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Nome Data AVALIAÇÃO DE DIREITO TRIBUTÁRIO - BLOCO DE APRENDIZAGEM 1 Nota 1. O Direito Tributário estuda a receita derivada (que constitui parte da atividade financeira do Estado) e é considerado ramo autônomo do direito porque tem objeto, princípios e regras próprios. 2. A tributação interfere na decisão dos agentes econômicos a respeito dos tipos de negócio que serão realizados, bem como na precificação dos produtos, quantidade de vendas e lucratividade das empresas. 3. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, caracterizando receita derivada instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinado-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades. 4. Impostos são tributos com competência constitucional privativa delimitada, cuja hipótese de incidência não contempla nenhuma atividade estatal específica em relação ao contribuinte e cuja receita, ressalvadas exceções constitucionais �CRFB/1988, art. 167, IV�, não são vinculadas ao custeio de atividade estatal específica. Como exemplo, pode-se citar o IPVA, de competência do Estado e do Distrito Federal, bem assim da União nos Territórios Federais �CRFB/1988, art. 147�, que tem como hipótese de incidência a propriedade do veículo automotor e, ao contrário do que vulgarmente se diz, a arrecadação não se destina aos reparos das vias públicas. V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso Windows Realce Windows Realce 5. Contribuição de melhoria é tributo de competência comum dos entes políticos e tem como fato gerador, mesmo após a CRFB/1988, e em que pese certa discussão doutrinária, a valorização imobiliária decorrente de obra pública. Conquanto o STF admita a cobrança parcial de acordo com a conclusão parcial da obra, é inadmissível a cobrança antes do início da obra. O teto da cobrança, majoritariamente, entende-se que está submetido aos limites global das despesas do ente que realizou a obra e individual da valorização do imóvel do sujeito passivo. 6. As taxas são tributos de competência comum dos entes políticos, cuja hipótese de incidência contempla atividade estatal específica em relação ao sujeito passivo. Segundo a CRFB/1988, podem ser instituídas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. Assim sendo, é possível que o Estado cobre de seus cidadãos taxa decorrente da prestação de serviços de segurança pública. 7. O empréstimo compulsório é, majoritariamente, considerado tributo. A competência para instituição é privativa da União, que deve se utilizar de Lei Complementar para tanto. Pode ser instituído para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; bem como no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". Ademais, a aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. 8. Contribuições especiais são tributos de competência privativa da União, cuja receita é vinculada ao atendimento de finalidades especificadas pelo constituinte. Dividem-se em contribuições de intervenção no domínio econômico, contribuições sociais e contribuições no interesse de categoria profissional ou econômica. O estudo do seu fato gerador não é suficiente para defini-la como tal, importando mais o destino da arrecadação. São exemplos de contribuição especial a anuidade dos conselhos de classe, as contribuições previdenciárias e a CIDE-combustível. 9. Os princípios constitucionais tributários, ao lado da imunidades tributárias, constituem as chamadas limitações constitucionais ao poder de tributar. V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso 10. O princípio da legalidade tributária se funda na máxima de que "eu contribuo com o custeio das atividades pública na medida do que consenti, ainda que indiretamente, por meio de representantes", e veda que os entes políticos cobrem ou majorem tributos sem lei que os estabeleça. Assim sendo, porque não importa aumento de tributo, seria possível ao ente político corrigir, segundo os índices oficiais de correção monetária, a base de cálculo do tributo e alterar o prazo de recolhimento ambos por meio de decreto, mas não aumentar a alíquota de tributo sem lei em sentido formal. Entretanto, por expressa autorização constitucional, em franca exceção à legalidade tributária, é facultado ao Presidente da República, por meio de decreto, e nos limites da lei, alterar a alíquota dos Impostos de Importação e de Exportação, em razão da finalidade extrafiscal que lhes é inerente. 11. O princípio da não-surpresa decorre da conjugação dos princípios da irretroatividade e da anterioridade tributária. Funda-se na intangibilidade do passado e na necessidade de previsibilidade do futuro quanto à tributação. 12. O princípio da irretroatividade veda que os entes políticos cobrem tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Contudo, por expressa e admitida exceção, o CTN autoriza a retroação de leis tributárias em favor do sujeito passivo (i) em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; e, (ii) tratando- se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. 13. O princípio da anterioridade se divide em anterioridade anual e anterioridade nonagesimal. O primeiro veda a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou e o segundo, respeitada a anterioridade anual, veda a cobrança antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. As contribuições previdenciárias são exceção à anterioridade anual, a elas se aplicando apenas a anterioridade nonagesimal �CRFB/1988, art. 195, §6º), importando ressaltar que alguns impostos, normalmente os de cunho regulatório, são exceções a ambas, como, por exemplo, os impostos de importação e de exportação. V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso 14. O princípio da isonomia tributária tem relação com a capacidade contributiva e pode ser encarado tanto no seu aspecto formal quanto no substancial. Segundo Rui Barbosa, “A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais na medida em que se desigualam. Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real”. Bem por isso é proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função exercida pelos contribuintes, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos, de modo que é de todo vedado a isenção de imposto de renda e/ou de IPVA pelo só fato de o sujeito passivo ocupar cargo público. Por outro lado, seria admissível o tratamento desigual para reduzir as desigualdades regionais, a exemplo do que ocorre na Zona Franca de Manaus, a fim de se promover a igualdade em sentido substancial. 15. O princípio da vedação do tributo com efeito confiscatório tem seu âmbito de incidênciapermeado de subjetivismos interpretativos, sendo analisado ora na perspectiva estática e dinâmica, ora levando em conta as múltiplas incidências e/ou a totalidade da carga tributária. Contudo, o Supremo Tribunal Federal já assentou que há efeito confiscatório quando manifesta for a desproporção entre o tributo e o custo da atividade estatal, a exemplo das taxas judiciais sem teto de cobrança. Ademais, nada obstante a discussão doutrinária, referida Corte Superior já assentou que o princípio não só se aplica aos tributos, como também às multas tributárias. 16. Em que pese ser vedado estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, por maioria, sob o entendimento de que se tratava de cobrança realizada para preservar o meio ambiente e assegurar a igualdade entre moradores e não-moradores da região, validou a cobrança da "taxa" de Bombinhas. Ademais, por expressa previsão constitucional, admite-se, sem ofensa ao princípio da liberdade de tráfego, a cobrança de ICMS interestadual. 17. É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País; II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes; III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso 18. Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. 19. Imunidade tributária e isenção são sinônimos. 20. Se o poder de tributar fosse considerado uma folha de papel em branco, poder-se-ia dizer que a imunidade consistiria na delimitação, por meio de recorte, do tamanho e do formato da própria folha de papel; ao passo que, quanto à isenção, esta seria o não-exercício da competência tributária quanto ao que sobrou da folha após o processo de delimitação. Ou seja, a imunidade se opera na delimitação do poder de tributar, enquanto a isenção no exercício da competência tributária. 21. Como as imunidades dizem com as limitações ao poder de tributar, protegendo garantias fundamentais, elas, em razão do princípio da máxima efetividade dos direitos fundamentais, admitem interpretação ampliativa. As isenções, por outro lado, por operarem no exercício da competência tributária, e em razão da indisponibilidade do interesse público, devem ser interpretadas literalmente, por expressa determinação do CTN (art. 111, I e II�. 22. As imunidades podem ser classificadas como subjetivas, objetivas e mistas. Também o podem como condicionadas e incondicionadas, ontológica e políticas, gerais e específicas. V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso 23. A imunidade recíproca protege a federação, impedindo que os entes políticos cobrem impostos sobre o patrimônio, rendas e serviços uns dos outros, ressalvados aqueles relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, a fim de evitar a concorrência desleal. Portanto, veículos oficiais da União e dos Municípios são imunes a IPVA e a renda de aplicações financeiras dos Estados e Municípios são imunes a IR. Contudo, a exploração de atividade econômica pela Petrobras, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil não é imune aos tributos que tenha ela como hipótese de incidência. 24. A imunidade recíproca não é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 25. Fulano de Tal prometeu adquirir de uma autarquia federal um imóvel residencial urbano. O sinal e parte substancial do preço são pagos no momento da lavratura da escritura pública de promessa de compra e venda, que é prontamente registrada no Registro Geral de Imóveis �RGI� competente. O saldo do preço será pago em várias parcelas. Após o registro da promessa de compra e venda continua a não incidir o IPTU, por força da imunidade da autarquia (cujo nome continua vinculado ao imóvel no RGI, ainda que agora a autarquia figure como promitente vendedora). 26. A imunidade religiosa é subjetiva e imuniza os templos de qualquer culto dos impostos. Assim, a "Igreja x" deve taxa de coleta de lixo referente ao imóvel localizado no "Município Z". Ademais, em que pese proteger a liberdade religiosa e a amplitude que a doutrina dá à interpretação da expressão "templo de qualquer culto", o Supremo Tribunal Federal já decidiu que a imunidade não se aplica à maçonaria. 27. Os partidos políticos e sindicatos, estes tanto dos trabalhadores como dos empregadores, são imunes a impostos. V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso 28. A imunidade das entidades de educação e de assistência social sem fins lucrativos é subjetiva e condicionado, devendo as condições, por se tratarem de limitação ao poder de tributar, ser estabelecidas por Lei Complementar. Atualmente, tais condições constam do art. 14 do CTN. 29. O reitor de uma faculdade privada sem fins lucrativos (cujas receitas, inclusive seus eventuais superávits, são integralmente reinvestidas no estabelecimento de ensino) deseja saber se está correta a cobrança de impostos efetuada pelo fisco, que negou a pretendida imunidade tributária, sob o argumento de que a instituição de ensino privada auferia lucros. Na hipótese, o fisco não agiu corretamente, pois, para que seja concedida tal imunidade, a instituição não precisa ser deficitária, desde que o superávit seja revertido para suas finalidades. 30. A imunidade dos livros e da música nacional são objetivas, de modo que não é a livraria, a papelaria e/ou estabelecimento comercial congênere detentor da imunidade, mas sim as operações cujo objeto seja aquele imunizado pelo constituinte. Ainda sobre o tema, nada obstante a constituição vedar a cobrança de impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão, o Supremo Tribunal Federal deu interpretação evolutiva ao dispositivo constitucional do art. 150, VI, "d", de modo a abranger pela imunidade os livros digitais e os leitores de e-book. 31. A CRFB/1988 tem diversas imunidades espalhadas pelo texto constitucional sob o rótulo indevido de "isenção", tais como a imunidade de taxas judiciais nas ações de habeas corpus e habeas data. 32. Compete aos entes políticos legislarem concorrentemente sobre Direito Tributário. À União cabe, por meio de Lei Complementar, estabelecer normas gerais. Não editando normas gerais, haverá a competência legislativa plena dos demais entes. V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso 33. Competência Tributária é o poder de, respeitados os limites constitucionais e legais, instituir tributos. A CRFB/1988 não cria tributos, mas autoriza a instituição pelos entes que delimita a competência tributária, que temcomo características a indelegabilidade e a facultatividade. 34. A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra. 35. A expressão "legislação tributária" compreende (i) as leis, (ii) os tratados e as convenções internacionais, (iii) os decretos e (iv) as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. 36. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade (i) os convênios de que participem, ou do que (ii) disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso 37. O CTN prevê as seguintes regras especiais sobre interpretação: a) Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. b) A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. c) Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; II - outorga de isenção; III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. d) A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: I - à capitulação legal do fato; II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. e) A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. 38. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada: I - a analogia; II - os princípios gerais de direito tributário; III - os princípios gerais de direito público; IV - a eqüidade. Contudo, o emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei e o emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. 39. A obrigação tributária é principal ou acessória. A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue- se juntamente com o crédito dela decorrente. A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 40. Fato gerador e hipótese de incidência são sinônimos. V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso 41. A obrigação tributária principal, assim como a obrigação tributária acessória, somente pode ser definida em lei em sentido estrito. 42. É importante a distinção entre situações de fato e situações jurídicas, especialmente das situações jurídicas condicionais, para efeitos tributários. 43. A evasão fiscal é admitida no ordenamento jurídico brasileiro. 44. Sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. Por outro lado, o sujeito passivo da obrigação principal diz-se contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; e responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei, ainda que seja terceiro sem qualquer espécie de vínculo instrumental com o fato gerador. 45. João e Pedro são, por lei, contribuintes obrigados solidariamente a pagar determinado tributo. Foi publicada lei que isenta os ex-combatentes do pagamento de tal tributo, sendo este o caso pessoal somente de João. Tendo em vista essa situação, sendo um caso de isenção pessoal, a lei não exonera Pedro, que permanece obrigado a pagar o saldo remanescente, descontada a parcela isenta em favor de João. V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso 46. Antônio, prestador de serviço de manutenção e reparo de instrumentos musicais, sujeito à incidência do Imposto Sobre Serviços �ISS�, deixou de recolher o tributo incidente sobre fato gerador consumado em janeiro de 2013 (quando a alíquota do ISS era de 5% sobre o total auferido pelos serviços prestados e a multa pelo inadimplemento do tributo era de 25% sobre o ISS devido e não recolhido). Em 30 de agosto de 2013, o Município credor aprovou lei que: (a) reduziu para 2% a alíquota do ISS sobre a atividade de manutenção e reparo de instrumentos musicais; e (b) reduziu a multa pelo inadimplemento do imposto incidente nessa mesma atividade, que passou a ser de 10% sobre o ISS devido e não recolhido. Em fevereiro de 2014, o Município X promoveu o lançamento do imposto, exigindo do contribuinte o montante de R$ 25.000,00 – sendo R$ 20.000,00 de imposto �5% sobre R$ 400.000,00, valor dos serviços prestados) e R$ 5.000,00 a título de multa pela falta de pagamento �25% do imposto devido). Sobre a hipótese apresentada, o lançamento está correto em relação ao imposto, mas incorreto em relação à multa (que deveria ser de 10% sobre o ISS devido e não recolhido). 47. João e Maria celebraram entre si contrato de locação, sendo João o locador e proprietário do imóvel. No contrato, eles estipularam que a responsabilidade pelo pagamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana �IPTU� do imóvel será de Maria, locatária. Com base nessas informações, o contrato firmado entre particulares poderá se opor ao fisco municipal, no que tange à alteração do sujeito passivo do tributo. 48. O domicílio tributário é, de regra, de eleição, estabelecendo o CTN normas supletivas em caso de não ser realizada a escolha pelo sujeito passivo ou de restar dificultada a arrecadação e/ou fiscalização, conforme dispõe o art. 127 do indigitado código. 49. José, preocupado com o meio ambiente, faz uso de um processo caseiro de transformação do lixo orgânico em adubo, bem como separa o lixo inorgânico, destinando-o à reciclagem. Por isso, sempre que os caminhões que prestam o serviço público de coleta de lixo passam por sua casa, não encontram lixo a ser recolhido. José, então, se insurge contra a cobrança da taxa municipal de coleta de lixo proveniente de imóveis, alegando que, como não faz uso do serviço, a cobrança em relação a ele é indevida. Acerca desse cenário, por ser a taxa de um tributo contraprestacional, a não utilização do serviço pelo contribuinte retira seu fundamento de validade. V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso 50. Determinado Estado, localizado na Região Norte do país, instituiu, mediante lei específica, a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública. Nessa linha, com base na competência tributária prevista nas normas constitucionais em vigor, tal contribuição instituída pelo respectivo estado membro da Federação é inconstitucional, por ser o referido tributo de competência do Distrito Federal e dos Municípios. 51. Questão bônus 1 - Diante da atual situação de "pandemia" causada pelo covid-19, a União poderiainstituir, por meio de Lei Complementar, empréstimo compulsório, caso viesse a ser reconhecida situação de calamidade pública, sem necessidade de observância do princípio da anterioridade. O Presidente da República poderia reduzir a "zero", por meio de decreto", as alíquotas do II, IE e IPI de produtos como álcool e máscaras, assim como os governadores e prefeitos poderiam, por meio de decreto, prorrogar o prazo para pagamento dos tributos. 52. Questão bônus 2 - O livro "As Seis Lições", de Ludwig von Mises, trata sobre temas como o capitalismo, socialismo, intervencionismo, inflação, investimento externo e política e ideias. Consiste num discurso em defesa da intervenção do estado na economia, por meio do controle de preços e da tributação, da regulação dos mercados e da restrição da liberdade econômica, como forma de realizar a justiça social. 53. Questão bônus 3 - A análise econômica do direito consiste na utilização de ferramentas e conceitos econômicos para estudar o impacto do sistema normativo no comportamento dos agentes econômicos em termos de eficiência. Ela se baseia nas seguintes premissas: a) Maximização racional das necessidades humanas: as escolhas dos agentes econômicos irão se basear na adequação racional e eficiente dos fins aos meios, ou seja, os indivíduos só se engajarão conscientemente em unidades adicionais de atividade (seja de consumo, de produção, de oferta de trabalho, dentre outros) se o benefício auferido por aquele mesmo indivíduo for maior que o custo despendido para obtê-lo. b) Os indivíduos obedecem aos incentivos de preços para conseguir balizar o seu comportamento racional: é o sistema de preços que baliza o comportamento humano. Na área legal, a norma estabelece preços (recompensas/sanções) tais como incentivos, multas, prisões etc., para os vários tipos de comportamento. A escolha de cada opção é analisada em face dos benefícios auferidos por meio de uma comparação qualitativa, vale dizer, monetária. c) As regras legais moldam os incentivos a que as pessoas estão submetidas e, portanto, influem nas suas decisões de troca, produção, consumo, investimento etc. V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso V Verdadeiro F Falso 54. Questão bônus 4 - Uma lei ordinária federal que trate de direitos do beneficiário de pensão previdenciária e também preveja norma que amplie, para 10 anos, o prazo decadencial para o lançamento dos créditos tributários referentes a uma contribuição previdenciária federal, é inválida, pois somente poderia ser veiculada por Lei Complementar. V Verdadeiro F Falso