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Principais alimentos utilizados na alimentação animal

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Professora: Priscila Flôres Aguirre
Câmpus São Miguel do Oeste/SC
Principais alimentos utilizados na alimentação animal
Disciplina: Nutrição animal I
Revisando...
Classificação dos alimentos adaptado de Morisson:
Origem Animal 
Origem Vegetal
Suplementos minerais
Suplementos vitamínicos
Aditivos
Outros alimentos
Alimentos
Volumosos
Secos
Aquosos
Concentrados
Energéticos
Proteicos
Alimentos volumosos
Grande importância na alimentação de ruminantes;
Menor custo de produção;
Não são utilizados na alimentação humana  vantagem de não competição;
Além disso:
Ruminantes  consumo de alimentos volumosos  Conversão de um alimento de baixo valor nutritivo para o ser humano, em proteína animal, de alto valor biológico (carne e/ou leite).
Alimentos volumosos
Forragens secas;
Forragens aquosas.
A condição para que o alimento seja considerado volumosos é apresentar um teor de fibra bruta superior a 18%. Ou seja, o alimento deverá ter alta concentração de fibra, independente de ser seco ou úmido. Dentro da classe de alimentos volumosos existe grande variação em termos de nutrientes, energia, proteínas, etc. 
Dentre as forragens secas destacam-se as palhas que apresentam alto teor em fibra acima de 40% e baixíssimo em proteína bruta (PB) menor que 5%. Os fenos são outras fontes de alimentos volumosos (teor de fibra acima de 18%) e um teor de PB bastante variável de acordo com a espécie. Feno de alfafa possui um teor de PB entre 17-20%, um teor de fibra relativamente baixo. O feno de tifton possui um teor de PB variando de 8-12%, com um teor de fibra maior quando comparado ao de alfafa. Esses valores podem variar muito mesmo dentro da mesma espécie. 
Das forragens aquosas podemos citar, as pastagens de verão e inverno, e os diferentes tipos de silagens. Todas variam muito quanto ao valor nutricional, de acordo com a espécie, adubação, condições climáticas, regime hidrico, etc.
O feno pode ser feito praticamente de qualquer espécie forrageira vegetal, desde que estas não tenham talos muito grossos e folhas facilmente destacáveis. Os principais fenos são de: alfafa, tifton, coastcross, azevém, aveia, trevo branco, trevo vermelho. Este método, fenação, pode ser usadas para conservar forragens que tenham alta concentração de PB.
A ensilagem é o processo fermentativo, usado para forragens ricas em energia. O produto resultante (a silagem) é basicamente uma fonte de energia para ruminantes, não sendo interessante o uso de forragens com elevado teor de proteína pois dificultará o processo de fermentação. Os materiais mais usados são: milho, aveia em estádio de grão leitoso, sorgo, milheto, grão de sorgo, azevém pré-secado, capim-elefante, etc.
 
Concentrados energéticos
Concentrados protéicos
Origem animal
Origem vegetal
Alimentos concentrados
 Bromatologia
Curso de agronomia – Universidade Federal da Fronteira sul - Erechim
5
Alimentos ricos em energia ou seja que apresentam baixo teor em fibra (menor que 18%) e que apresentam teor de PB superior a 20% são considerados concentrados protéicos, já o concentrado energético deve apresentar teor de PB inferior a 20%. 
Concentrados energéticos
 
Grãos de cereais e seus subprodutos
Nos próximos slides serão colocados exemplos.
 Bromatologia
Curso de agronomia – Universidade Federal da Fronteira sul - Erechim
6
Os grãos de cereais são as principais fontes energéticas possuindo baixo teor de fibra e alta energia, principalmente pela alta concentração de amido. São largamente usados na nutrição animal. Sua proteína possui de modo geral baixo valor biológico pela deficiência em lisina e triptofano (aminoácidos essenciais para não ruminantes). Normalmente apresentam uma relativa riqueza em fósforo e teores muito baixos em cálcio. Em relação ao fósforo, possuem cerca de 1/3 do fósforo orgânico ou fítico, que é indisponível para animais como aves e suínos. Normalmente são pobres em vitamina A, com exceção do milho amarelo. Quanto aos subprodutos possuem uma grande diversidade podendo apresentar valores nutricionais bem diferentes dos alimentos originais.
Milho
 
Largamente usado na nutrição animal
Ponta 
 Bromatologia
Curso de agronomia – Universidade Federal da Fronteira sul - Erechim
7
Aproximadamente ¾ do grão é constituído de amido, cerca de 75-80% do grão de milho é composto por amido. O grão do milho é composto basicamente de um tegumento ou pericarpo (parte que reveste o grão), o endosperma (o interior do grão), o gérmen ou embrião que é o local onde irá se desenvolver a nova planta e a ponta. 
O tegumento e a ponta do milho apresentam menor quantidade de amido e maior de fibra, em torno de 15% de FB. 
O endosperma é composto basicamente por amido, sendo a região de armazenamento de energia. 
O embrião é o local onde irá se desenvolver a nova planta, e por isso é uma porção rica em proteína, essa porção é conhecida como “glúten de milho” que contém cerca de 22% de PB, além disso é a porção onde está contida a gordura do milho. 
Vle lembrar que o amido é composto por amilose e amilopectina, cerca de 85% do amido do milho é composto por amilopectina e o restante por amilose. Cabe lembrar ainda que quanto maior a concentração de amilose menor é a digestibilidade do amido. 
Milho
 
Amarelo 
Branco
Cores
Misturado
 Bromatologia
Curso de agronomia – Universidade Federal da Fronteira sul - Erechim
8
O milho, de acordo com a coloração do grão, será classificado nas seguintes classes (IN nº 60 de 22/12/2011 do MAPA): 
I - amarela: constituída de milho que contenha no mínimo 95% (noventa e cinco por cento), em peso, de grãos amarelos, amarelo pálido ou amarelo alaranjado; o grão de milho amarelo com ligeira coloração vermelha ou rósea no pericarpo será considerado da classe amarela;
II - branca: constituída de milho que contenha no mínimo 95% (noventa e cinco por cento), em peso, de grãos brancos; o grão de milho com coloração marfim ou palha será considerado da classe branca;
III - cores: constituída de milho que contenha no mínimo 95% (noventa e cinco por cento), em peso, de grãos de coloração uniforme, mas diferentes das classes amarela e branca; o grão de milho com ligeira variação na coloração do pericarpo será considerado da cor predominante; e
IV - misturada: constituída de milho que não se enquadra em nenhuma das classes anteriores.
 Em nutrição animal dá-se preferência para o milho amarelo que possui pigmentos como caroteno que são precursores da vitamina A, pode-se considerar que o milho amarelo possui maior quantidade dessa vitamina e dá coloração desejada a carcaça. A coloração amarelada do frango por exemplo é em virtude de uma dieta com alta quantidade de milho. Bovinos confinados ingerindo milho, possuem uma gordura na carcaça mais amarelada, enquanto que em pastagens a gordura apresenta-se mais branca.
Milho
 
Duro
Semiduro
Dentado
Misturado 
 Bromatologia
Curso de agronomia – Universidade Federal da Fronteira sul - Erechim
9
 O milho, de acordo com a consistência e o formato do grão, será classificado nos seguintes Grupos (IN nº 60 de 22/12/2011 do MAPA): 
I - duro: quando apresentar o mínimo de 85% em peso de grãos com as características de duro, ou seja, apresentando endosperma predominantemente córneo, exibindo aspecto vítreo; quanto ao formato, considera-se duro o grão que se apresentar predominantemente ovalado e com a coroa convexa e lisa;
II - dentado: quando apresentar o mínimo de 85% em peso de grãos com as características de dentado, ou seja, com consistência parcial ou totalmente farinácea; quanto ao formato, considera-se dentado o grão que se apresentar predominantemente dentado com a coroa apresentando uma reentrância acentuada;
III - semiduro: quando apresentar o mínimo de 85% em peso de grãos com consistência e formato intermediários entre duro e dentado; e
IV - misturado: quando não estiver compreendido nos grupos anteriores, especificando-se no documento de classificação as percentagens da mistura de outros grupos.
A classificaçãoacima é baseada na vitreosidade do endosperma. Quanto mais duro o grão maior a vitreosidade do grão, por outro lado quanto mais dentado maior a quantidade de endosperma farináceo. O endosperma é classificado em dois tipos: farináceo e vítreo. No farináceo, os grânulos de amido são arredondados e estão dispersos, não havendo matriz protéica circundando essas estruturas, o que resulta em espaços vagos durante o processo de secagem do grão, a partir dos espaços onde antes era ocupado pela água, durante o desenvolvimento do grão. O endosperma vítreo apresenta todos os espaços ocupados, onde o granulo de amido está perfeitamente unido, dando um aspecto duro. O endosperma vítreo apresenta uma certa resistência a atuação de enzimas digestivas, a relação deste com o endosperma farináceo pode afetar diretamente a digestibilidade do milho. O milho dentado apresenta maior valor nutricional, maior energia e maior digestibilidade, em virtude da menor vitreosidade de seu endosperma. O grão duro é desejado pois evita o ataque de carunchos no armazenamento e também no campo, e pode evitar a contaminação por fungos e, posteriormente micotoxinas, a campo também. 
Degradação ruminal do amido do milho, de acordo com a % de endosperma vítreo
Fonte: Correa et al. (2002).
Em ruminantes trabalhos apontam que quanto a maior a vitreosidade do grão, menor a degradação ruminal do amido, ou seja, a vitreosidade parece ser um bom parâmetro para selecionar híbridos de milho com alta digestibilidade ruminal.
Fonte: Correa, C.E.S.; Shaver, R.D.; Pereira, M.N., Lauer, J.G., Kohn, K. Relationship between corn vitreousness and ruminal in situ starch degradability. Journal of Dairy Science, v.85, n.11, p.3008-3012, 2002.
Milho
 
Composição química e valor nutricional
 Bromatologia
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11
É o cereal mais amplamente usado como suplemento energético. Possui cerca de 80% de nutrientes digestíveis totais (NDT), ou cerca de 3400 kcl de energia metabolizável para aves e suínos. Esse valor energético elevado é em virtude do elevado teor de amido e apresenta teor de gordura maior que qualquer outro cereal. O teor de gordura varia entre 3-6%. Existem cultivares de milho com alto teor de gordura, que podem chegar até 6%. Em média o teor fica entre 3,5-4,0% de extrato etéreo (EE – gordura). 
Possui valor de PB inferior a 10%, normalmente entre 7-9%, sendo necessário a suplementação de alimentos proteícos quando administrado milho. A proteína do milho é rica em aminoácidos como cisteína, porém deficiente em aminoácidos como lisina e metionina e triptofano (aminoácidos essenciais em não ruminantes).
Bastante pobre em cálcio (0,02%) e um valor razoável em fósforo (0,25%), embora outros cereais apresentem maior teor de fósforo do que o milho. 
Milho
 
Formas de utilização
 Bromatologia
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12
Normalmente o milho é utilizado moído, em certos casos quebrados, porém quase nunca inteiro. O fornecimento do grão inteiro diminui muito a digestibilidade do milho, sendo necessário a quebra ou a moagem. Ainda o grão do milho pode ser fornecido na forma de silagem de grão úmido. Ainda pode ser triturado com espiga e palha, isso aumenta o teor de fibra e reduz a energia do produto, esse produto é chamado de rolão de milho ou forragem. Do grão de milho pode ser feita a silagem de grão úmido, a qual apresenta excelente qualidade, inclusive superando o próprio grão em digestibilidade, sendo muito usada em dietas de vacas em lactação e suínos, resultados apontam melhor performance dos animais comendo silagem de grão do que o próprio grão.
Subprodutos do milho
 
Farelo de glúten de milho
Farinha de gérmen de milho
Farelo de glúten de milho
Farinha de gérmen de milho
 Bromatologia
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13
O farelo de glúten é obtido pelo processo para extração do amido de milho. Possui alta concentração protéica em comparação ao milho em torno de 21%, no entanto essa proteína possui baixo valor biológico não sendo aconselhado o fornecimento para suínos e aves. Geralmente usa-se para animais ruminantes como vacas de leite, em misturas com outros ingredientes. 
A farinha de gérmen de milho é obtida da industrialização do fubá e da farinha de milho. Possui menos proteína que o glúten, em torno de 12%. Pode ser empregada em rações de aves e suínos, porém apresenta um teor energético menor do que o milho em torno de 2800 kcal de energia metabolizável.
Sorgo
 
Granífero
Forrageiro
Duplo propósito
Doce
Vassoura
 Bromatologia
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14
Esses são os tipos de sorgo existentes. 
O sorgo granífero é o que nos interessa no sentido de alimentos energéticos, pois são eles que produzem os grãos. Os grãos do sorgo possuem tanino, que reduzem a palatabilidade, constituindo um fator antinutricional. Ainda assim os sorgos duplo propósito podem ser usados para pastoreio ou silagem e apresentam ainda uma boa produção de grãos, podendo ser utilizados para a produção de grãos. Os sorgos forrageiros possuem glicosídeos cianogênicos, fatores tóxicos que podem levar a morte de animal. O sorgo doce possui esse nome, pois possui o colmo rico em açúcar o qual pode ser usado para a fabricação do etanol. 
A cultura do sorgo possui uma grande vantagem em relação a do milho, pois normalmente é mais resistente a condições ambientais adversas, principalmente em relação a secas. Além disso, a uma grande demanda por alimentos e agora por biocombustíveis, onde o milho se encaixa muito bem, o sorgo é uma cultura produzida basicamente para a produção animal, e seu cultivo não compete com essas questões relacionadas a alimentação humana e biocombustíveis.
Grão de sorgo
 
Composição química e valor nutricional
 Bromatologia
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Todos os sorgos possuem tanino, nas plantas e também no grãos. As pesquisas atuais vem buscando produzir plantas com menor tanino, e hoje já existem sorgos com baixo tanino. Vale lembrar que o tanino é um fator antinutricional que inibe o consumo por parte dos animais, além de reduzir o valor nutricional, pois os mesmos formam complexos com as proteínas indisponibilizando as mesmas, reduzindo a digestibilidade das proteínas. 
Os grãos de sorgo são semelhantes ao milho em valor nutricional, em geral, o valor energético do sorgo é 90% ao do milho, pois possui uma quantidade de endosperma menor e uma maior proporção de tegumento, que é mais fibroso. Porém pode ser considerado pobre em fibra e rico em energia. Além disso, possuem menor teor de gordura que o milho em torno de 3,0%. Geralmente o teor de proteína é um pouco maior que a do milho, cerca de 1 a 2 pontos superior. Possuem as mesma deficiências nutricionais que o milho (aminoácidos limitantes são a lisina, metionina e a treonina). Não possuem caroteno nem xantofilas, dessa forma, possuem menor teor de vitanmina A. Normalmente o milho pode ser substituído pelo sorgo, quando for o caso, porém essa substituição principalmente para aves e suínos deve ser realizada com cautela, pois certamente há redução do valor energético da ração e prejuízo em termos de coloração da carcaça, onde a mesma irá se apresentar mais branca e pálida, e sabe-se que o consumidor gosta de enxergar aquela gordura amarelinha. Isso é importante também para produção do ovo, quanto mais amarela a gema, melhor é do ponto de vista do consumidor, se retirado o milho da dieta a coloração ficara mais branca, sendo necessário as vezes a inclusão de pigmentantes, se for o caso. O amido representa cerca de 65-70% do grão de sorgo. 
Grão de sorgo
 
Formas de utilização
 Bromatologia
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O sorgo é fornecido aos animais moído, exclusivamente. Este é um ponto chave na nutrição animal, já que a moagem deveser a mais fina possível, pois trata-se de uma semente pequena e dura, sendo difícil de realizar uma adequada moagem. Normalmente mesmo procedendo a moagem grãos inteiros permanecem, e esses são pouco digeridos e absorvidos pelos animais. Esse fato reduz ainda mais o valor nutricional do sorgo, se compararmos ao milho. Quando dizemos que o sorgo possui 80% da energia do milho, consideramos que o sorgo está totalmente moído, não havendo completa moagem certamente há redução do valor energético do grão de sorgo. Os grãos que não foram moídos ficam nítidos e são facilmente detectáveis nas fezes dos animais. Existe outro problema, que ao realizar a fina moagem desse ingrediente, se forma uma fina camada de pó, a qual é perdida e significa perdas. Além disso rações com muita pulverulência dificultam a ingestão dessas rações com alto teor de sorgo, pois ao se alimentarem os animais inalam pó, irritando as fossas nasais podendo ser uma fonte de problemas para as vias aéreas dos animais. Como falado, o sorgo pode substituir o milho, porém por tudo que foi comentado, recomenda-se para aves uma substituição máxima de 10%, ou seja, uma inclusão de no máximo 10% de sorgo nas rações para aves. Para suínos admite-se um teor um pouco maior até 20% de inclusão deste cereal. Para ruminantes a inclusão pode ser ainda maior, podendo chegar até 50% dependo do caso. Vale lembrar que nem sempre é possível fazer a substituição de um cereal por outro, o que leva a essas mudanças ou substituições é o valor comercial dos grãos, o preço pago pelo suíno, aves, leite, etc. O milho é o cereal padrão, qualquer troca ou substituição deve ser economicamente viável.
Subprodutos do sorgo
 
Glúten de sorgo
Farinha de glúten
Quase não são encontrados em escala comercial
 Bromatologia
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Os subprodutos do sorgo, não apresentam muita importância para as rações animais pois não são encontrados em escala comercial.
Trigo
 
Alimentação humana
Alimentação animal
 Bromatologia
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O trigo é o cereal mais utilizado para a alimentação humana. Grande parte do trigo é transformado em farinha, para fabricação de pães, massas, etc. Muito pouco do trigo é usado na alimentação animal, no entanto, muitos subprodutos provenientes do trigo são. O valor de proteína do trigo gira em torno de 12%, porém apresenta baixa qualidade, assim como os demais grãos de cereais. É deficiente em leucina, alanina e também treonina. Dentre os cereais é o que apresenta o maior teor de fósforo, sendo uma importante fonte desse nutriente, principalmente quando fala-se em farelo de trigo para ruminantes. Igualmente aos outros cereais é pobre em cálcio. Em energia é superior ao sorgo, mas um pouco inferior ao milho, girando em torno de 3100 kcal de energia metabolizável tanto para suínos quanto para aves.
Triguilho
 
Alimentação animal
 Bromatologia
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Quando o trigo é usado na alimentação animal é usado na forma de triguilho, que é o trigo que não serve para alimentação humana. 
O triguilho é obtido no processo de limpeza do trigo, são separados grãos quebrados, grãos cochos, grãos pequenos, sementes de outras plantas e outras impurezas, resultando no triguilho. É um produto que apresenta alto valor nutricional para animais, com teores de PB girando em torno de 14%, com energia superior a do sorgo, com grande quantidade de amido. Sua proteína também apresenta baixo valor, igualmente a do trigo, com as mesmas deficiências. O que limita seu uso é que pode vir com sementes tóxicas para animais e também com sementes de invasoras, o animal ao consumir essas sementes distribuem na pastagem juntamente com suas fezes. É usado em algumas épocas do ano, quando o preço é acessível, e logo seus estoques se acabam. Após a colheita do trigo existe uma grande quantidade de triguilho no mercado, a preços baixos, após 2 meses passado a colheita seu preço já está elevado e seus estoques baixos. Possui teor de fósforo elevado comparado ao milho, 0,45% contra um teor médio de 0,25% no milho.
Subprodutos do trigo
Farelo de trigo
 Bromatologia
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É um subproduto grosseiro, consiste basicamente do tegumento que envolve o grão. Por isso, possui um teor de fibra bruta mais elevado em torno de 10%, e cerca de 18% de FDN. Apresenta em torno de 14-16% de PB, 4,5% de gordura, e um valor energético bem inferior ao do trigo, sorgo e milho, devido ao maior teor de fibra. Dessa forma, apresenta um NDT proximo a 65%, enquanto que o NDT do trigo gira entre 75%, e o do sorgo 72%. 
Possui energia metabolizável para aves em torno de 1500 kcal, e para suínos em torno de 2500 kcal de energia metabolizável. Fica evidente que o uso para aves é bastante limitado, não sendo recomendado, pois sua inclusão nas rações diminuiria o desempenhos desses animais. Para suínos pode ser usado, uma inclusão de 20% nas rações, para animais maiores, em terminação. Para animais menores em creche, ou em aleitamento seu uso não é recomendado. O farelo de trigo apresenta um efeito “laxativo” importante, portanto seu uso é recomendado em porcas gestantes os últimos meses de gestação, favorecendo o transito intestinal e também o parto. Porcas gestantes apresentam problemas de constipação por isso seu uso é recomendado, além de ser uma categoria não muito exigente em nutrientes se compararmos porcas em lactação, ou animais jovens em pleno crescimento. 
Para ruminantes seu uso é muito difundido, por ser um alimento com maior teor de fibra, onde esses animais apresentam maior capacidade de digeri-las. Além disso, são ricos em fósforo apresentando teor entre 1,2-1,4%, bem mais elevado que os demais cereais. Tirando o farelo de arroz, é o alimento ou subproduto vegetal mais rico em fósforo, o qual é uma importante fonte para animais ruminantes. O fósforo é um dos elementos mais caros na alimentação animal, perdendo somente para a proteína, as fontes de fósforo são os fosfatos naturais e principalmente o fosfato bicálcio para ruminantes, que são caros, se comparados ao um farelo de trigo. Vale lembrar que cerca de 1/3 desse fósforo de cereais é orgânico, também chamado de fitato, ou fósforo fítico, e portanto é indisponível para monogástricos como suínos e aves, que não possuem a enzima fitase para liberá-lo e poder absorve-lo (devemos considerar este fato quando utilizamos na alimentação desses animais, e considerar essa biodisponibilidade, não sendo uma fonte tão importante de fósforo então para esse tipo de animais). Na indústria animal existem a produção de enzimas para melhorar a absorção dos nutrientes e o desempenho dos animais. Uma das enzimas é a fitase utilizada em dietas para suínos e aves afim de disponibilizar o fósforo fítico, e melhorar a qualidade das dietas e o desempenho dos animais.
Arroz
 
Alimentação humana 
 Bromatologia
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Grande parte do arroz é usado para alimentação humana. Normalmente o que é fornecido aos animais são grãos quebrados, cochos, e seus subprodutos
Quirera de arroz
 
Alimentação animal
 Bromatologia
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Grãos quebrados são destinados a alimentação animal, desde que seu valor R$ seja inferior ao do milho. 
É um alimento essencialmente energético. Pode apresentar casca ou não, porém deve ser sempre moído pois é muito duro. A presença de casca no arroz, aumenta o teor de fibra e por consequência diminui a digestibilidade do mesmo, devendo ser evitado o fornecimento para aves e suínos. Pode ser administrado aos animais substituindo outros cereais, como milho, sorgo, aveia, trigo, etc., quando o preço for acessível e levando em conta suas carências nutricionais.
Quirera de arroz
 
Composição química e valornutricional
 Bromatologia
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O arroz apresenta cerca de 8% de PB, mais pobre que o milho (também apresenta deficiências em lisina, metionina e triptofano).
O teor de fibra varia com o conteúdo de casca, mas quando com casca apresenta elevado teor. 
O arroz é branco, e por isso não apresenta carotenos e pigmentos, apresentando menor teor de vitamina A quando comparado ao milho. 
Pode substituir em até 30% o milho em dietas para suínos e aves, devendo tomar o cuidado com a pigmentação de ovos, carne, pele, etc., e também o menor valor de vitamina A. 
Casca de arroz
 
Utilização para animais?
 Bromatologia
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É o envoltório do grão. Extremamente lignificada e com elevados teores de sílica, dando uma característica muito dura. Possui pontas afiadas e bordas cortantes. Apresenta baixo valor nutritivo, baixíssima digestibilidade, e ainda pode ocasionar lesões nas mucosas da boca, esôfago e estômago. Pode ser usada em camas, porém sua capacidade higroscópica é baixíssima, portanto não sendo recomendada para isso também.
Subprodutos do arroz
 
Farelo de arroz integral
Farelo de arroz desengordurado
 Bromatologia
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Provém do beneficiamento do arroz. Constituídos pelos tegumentos que envolvem o grão, que são removidos no processo de beneficiamento do arroz para alimentação humana. Produto extremamente valioso para a alimentação animal. 
O farelo de arroz integral apresenta em torno de 13% de PB, 15% de gordura e aproximadamente 11% de FB. A gordura é altamente insaturada e facilmente peroxidável, devendo ser utilizado o mais breve possível da sua obtenção (cerca de 1-2 semanas). Quando armazenado por mais tempo faz-se necessário o uso de aditivo antioxidante. A oxidação da gordura causa perdas nutricionais como de vitaminas A e E, além de reduzir a palatabilidade. Outro fator importante que grande parte de seus carboidratos são compostos por polissacarídeos não amiláceos, ou seja, não é amido, em parte é fibra e em outra são pectinas, arabinoxilanas, glucanas, etc. Isso é particularmente indesejável para suínos e aves, e seu uso deve ser limitado a 10% da dieta total se caso for. 
O farelo de arroz pode ser desengordurado para que não exista o problema de rancificação da gordura. Isso faz com que o teor de PB aumente para cerca de 16% e o teor de fibra aumenta também. Dessa forma, o farelo de arroz desengordurado apresenta um teor em energia menor que o farelo de arroz integral. Outro fator importante é que o farelo de arroz apresenta elevados teores de P entre 1,5-2,0%, e isso pode ser um fator favorável quando alimentamos ruminantes, já que podemos considerá-lo uma fonte de P para esses animais. Para monogátricos vale lembrar que cerca de 1/3 desse fósforo está como fósforo fitico e não pode ser aproveitado por animais como suínos e aves. 
A composição do farelo de arroz encontrado no comércio é muito variável, pois depende muito da quantidade de casca adicionado a ele. Com certeza dentre as matérias-primas disponíveis para animais essa é uma das que mais varia, e portanto, análises químicas são importante para detectar as variações, em virtude da adição de casca. Uma análise fisica criteriosa é capaz de identificar a presença menor ou maior de casca de arroz adicionada ao farelo. A relação entre cálcio e fósforo é de 1:32, devendo ser fornecido obrigatoriamente cálcio para a correção. A relação das dietas normalmente devem apresentar 2:1.
Grão de aveia
 
Alimentação humana
Alimentação animal (Equinos)
 Bromatologia
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Por ser um alimento muito usado para equinos atinge preços incompatíveis com outros cereais, sendo muito difícil sua inclusão nas dietas de ruminantes, suínos, aves e outros animais. Além disso, boa parte da aveia cultivada na região sul é submetida a pastejo e ou cobertura dos solos, não sendo colhido grãos. Além disso, é um cereal muito utilizado para a alimentação humana.
Grão de aveia
 
Composição química e valor nutricional
 Bromatologia
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Pode possuir casca, ou ser descascada. Quando com casca sua utilização para monogástrico fica limitada devido ao elevado teor de fibra. Apresenta cerca de 12% de PB e 11% de FB. Além disso não possui pigmentantes e carotenóides. As deficiências em aminoácidos são muito semelhantes as do milho. Quando descascada pode ser usada para monogástricos e animais jovens, no entanto, seu valor não é acessível sendo dessa forma pouco usada. Possui qualidades essenciais para equinos, pois é capaz de nutrir e não engordar. É tão eficiente para equinos pois associa carboidratos solúveis como amidos e alguns outros e fibras, isso faz com que o processo de digestão em equinos seja mais lenta, evitando uma fermentação excessiva, não causando as tão perigosas cólicas.
Grão de aveia
 
Forma de utilização
Laminada
Moída / Quebrada
 Bromatologia
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Pode ser moída, quase nunca se recomenda inteira, e na maioria das vezes amassada. A aveia amassada é chamada de laminada, e é a forma mais usada para equinos, por proporcionar uma fermentação mais lenta do amido.
Grão de cevada
 
Produção de malte
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Grande parte da cevada é utilizada para a produção de malte, uma pequena fração é usada na alimentação animal. Se encontrado cevada poderá ser usada sem problemas em substituição ao milho pois se aproxima muito ao seu valor energético. Além disso possui maior quantidade de proteína em torno de 12%, semelhante a aveia, com teor de fibra bem inferior a aveia pois apresenta uma quantidade de casca também bem inferior. É dificil encontrar cevada para uso na alimentação de animais, pois normalmente é na totalidade empregada na produção do malte. É possível de encontrar disponível para esse fim durante a colheita, onde os estoques estão elevados e os preços podem cair. O valor econômico é fundamental pra utilizar na nutrição animal, isso vale para todos os alimentos.
Subprodutos de cervejaria
 
Polpa ou resíduo de cervejaria 
Levedura seca de cerveja ([ ] protéico)
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No processo de fabricação de cerveja obtem-se dois subprodutos importantes que podem ser usados na nutrição animal. O primeiro deles é a polpa ou resíduo de cervejaria. A primeira etapa da fabricação da cerveja é a fabricação do malte. O grão de cevada é umedecido, onde passa por um processo de germinação, tendo temperatura e umidade controladas. Após a germinação do grão esses são secos e armazenados em silos, para serem enviados para a fábrica de cerveja. Esse grão germinado e seco é o malte. Chegando na fábrica de cerveja o malte é primeiro ingrediente da fabricação, onde é adicionado água e temperatura. Nesse processo, todo o amido presente no grão da cevada é convertido em açúcar pelas próprias enzimas do malte, formando o mosto que tem a aparência e coloração da cerveja. Flutuando nesse mosto encontram-se restos de grãos, cascas e substâncias que não foram totalmente fermentadas. Esses grãos e cascas são filtrados do mosto e obtém-se a polpa ou resíduo de cervejaria. É um produto interessante, pois possui cerca de 18-22% de PB, uma grande quantidade de fibras. Essas fibras por terem passado por um processo de fermentação, germinação, apresentam uma digestibilidade interessante para ruminantes. É um produto que pode ser fornecido em dietas de vacas leiteiras sem problemas. Como é um resíduo basicamente composto de cevada, a proteína apresenta baixo valor biológico, assim como os demais alimentos energéticos e a quantidadede minerais assemelham-se as da cevada. Para monogástricos sua utilização é limitada pelo elevado teor em fibra. Esse produto pode ser extremamente úmido contendo cerca de 80% de água, ou seco, quando a indústria dispões de secadores e comercializa na forma peletizada. Quando o produtor recebe esse produto úmido ele apresenta problemas para armazenar, onde o mesmo pelo alto conteúdo de umidade pode sofrer fermentações indesejadas, como bactérias clostridium que causam o apodrecimento do material. Portanto, quando utiliza-se o material úmido esse deve ser consumido em no máximo duas semanas. Quando peletizado é um ótimo produto e não possui problemas de conservação, podendo ser armazenado por até 3 meses.
Ao mosto é adicionado o lúpulo, estes são fervidos, esterilizados e após resfriados. Após adicionam-se as leveduras que irão realizar a fermentação alcoólica produzindo o álcool. Havendo grande quantidade de açúcar, essas leveduras proliferam, crescem e fermentam o mosto e lúpulo. No processo final de fabricação a cerveja já fermentada, com a leveduras mortas é filtrada, onde se obtém a levedura morta de cerveja. O subproduto da filtragem é seco, obtendo-se a levedura seca de cerveja. Esse material é composto basicamente por levedura morta, e apresenta um teor de proteína em torno de 40%. Essa proteína apresenta alto valor biológico, sendo riquíssima em lisina, o aminoácido mais limitante para a produção animal (aminoácido limitante em aves e suínos). Na verdade esse subproduto se caracteriza por um alimento proteico e não energético. Além disso possui elevado teor em fósforo (1,5%), e minerais orgânicos, como zinco, importante para os cascos em vacas leiteiras e também suínos. Existe um problema de palatabilidade para esse produto, sendo o principal limitante de sua inclusão em dietas. Normalmente uma inclusão aceitável é em torno de 6-10% da dieta total. Esse problema é mais observado para vacas leiteiras, onde um nível de 5% da dieta total pode comprometer o consumo da ração.
Grão de centeio
 
Alimentação humana
Fungo – Claviceps purpurea - ergotoxina
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O centeio é usado na alimentação humana para fabricação de pães, cervejas, whiskies, vodca... 
O centeio é um cereal que normalmente desenvolve o fungo claviceps purpurea, este fungo é conhecido como esporão do centeio. Esse fungo produz toxinas como ergotamina, ergotoxina e ergotina, e causam a doença denominada ergotismo. Dos cereais, não é um dos mais usados na alimentação animal, possui valor nutricional semelhante ao trigo, porém é menos palatável e possui digestibilidade inferior, ou seja, fornece menor quantidade de energia. Dessa forma sua utilização fica restrita a teores de 20% da dieta (12% de PB).
Grão de milheto
 
Alimentação animal
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O milheto é utilizado somente na alimentação animal, em grande parte serve como forragem. Porém também pode ser usado o grão na alimentação, apresentando valor nutricional bastante semelhante ao sorgo, sem apresentar o tanino. Apresenta cerca de 12% de PB, o amido corresponde cerca de 60% do grão. O valor nutricional pode ser considerado de 85-90% do valor do milho. O grande problema do milheto é que sua semente é dura e extremamente pequena, menor que a de sorgo, o que impede adequada moagem do material. Grãos inteiros são indigestíveis, o que limita seu uso. Se moído muito fino, produz muito pó, que acarreta perdas, e além disso dificulta a ingestão.
Polpa cítrica
 
Subproduto do beneficiamento da laranja
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A polpa cítrica é o resíduo da indústria de laranja, composta pelo bagaço, casca, sementes, etc., esse resíduo e extremamente úmido, com cerca de 85% de água e pode ser usado para os animais dessa forma. O grande problema desse produto é seu armazenamento, devido a grande quantidade de água, está altamente susceptível ao desenvolvimento de microrganismos indesejáveis que causarão o apodrecimento do material. Quando utilizado nessa forma, não recomenda-se armazenar por mais de uma semana. A indústria de laranja pode beneficiar esse produto, secando-o, triturando-o e peletizando, para posterior comercialização, este sim é um ótimo produto. Na indústria essa polpa passa por um processo de neutralização com óxido ou hidróxido de cálcio, variando a adição conforme a acidez do produto. Dessa forma, a polpa cítrica pode conter de 1-2% de cálcio em sua composição e teores baixos de fósforo cerca de 0,1%. Essa neutralização é necessária pois com o aquecimento os ácidos orgânicos iriam volatilizar e boa parte da energia seria perdida. Apresenta um teor de PB em torno de 8%, sendo uma proteína de baixa qualidade. Apresenta cerca de 15% de FB, no entanto isso não quer dizer que possua pouca energia. Grande parte dessa fibra é composta por pectina, ou seja, polpa cítrica é rica em pectina, que é a porção da fibra solúvel. Por isso é um excelente alimento para ruminantes que conseguem aproveitar toda a pectina contida em sua estrutura, sendo que em termos de energia pode apresentar até 72% de NDT. Para aves e suínos sua inclusão é bastante limitada, apesar da sua fibra ser composta de pectina, monogástricos não conseguem digeri-las, portanto a energia desse produto para esses animais é bem menor, além disso por ser solúvel em água a pectina aumenta a viscosidade intestinal e diminui a absorção de outros nutrientes, reduzindo o fluxo intestinal, aumentando a fermentação no intestino grosso, e predispondo os animais monogástricos a uma possível contaminação bacteriana, além disso pode reduzir o consumo de alimentos. Pode ser chamada de fibra alimentar no caso de humanos.
Mandioca
 
Parte aérea (volumoso)
Raízes
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Grande parte da mandioca cultivada no Brasil vira farinha de mandioca para alimentação humana. 
No entanto, a parte aérea que normalmente é descartada pode ser usada na alimentação dos animais, na forma in natura ou na forma de silagem. A folha da mandioca chega a apresentar 20% PB. No entanto, no caso da alimentação animal poderia ser utilizada toda a parte aérea, ou melhor, fazer-se o corte a cerca de 15 cm do solo, onde se aproveitaria boa parte da parte aérea e ainda deixaria a rama para cultivos posteriores. A silagem da parte aérea deve ser feita quando a planta apresentar entre 12-18 meses, pois apresentará um teor de MS ideal. A parte aérea incluindo rama e folhas apresenta cerca de 10% de PB, 55% de digestibilidade, com teores um pouco elevados em fibra, 50% de NDT, 1% Ca e 0,35% de P. Pode ser uma alternativa para ruminantes em ocasiões específicas. 
Ainda as raízes ou tubérculos podem ser usados, por serem muito ricos em energia, a mandioca é capaz de produzir mais energia que o próprio milho por unidade de área. No entanto, os teores de PB da raiz são baixos, em torno de 3%. Além disso pode apresentar elevado teor de água, sendo pobre em Ca e P, e especialmente rica em K. 
Toda a mandioca apresenta teores elevados de glicosídeos cianogênicos (composto chamado de linamarina - fator antinutricional). Mandiocas que apresentam os maiores teores são denominadas de mandioca brava e as que apresentam teores inferiores são denominadas de mansas. Esses glicosídeos cianogênicos estão distribuídos por toda a planta, ou seja, parte aérea e raízes, no entanto tendem a se concentrar mais nas raízes e especialmente na casca. Quando administrado para ruminantes recomenda-se a picagem do material, primeiramente para evitar que o mesmo engasgue e deixar o mesmo exposto ao ar por aproximadamente 24-48 horas para que haja um emurchecimento do material e volatilização do ácido cianídrico. No caso de ser realizada a ensilagem todo o ácido irá volatilizar e o problema seria nulo. 
Subproduto do beneficiamentoda mandioca
 
Raspa de mandioca
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A raspa de mandioca é um material usado para alimentação animal, um subproduto da fabricação da farinha de mandioca. 
Apresenta teores de 3% de PB, 0,35% de cálcio, 0,01% de P, e 75% NDT.
Melaço
 
Melaço de cana - Palatabilizante
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O melaço pode ser de amido, beterraba, de madeira e de cana.
 O mais usual é o de cana, o qual é um alimento essencialmente energético. Pobre em PB, cerca de 2%, e com bom conteúdo energético. Rico em minerais como cálcio, potássio, e cobre. E pobre em fósforo. Apresenta alta palatabilidade. Uma elevada quantidade na dieta pode causar diarreias, pelo excesso de minerais, principalmente o K. No entanto, é mais usado como palatabilizante em rações, com adições que variam de 2-7%. Fornece um gosto adocicado as rações, valores mais elevados criam problemas de insetos, abelhas, etc.
Óleos e gorduras animais
 
Energia digestível = 8000-9000 kcal/kg
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Os óleos animais e vegetais são freqüentemente usados na nutrição animal. 
São basicamente fontes de energia, fornecem 2,25 vezes mais energia que os carboidratos. 
Apresentam variações em suas composições, podendo ser mais saturados no caso de gorduras animais e insaturados no caso de gorduras vegetais. Além de fornecerem energia podem ser fontes de ácido linoleico e linolênico, apresentando efeito benéfico sobre a saúde animal, sendo transferidos para os produtos carne ou leite. 
Os principais óleos são os de soja, milho, canola, linhaça, girassol. As gorduras de origem animal são sebo de bovino, gordura de ave e de suínos. As gorduras de origem animal não podem ser usadas para bovinos, em virtude da encefalopatia espongiforme bovina (BSE), ou melhor, nenhum produto de origem animal (IN nº8, 25/03/2004, MAPA). Além desses os grãos de soja, linhaça, canola, podem ser importantes fontes de óleo na alimentação dos animais, além do caroço de algodão. 
Óleos e gorduras animais
 
Gordura protegida (ruminantes)
Produto comercial
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O uso de lipídios na alimentação de ruminantes ainda é restrito, haja vista os relatos de interferência do uso de lipídios livres no ambiente ruminal, como os realizados por Van Soest (1994) e Kozloski (2002), o autor ainda alerta que o rúmen é tolerante a presença de lipídios livres até o nível de 7% na dieta, sendo que níveis superiores a este podem causar alterações na fermentação ruminal, com possibilidades de prejudicar o desempenho dos animais. Além disso, relata que a inclusão de lipídios livres na dieta de ruminantes pode causar efeito tóxico sobre algumas bactérias ruminais, causando supressão das mesmas, como o caso de bactérias produtoras de metano (metanogênicas) e degradadoras de celulose (celulolíticas).
Nörnberg (2003) afirma que o interesse pelo uso de gorduras na alimentação de ruminantes vem sendo despertado pelo seu alto valor energético (2,25 vezes mais energética do que carboidratos), servindo como alternativa para aumentar a densidade calórica da dieta sem incorrer de efeitos da sobrecarga dos concentrados no rúmen, e complementa que, para isso, a fonte de gordura ideal para alimentação de ruminantes seria aquela que não interferisse nos parâmetros ruminais, mas que apresentasse alta digestibilidade, o que foi alcançado através das “gorduras protegidas” (sais de cálcio de ácidos graxos – também chamados de gordura bypass – comentário meu Priscila).
A gordura protegida tornou possível ultrapassar os limites que interferem no ambiente ruminal, já que os ácidos graxos poli-insaturados a partir da manipulação industrial ficam protegidos por sais de cálcio semelhante ao processo de saponificação das gorduras, permanecendo inertes ao ambiente ruminal, assim ao chegar a um ambiente com pH inferior a 5, como por exemplo no abomaso se dissociam, para serem absorvidos.
Fonte: https://www.coimma.com.br/blog/post/uso-de-gordura-na-nutricao-de-bovinos
Concentrados protéicos
 
Origem vegetal:
Grande maioria oleaginosas
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Os alimentos concentrados protéicos apresentam PB superior a 20% com fibra bruta inferior a 18%. Podem ser de origem vegetal e animal. As de origem vegetal a grande maioria são oleaginosas.
Grão de soja
 
Fonte de óleo
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A soja é cultivada visando basicamente a produção de óleo para alimentação humana e mais recentemente para a produção dos biocombustíveis. Dessa forma, grande parte da soja vira óleo, e o que sobra é o farelo e casca, além dos resíduos da cultura como vagem e restos culturais.
Grão de soja
 
Soja integral crua
Soja integral processada
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A soja integral possui cerca de 36-38% de PB, 7% de FB, e cerca de 19% de EE. Devido ao elevado teor de óleo possui NDT entre 85-90% ou 3600 kcal de energia metabolizável tanto para suínos quanto aves, maior inclusive que o milho, caracterizando-se também como um alimento energético. Possui teor considerável de P, cerca de 0,6% e baixo em cálcio 0,25%. A proteína pode ser considerada como de boa qualidade, com valores adequados de lisina, metionina e triptofano. O fornecimento de soja e farelo de soja seria suficiente para fornecer lisina, metionina e triptofano, o detalhe que a quantidade que este ingrediente entra nas rações normalmente não é maior que 20%. Dessa forma, é o principal alimento proteíco fornecido a animais, todos os outros visam a substituição da soja. A soja integral crua ou qualquer outro subproduto da soja, possuem fatores antinutricionais. Dentre eles, inibidores de tripsina e quimiotripsina que inibem a digestão protéica; lectinas que tem como principal modo de ação combinar-se com as células da parede celular do intestino inibindo a absorção de nutrientes; lipases e lipoxidases que promovem a oxidação e rancificação da gordura e a uréase, enzima capaz de hidrolisar uréia em amônia, especialmente importante para ruminantes.
Por isso a soja ou qualquer subproduto seu deve sofrer um tratamento térmico para que seja fornecida para os animais. O primeiro tipo de tratamento é a tostagem a seco com temperatura entre 100-120 graus por 10 min., cozimento a vapor a temperatura entre 100-120 graus por 15 min, chamado também de soja desativada. A soja ainda pode ser micronizada, com a utilização de raios ultravioletas por 5 min. A extrusão é outro processo utilizado, onde é usado umidade, calor e alta pressão, nesse processo o grão de soja sofre expansão, há um rompimento celular, das células gordurosas, esse processo, é extremamente benéfico pois desativa os fatores antinutricionais, inclusive as lipases e lipoperoxidases que causam a oxidação e rancificação das gorduras e dessa forma o grão pode ser armazenado por um período de tempo bem maior. Além disso essa expansão celular, que causa o rompimento celular, juntamente com o pré-cozimento que ocorre faz com que a digestibilidade do grão aumente, além disso aumenta a biodisponibilidade da proteína. 
Subprodutos da soja
 
Casquinha de soja (volumoso ou concentrado?)
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Após o transporte a soja chega na empresa de esmagamento para limpeza e secagem. Após entra em rolos quebradores produzindo soja quebrada com casca. A casca então é separada no separador de cascas, após obtida a casca é moída e tostada para ser incorporada ao farelo de soja ou ser vendida diretamente para alimentação animal. A casca de soja possui entre 12-13% de PB. Por setratar do envoltório do grão apresenta alto teor de fibra bruta (33 a 36%  volumoso), dentre as estruturas que compõe a fibra grande parte é pectina, porção da fibra solúvel. Dessa forma para animais monogástricos não é muito recomendada pelo elevado teor de pectina. A pectina no intestino de monogástricos não é absorvida, além de que aumenta a viscosidade do bolo alimentar diminuindo a absorção de outros nutrientes. Aumentando a viscosidade intestinal, aumenta a retenção de água, o que favorece a formação do bolo alimentar, porém diminui o fluxo intestinal favorecendo a disseminação de microorganismo patogênicos. Por outro lado, é extremamente recomendável para ruminantes, bovinos, devido aos elevados teores de pectina, é totalmente fermentável no rúmen, ou seja totalmente digestível, e além disso não reduz o pH ruminal, por não produzir ácido lático. Possui um teor de cálcio elevado, em torno de 1%, e baixo de P, cerca de 0,2%. Por esse elevado teor de cálcio pode ser considerada uma fonte importante para ruminantes. Não existe restrição de uso para ruminantes, porém quando em elevadas quantidades poderá prejudicar o desempenho por não ser tão energética quanto o milho. Apresenta em torno de 60% de NDT.
Subprodutos da soja
 
Torta de soja
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A torta de soja é obtida no processo de extração do óleo. Esse óleo pode ser extraído a frio ou a quente por uma prensa mecânica. A soja previamente quebrada e descascada é prensada e sendo obtido o óleo e o bagaço desse processo. Esse processo é usado para a produção de biodiesel onde não são usados solventes para a extração do óleo, em algumas empresas. O bagaço é chamado de torta de soja, e o teor de óleo fica entre 10-15% de EE. A composição nutricional é semelhante a soja integral, pela redução do teor de óleo, ocorre uma redução da energia, que fica entre 80-85% de NDT, e consequente aumento da PB.
Subprodutos da soja
 
Farelo de soja 44%
Farelo de soja 48%
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A grande maioria do óleo de soja é extraido por solventes, o principal o hexano. Dessa forma, a soja é prensada, onde faz-se a primeira extração do óleo, após ao bagaço (torta) é adicionado o hexano que faz a extração quase que total do óleo. Assim, obtem-se o farelo de soja, que pode possuir 44% a 48% de PB. O teor de PB varia com a inclusão de casquinha de soja ao farelo, quanto menor o valor de PB do farelo maior a proporção de casquinha e menor a quantidade de energia do farelo. A proteína é de alta qualidade igual ao grão, e os teores de metionina, lisina e triptofano e treonina podem ser maiores que os do grão de soja. Devido a extração por solvente possui em torno de 1,5% de gordura. Devido ao menor teor de gordura, ocorre menor teor de energia cerca de 70% de NDT e 2700 kcal energia digestível para suínos e aves. Por ser mais concentrado, pode apresentar teor de P de 0,7% e 0,3% de cálcio, superiores aos da soja integral. O farelo deve também ser submetido ao aquecimento para extrair os princípios tóxicos e antinutricionais. A tostagem é o mais usado com temperatura entre 120-130 graus durante 15 min. O excesso de tostagem pode produzir a reação de maillard no farelo, com redução importante na disponibilidade da lisina e arginina. 
Algodão
 
Produção de fibra
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O algodão é cultivado para a produção de fibra, para confecção de vestuário.
Subprodutos do algodão
 
Alimentação animal:
Caroço de algodão (volumoso ou concentrado?)
Farelo de algodão
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O que são usados na alimentação animal é os subprodutos do algodão, ou melhor, os subprodutos da fibra. No processamento da fibra é obtido o caroço, o qual está ainda um pouco envolto pela fibra.
No processamento da fibra é obtido o caroço, o qual está ainda um pouco envolto pela fibra. O caroço do algodão possui cerca de 20% de PB, 20% de EE, 20% de FB. É um produto que pode ser considerado protéico, energético e volumoso. O caroço do algodão é muito usado em dietas para ruminantes, inserido nas dietas inclusive na forma inteira, sem moagem prévia. Na dieta de monogástricos seu uso é limitado devido aos elevados teores de fibra bruta. Além disso, possui teores de P de 1% e cálcio 0,25%, sendo uma importante fonte desse mineral para ruminantes. 
Existe ainda a necessidade pela produção dos biocombustíveis, que poderá ser fabricado a partir do óleo de algodão. A prensagem do caroço produz o óleo e como subproduto o farelo de algodão. O farelo de algodão possui de 36-50% de PB, conforme a quantidade de fibra que fica do processo. Quanto maior a quantidade de fibra menor a quantidade de proteína do farelo. Possui cerca de 2000 kcal de energia metabolizável para suínos e aves e 65% de NDT para ruminantes. 
A proteína do caroço e do farelo de algodão apresentam média qualidade sendo deficiente em lisina, quando comparados a soja. Além disso o caroço e o farelo de algodão possuem o princípio tóxico, o gossipol (fator antinutricional), que é um composto fenólico pigmentante de coloração amarela. Os farelos possuem de 0,2-0,5% de gossipol. A ingestão de 150 mg por dia leva a morte em 30 dias suínos. Leitões são ainda mais sensíveis, uma concentração de 0,02% de gossipol na dieta leva a morte dos animais em 3-6 semanas. Aves são ainda mais sensíveis, principalmente pintinhos. Sais de ferro podem ser adicionados na dieta, pois formam complexos com o gossipol e impedem sua absorção intestinal, porém os custos podem ser elevados, além de que a palatabilidade da dieta ficará comprometida. Devido a deficiência de lisina e ao gossipol, recomenda-se o uso de no máximo 5% de farelo de algodão na dieta total de suínos e aves. Na dieta de ruminantes não existe o problema de intoxicação e seu uso pode ser bem maior, no entanto, é importante sempre tomarmos o cuidado, não se sabe se o uso prolongado não afetará os animais, sendo principalmente importante para animais leiteiros. O aquecimento não desativa o gossipol.
Girassol
 
Fonte de óleo 
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O girassol é cultivado primeiramente com o intuito da extração do óleo, seja para a alimentação humana ou mais recentemente para a fabricação de biocombustíveis. A semente é descascada, moída e prensada para extração do óleo, além da utilização de solventes. A semente não é usada na alimentação animal, primeiramente devido a extração do óleo e em segundo lugar porque possui elevado teor de fibra em virtude da quantidade de casca contida na semente. 
Subprodutos do girassol
 
Farelo de girassol 25% PB
Farelo de girassol 45% PB
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O produto resultante da extração do óleo é o farelo de girassol, que possui grande variação em termos de valor nutricional, dependendo da adição de cascas. Portanto, quanto maior a adição de casca maior é o percentual de fibra bruta (até 45%, lembrando que mais de 18% de FB caracteriza o alimento como volumoso), com 25% de PB, 55% de NDT ou 1500 kcal de energia metabolizável para suínos e aves. A adição de fibra pode variar muito, não existindo uma legislação que fixe o valor nutricional desse ingrediente. Certamente para utilização na alimentação animal a análise bromatológica desse produto é fundamental. Um farelo com o mínimo de fibra cerca de 7% apresenta 45% de PB ou mais e pode ser uma boa fonte de energia, com NDT de 65-70% ou 2600 kcal energia metabolizável para aves e suínos. Dessa forma, um farelo com baixo teor de PB e alto em fibra limita seu uso para monogástricos, enquanto que um farelo com 45% PB poderá ser usado sem maiores problemas. 
Linhaça
 
Fonte de óleo
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As sementes de linhaça são fontes de óleo. No entanto, podem ser usadas na dieta de animais, como bovinos, ovinos, aves e suínos. A semente contém cerca de 20% de PB, de 30-40% de EE. O empecilho de seu uso para aves e suínos é porque é deficiente em lisina e metionina. É rica em substâncias oleosas laxativas, devido a isso, possui efeito laxativo em animais também, dependendo da inclusão. Devido seu efeito laxativo é de importante uso para porcas gestantes, que apresentam tendência a constipação.
Apresenta alta palatabilidade. A gordura da linhaça é composta de ácidos graxos insaturados e muitos poli-insaturados, e isso faz com que haja produção de manteiga mole quando administrado em vacas leiteiras. Devido a grande quantidade de ácidos graxos poli-insaturados dá a características de pelos brilhantes aos animais. Também muito usado nas dietas de equinos devido ao efeito laxativo, ao aporte energético e por ser um alimento considerado como preventivo a cólica equina.
A linhaça possui grande teor de mucilagem que é um carboidrato não absorvível por monogástricos o que impede seu uso para esses animais, semelhante a pectina, absorvendo água, aumentando a viscosidade intestinal, diminuindo a absorção de outros nutrientes e tornando o ambiente mais suscetível a contaminação microbiana por reter por mais tempo o alimento no trato intestinal, apesar de auxiliar na formação do bolo fecal.
A linhaça possui alguns fatores antinutricionais, dentre eles, antivitamina b6, formando complexos com a vitamina b6, indisponibilizando-as para a absorção, o que deprime o crescimento dos animais. Além disso, as sementes quando não bem maduras contém glicosídeo cianogênico, que liberam o ácido cianídrico, fator tóxico para os animais. A inclusão de 5% para animais aves/suínos deprime o crescimento, enquanto que teores de 10% poderiam levar a morte os animais. Para ruminantes o uso pode girar em torno de 5-10% sem ocasionar perdas de crescimento ou desempenho.
Subprodutos da linhaça
 
Farelo de linhaça
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O farelo da linhaça é obtido após a retirada da casca, a moagem e a prensagem e extração por solventes do óleo. Apresenta até 36% de PB, com baixo teor em óleo, cerca de 70% de NDT, 2400 kcal de energia metabolizável para suínos e aves. Possui teor de P de 0,80% e cálcio de 0,4% superiores ao do farelo de soja. Os fatores antinutricionais como antivitamina b6 ainda estão presentes. Seu uso deve ser realizado com cautela, a deficiência em lisina e metionina ainda é observada. Inclusão de até 10% para ruminantes, e no máximo 5% para monogástricos.
Canola
Brassica napus; Brassica campestris
 
Fonte de óleo
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Seu cultivo se dá principalmente para a obtenção do óleo. 
A canola pode ser usada na alimentação animal desde que dispensada alguma atenção especial. Sua semente pode ser usada na alimentação animal, pois contém cerca de 22% de PB e 40% de EE, com importante função energética desse último. A proteína é deficiente em lisina e metionina igualmente a linhaça. A canola possui importantes princípios tóxicos, como glicosinolatos (são metabólitos secundários de plantas do gênero Brassica) que possuem atividade goitrogênica, interferindo no metabolismo do iodo, na tireóide, e o ácido erúcico que causa lesões cardíacas, anorexia, dentre outras. 
A canola deriva da colza, e recebeu este nome devido a variedades que tinham baixa concentração de ácido erúcico (Canadian Oil Low Acid). O que limita seu uso para os animais é justamente os fatores tóxicos. O nível máximo para aves e suínos é no máximo de 5%, sem que haja prejuízos para a saúde dos animas. Para bovinos um nível máximo de 15% poderá ser empregado, desde que não seja contínuo, e de preferência para animais de abate. Um nível que poderá ser usado sem problemas seria entre 5-10% para ruminantes, sempre na observância de alterações de desempenho. A canola ainda possui taninos que diminuem a palatabilidade.
Subproduto da canola
 
Farelo de canola
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O farelo da canola é obtido após a retirada da casca, a moagem e a prensagem e extração por solventes do óleo. Apresenta até 37% de PB, com baixo teor em óleo, cerca de 70% de NDT. Apresenta teor de P superior ao da linhaça com 1,2% e cálcio também 0,65%. A canola possui um teor de fibra menor que a linhaça pois apresenta menor quantidade de casca envolvendo o grão. Possui os mesmos fatores antinutricionais da canola.
Amendoim
 
Alimentação humana
Fonte de óleo 
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Grande parte do cultivo do amendoim é destinado a alimentação humana. Muito pouco do amendoim cultivado acaba virando óleo, devido a pequena produção existente. O amendoim apresenta um problema sério que é o desenvolvimento do fungo Aspergillus flavus produtor das aflatoxinas B1, B2, G1 e G2. A torração em micro-ondas ou em forno diminui as concentrações das aflatoxinas.
 
	Fonte:	Caldas, E.D. et al. Aflatoxinas e ocratoxina A em alimentos e riscos para a saúde humana. Revista da Saúde Pública, v.36, n.3, p. 319-323, 2002.
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O gráfico mostra a grande contaminação das amostras de amendoim por aflatoxinas. Amostras condenadas significam níveis superiores a 30 ppb.
Subproduto do amendoim
 
Farelo de amendoim
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O farelo é obtido após a extração do óleo. É um farelo extramamente apetecível, com ótimo sabor e aroma para os animais. Possui de 45-55% de PB, com 7,5% de fibra bruta e cerca de 1,5% de gordura. A proteína é especialmente deficiente em lisina, metionina e treonina. Não é usual seu uso para os animais, pois muito pouco do amendoim é usado para extração do óleo e pouco farelo é produzido. Poderá ser usado para bovinos tranquilamente e aves e suínos considerando as deficiências de aminoácidos essenciais. Além disso, os níveis de aflatoxinas devem ser considerados pois na maioria dos casos a contaminação desse farelo é elevada, o que causará sérios problemas a saúde animal, comprometendo a produção e em alguns casos levando os animais a morte. As micotoxinas foram descobertas em 1960 quando 100 mil perus morreram quando foram alimentados com farelo de amendoim e desenvolveram a denominada Turkey X disease. Foram identificados compostos fluorescentes nesse ingrediente, que posteriormente foram denominados de aflatoxinas. Aflatoxinas B são denominadas assim pois apresentam coloração fluorescente azul “blue”, enquanto que as aflatoxinas G são compostos fluorescentes verdes “Green”. 
Mamona
 
Fonte de óleo
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A mamona é cultivada com o intuito da produção de óleo, e nesse caso principalmente visando biocombustíveis, e não óleo comestível.
Subprodutos da mamona
 
Farelo de mamona
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O farelo da mamona é resultante da extração do óleo. O farelo apresenta teor de 40% de PB e é rico em fibras também cerca de 40% de FB (volumoso), por isso possui baixa digestibilidade. A proteína é deficiente em lisina e triptofano, em minerais é bastante próximo ao farelo de soja. Além dos elevados teores de fibra que limitam seu uso para monogástricos, possui princípios tóxicos como ricina, ricinina e fatores alergênicos. Existem processos de detoxificação da mamona, porém é antieconômico, por isso as empresas preferem vender o farelo de mamona como fertilizantes. Ruminantes toleram esses princípios, porém seu uso não deve ser superiora 10%. Monogástricos não é aconselhável o uso.
Feijão
 
Alimentação animal – Grãos quebrados, chochos e desclassificados para a alimentação humana
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Possui cerca de 20% de PB, além de PB possui grande quantidade de carboidratos e por isso possui NDT entre 75-80%, Fibra bruta = 5%, P = 0,6%, Ca = 0,1%. Além disso, grande parte dos carboidratos do feijão são não amiláceos, o que causa fermentação e excesso de produção de gases, além de alterar a viscosidade intestinal, semelhante as pectinas. Vale lembrar que 1/3 do P está na forma de fitato, que não é absorvido por monogástricos. Possui fatores antinutricionais semelhantes a soja, com um adicional que feijão possui certa quantidade de taninos. Aves e suínos apresentam maior aceitabilidade, enquanto que bovinos recusam mais, apresentam maior dificuldade de ingestão. Devido aos outros fatores antinutricionais, deve-se processá-lo e o método mais utilizado é o cozimento a vapor, a 120 graus durante 15-20 minutos. Quando usado feijão preto suas cascas são facilmente visíveis após moídos e isso poderá causar alterações na forma física da ração, tornando o produto menos aceito pelos donos dos animais.
Concentrados protéicos
 
Origem animal
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Outros concentrados proteicos podem ser fornecidos a animais, dentre eles os de origem animal. 
O grande benefício do uso de farinha de origem animal é o alto valor biológico das proteínas, com equilíbrio de aminoácidos, onde a maioria dos produtos não apresentam deficiências, além de excelente fonte de vitaminas. Vale lembrar que todo e qualquer produto de origem animal é proibido na alimentação de ruminantes afim de evitar a contaminação dos animais com a encefalopatia espongiforme bovina (BSE), de acordo com a IN nº8 de 25/03/2004. No entanto, para monogástricos (aves, suínos, e principalmente peixes, além de cães e gatos) esses produtos de origem animal são permitidos, tomando os cuidados necessários para evitar a contaminação cruzada, principal causa de salmonelose em animais. Nesses produtos de origem animal faz-se necessário o uso de aditivos como antioxidantes que evitam a rancificação da gordura, além de antimicrobianos que na maioria são a base de clorofórmio, afim justamente de evitar a proliferação de micro-organismos dentre eles a Salmonella enteritidis. Dessa forma, o índice de peróxido máximo em farinhas de origem animal segundo a Anfar deve ser de 10 meq/kg, e acidez menor que 6 g NaOH, o primeiro indica oxidação das gorduras e o segundo possível contaminação por microrganismos.
Farinhas de carne
 
Farinhas de carne
Farinhas de carne e ossos
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As farinhas de carne podem apresentar a adição de ossos ou não. A grande maioria das farinheiras produz a farinha de carne e ossos devido a dificuldade de separar a carne dos ossos. Não deve conter sangue, cascos, chifres, pelos e conteúdo estomacal. Esses resíduos são submetidos a elevadas temperaturas e pressões em digestores específicos, ou autoclaves, afim de cozinhar, esterilizar o produto e também separar a gordura que fica sobrenadante. 
A farinha de carne (somente de carne) possui cerca de 60% de PB, de alto valor biológico e cerca de 8% de gordura (EE). Devido a esse valor de gordura a adição de antioxidantes para evitar rancificação é necessária. Farinhas de origem animal não contém fibra, pois a parede celular dos animais não é composta por celulose, hemicelulose e outros, e sim por proteínas e lipídios. Outro fator importante é que as farinhas de carne são fontes importantes de P, sendo que esse fosforo é quase todo disponível para os animais, não esta na forma de fitato. Em grande parte das empresas farinhas de carne são adicionadas as rações exclusivamente para suprir P nas dietas, sendo que o suprimento de aminoácidos essenciais pode ser feito pela adição aminoácidos sintéticos. Dessa forma, o teor de fósforo da farinha de carne é de aproximadamente 3,5%, enquanto que os de cálcio é em torno de 7%. De forma geral, uma farinha de carne é considerada de carne quando o teor de P é inferior a 4%, quando superior é considerada como farinha de carne e ossos. 
Quando ossos são adicionados as farinhas de carne essas são chamadas de farinhas de carne e ossos, e podem apresentar valores variados de proteínas e minerais, em função da adição de ossos. Uma farinha de carne e ossos pode variar seu teor de PB de 35-55%, e quanto maior a inclusão de ossos, menor o teor de PB, e consequentemente maior os teores de minerais dentre eles cálcio e fósforo. Um farinha de carne e ossos com 35% de PB possui cerca de 15% de Ca e 7,5% de P, enquanto que uma farinha de carne e ossos com 55% de PB possui cerca de 9% de Ca e 4,5% de P. Em termos de palatabilidade perde para o farelo de soja, e sua inclusão não elevada devido as elevadas concentrações de PB, cálcio e fósforo. Dessa forma a inclusão em rações para aves e suínos gira entre 3-5% da ração total. Além disso as farinhas de origem animal apresentam teores de Na maiores do que os encontrados nos grãos cerca de 0,4% em média, enquanto em grãos esse valor encontra-se em entre de0,01-0,05%.
Farinhas de sangue
 
Frigoríficos suínos, aves e bovinos
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O sangue coletado no processo de sangria é seco e cozido. Dois processos podem ser usados o cozimento lento, que torna indigestível boa parte da proteína devido ao superaquecimento e por ser um processo lento, desnaturando as proteínas do sangue, o outro processo que pode ser usado mais recentemente e moderno é o spray-dry (é um spray que joga o produto liquido em um tubo com elevada temperatura, e dessa forma o mesmo seca instantaneamente) com temperaturas que chagam a 250 graus num curto espaço de tempo causando a secagem do produto e alterando o mínimo possível as características físico-químicas do produto. No entanto de forma geral, a farinha de sangue é conhecida por apresentar 80% de PB (de baixa digestibilidade), elevados teores de lisina (até 7%), treonina (4%) e leucina (10%), sendo que a digestibilidade média é de 50%, ou seja, desses valores somente a metade é aproveitada, apesar disso, ainda pode ser considerada uma excelente fonte desses aminoácidos. O teor de cálcio e fósforo são baixos cerca de 0,3% e 0,25%, respectivamente, com baixos teores de gordura também, menos de 1%. Além disso possui elevado teor de Fe. A farinha de sangue possui baixa palatabilidade, além disso sua inclusão fica limitada pelo elevado teor de PB, valores superiores a 3% são improváveis.
Farinhas de vísceras
 
Frigoríficos de suínos, aves e bovinos
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A farinha de vísceras é obtida da cocção de vísceras, sendo permitida a inclusão de cabeças e pés no caso de aves, havendo separação da gordura sobrenadante. A farinha de vísceras apresenta em torno de 60% de PB, com 80% de digestibilidade, cerca de 10% de gordura, além de teores de Ca = 5,0% e de P = 3,0%, sendo também uma importante fonte de fósforo disponível para dietas de frangos e suínos. Há inclusão de intestinos e o mesmo deverá ser livre de fezes. Dessa forma, análises microbiológicas devem ser realizadas na farinha que devem apresentar ausência de salmonela, < 1,5X10¹ de enterobactérias e contagem < 1,5X10¹ de clostridium e coliformes.
Farinhas de penas hidrolisadas
 
Frigoríficos de aves
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Após a sangria as aves são depenadas, dando origem a um resíduo que poderá ser usado na alimentação animal, a farinha de penas. A proteína contida na pena é a queratina, que dificilmente é aproveitada por animais se não sofrer processamentoadequado. Para que haja hidrolise da queratina com a liberação dos aminoácidos essas penas devem passar um processamento com calor e elevada pressão, hidrolisando-as parcialmente. A digestibilidade da proteína deve ser de no mínimo 75%, o que garante que foi adequadamente processada. Possui teor de proteína em torno de 85%, com teor de gordura de 3,5%, valor menor a de outras farinhas de origem animal. O teor de cálcio e fósforo é baixo em tono de 0,35 e 0,7% respectivamente. Se comparadas a outras farinhas é pobre em lisina e metionina e a inclusão em grandes quantidades nas dietas pode levar a deficiência desses aminoácidos, porém extremamente rica em cistina (3,5%). No entanto sua inclusão fica limitada pela elevada quantidade de PB, girando ao redor dos 5%.
Farinhas de peixes
 
Frigoríficos de peixes
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A farinha de peixe é obtida de restos de peixes e peixes desclassificados para alimentação humana. Esses resíduos são cozidos e prensados para a extração de óleo de peixe. É o “supra-sumo” das farinhas de origem animal, normalmente apresenta excelente qualidade, ótima digestibilidade, com ótimo equilíbrio de aminoácidos (PB de 62 a 72%), rico em lisina, metionina e triptofano e rico em vitaminas dentre elas a B12. Sua qualidade varia de acordo com a espécie em questão, no Brasil grande parte da farinha produzida são de peixes marinhos, dentre eles a sardinha, e portanto os frigoríficos localizam-se basicamente na costa brasileira. A farinha contém cerca de 9% de óleo, esse óleo é basicamente insaturado ou poliinsaturado o que aumentam as chances de rancificação da gordura. Por isso, atenção especial deve ser dada a esse fator com uso de antioixidantes para que a mesma possa ser armazenada por períodos de 90-120 dias. Além disso, por se tratar de peixes basicamente marinhos o teor de sal ou melhor Na poderá ser elevado variando de 3-7%, devendo ser considerado nas formulações das rações. Nas farinhas de peixes de água doce, não existirá as elevadas concentrações de Na. Por apresentar uma gordura altamente insaturada cuidado especial deverá ser dado na administração na fase de terminação, pois os animais tenderão a depositar uma gordura mole não desejada para o comércio. No entanto para as fases iniciais de criação representa uma importante fonte de proteína, bem como de ácidos graxos essenciais que são importantes para a manutenção da saúde dos animais. A farinha de peixes é usada para monogástricos como aves e suínos, no entanto é muito usada para elaboração de rações para peixes. Além disso apresenta teores de P de 3,5% e cálcio de 7%, sendo importante fonte de P disponível para animais monogástricos. O que limita seu uso é o teor de Na no caso de animais marinhos e os elevados teores de proteína, uma inclusão maior de 10% dificilmente será conseguida. Rica em ômega 6.
Leite em pó
 
Ricos em lactose
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Apresentam cerca de 30% de proteína de alto valor biológico e equilíbrio em aminoácidos. Possuem cerca de 50% de lactose, portanto energéticamente são bons. Esse elevado teor de lactose torna o produto extremamente doce e altamente palatável. É usado como palatabilizante em rações de leitões e bezerros. Sua inclusão gira em torno de 1% da ração e seu uso é limitado pelo teor de lactose que torna a ração muito adocicada.
Farinha de resíduo de incubatório
 
Cascas de ovos
Ovos inférteis
Pintinhos descartados ou mortos
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Apresenta cerca de 30% de PB de elevada qualidade. O teor de gordura poderá ser elevado (15%), e os cuidados para armazenamento devem ser redobrados, uso de antioxidantes é fundamental para conservação e evitar a rancificação. Pela elevada quantidade de casca apresenta elevado teor de cálcio (20%), fato que irá limitar sua inclusão nas rações. O uso de 5% nas dietas é considerado como máximo possível, podendo o uso ser maior para aves de postura que necessitam quantidades mais elevadas de cálcio na dieta.
Outras farinhas de origem animal
 
Farinha de camarão e crustáceos
Farinha de fígado
Farinha de cerdas e/ou pêlos
Farinha de fâneros
Farinha de crisálidas – Bombyx mori
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Menos utilizadas, pela menor disponibilidade no mercado
Suplementos minerais
 
Origem mineral
Origem animal
Origem vegetal
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Os suplementos minerais são alimentos usados para balancear os minerais nas dietas de animais. São ricos em minerais como o próprio nome diz e praticamente não possuem matéria orgânica, não sendo fornecedor de energia nem proteína para os animais.
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Suplementos minerais
 
Fontes de Cálcio e Fósforo
Rostagno, H.S. et al. Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. 2005.
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Os suplementos minerais são alimentos usados para balancear os minerais nas dietas de animais. São ricos em minerais como o próprio nome diz e praticamente não possuem matéria orgânica, não sendo fornecedor de energia nem proteína para os animais.
Suplementos minerais
 
Fontes de Sódio:
Sal comum – 39,7% de Na e 59,6% Cl
Bicarbonato de sódio – 27% de Na
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Suplementos minerais
 
Fontes de Potássio:
Sulfato de potássio: 45% de K e 18% de S
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Normalmente os alimentos grãos e forragens são ricos em potássio, não sendo necessário sua suplementação. Além dos alimentos ricos em potássio, o suplemento mineral é o sulfato de potássio.
Suplementos minerais
 
Fontes de Magnésio:
Óxido de magnésio – 60% de Mg
Sulfato de magnésio – 20% de Mg e 26% de S
Sulfato de magnésio (7H2O) – 10% de Mg e 13% de S
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Suplementos minerais
 
Fontes de Enxofre:
Sulfato de cálcio – 15% de S e 22% de Ca
Sulfato de magnésio – 26% de S e 20% de Mg
Sulfato de magnésio (7H2O) – 13% de S e 10% de Mg
Sulfato de potássio – 18% de S e 45% de K
Sulfato de sódio – 22,5% de S e 32% de sódio
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Suplementos minerais
 
Fontes de microminerais
Rostagno, H.S. et al. Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. 2005.
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Observa-se que os minerais muitas vezes formam complexos quelatos com proteínas e dessa forma são absorvidos com maior facilidade. É nesse sentido que existe uma série de minerais orgânicos comerciais, os quais são envoltos por camadas de aminoácidos, que podem ser lisina ou metionina ou outros, formando quelatos que facilitam sua absorção e dessa forma aumentam sua biodisponibilidade.

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