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Aula 5 - Avaliação institucional

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Aula 5 – Avaliação Institucional
Legitimidade dos Instrumentos - Medir ou Avaliar
Objetivos
Ao final desta aula, você será capaz de:
1- Identificar a evolução histórica da avaliação como prática para verificar o rendimento do aluno;
2- Reconhecer que somente a aplicação de provas e testes não basta para exprimir e revelar a real aprendizagem do aluno;
3- Relacionar avaliação e medida como uma possibilidade de se comparar resultados com uma escala desejável de desempenho;
4- Estabelecer a validade dos questionários aplicados a alunos, professores e diretores durante a realização dos exames nacionais.
Introdução
Nesta aula, vamos apresentar os argumentos necessários ao entendimento do processo avaliativo enquanto uma política pública de educação que se utiliza de instrumentos que possibilitam estabelecer um conhecimento sobre o rendimento do aluno e a qualidade do trabalho que é feito dentro das escolas brasileiras. 
Ao mesmo tempo vamos discutir o processo de medir a aprendizagem do aluno na escola tradicional através de notas e conceitos, graduando-os em uma escala de zero a dez.
Avaliação
Apesar do avanço nas teorias do conhecimento, por que ainda se mede a aprendizagem ou rendimento do aluno através de notas?
A avaliação desenvolveu-se dentro do campo da Psicologia e foi inicialmente utilizada por pesquisadores preocupados em estudar as capacidades mentais e físicas de alunos. Medir a performance dos alunos em testes de aptidão ou inteligência.
De acordo com Dias Sobrinho (2003) a avaliação é um processo muito antigo, pois há mais de 2 mil anos a China já fazia exames de seleção para os serviços públicos.
No século XX, a indústria se amparou da avaliação para apreciar os resultados da gestão de seus recursos humanos. Na indústria, teve ainda larga aplicação para identificar as competências e a seleção de pessoal para assumir cargos de chefia ou admissão para tarefas específicas.
Porém, na Educação ela foi mais amplamente aplicada como prática política e pedagógica.
Evolução educativa
Dias Sobrinho (2003) argumenta que nem sempre é possível atribuir datas exatas aos fatos e que ele vai apresentar as tendências e as marcas mais importantes que se sucederam através dos anos até  chegar ao que conhecemos hoje como avaliação educativa (p.16).
Assim ele demarca, com base na periodização de Stufflebeam e Shinkfield, que existem os seguintes períodos de avaliação.
PRIMEIRO PERÍODO
SEGUNDO PERÍODO
TERCEIRO PERÍODO
QUARTO PERÍODO
QUINTO PERÍODO
Período do profissionalismo 
O período do profissionalismo foi gestado a partir do final dos anos 1960, quando se passou a perceber que a avaliação centrada em objetivos, nem sempre de fácil identificação e mensuração, não dava conta de demonstrar a riqueza dos processos ocorridos e “nem para realizar os diagnósticos de políticas complexas” (p. 24). 
Dias Sobrinho (2003, p. 24) esclarece que nesse período, a avaliação foi caracterizada como um julgamento de valor e que: “Scriven (1967) define explicitamente a avaliação como um processo pelo qual se determina o mérito ou valor de alguma coisa”. Segundo ele, a partir desse momento, a avaliação passa a considerar as entradas, o contexto, as circunstâncias, o processo e a se preocupar com a melhoria de cada etapa e especialmente do ensino, com que a escola seja eficaz na realização de sua função social. 
Assim é que o autor (Dias Sobrinho, 2003) ressalta a importância desse momento para o avanço de uma postura onde a medida era a tônica do trabalho avaliativo para uma atitude mais abrangente que refletisse a complexidade social envolvendo a tarefa de educar, agregando-se os fatores externos como relevantes nos estudos da escola, dos sistemas educacionais: 
“A avaliação se torna cada vez mais complexa à medida que considera insuficientes os procedimentos meramente descritivos e reclama a consideração de aspectos humanos psicossociais, culturais e políticos, onde não há consensos prévios e os entendimentos precisam ser construídos.” (p. 27) 
A avaliação ganha uma conotação política e se insere no contexto sociocultural de uma comunidade e passa a ser utilizada de forma mais democrática, participativa, valendo-se de novos instrumentos para dar conta de realizar uma análise também dos aspectos sociais e culturais das escolas e de seus alunos. 
O autor destaca que a mudança de paradigma da avaliação coincide com a mudança do entendimento do que seja aprendizagem: “já não mais entendida como mudança de comportamento, e sim como construção de significados.” (Dias Sobrinho 2003, p.28) 
Em seu estudo, que não poderemos analisar em toda a sua riqueza nessa aula, ele detalha alguns aspectos que nos interessam ressaltar, resumindo-os assim: 
 A valorização da perspectiva política da avaliação enfatizará o valor da participação, da negociação, levando em conta a existência de conflitos de interesses na concepção do modelo de avaliação a ser utilizado; 
 São muito utilizadas ainda hoje pelo governo as provas de medida de rendimento dos alunos e são considerados para o estabelecimento de políticas, os indicadores quantitativos que elas apontam; 
 O reconhecimento da importância de se considerar, na elaboração dos instrumentos de avaliação, os aspectos culturais e a diversidade existente entre os grupos sociais e a influência na percepção dos fatos, pelos diferentes sujeitos, envolvidos no processo avaliativo; 
 Os testes padronizados como instrumento de regulação e controle pelo Estado para garantir o cumprimento das obrigações de escolas e sistemas educacionais; 
 Há uma dimensão formativa no processo de avaliação das instituições educacionais porque o objetivo é o aperfeiçoamento da ação pedagógica e a garantia da qualidade do ensino.
Concluindo esse tópico onde resumimos os momentos pelos quais passou a avaliação, podemos dizer que a influência na avaliação objetivista não findou. Encontramos ainda, em execução em estados e municípios, projetos que se respaldam em instrumentos que medem o rendimento do aluno em uma escala numérica (de 0 a 10) quantitativista, medindo a eficiência da escola no sentido da aprovação dos alunos em exames ou concursos públicos como o vestibular.  Ao relacionar os períodos tínhamos como objetivo traçar uma linha no tempo, demarcando os principais momentos que determinaram o avanço da avaliação como uma área específica do conhecimento onde existe um saber resultante dos estudos e aplicações práticas de pesquisadores que se dedicaram a entender a prática avaliativa para muito além do seu sentido de medição.
Você entendeu a complexidade que envolve o ato de avaliar? Reflita sobre esse assunto.
AVALIAR OU MEDIR?
A seguir, vamos tentar entender a relação existente entre avaliar e medir. Com base nas ideias existentes no texto de Romão (2001), podemos examinar a diferença que há entre a medida e a avaliação.
Medida
Podemos entender que a medida resulta do esforço despendido para dimensionar de forma exata o rendimento do aluno. Baseia-se nos aspectos quantitativos da sua aprendizagem. 
Assim, Romão (2001) diz que: “a medida, enquanto tentativa de constatação exata das dimensões do desempenho do aluno predominou nas primeiras tentativas e em várias décadas da trajetória da avaliação nos sistemas educacionais” (p. 72).
Inicialmente, os estudos eram realizados no campo da Psicologia Experimental com o objetivo de identificar as mudanças do que era denominado de comportamento observável. Havia uma preocupação com a objetividade e o controle das variáveis intervenientes que poderiam enviesar o experimento.
Qual é a importância de destacarmos esse pensamento do autor?
Quando ele fala em tentativa de constatação do desempenho do aluno, nos leva a pensar que esse momento foi importante como ponto de partida da avaliação para nos permitir elaborar um conhecimento que permitissem analisar outras dimensões não menos importantes que os acertos e os erros dos alunos como determinantes da sua aprendizagem.
Romão (2001, p. 73) chama a atenção para o fato de que a medida tem o seu lugar no processo de avaliação e que“... com o devido cuidado, a medida tem de ser retomada nas considerações sobre avaliação da aprendizagem”. Dar ao aluno a dimensão da sua capacidade para solucionar problemas e de usar a linguagem escrita ou oral para se expressar vai possibilitar a ele, identificar o seu desempenho, portanto saber as notas nas provas e identificar os próprios erros o ajudará na sua trajetória pessoal.
Essa escala de valores deve ser construída pelos participantes do processo avaliativo e servirá de base para o entendimento dos avanços realizados pelos alunos em seu processo de construção de conhecimento, atitudes e valores.
Quando ele fala em tentativa de constatação do desempenho do aluno, estamos nos referindo aos condicionantes sociais e culturais que normalmente influenciam a capacidade do aluno em aprender, porque revelam as fragilidades de suas vivências e visão de mundo e determinam as suas expectativas com relação a seus próprios talentos e possibilidades futuras. 
Essa influência existe ainda hoje, pois os currículos estão organizados em competências e habilidades que o aluno deve adquirir ao final de um ciclo escolar como o ensino fundamental ou médio e esses pressupostos é que são considerados nos exames nacionais. 
Houve uma época que o exagero da medida era tentar identificar a quantidade de informações absorvidas pelos alunos, o que até hoje, segundo Romão (2001) continua acontecendo na escola brasileira. 
Por outro lado, a reação promovida contra a medida levou a prática avaliativa a adotar um comportamento subjetivista onde se cobrava aspectos ligados à opinião pessoal do aluno, sem muito rigor na cobrança dos conteúdos historicamente acumulados. 
Romão (2001, p. 73) esclarece ainda que para os defensores da objetividade “medida consiste em um processo de associação numérica a determinados fenômenos. Ou seja, medir significa comparar grandezas de mesma espécie, tomando-se uma delas como unidade”. Muitos não aceitam que na avaliação também teremos que considerar aspectos quantitativos e medi-los. 
Essa definição de medida pode ser comparada com outros conceitos defendidos pelos que acham que o mais importante é avaliar considerando os aspectos qualitativos. 
Para exemplificar podemos retomar o conceito de Luckesi (2000, p. 69) porque foi analisado em nossa primeira aula. 
Só para lembrar, ele afirma que avaliar é estabelecer “um juízo de valor sobre dados relevantes tendo em vista uma tomada de decisões” onde devemos sempre ter uma escala de valores para medir e comparar para que o processo avaliativo seja feito dentro de um padrão fidedigno e resulte em uma transformação e superação das falhas encontradas.
Características da medida 
Ao usar os instrumentos de medida temos que observar certas características que nos garantem estar medindo para produzir informações que comprovem os conteúdos já dominados e incorporados pelos alunos ao seu conhecimento, sabendo usá-los no momento certo para solucionar novas situações propostas. 
Esse fazer não é fácil e requer do professor o domínio dos conteúdos curriculares, dos objetivos que deve atingir e um bom conhecimento das capacidades e habilidades já desenvolvidas por seus alunos. 
Nesse momento, por situações diversas que tornam precária as condições do exercício da profissão docente, os professores são levados a aceitar várias frentes de serviço e se desdobram trabalhando em duas escolas diferentes com turmas numerosas e sem a infraestrutura básica para tornar as suas aulas mais atraentes, o que também dificulta o prosseguimento de seus estudos em outros cursos além do que já possui. 
Mesmo consciente dos problemas apontados no parágrafo anterior cabe ao professor garantir a aprendizagem do seu aluno assim como, saber avaliar sem atribuir ao aluno seus problemas e dificuldades. Para isso ele precisa ter consciência que, avaliar apenas considerando os resultados de uma prova objetiva, pode condicionar a sua visão a pontos parciais e distorcidos da verdadeira aprendizagem do aluno. Deve tomar cuidado com a escolha das questões das provas porque se o seu aluno for apenas treinado para marcar a resposta certa em outra situação, ele pode ficar prejudicado. 
Romão (2001, p. 78-80) apresenta as características que devem ser revestidos os instrumentos utilizados para medir o rendimento do aluno. 
Na avaliação institucional são utilizados os exames nacionais para verificar o desempenho dos alunos da educação básica e da educação superior. Vamos entender e resumir as questões propostas pelo autor que definem os cuidados a se adotar quando da escolha e construção dos instrumentos de medida.
Avaliação
De acordo com Romão “Em seu sentido restrito, a avaliação da aprendizagem é o procedimento docente que atribui símbolos a fenômenos cujas dimensões foram medidas, a fim de lhes caracterizar o valor, por comparação com padrões prefixados.” (2001, p.80)
E devemos saber por que é importante comparar?
Qual é o nosso objetivo ao comparar?
Por que tenho que ter padrões prefixados?
O autor se faz as seguintes perguntas:
Que tipo de medida eu posso usar na verificação do rendimento escolar?
Em que sistema numérico se enquadra as notas dadas pelos professores a seus alunos?
O que esse sistema pode significar para nós, professores e alunos?
Que o zero não poderia ser dado a aluno nenhum.
É muito lógico, pois dificilmente o aluno pode ser totalmente vazio de conteúdo. Pode não saber os conteúdos que o professor cobrou na prova, mas deve ter aprendido algo sobre o significado da sua condição social e política, aprendeu a conviver e a se expressar, embora possa ter erros de ortografia ou de concordância.
O professor Romão estava se referindo ao fato que fica difícil tomar como representativo da aprendizagem do aluno a nota. Mesmo se considerarmos a possibilidade de uma prova objetiva, com resposta única, sempre a escolha da pergunta a fazer ou a forma como ela será formulada vai ser influenciada pela subjetividade da pessoa responsável pela elaboração da prova, por sua visão de mundo, sua concepção de educação.
Por outro lado, o aluno pode estar envolvido em uma situação de conflito ou de estresse emocional que o impeça de ter um bom desempenho. Veja um exemplo sobre a influência emocional na realização da prova.
Para exemplificar podemos analisar a seguinte situação: um professor elabora a prova final com perguntas objetivas sobre um fato histórico que desenvolveu na última aula. Uma aluna, de bom rendimento o ano todo, conseguiu realizar apenas 4 das 10 perguntas feitas. Acertou as 4. Precisava de 4 para passar. Todos ficam preocupados com ela. Ela fica tranquila porque conseguiu a nota que necessitava. Os colegas perguntam a ela o que houve. Ela responde: - “Perdi minha avó essa noite e não pude rever toda a matéria. Fiz as questões que sabia e consegui passar.”
Depois ter lido o exemplo, a pergunta é:
Esse resultado representa a avaliação da aluna do ano todo?
Claro que não.
Por isso pergunto a você:
As notas do Saeb ou do Enem representam todas as aprendizagens dos alunos na educação fundamental e na educação básica?
O mesmo autor diz que:
Também o processo de verificação do rendimento escolar implica dois momentos: medir e avaliar. No primeiro, tentamos, com mais ou menos objetividade, por meio de um instrumento adequado, “medir” o desempenho do educando, isto é, simplesmente coletar e registrar seu desempenho: em seguida, “avaliamos” em sentido estrito (...) (Romão, p.76)
Queremos com essa conversa apontar que a avaliação tem uma relação com a medida, mas ela é mais complexa, pois devemos considerar outros fatores antes de formular um conceito de valor sobre a aprendizagem do aluno. 
Então como posso medir e avaliar de forma que seja um processo contínuo de conhecimento do aluno?
Por vezes somos surpreendidos com avaliações feitas sem nenhum fundamento, sem ter sido realizada uma análise do que antecedeu na vida escolar do aluno e sem considerar o seu potencial para resgatar os conteúdos que ainda não sabe. O próprio aluno que é reprovado não sabe dizer os motivos deter fracassado.
Caso o aluno seja contestador, agitado, provocativo, o professor não tem generosidade com ele e exige mais dele do que do aluno cordato, calmo, sem muitas perguntas para fazer.
No entanto, estamos todos a dizer que devemos fazer de nosso aluno um sujeito crítico, conhecedor de seus direitos, construtor de sua própria aprendizagem, mas continuamos na escola a festejar os alunos que concordam com as regras da escola e não contestam as ordens recebidas.
A avaliação e a medida
Para entendermos a importância da avaliação do rendimento do aluno da educação básica ou superior é necessário ter clareza sobre os significados atribuídos a esses conceitos: avaliação e medida.
Os exames nacionais realmente medem ou avaliam a aprendizagem do aluno? 
Quais seriam os outros instrumentos que poderíamos usar para se ter uma noção mais exata do nível de conhecimento que o aluno brasileiro tem demonstrado pelos resultados obtidos nas provas?
Examinando os resultados divulgados podemos perceber que o primeiro fracasso é no baixo nível de leitura demonstrado por nossos alunos e a sua incapacidade para elaborar um texto escrito com coerência mínima para ser entendido o pensamento que deseja expressar. 
O outro fracasso diz respeito às estatísticas apresentadas sobre o número de jovens que prosseguem os estudos e completam o ensino médio. Os resultados do Enem dizem respeito a uma parcela insignificante de brasileiros que aspiram prosseguir seus estudos em nível superior. A maioria dos jovens brasileiros possui apenas o ensino fundamental.
O que estamos medindo com os exames nacionais? 
A nossa incapacidade em reter e estimular os adolescentes e jovens na continuidade de sua escolarização? 
Reflita sobre essas questões.
Contexto social, econômico e cultural dos alunos: os questionários revelam a sua realidade?
Agora vamos analisar a possibilidade de, através dos questionários respondidos pelos alunos, reconhecermos suas características socioeconômicas.
Nos exames nacionais, são considerados os dados revelados pelo formulário que o aluno e a escola preenchem sobre as condições em que o aluno realiza os seus estudos? 
Essa é a pergunta que podemos fazer.
Relatório Pedagógico
Todos os anos, o MEC faz um Relatório Pedagógico sobre os exames que aplica. Não sabemos se a equipe que se encarrega de elaborar as provas consideram essas informações como importantes para direcionar a escolha das perguntas que serão incluídas no exame do ano seguinte ou se desconsideram as nuances e as matizes que certamente darão uma noção mais real de como o ensino acontece no país.
No site do Inep, encontramos os modelos de questionários aplicados aos alunos, professores e diretores, quando da realização da prova do Saeb e Prova Brasil. De acordo com o Inep eles servem para coletar dados e revelam o capital social e cultural dos alunos. 
Os Questionários da Prova Brasil e Saeb servem como instrumentos de coleta de informações sobre aspectos da vida escolar, do nível socioeconômico, capital social e cultural dos alunos. Professores de Português e Matemática das séries avaliadas e os diretores das escolas, também são convidados a responder questionários que possibilitam conhecer a formação profissional, as práticas pedagógicas, o nível socioeconômico e cultural, os estilos de liderança e as formas de gestão. Os questionários destinados aos professores e diretores são entregues pelos aplicadores antes da realização do teste e devem ser recolhidos ao final da prova.
O aluno preenche o formulário no momento da prova. Pesquisando as perguntas feitas no questionário que o aluno recebe para preencher podem nos ocorrer as seguintes questões:
Será que ele sabe dizer a faixa salarial da sua família?
Sabe dizer se os pais completaram o ensino fundamental ou médio?
Talvez muitos não saibam prestar essas informações.
Formulário dos professores e diretores 
Os diretores preenchem o questionário onde devem responder a questões sobre a própria gestão e dificilmente se pode acreditar que, em um país de realidades tão diversas, teremos uma forma de saber as diferentes posições dos sujeitos da avaliação ao responder. 
Por exemplo, sobre o critério usado para a atribuição de turma aos professores deve-se considerar que o diretor vai ficar confuso. Porque as opções apresentadas são variadas e a escolha de uma delas vai depender de uma série imensa de possibilidades. 
Uma possibilidade muito comum diz respeito ao fato de na escola pública o diretor nem sempre conta com o número ideal de professores no início do período letivo. Vai ter que conversar com alguns para aceitarem as turmas com aprendizagem mais lenta. Vai ter que manter um professor em uma turma porque ele iniciou a alfabetização, mas não completou o trabalho e deseja prosseguir. 
Na escola pública, dificilmente se consegue ter um único critério. Então o diretor vai ter dificuldade em responder. Ou pode escolher uma opção aleatoriamente. 
Do mesmo jeito, os professores deverão responder às perguntas de acordo com o seu entendimento da realidade existente na escola. 
Vamos citar para ilustrar a questão da violência no espaço da escola. Uns podem entender que a escola está inserida em uma comunidade de risco e outros relativizam e acham que nada tem a ver com a escola o fato de haver alunos que são filhos ou parentes dos donos do tráfico. Podem desconhecer até o ponto de venda de tóxico que abastece os usuários de substâncias químicas. 
De qualquer forma, esses aspectos não invalidam o levantamento dos dados, mas devem servir como elemento na discussão dos resultados encontrados após a tabulação dos questionários.
Prosseguindo, o site do Inep esclarece que “Na mesma ocasião, é preenchido pelos aplicadores dos testes um formulário sobre a escola levantando dados sobre as condições de infraestrutura, segurança e condições dos recursos pedagógicos disponíveis”.
Os elaboradores das provas são professores graduados com formação mínima em cursos de especialização e geralmente com Mestrado e Doutorado, sendo escolhidos após processo seletivo realizado pelo Inep e terem participado de treinamento passando a fazer parte do banco de colaboradores. 
São convidados pelo Inep a realizar essa tarefa. A opinião deles sobre a realidade da escola, sobre as condições dos alunos pode ser um relevante material para o MEC pensar e reavaliar as provas como instrumento válido para dimensionar o rendimento do aluno e algumas perguntas dos questionários aplicados.
O Inep reconhece a importância dos questionários como possibilitador de futura análise do sistema nacional de avaliação e acrescentam que: “O levantamento destes dados é fundamental para que a análise da Prova Brasil possa levar em consideração o contexto dos alunos e da escola. Uma das possibilidades a partir destes dados é o desenvolvimento de estudos dos fatores associados ao desempenho dos alunos”.
Mesmo que, na citação anterior, se refiram apenas à Prova Brasil, podemos considerar que o questionário preenchido no Saeb, embora seja um exame que é aplicado a uma amostra, também revela a situação socioeconômica dos alunos participantes e serve como indicador de tendências.
Ele pode ser utilizado no processo de elaboração de novas ações e políticas de regulação dos sistemas educacionais porque os relatórios são encaminhados para todos os estados e municípios para que eles possam, mediante o estudo dos resultados, elaborarem políticas que visem à melhoria dos sistemas de ensino e da educação. 
Concluindo enfatizamos que não se sabe se os relatórios que o MEC/Inep tem encaminhado às autoridades são motivo de análise e considerados quando da formulação das políticas públicas para a melhoria dos sistemas educacionais e das escolas
Contudo, podemos perceber que alguns estados e municípios estão realizando os seus próprios sistemas de avaliação do desempenho do aluno da escola pública com o objetivo de melhorar os seus indicadores educacionais. Não se pode dizer ainda se esse movimento irá garantir a melhoria qualitativa do ensino no Brasil.
Nesta aula, você:· Aprendeu que o campo da avaliação evoluiu (final do século XIX) de uma postura voltada para o ato de medir através dos objetivos do ensino para o entendimento dos aspectos qualitativos;
· Percebeu também que na avaliação sempre teremos que considerar aspectos quantitativos;
· Identificou as principais características que devem recobrir os instrumentos de avaliação do rendimento escolar;
· Aprendeu que o contexto em que vive o aluno deve ser considerado na avaliação de seu desempenho medido pelo Inep.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1. Para avaliar instituições e alunos alguns critérios são considerados, dentre os quais adoção de exames para verificar o desempenho dos alunos da Educação Básica e da Educação Superior. A avaliação global e formativa ocorre quando os interessados no processo avaliativo:
R.: analisam e interpretam as evidências dos resultados para orientar o processo de ensino e de aprendizagem.
2. Sobre o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica - SAEB, criado na década de 1990, assinale quais seriam seus principais objetivos e como este processo de avaliação era estruturado.
R.: Analisar o contexto e as condições das escolas e dos estudos por elas oferecidos através de exames aplicados alunos selecionados na amostragem e de questionários para alunos, professores e diretores.
3. Marque a opção CORRETA a respeito do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB).
R.: É um sistema de avaliação institucional para o ensino que vai da educação infantil passando pelo ensino fundamental e ensino médio.
4. Sobre o ENADE, é correto afirmar que:
R.: Este exame tem como objetivo aferir o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares do respectivo curso de graduação e as habilidades e competências em sua formação.
5. Este exame tem como objetivo aferir o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares do respectivo curso de graduação e as habilidades e competências em sua formação.
R.: Tem caráter bienal e é censitária;
Explicação:
Sobre a Prova Brasil:  tem caráter bienal (ocorre a cada dois anos) e censitária (modelo de avaliação aplicado em larga escala, envolvendo um grande número de alunos).
6. O SAEB substitui o SAEP a partir da década de 1990, tendo a sua implantação ocorrida com a assistência internacional do PNUD. O SAEB, é composto por três processos: a Avaliação Nacional da Educação Básica (ANEB), a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (ANRESC) e a Avaliação Nacional da Alfabetização ( ANA). Com base nas informações coletadas por este sistema, o MEC e as secretarias estaduais e municipais de educação definem ações voltadas para:
I. correção das distorções e debilidades identificadas.
II. estabelecimento de metas para os próximos testes.
III. garantir o crescimento das oportunidades educacionais, da eficácia, eficiência e da qualidade do sistema educacional brasileiro, em seus diferentes níveis.
Estão CORRETAS as alternativas:
R.: I e III;
7. A Avaliação Institucional deverá ser feita em movimento contínuo e, dada sua natureza, ela se constitui em instrumento de acompanhamento e auxilio para o crescimento e desenvolvimento da instituição em todas as dimensões constantes no referencial Por isso a avaliação deve ser:
R.: processual e dinâmica.
8. Sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), marque a INCORRETA:
R.: é organizado pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

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