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Distúrbios do movimento Grupo D Afonso, Aline, Eloá, Karen, Marina PARKINSONISMO Definição É um termo que designa uma série de doenças com causas diferentes, que têm em comum a presença de sintomas parkinsonianos, ou seja, aqueles sintomas encontrados na doença de Parkinson. Classificação Parkinsonismo Primário Atípico Paralisia supranuclear progressiva Demência de Corpos de Lewy Secundário Doença de Parkinson Principais sintomas em comum: Tremor (repouso); Bradicinesia; Rigidez muscular Sinais e sintomas DOENÇA DE PARKINSON (Parkinsomismo primário) Epidemiologia Início entre 50 e 65 anos; Predomínio no sexo masculino; Duração média da doença 8 anos (1-30); Formas hereditárias Sintomas geralmente se iniciam ↓ 45 anos 200,000 casos no Brasil Fatores de risco Idade É o maior fator de risco. Com mediana de idade de início sendo 60 anos 1 Sexo Maior incidência no sexo masculino 2 Genética Há uma minoria de casos (10 a 15%) que relatam histórico familiar e cerca de 5% têm herança mendeliana 3 ETNIA? TRAUMA? PESTICIDAS? Fisiopatologia Quadro clínico BRADICINESIA RIGIDEZ TREMOR DE REPOUSO INSTABILIDADE POSTURAL Diagnóstico clínico Diagnóstico laboratorial e por imagem RM, TC Servem apenas para avaliação dos diagnósticos diferenciais: Tremor Essencial (TE) Parkinsonismo Secundário (medicamentoso, vascular, infeccioso) Parkinsonismo Atípico Demência dos Corpúsculos de Lewy Degeneração Córtico-basal PSP AMS Sintomático Levodopa, Agonistas dopaminérgicos, Anticolinérgicos, Amantadina, ICOMT Neuroprotetor IMAO tipo B Cirúrgico DBS, Talamotomia, Palidotomia Fisioterapia e Fonoterapia Tratamento Parkinsonismo secundário Definição Resulta da perda ou interferência na ação da dopamina dentro dos gânglios basais, devido a doenças degenerativas idiopáticas, drogas ou toxinas exógenas. Etiologia CAUSAS DE PARKINSONISMO SECUNDÁRIO Drogas: neurolépticos, bloqueadores de canal de cálcio, amiodarona, lítio, ciclosporina, antidepressivos IRS e duais, meperidina Intoxicações exógenas: Manganês, monóxido de carbono, dissulfeto de carbono, MPTP, metanol, organofosforados, herbicidas Infecções: encefalites virais, neurocisticercose e AIDS Doença Vascular Cerebral Traumatismo Cranioencefálico Processos expansivos do SNS Hidrocefalia Distúrbios Metabólicos: hipoparatireoidismo Induzido por fármacos DISTONIAS Síndrome caracterizada por movimentos involuntários decorrentes de contrações prolongadas e repetitivas de músculos antagonistas, levando a movimentos de torção e posturas anormais. Definição Tipicamente Início focal Prevalência da distonia 1ª 152/1.000.000 Mulheres maior acometimento Início precoce dos sintomas ↑ probabilidade de DG e de sintomas mais intensos Epidemiologia Etiologia Classificação Fisiopatologia Quadro clínico Diagnóstico Clínico Anamnese Exame Neurológico TC ou RM Exames Laboratoriais Afastar causas secundárias Tratamento Distonia generalizada: fármacos anticolinérgicos, relaxantes musculares ou ambos. Distonia focal ou segmentar: injeções de toxina botulínica para paralisar os músculos Cirurgia DISTÚRBIOS HIPERCINÉTICOS COREIAS Distúrbio anormal de movimento involuntário, fazendo parte do grupo de desordens neurológicas das discinesias. Consiste em movimento involuntário não rítmico, aleatório, espasmódico, rápido e não suprimível, principalmente dos músculos distais e da face. Resulta em fluxo continuo e imprevisível de movimentos anormais. Os gânglios basais ajudam a suavizar os movimentos musculares e coordenam as mudanças de postura. Localização das lesões Disfunção dos gânglios da base ↑ dopaminérgica X ↓ glutamatérgica Fisiopatologia Receptor estriatal D1: dopamina causa inibição do sobre o GPi (globo pálido interno), que é mediado pelo GABA Receptor estriatal D2: dopamina causa pouca inibição do GPe (globo pálido externo), que passará a inibir excessivamente o núcleo subtalâmico, resultando em atividade diminuída da via núcleo subtalâmico - GPi, que é excitatória. Resultado: GPi pouco ativo, inibindo pouco o tálamo; este, por não sofrer inibição, estimula muito o córtex através da via tálamo-cortical, que é excitatória (mediada pelo neurotransmissor glutamato que produz excitação). A expressão clínica dessas alterações é o aparecimento da coreia Fisiopatologia Ocorre entre 16-95 anos Média 60,5 2/3 mulheres A causa vascular é a mais comum Em crianças/jovens: coreia de Sydenham e vascular (d. Moyamoya) Epidemiologia Etiologia Coreia generalizada Hemicoreia Coreia focal Isolada Distribuição: Associada a outras manifestações Neurológicas (distonia, ataxia, defeito cognitivo) Não neurológicas (da doença de base/outras) Fenomenologia das coreias não-genéticas Formas de apresentação: COREIA DE HUNTINGTON Considerações gerais Alterações motoras, neuropsíquicas e deterioração cognitiva progressiva Atrofia seletiva do estriado e do córtex cerebral Distúrbio autossômico dominante Em geral iniciada na meia-idade Coréia, distonias, mioclonias e parkinsonismo Mutação no gene huntingtin (HTT) no cromossoma 4, causando repetição anormal da sequência CAG do DNA, que codifica o aminoácido glutamina Prevalência de 3 a 10 indivíduos por cada 100.000 Mais frequente em brancos; Igualmente em homens e mulheres; Transmissão familiar dominante; Sintomas aparecem dos 35 aos 50 anos Epidemiologia Mutação genética de expansão de trinucleotídeos CAG (citosina-adenina-guanina) foi localizado no braço curto do cromossomo 4, no gene huntingtin (HTT) que codifica a proteína huntingtina causando repetição anormal da sequência CAG do DNA, que codifica o aminoácido glutamina. Atrofia gradual do estriado (núcleo caudado e putamen) Degeneração dos neurônios espiculados inibitórios médios no corpo estriado por disfunção mitocondrial e metabólica, stress oxidativo, apoptose e a alteração do processo autofágico Diminuição das concentrações de GABA e da substância P Fisiopatologia Sinais e sintomas CH Movimentos anormais Sintomas típicos: Alteração na marcha Apraxia oculomotora Disfagia Inicio insidioso Óbito após 13 a 15 anos do inicio dos sintomas Diagnóstico Apresentação Clínica História familiar Teste genético medem o número de repetições da CAG Neuroimagem atrofia caudada e atrofia cortical frontal Tratamento De suporte e multidisciplinar Antipsicóticos antagonistas dos receptores dopaminérgicos Clorpromazina, 25 a 300 mg. VO, 3 vezes/dia Haloperidol, 5 a 45 mg, VO, 2 vezes/dia Risperidona, 0,5 a 3 mg, VO, 2 vezes/dia COREIA DE SYDENHAM Considerações gerais Mais comum em meninas antes da puberdade Acomete crianças e adultos jovens Componente tardio da febre reumática Envolvendo diferentes grupos musculares Movimentos imprevisíveis, contínuos, porém rápidos, irregulares e breves Resultado da reatividade imunológica cruzada entre os estreptococos beta-hemoliticos do grupo A e os gânglios da base Definição Transtorno do sistema nervoso central (SNC) caracterizado por movimentos repentinos, involuntários, arrítmicos, clônicos e sem propósito. Afeta a coordenação motora de 20 a 40% dos portadores de febre reumática Incide habitualmente na infância e adolescência (5 a 15 anos);Mais no sexo feminino (3:1); Epidemiologia É uma complicação autoimune que aparece meses após uma infecções das vias aéreas superiores por estreptococos beta-hemolíticos do grupo A. Anticorpos contra os estreptococos atacam os núcleos da base e suas conexões com a região límbica, lobo frontal e tálamo. por reação cruzada (autoimunidade)O dano aos núcleos da base, partes do cérebro responsáveis pelo controle dos movimentos, resultam em movimentos espasmódicos incontroláveis dos membros, face ou corpo. Fisiopatologia Sinais e sintomas Coreia | Bradicinesia Envolvimento cardíaco Disartria | Disfagia Hipotonia Diagnóstico Baseado em critérios clínicos Histórico de febre reumática Exclusão laboratorial de outras causas Tratamento Controle da coreia Repouso Manifestações reumáticas Corticoterapia Medicamentos Ácido valpróico Carbamazepina Risperidona Haloperidol Hemibalismo Distúrbio neuromotor raro caracterizado por movimentos involuntários abruptos e possivelmente violentos e envolve mais a musculatura proximal do que distal Lesão no núcleo subtalâmico ou nas conexões feitas através dele com o globo pálido. Danos nessa via impedem a ação inibitória de neurotransmissores (especialmente do GABA). Pode também estar associado a infecções, inflamações, traumas, tumores e hiperglicemia sem cetoacidose Etiopatofisiologia Quadro clínico Movimentos involuntários amplos, de inicio e fim abrupto Envolvem os segmentos proximais dos membros e podem acomenter e tronco e o segmento cefálico Se assemelha com movimento de arremesso nos MMSS e de chute nos MMII Atetose Movimento não rítmico, lento, de contorção, com predomínio em músculos distais; em geral, alternado com posturas dos membros proximais. Etiologia Paralisia cerebral Encefalite Tumores cerebrais Febre reumática LES TCE Kernicterus O movimento atético é lento e sinuoso, e afeta principalmente os braços, pernas, mãos e pés. As pessoas com essa condição também podem experimentar outros tipos de movimentos atípicos, como a coréia, que causa movimentos bruscos involuntários, movimentos rápidos das mãos e dos pés. Sinais e sintomas TREMORES Definição Movimento involuntário, rítmico, oscilatório que origina deslocação de parte do corpo à volta de um eixo fixo no espaço, resultante da contração alternante de um grupo de músculos agonistas e antagonista. Classificação Repouso Postural Cinético Ação Tremor intenção Tarefa específica Posição independente Posição dependente Cinético simples Isomérico Tremores Classificação Hipótese Olivar: Baseada na similaridade entre o tremor essencial e o tremor induzido pela hamarlina em animais. A hamarlina é uma substância que aumenta as propriedades rítmicas dos neurônios olivares, gerando alterações da neuromodulação dos mesmos através dos neurotransmissores serotonina e GABA. Essas oscilações olivares seriam transmitidas e amplificadas através do cerebelo e daí para tálamo, córtex e núcleos do tronco cerebral Fisiopatologia 1) TREMOR DE REPOUSO 2) TREMOR DURANTE A MANUTENÇÃO DE UMA POSTURA (TREMOR POSTURAL) 3) TREMOR DE INTENÇÃO A diferenciação entre esses diferentes tipos de tremor se faz, fundamentalmente, com base na história clínica e nas suas características de frequência, fenomenologia (relação com o repouso, movimentos ou postura) e resposta farmacológica Diagnóstico diferencial: Tremor da síndrome de abstnência é predominantemente postural. Classificar em: Diagnóstico Tratamento Beta-Bloqueadores Primidona Fenobarbital Benzodiazepínicos Gabapentina Toxina botulínica Inibidores da anidrase carbônica Estimulação cerebral profunda Cirúrgico: Talamotomia Tremor parkinsoniano Tremor de repouso Desaparece no sono e completo relaxamento Exacerbação Estresse, durante a marcha e com abstrações mentais Acomete os membros superiores mais frequentemente seguido dos membros inferiores e mento. No início Assimétrico e apresenta uma frequência em torno de 4-8 ciclos por segundo, apode variar de 6-12 ciclos por segundo. Característica do tremor O tremor parkinsoniano tem característica adução-abdução ou de rotação interna do punho Ocorre quando o membro está relaxado ou completamente apoiado É exacerbado quando se movimenta outra parte do corpo ou em situações de esforço mental Alivia com o movimento voluntário do membro acometido. Comumente está associado à síndrome parkinsoniana ou tremor essencial grave. Tremor de repouso É o tipo mais comum de tremor Ocorre com a contração voluntária do músculo Associado à condições como: tremor fisiológico exacerbado, tremor essencial, cerebelar, distônico e induzido por medicamentos. Tremor de ação Pode ser dividido em: Postural: ocorre quando o membro é mantido voluntariamente contra a gravidade. Isométrico: ocorre com contração muscular contra um objeto rígido parado, como apoiar os punhos. Cinético: ocorre a qualquer movimento voluntário e quando desencadeado por um movimento direcionado a um alvo é denominado tremor de intenção. Tremor fisiológico exacerbado Leva à incapacidade Remoção dos fatores desencadeantes é suficiente para controle do tremor, geralmente Betabloqueadores adrenérgicos Baixa amplitude Pode ser exacerbado por situações como: ansiedade, estresse, uso excessivo de cafeína, medicamentos e outras doenças metabólicas, como hipertireoidismo FATORES DESENCADEANTES Tensão e ansiedade Fadiga Muscular Hipoglicemia Tireotoxicose Feocromocitoma Hipotermia Abstinência de álcool Drogas: agonistas beta adrenérgicos Agonistas dopaminergicos Antidepressivos tricíclicos Xantinas (cafeína, teofilinia) Neuropléticos Tremor fisiológico exacerbado Tremor cinético + tremor postural membros superiores e no início pode ser assimétrico É a causa mais comum de tremor patológico Aparece cedo na vida e permanece por anos chegando a prejudicar a vida do paciente. A causa dos tremores é neurológica, não se sabe exatamente o que provoca os tremores. Acomete homens e mulheres uniformemente Estímulos emocionais amplificam o tremor Na maioria das vezes o tremor essencial não é incapacitante Tremor essencial Caracteriza-se como: Tremor simétrico Bilateral Usualmente com evolução progressiva e insidiosa De característica predominantemente postural; Diagnóstico Os critérios diagnósticos principais são: Tremor bilateral das mãos e antebraços (sem tremor de repouso); Ausência de outros sinais neurológicos, com exceção do sinal de Froment TRemor isolado da cabeça sem postura anormal da mesma Os critérios secundários: Duração longa maior do que 3 anos; História familiar; Resposta ao álcool Tratamento Beta-bloqueadores (propranolol); Medicamentos antiepilépticos Gabapentina Topiramato Clonazepam Sinais de alerta Tremor unilateral, Tremor isolado da perna, Distúrbio de marcha, Bradicinesia, Tremor isolado da cabeça com postura anormal como lateralização ou rotação da cabeça Início súbito e rápido do tremor, Uso de medicamentos que possam induzir o tremor Também é denominado tremor intencional É um tremor lento com freqüência de 2-5 HZ, ocorre em ação e piora ao atingir um alvo e algumas vezes não é rítmico. Desaparece durante o sono e relaxamento completo Pode ocorrer uma oscilação rítmica da cabeça e ou do tronco a qual é denominada titubeação. Geralmente é associado com outras alterações cerebelares como fala escandida, nistagmo, dismetria, ataxia e hipotonia. Tremor Cerebelar Exames da Propedêutica Neurológica SÍNDROME DE TOURETTE Distúrbio genético, de natureza neuropsiquiátrica, caracterizado por fenômenos compulsivos, que resultam em uma série repentina de múltiplos tiques motores e um ou mais tiques vocais Durante pelo menos um ano Início antes dos 18 anos de idade. Definição 50% menos prevalente em Afro-Americanos e em populações Africanas sub-saarianas, em comparação com caucasianos Epidemiologia Mulheres Homens Mulheres 0.62 0.38 Características: Movimentos anormais, clônicos, breves, rápidos, súbitos, sem propósitos e irresistíveis Exacerbados ansiedade e tensão emocional; Atenuados repousoe por situações que exigem concentração Podem ser suprimidos pela vontade (por segundos ou horas), logo seguidos por exacerbações secundárias. Ecolalia, ecopraxia, coprolalia e copropraxia Etiologia Fisiopatologia Tiques motores simples ou complexos Tiques vocais simples ou complexos Tiques sensitivos sensação somática Quadro clínico Diagnóstico Tratamento Farmacológico Intervenções psicoeducacionais e psicoterapêuticas MIOCLONIAS Movimentos involuntários caracterizados por abalos musculares rápidos e bruscos como um choque. Definição Podem ser causados por contrações musculares súbitas (mioclonia positiva) ou por pausas musculares abruptas (mioclonia negativa) Classificação Classificação Tratamento Eliminar o agente causador dos movimentos involuntários Tratamento sintomático. Objetivo reduzir a frequência e/ou a intensidade dos abalos mioclônicos. Politerapia Mioclonias corticais Piracetam e levetiracetam Lamotrigina não deve ser utilizada porque pode agravar as mioclonias Tratamento Mioclonias Subcorticais Clonazepam e ácido valproico Tetrabenazina, ácido gama-aminobutírico, zolpidem, levodopa, L-5-hidroxitriptofano e oxibato de sódio podem ser considerados. A ECP dos globos pálidos ou dos tálamos possivelmente eficiente para distonia mioclônica. Síndrome opsoclonus-mioclonus Mioclonias subcorticais, Origem autoimune Intervenções imunomoduladoras ou imunossupressoras, especialmente dexametasona ou a combinação de ACTH mais imunoglobulina mais rituximabe Tratamento Mioclonias Espinhais Deve focar inicialmente a lesão primária que as causou. Controle sintomático levetiracetam, infusão intratecal de baclofeno e bloqueios com toxina botulínica. Clonazepam, carbamazepina ou zonisamida Mioclonias Periféricas Eliminação da causa da lesão do nervo Bloqueios com toxina botulínica para controlar os movimentos anormais. .MsftOfcThm_Accent2_Fill { fill:#FCE5CD; } Lavf58.9.100
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