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Graduação em psicologia e a diversidade humana

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Instituto de Educação Superior de Brasília Graduação em Psicologia
Psicologia da Diversidade Humana 
A graduação em psicologia e o que foi aprendido sobre diversidade humana – Racismo 
A graduação em psicologia infelizmente ainda segue um modelo antigo e ultrapassado, onde o professor é detentor de todo o saber e os alunos devem ser figuras passivas e obedientes, a grade do curso não contempla temas importantíssimos como diversidade humana, e isso é tão sério que em inúmeras matérias prendemos como proceder ao lidar com o sujeito, ignorando totalmente sua complexidade, sua forma de existir no mundo, sua realidade vivida diariamente e todo e qualquer aspecto que envolva sua diversidade.
Apesar de constar nos princípios fundamentais do código de ética profissional que o psicólogo deve atuar com responsabilidade social e analisar as esferas políticas, históricas, econômicas e sociais do indivíduo, a realidade está bem longe de contemplar tal princípio, já que na academia quase sempre estamos apendendo apenas técnicas e procedimentos para lidar com as pessoas que receberemos, e utilizar esses mesmos procedimentos independentemente de qualquer um dos aspectos citados anteriormente. 
Essa contradição entre os princípios estabelecidos no código de ética do psicólogo e a realidade fica cada vez mais clara, principalmente quando estudada de maneira mais reflexiva, como acontece em nossos encontros. Toda essa disparidade tem se revelado um imenso problema, principalmente quando levamos em consideração inúmeros relatos de pessoas que estavam em sofrimento devido sua diversidade e não encontraram acolhimento no âmbito profissional da psicologia, encontraram apenas profissionais despreparados que alegam absurdos, como por exemplo, que racismo não existe mais e que as pessoas se vitimizam demais. 
Tais psicólogos são reflexo da defasagem acadêmica de componentes curriculares que abordam questões importantíssimas para a existência do ser, como questões raciais, econômicas, gênero, entre outras. Em momento algum da minha graduação o tema racismo foi abordado por professores, que se esquivam de perguntas de alunos relacionadas a esses e outros temas semelhantes, como se falar disso fosse terminantemente proibido. Sem falar nos diversos psicólogos que sofrem racismo constantemente, que não se veem representados no âmbito acadêmico e que estão sendo julgados como incompetentes por causa da cor da sua pele, como relatado em um dos encontros que uma pessoa conhecida de uma colega foi em até uma psicóloga, chegando lá se sentiu incomodada a sessão inteira e disse que a profissional não tinha “o perfil”.
É nítido que a ausência de componentes curriculares na academia ignora por completo a diversidade humana e é altamente prejudicial para a prática psicológica e para os psicólogos que sofrem racismo, e os que acham que só porque possuem uma posição de privilégio na sociedade podem dizer que racismo não existe; é triste saber que situações assim são corriqueiras, e que ao ambiente acadêmico pouco importa abordar temas que possuem um impacto imenso na minha futura profissão e na realidade das pessoas que virão até mim me buscar como profissional e talvez encontrem dificuldades pela minha falta de contato com o tema, até porque se não fosse pela presente disciplina, temas assim jamais seriam discutidos por toda a graduação. Portanto, temas como esse deveriam fazer parte de componentes curriculares acadêmicos como disciplinas teórico práticas, estudando a história desses fenômenos, a etimologia das palavras (como por exemplo, a etimologia da palavra “negro” originada do latim “nigro” que significa inimigo) e fazendo os estudantes criarem um projeto de atendimento ao público que sofre racismo em seu quotidiano, por exemplo.

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