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REPARAÇÃO DE FRATURA / FRATURA POR ESTRESSE TENSÕES PREJUDICIAIS força súbita durante um curto período de tempo Macrotrauma força repetitiva e de intensidade relativamente fraca Microtrauma Exaustão = Lesão LEI DE WOLFF ossos são remodelados e adaptam-se às forças por meio de resistência ao longo das linhas da carga mecânica: por meio da deposição de colágeno e sais orgânicos adaptação é baseada no equilíbrio entre a atividade dos osteoblastos e osteoclastos FRATURA “Interrupção completa da continuidade de um osso ou uma interrupção ou rachadura parcial” (ADAMS, 1994) “Uma lesão grave de partes moles com uma falha óssea subjacente” (GOULD III, 1993) Causada por trauma Choque direto / indireto Fadiga ou estresse Estresse repetido Patológica Ocorre em osso já debilitado anteriormente por alguma doença Osso cede por um trauma banal ou espontaneamente Manifestações Clínicas Dor Deformidade Déficit de mobilidade Edema CLASSIFICAÇÃO Exposta (ou aberta) Fechada Segundo o mecanismo de trauma: Direto ou indireto Simples Multisegmentares (com 3 ou +fragmentos) Para que ocorra a fratura: A energia no momento do impacto é maior que a absorvida pelos dispositivos de proteção ou contrações musculares lesão Tecidos moles: contusão ou estiramento Ossos e ligamentos: fratura ou ruptura Obs.: fratura causa dor! CONSOLIDAÇÃO (ADAMS, 1994) Inicia assim que o osso sofre a fratura; É diferente para osso tubular e osso esponjoso; É uma reação inflamatória localizada, produz a cura de uma fratura não por tecido cicatricial, mas pela produção de tecido ósseo igual ao original. Para haver consolidação, duas condições são indispensáveis: vascularização estabilidade OSSO TUBULAR FASES: 1. Hematoma; 2. Proliferação celular subperiostal e endodostal; 3. Calo; 4. Consolidação; 5. Remodelação. As fases se superpõem; Eventos que ocorrem principalmente numa fase podem ter começado numa fase anterior; Duração de cada estágio varia: localização gravidade lesões associadas idade. 1. Hematoma: Fratura ruptura de vasos hematoma (fica contido pelo periósteo, músculos, fáscia, pele). Ocorre por volta do 2˚/3˚dia até uns 10 – 15 dias Ruptura de vasos isquemia morte de osteócitos fratura inicia reação inflamatória aumento da vascularidade que envolve a fratura hematoma invadido por células inflamatórias (neutrófilos, macrófagos, fagócitos) inclusive osteoclasto eliminam tecido necrosado 2. Proliferação celular subperiostal e endostal: Proliferação de células do periósteo precursoras de osteoblastos; Atividade celular dentro do canal medular (endósteo e tecido medular). - podem aparecer células cartilaginosas na região Condroblastos e fibroblastos depositam a matriz para o calo calo mole (tecido fibroso, cartilagem e pequena quantidade de osso) osso imaturo e fraco em termos de torque osteoblastos fazem a mineralização 3. Calo: Amadurecimento do tecido celular osteoblastos depositam matriz intercelular de colágeno e polissacarídeos impregnação com sais de cálcio osso não amadurecido do calo da fratura (“osso primário”); Proporciona rigidez à fratura; Indica início da consolidação. 4. Consolidação: Osso primário (pela ação dos osteoblastos) osso lamelar (osso amadurecido) Osso que irá suportar os esforços e tensões dos pesos sobre ele aplicados Aumenta a estabilidade 5. Remodelação: Obliteração do canal medular pelo osso formado; O osso é gradualmente reforçado ao longo das linhas de força; O excesso de osso é reabsorvido; Esse processo é lento. Hematoma Proliferação celular subperiostal e endostal Calo Consolidação Remodelação Observação: * Crianças: geralmente as radiografias pós remodelação não evidenciam o local da fratura; * Adultos: o local da fratura fica marcado permanentemente área de espessamento ou esclerose OSSO ESPONJOSO Características: •Textura esponjosa; •Não há canal medular; •Há mais contato entre os fragmentos. Fases: • Hematoma células osteogênicas proliferam das superfícies fraturadas fundem-se osteoblastos depositam matriz intercelular osso primário. Tempo de Consolidação Variável; Crianças mais novas: calo + 2 semanas (consolidação 4 a 6 semanas); Crianças: de 4 a 6 semanas; Adultos (fratura de ossos longos): + 3 meses. Fatores que influenciam a consolidação Favoráveis: Suprimento abundante de sangue nos fragmentos ósseos; Imobilização. Desfavoráveis: Suprimento sanguíneo insuficiente; Movimentação dos fragmentos (afetam os capilares do tecido em formação); Infecção óssea; Interposição de tecidos moles; Presença de tumor no osso. FRATURA POR FADIGA OU POR ESTRESSE (GOULD III) exercício forçado músculo fadigado perda das reservas marcha alterada de energia colocação anormal de carga distribuição alterada de estresse alta compressão alta tensão rachaduras oblíquas rachaduras transversais fratura oblíqua fratura transversa pequenos estresses repetidos precedem o início da dor • caminhadas longas ou marchas fratura dos metatarsianos • corrida ou dança fratura da fíbula ou tíbia Frequência: • metatarsiano, fíbula, tíbia, fêmur Observações: • não há uma lesão causal única e específica; • dor de início gradual; • aumento da dor com a atividade e melhora com o repouso. Exame: • “maciez” na região do osso afetado; • pode haver edema; • radiografia normal a princípio. FRATURAS PATOLÓGICAS osso enfraquecido por uma patologia; causada por pequeno trauma ou esforço; geralmente há dor ou desconforto por um período de tempo (antes da fratura); patologia local ou geral Causas: Locais: • infecções osteomielite piogênica; • tumores benignos condroma • tumores malignos osteossarcoma • miscelânea cisto ósseo simples, fragilidade após irradiação Gerais: • doenças congênitas osteogênese imperfeita; • rarefação difusa do osso osteoporose senil; • tumores disseminados carcinoma metastático difuso Testes de consolidação Ausência de mobilidade entre os fragmentos Ausência de sensibilidade ao se palpar com firmeza o foco da fratura Ausência de dor quando uma força de angulação é aplicada no local da fratura Critérios radiológicos de consolidação Calo visível formando ponte com a fratura e unindo-se aos fragmentos Continuidade trabecular ao longo do traço de fratura Protocolo de manuseio de fratura: • individual; • depende do tipo de fratura; • localização da fratura; • método de estabilização Tratamento: • controle da infecção (se presente): • imobilização da fratura: aparelho gessado, placas, parafusos, hastes... • enxerto ósseo (geralmente da pelve): - do próprio paciente autógeno - de outro paciente ou cadáver exógeno 3 princípios são fundamentais para o tratamento de fraturas: REDUÇÃO IMOBILIZAÇÃO PRESERVAÇÃO DA FUNÇÃO REDUÇÃO “se necessária” Avalia-se o deslocamento Por manipulação Por tração mecânica Fêmur Cirúrgica IMOBILIZAÇÃO “se necessária” prevenção de deslocamento ou angulação prevenção de movimento alívio da dor Gesso, talas ou suportes - Gesso maior perigo 12 – 36h após lesão ou cirurgia *dor ---- edema Imobilização funcional Tração contínua Fixação externa - barra de metal e pinos fixados aos fragmentos proximais e distais da fratura de osso longo As indicações para o uso da fixação externa: - em traumatologia ·fraturas compostas severas ·fraturas associadas à perda óssea ·fraturas associadas à lesão de partes moles ·fraturas associadas à lesão neurovascular ·fraturas associadas a queimaduras .fraturas associadas a cominuição extensa ·fraturas associadas a outras lesões graves ou severas ·fraturas pélvicas ·fraturas múltiplas ·tratamento da não consolidação - em ortopedia ·estabilização de osteotomias ·artrodeses ·alongamento de membro inferior Vantagens da Fixação Externa A principal vantagem é o acesso às partes moles A posição do fixador pode ser alterada, dependendo da localização permite a alteração da rigidez com a qual a fratura é contida efeito da cobertura cutânea Desvantagens da Fixação Externa infecção no trajeto dos pinos ou fios é reconhecida pelo eritema, desconforto local e infiltração ao redor do pino ou do fio afrouxamento do pino Pós Operatório - Fixador Externo 1.Iniciar o tratamento fisioterápico. Mobilizar as articulações adjacentes e fazer programação de fortalecimento muscular. 2.Observar a área próxima aos pinos ou fios procurando sinais de infecção ou soltura. 3. Semanalmente fazer a toalete em todos os pontos de inserção e saída dos pinos ou fios. 4. A duração da fixação externa frequentemente é determinada pela extensão da lesão dos tecidos moles. 5. O fixador externo frequentemente pode ser retirado sem anestesia. IMOBILIZAÇÃO POR FIXAÇÃO INTERNA placas e parafusos enxerto ósseo e parafuso haste intramedular haste e placa fios Opção de tratamento Julgamento clínico Avaliação radiográfica Conhecimento histórico de quanto tempo a fratura consolida COMPLICAÇÕES Infecção Consolidação retardada Não consolidação Necrose avascular Consolidação viciosa Encurtamento Lesão de vasos Síndrome de compartimento Aumento de pressão num espaço anatômico restrito com queda da perfusão sanguínea Lesão nervosa Lesões viscerais Lesões tendinosas Lesões articulares Aderências intra e periarticulares Miosite ossificante Proliferação de tecido fibroso e pela formação de grandes quantidades de osso novo maduro, não neoplásico, em grandes grupos musculares ou partes moles Distrofia Simpática Reflexa – Atrofia de Sudeck condição caracterizada por dor em queimação, edema distúrbio no sistema nervoso autônomo a dor é associada a descritores de dor neuropática (queimação, disestesia, parestesia, alodínia e hiperalgesia ao frio) e sinais clínicos de disfunção autonômica (cianose, edema, frio, alteração de transpiração e pilificação local) Osteoartrite Embolia gordurosa Pseudoartrose Quando as terminações ósseas de uma fratura não consolidam após 5 a 6 meses de tratamento adequado. Fatores que influenciam a pseudoartrose: •contaminação do foco de fratura; •movimentação no foco de fratura; •diabetes, osteoporose, medicamentos: lentificam o processo de consolidação. O tratamento fisioterapêutico deve: Preservar toda a função possível enquanto a fratura está se consolidando Recuperar a função normal quando a fratura estiver consolidada
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