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Controle Microbiológico de Conservas Enlatadas: Profa. Maria Carmela melvetk@gmail.com Conserva: “Produto contido em recipiente inalterável, hermeticamente fechado, que tenha sofrido tratamento térmico superior 110ºC (esterilização comercial)” Corned beef, salsicha enlatada, roast beef (cubos), sliced beef (filetes), sardinha, atum. Semi-Conserva: “Produto contido em recipiente inalterável, hermeticamente fechado, submetido a um ou mais aquecimentos de até 100ºC.” Presunto enlatado Tyndalização: tanques de água quente Três aquecimentos: Ex: 75ºC/45-50min ⇒resfriamento (35- 37ºC)⇒ intervalos 24h Preserva: “Produto contido em recipiente inalterável, hermeticamente fechado, não submetido a ação do calor, mas sim, conservado por substância química” Caviar http://www.ahk.org.br/supermercado/caviar-stuhrk10.htm Objetivos: Conservação (validade comercial): 1 ano Abastecer regiões com carência de carne Histórico: 1795⇒Nicholas Appert (apertização) 1810: Peter Durand⇒ lata metálica 1813= Exército/Marinha 1820/1830: Industrialização(EUA) 1851: Appert Filho⇒ autoclave 1874: Shriver (EUA) esterilização autoclaves à vapor 1904: “lata sanitária” (recravação da tampa)= Sanitary Can Company Classificação: Alimentos de baixa acidez (pH>4,5) Alimentos ácidos (pH 4,0-4,5) Alimentos muito ácidos (pH<4,0) http://www.med.sc.edu:85/fox/clostridia-dk.jpg Observação: Alimentos de baixa acidez: temperatura de referência é 121,1ºC (aplicação de calor sob pressão); microrganismos considerados no processo: C. botulinum e as outras bactérias esporogênicas (Geobacillus stearothermophilus) Resistência do MO ao calor = ótima temperatura de crescimento Bacillus spp. e Clostridium spp. = termófilos maior importância alimentos Pontos de Controle: Enlatamento: envase Produto cozido ou cru Mecânico ou manual Manter a uniformidade do peso Espaço vazio superior (expansão do conteúdo e vácuo) Verniz Higienização (>80ºC= art 381) Art 379: folha de flandres Vácuo: Expulsão do ar da lata imediatamente antes do seu fechamento. Manutenção tampas e fundos côncavos Evita oxidação interna da lata (corrosão e perfuração) Evita ranço oxidativo Preserva o conteúdo de vit C Diminui fugas Evitar aeróbios Finalidades do vácuo: Recravação: Sutura da tampa ao corpo da lata (encaixe/ aperto) Controle: Exame externo (visual) e exame interno (micrômetro/ % recobrimento) Defeitos recravação Injetar ar comprimido na lata Recravação: corpo+ tampa+ação vedante Esterilização comercial calor úmido: Aquecimento em temperatura, tempo e pressão pré-determinados em atmosfera saturada de vapor; visando destruir M.O. patogênico e deteriorante; aeróbios ou anaeróbios; formas vegetativas ou esporuladas. P.V.= 2 anos A esterilidade comercial é atingida nas seguintes condições:: a) aplicação de calor suficiente para tornar o alimento isento de microrganismos capazes de se reproduzir no produto, em condições de estocagem e distribuição não- refrigerada e microrganismos patogênicos viáveis, inclusive esporos. b) aplicação combinada de calor e redução do pH ou calor e redução da atividade de água, suficientes para tornar o alimento isento de microrganismos capazes de se desenvolver no produto, sob estocagem não- refrigerada. OBS: Dependendo da combinação do processo (temperatura x tempo x pressão) poderá resistir: esporos de bactérias termófilas estritas produtos sem alterações se não estocados em temperaturas superiores a 40ºC. Esporos de bactérias termófilas e mesófilas em alimentos com baixa atividade de água sem condição de se transformar em formas vegetativas pela indisponibilidade de água e não multiplicação nas condições normais de estocagem Tratamento térmico: Calor seco: desnaturação proteica Calor úmido: desnaturação proteica e coagulação proteica da membrana celular Estabilidade da conserva: Alimento Seguro !!! OBS: Desaeração Válvula desaerador Válvula do vapor Reduz ºT vapor Prejudica relação ºT/pressão Isolante térmico Ferrugem Purgadores devem ficar abertos Manômetro, termômetro e termógrafo (calibrados) Fita adesiva 3M/IBM http://www.dmlopes.com.br/images/RGT6.jpg Resfriamento: sob pressão/ ar comprimido Água clorada 2ppm/0,5ppm residual Termófilos/ ⇓ pressão interna FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA DOS MICRORGANISMOS AO CALOR Umidade e Aa maior umidade: maior desnaturação proteica – grupamentos SH - maior captação de água. Presença água permite a quebra/hidrólise térmica ligações peptídicas. Resistência térmica aumenta com a diminuição umidade e Aa Lipídios aumentam a resistência bacteriana (interfere teor água) • pH: maior resistência na faixa ótima de crescimento (neutralidade) Sais : Variável (tipo/concentração) NaCl: Dim. Aa = AUM. resistência térmica (esporos) Carboidrato: Aa = aumenta resistência Proteínas proteção bacteriana (ligações primárias-secundárias – terciárias) – reações de interação com sais – carboidratos – lipídeos - dificultam a ação térmica Número de microrganismos maior nº de microrganismos - maior resistência à ação térmica pela produção de subst. protetoras excretadas/ proteínas extracelulares de diferentes graus de resistência Fases de crescimento maior resistência na fase estacionária menor resistência na fase logarítmica Capacidade formar esporos (desidratação protoplastos, mineralização e adaptação térmica) Temperatura de crescimento maior resistência quanto maior a temperatura ótima de incubação Compostos inibidores antimicrobianos SO2 ; NO2... = menor resistência térmica Recipiente (volume/ formato) Consistência do produto líquido – pastoso – sólido difusão do calor Tipo de cozimento PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA TÉRMICA DOS MICRORGANISMOS Valor D = tempo de redução decimal a uma determinada temperatura/ tempo morte térmica (curva de sobrevivência). Redução 90%. Valor Z= coeficiente temperatura (curva destruição térmica)/ intervalo de temperatura Alimentos de baixa acidez= 121,1⁰C Cl. botulinum = 12 reduções decimais (tipo A e B) Deterioração Microbiana: 1.SUBPROCESSAMENTO: calor insuficiente MP contaminada, alteração formulação produto, erro cálculo, controle tempo/temperatura, falhas equipamento Sobrevivência de esporos mesófilos e termófilos facultativos Sobrevivência esporos de Bacillus spp. e Clostridium spp. P.A.3679= mesófilos/esporos= estufamento (gás) + odor pútrido, conteúdo parcial/ digerido Clostridium botulinum = Saúde Coletiva Deterioração e produção de toxinas 2. VAZAMENTO: recontaminação depois do tto térmico Embalagem; recravação; resfriamento água contaminada Microbiota mista: bolores, leveduras e bactérias não esporogênicas 3. Resfriamento inadequado ou armazenamento altas T⁰: Termófilos estritos (exclusivo 55⁰C): Geobacillus stearothermophilus; Bacillus coagulans = flat sour (pH ácido; sem gás) Lata chata, possível perda vácuo, pode ter leve odor T.A.(C. thermosaccharolyticum): CO2 e H2 Latas estufadas, fermentado, odor azedo, odor butírico Desulfotomaculum nigrificans = H2S (absorvido)/ escurecido e odor ovo podre; sem estufamento (lata chata) OBS: interação química alimento/embalagem = corrosão + produção gás hidrogênio = estufamento Produto formulado: multiplicação MO = processo incipiente de deterioraçãoControle de Qualidade: Prova estufa: 37ºC/10d (RIISPOA art 385) 55ºC/5d Incubação sobre papel de filtro Assepsia da embalagem : lavar/ álcool/ flambagem *** (cuidado latas estufadas)) Abertura fundo/ abridor estéril Teste esterilidade: Anaeróbios: Caldo de carne cozida (Regenerado + óleo mineral/agar selo) Inocular 1-2 g amostra (semear duplicata) 36±1ºC–2 tubos / 55 ± 1ºC–2 tubos Gás ou turvação/ alteração na aparência da carne no meio Aeróbios: Caldo Dextrose Púrpura de Bromocresol (BCP) ou Caldo Dextrose Triptona (DTB) – semear duplicata Inocular 1-2 g amostra 36±1ºC–2 tubos / 55 ± 1ºC–2 tubos Turvação ou película na superfície Agar BHI 36±1ºC/24-48h e 55ºC±1ºC/24-48h Esfregaço em lâmina e coloração pelo método de Gram (4 tubos Ágar estoque) BGP catalase(+) = Bacillus spp. BGP catalase(-)= Clostridium spp. “A empresa deve recolher amostras representativas de todos os lotes de produtos esterilizados comercialmente, na proporção mínima de 0,1% (um décimo de porcentagem) sendo submetidos a teste de esterilização de 240 (duzentos e quarenta) horas em sala-estufa a 35º C (trinta e cinco graus Celsius), admitindo- se temperaturas não inferiores a 32,2ºC (trinta e dois graus e dois décimos de graus Celsius) e nem superiores a 37,8ºC (trinta e sete graus e oito décimos de graus Celsius), antes de sua liberação.” RIISPOA: Todas as conservas esterilizadas devem ser submetidas ao processo térmico em no máximo 02 (duas) horas após o fechamento das embalagens (evitar crescimento microbiano) Corned Beef RTIQ: Carne bovina em conserva “Produto cárneo industrializado, obtido exclusivamente de carne bovina, curado, cozido, embalado hermeticamente, submetido à esterilização comercial e esfriado rapidamente” http://bp3.blogger.com/_Rg0FpB3r68A/RdHs4gGq-0I/AAAAAAAAAF4/ucgOHkH8ekA/s1600-h/liebig+carne+en+lata.jpg http://www.export-forum.com/americas/images/argentina halal corned beef 4.jpg http://www.export-forum.com/americas/images/argentina halal corned beef 4.jpg http://www.export-forum.com/americas/images/argentina halal corned beef 4.jpg http://www.export-forum.com/americas/images/argentina halal corned beef 4.jpg Exames laboratoriais: Microbiológico: Pesquisa de Aeróbios 35-55ºC; Pesquisa de Anaeróbios 35-55ºC Prova da percussão RIISPOA: Latas mal fechadas ou defeituosas depois da esterilização não podem ser reparadas e conteúdo reaproveitado, salvo: Dentro 6 horas (nova esterilização) Fim trabalho (câm. <1ºC) imediato envase e esterilização Equipamento esterilização deve ser provido manômetro, termômetro e termógrafo calibrados (curva gráfica ⇒I.F.) todas as partidas mínimo 0,1% teste esterilização a 35ºC/10 dias (32,2- 37,8°C) melvetk@gmail.com
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