Buscar

Laparotomia; Ostomia; Paracentese

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Laparotomias, ostomias e paracentese 
Aline Custódio 1 
 
LAPAROTOMIA 
É uma abertura na cavidade abdominal com o intuito 
diagnóstico e/ou terapêutico. Isso que diferencia a laparotomia 
de um outro corte qualquer. 
ETAPAS 
1) Abertura 
2) Exploração e inventário – ex: apendicectomia, fazer 
exploração e identificação do apêndice 
3) Realização dos procedimentos 
4) Revisão – ex: checar se ficou material, se está sangrando 
5) Fechamento 
REVISÃO ANATÔMICA 
Faz-se importante saber a origem, incisão, inervação, função e 
vascularização de cada músculo. Além disso, é importante 
prestar atenção nas linhas de força de cada um. 
Músculo Descrição 
Oblíquo 
externo 
Origem: superfícies externas da costela 5 à 12 
Inserção: linha alba, tubérculo púbico e metade 
anterior da crista ilíaca. 
Inervação: 7 nervos torácicos inferiores 
Funções: comprimir e sustentar as vísceras 
abdominais; flexionar e rotacionar o trono 
Oblíquo 
interno 
Origem: fáscia toracolombar, 2/3 anteriores da 
crista ilíaca e 2/3 laterais do ligamento inguinal 
Inserção: costela 10 à 12, linha alba e púbis via 
tendão conjunto 
Inervação: 6 nervos torácicos inferiores e 1º 
nervo lombar 
Funções: comprimir e sustentar as vísceras 
abdominais; flexionar e rotacionar o trono 
Reto 
abdominal 
Origem: sínfise púbica e crista púbica 
Inserção: processo xifoide e cartilagens costais 
5-7 
Inervação: 6 nervos torácicos inferiores e 1º 
nervo lombar 
Funções: flexionar o tronco e comprimir as 
vísceras abdominais 
Transverso 
abdominal 
Origem: cartilagens costais 7-12, fáscia 
toracolombar, crista ilíaca e terço lateral do 
ligamento inguinal 
Inserção: linha alba c/ aponeurose do oblíquo 
interno, crista púbica e linha pectínea via 
tendão conjunto 
Inervação: 6 nervos torácicos inferiores e 1º 
nervo lombar 
Funções: comprimir e sustentar vísceras as 
abdominais 
O caminho que a incisão na parede abdominal percorre é: Pele 
→ tecido subcutâneo (adiposo) → linha alba (junção das 
aponeuroses dos músculos) → 
peritônio → cavidade 
abdominal. 
 
 
 
 
 
INCISÃO IDEAL 
É aquela que dá acesso fácil ao órgão, tem um tamanho 
suficiente para a realização do procedimento, que permite 
ampliação caso necessário. Além disso, causa pouco trauma, 
bem como permite uma melhor reconstituição/fechamento. 
 
TIPOS DE INCISÃO 
 
1) Incisão longitudinal – mediana; paramediana 
É uma das mais comuns junto com a transversal, + usada em 
cirurgias de urgência e exploratórias. A abertura da linha média 
pode ser: infraumbilical, supraumbilical, infra e supraumbilical, 
xifopubica. 
Vantagens Desvantagens 
Rápida Estética ruim 
Ampla abordagem Menor resistência 
Permite ampliação Lesão nervosa 
Sem secção do musculo 
Pouco sangramento 
 
2) Transversal 
A incisão transversal + comum é a Pfannestiel usada para 
operações ginecológicas. Os prós/contras são contrários ao da 
incisão longitudinal. Abordagem preferida em cirurgias eletivas. 
Vantagens Desvantagens 
Mais estética Mais demorada (mais planos 
para abrir) 
Maior resistência (abertura 
de + de 1 músculo) 
Mais sangramento (abertura 
de músculos) 
Respeita a inervação Exposição mais limitada 
 
Aponeurose é uma 
membrana fibrosa achatada 
semelhante a um tendão, 
que une os músculos ou os 
conecta a outras partes do 
corpo, como pele ou osso. 
 
Laparotomias, ostomias e paracentese 
Aline Custódio 2 
 
 
3) Oblíqua 
As mais comuns são: Kocher, que dá acesso p/ vias biliares e a 
McBurney, para apendicite. A direção desse tipo de incisão e 
das transversas está relacionada com a orientação das fibras 
musculares, a existência de tecido rígido próximo (margem 
costal ou crista ilíaca ou púbica) ou a minimização de possível 
lesão do nervo. 
4) Toracoabdominais 
Um exemplo do uso dessa 
abordagem é quando se está em 
uma cirurgia abdominal e é preciso 
clampear a veia cava. A incisão que 
antes era só abdominal é 
ampliada, aumentando o campo 
de atuação. Não se rompe o 
diafragma necessariamente. 
5) Toraco-freno-abdominais 
Essa incisão geralmente é usada para cirurgias de coluna 
torácica. Faz-se um rompimento do diafragma e usualmente 
quem faz é o cirurgião torácico para a equipe ortopédica. 
 
OSTOMIAS INTESTINAIS 
É a abertura de um órgão oco na superfície da pele, criando um 
estoma (boca) para comunicação com o meio externo. O nome 
é dado de acordo com o órgão, por exemplo: colostomia e 
ileostomia. Sobre o que é importante saber das ostomias: 
1) Exteriorização: terminal, em alça, bocas separadas 
 
a) Em alça: com previsão do restabelecimento do trânsito 
intestinal 
Na ileostomia ou colostomia 
em alça, se exterioriza a alça e 
sutura-se as bordas das duas 
bocas na pele. As duas bocas 
unidas parcialmente e 
exteriorizadas pelo mesmo 
orifício formam uma ostomia 
com segmento proximal 
(funcionante) e distal (não 
funcionante). Geralmente não 
há lesão do tecido da parede está intestinal, ele fica íntegro. 
Poderá haver uma haste de 
sustentação (cateter de 
plástico/borracha) temporária sob 
a alça intestinal, para impedir seu 
deslocamento. 
b) Terminal: definitiva, exceto em colostomia de Hartmann 
que há possibilidade de reconstrução do trânsito intestinal 
Nessa, íleo ou cólon (+ comum) é 
exteriorizado com uma única boca que 
é suturada à pele. Há retirada de uma 
porção circular da pele → abertura da 
musculatura em forma de X → acesso 
a cavidade → puxamento da alça → 
fixação da boca da alça na pele. 
PRESTAR ATENÇÃO na eversão da 
mucosa e protrusão da alça, uma vez 
que essa eversão p/ emborcar a ponta deve ser muito bem feita. 
Isso porque assim o líquido entérico cai diretamente na bolsa 
coletora, não provocando dermatite de contato pela secreção 
alcalina ileal. As 
colostomias, por sua 
vez, podem ficar ao 
nível da superfície 
cutânea, pois as fezes 
que saem do cólon, 
além de consistentes, 
não são irritantes 
devido ao pH neutro. 
c) Bocas separadas: melhor se temporária para 
reestabelecimento do trânsito 
intestinal 
São duas bocas completamente 
separadas, os quais são exteriorizadas 
no abdome em locais distantes. 
Geralmente usada quando há 
ressecção de lesão no colón e a 
parede do intestino não fica integra. 
2) Permanência: temporária ou definitiva 
A depender do tipo de intervenção realizada. Ex. se o ânus tem 
que ser removido = permanente; se não, pode-se voltar a ligar 
o intestino a ele = temporárias. 
3) Maturação (abertura da ostomia) 
Precoce (abertura da boca logo após o fim da cirurgia); tardia 
(abre no outro dia). 
INDICAÇÕES: 
1) Obstrução intestinal 
2) Trauma (facada do bolsoliro hihihi) 
3) Perfuração de colo 
4) Fístulas 
5) Proteção de anastomoses 
 
 
Laparotomias, ostomias e paracentese 
Aline Custódio 3 
 
PARACENTESE 
É a retirada de fluido de uma cavidade abdominal através de 
uma punção com agulha. Ela pode ser feita para alivio, sendo 
mais simples e dificilmente havendo acidentes de punção, ou 
para diagnostico, onde há retirada de pouco liquido com auxílio 
de ultrassom. 
LOCALIZAÇÃO DA PUNÇÃO 
O local de punção mais seguro é a região da fossa ilíaca 
esquerda, já que o cólon sigmoide, sendo intraperitoneal, é 
móvel, ao contrário do ceco, que é retroperitoneal. 
Para saber onde puncionar, traçar uma linha imaginária no 
paciente que vai da cristailíaca anterossuperior até a cicatriz 
umbilical. Feito isso, divida essa linha em 3 terços iguais, e a 
punção será realizada 
na junção do terço 
médio. O lado mais 
seguro é o esquerdo, 
porém nas grandes 
ascites e/ou quando 
guiado por ultrassom 
é seguro fazer do 
lado direito ou até em 
outros sítios. 
PROCEDIMENTO: 
1) Realizam-se assepsia, antissepsia e anestesia local 
Introduzir a agulha perpendicularmente, aspirar para ver se 
houve a perfuração de algum vaso, e depois injetar a solução 
anestésica, não se esquecendo de fazerum pequeno botão 
anestésico na pele ao final. 
2) Punção e aspirado de líquidos 
A introdução da agulha é para 
cima e perpendicular, no 
mesmo orifício em que a 
agulha da anestesia entrou, 
evitando furar o paciente em 
dois locais distintos. Entra-se 
com a agulha aspirando e 
introduzindo lentamente a 
agulha até notar a presença de líquido ascítico refluindo na 
seringa. 
Quando isso acontecer, pode parar de introduzir a agulha, pois 
já se chegou na cavidade peritoneal do paciente, então iremos 
retirar a agulha com cautela e introduzir somente o cateter até 
o final. 
3) Conecta-se o equipo com o sistema a vácuo 
 
4) Fim do procedimento 
Encerrado o procedimento, deve-se retirar o cateter e manter a 
compressão local para hemostasia e parada de eliminação de 
líquidos.

Outros materiais