAT, P. A estratégia e o cenário dos negócios. Porto Alegre: Bookman, 2000. LACOMBE, F. Recursos humanos: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2011. MINTZBERG, H. Criando organizações eficazes. São Paulo: Atlas, 2011. FLANNERY, T. P. et al. Pessoas, desempenho e salários. As mudanças na forma de remuneração nas empresas. São Paulo: Futura, 2002. WOOD JUNIOR, T. Remuneração e carreira por habilidades e por competências. São Paulo: Atlas, 2004.