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Alteração, suspensão e interrupção do contrato de trabalho

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE BRASÍLIA - ESTÁCIO BRASÍLIA
PALOMA MEDEIROS JUSTO NEVES
MATRÍCULA: 201908186194
ALTERAÇÃO, SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
2º semestre - Turma 3001
Brasilia - DF
2020
1 INTRODUÇÃO
Neste trabalho será tratar sobre alteração, suspensão e interrupção do
contrato de trabalho onde justificaremos a importância de cada assunto descrito,
delimitar o problema e hipótese, apresentar a metodologia e mostrar os objetivos do
mesmo, relacionando os tópicos principais.
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2 ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO 
E possível alterar o contrato de trabalho. As leis trabalhistas garantem esta
possibilidade. Mas, a alteração do contrato de trabalho deve obedecer algumas
condições.
No caso, as mudanças requerem que seja observado o Art. 468 da CLT, o
qual permite a alteração do contrato de trabalho, desde que haja a concordância da
outra parte e desde que a alteração não resulte em prejuízo direto ou indireto ao
empregado. Se esses requisitos não forem observados, a alteração será nula e o
empregado poderá pleitear a rescisão indireta do contrato de trabalho.
Art. 468 / CLT
Nos contratos individuais de trabalho só e licita a alteração das respectivas
condições por mutuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta
ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade de cláusula
infringente desta garantia. 
2.1 UNILATERAL 
Art.468 / CLT 
§ 1º - Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador
para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado,
deixando o exercício de função de confiança.
Nos casos em que a alteração do contrato de trabalho e feita unilateralmente
pelo empregador e o empregado, não se opondo, aceita a mudança, presume - se a
mesma, tacitamente convencionada, sendo assim, tal alteração é valida.
2.1.1 Bilateral 
Negócio jurídico bilateral é aquele onde existem dois pólos distintos, ambos
emissores de vontade, como é o caso não apenas dos contratos, mas também do
casamento, por exemplo. Assim, pode-se dizer que todo contrato é um negócio
jurídico bilateral, mas o testamento, por exemplo, é um negócio jurídico unilateral,
pois apenas a vontade do testador é exigida para a sua existência e validade.
No entanto, cada contrato pode ser classificado como unilateral ou bilateral,
sendo esta última classificação destinada aos contratos onde ambos os contratantes
têm obrigações a cumprir. Assim, por exemplo, a compra e venda é um contrato
bilateral, pois o comprador e o vendedor têm obrigações a cumprir, mas os contratos
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de mútuo e de comodato são unilaterais, pois apenas o mutuário e o comodatário
têm obrigações a cumprir.
3.TRANSFERÊNCIA DO CONTRATO DE TRABALHO 
A transferência significa a mudança do empregado para localidade diversa
daquela inicialmente contratada. Isto é, se o trabalhador que exercia sua função em
São Paulo e passa a desenvolvê-la no Rio de Janeiro, considera-se como
transferência, obviamente.
3.1 Provisoria 
A transferência provisória é diferente, porque esta é considerada como mero
deslocamento do empregado em razão dos serviços que ele executa no
desempenho das suas funções e em decorrência do contrato de trabalho. O
empregado que passa a semana numa outra localidade mas que torna a sua base,
ao seu domicílio, para o encontro com a família e a sua habitação, deixa evidenciado
que não se trata esta situação de transferência definitiva, mas sim provisória. 
3.2 Definitiva
Em definitivo, segundo o art. 469 da CLT é àquela que vem acompanhada da
mudança de domicílio do empregado. O empregado se muda em caráter
permanente. Domicílio é o local que o empregado reside, com a expectativa de
“definitivo”. Se o empregado reside em Recife, Pe, num imóvel com contrato de
aluguel por longo prazo, filhos na escola, a esposa empregada, familiares na
localidade, etc., presume-se domicílio. Se todo este contexto muda de endereço,
configurará a mudança de domicílio e a transferência será tida como definitiva. 
ART. 469/CLT 
Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem sua anuência, para
localidade diversa da que resultar do contrato, não se considera transferência a que
não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.
4.SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO 
Na suspensão o pagamento de salario não seria exigido como também não
se computara o tempo de afastamento como tempo de serviço; Entende - se como
suspensão total esta, pois paralisa temporariamente a prestação dos serviços, com
a cessação das obrigações patronais e de qualquer efeito do contrato enquanto
perdurar a paralisação dos serviços. 
Conforme Art. 474 - C.L.T A suspensão do empregado por mais de 30 dias
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consecutivos importa na rescisão injusta do contrato de trabalho. 
4.1. CONCEITO
É a sustação temporária dos principais efeitos do contrato de trabalho em
relação às partes, em virtude de um fato relevante juridicamente, preservando assim,
o contrato de trabalho. Esta sustação é de modo amplo (pleno e absoluto) dos
efeitos das cláusulas (expressas e implícitas) do contrato, não rompendo o vínculo
empregatício entre ambas as partes. Existem dois tipos de suspensão; tem-se a
suspensão total, que é a suspensão propriamente dita, ou seja, quando as duas
obrigações principais (pagar salário e prestar o serviço), não são exigíveis
reciprocamente; e temos também a suspensão parcial, que é quando o empregado
não trabalha, mas faz jus ao salário.
4.1.1. ESPECIES
1) Suspensão disciplinar (art. 474, da CLT);
Art.474. A suspensão do empregado por mais de 30 (Trinta) dias
consecutivos importa na rescisão injusta do contrato de trabalho.
2) Faltas injustificadas ao serviço;
3) Aposentadoria por invalidez: nunca se torna definitivo, mesmo após o
período de 5 (cinco) anos;
4) Prisão preventiva ou temporária do empregado, apesar de não consolidado
pela lei trabalhista;
5) Condenação com trânsito em julgado, não sendo o trabalhador beneficiário
da suspensão da execução da pena (artigo 482, d, da CLT), convolando em justa
causa do pacto laboral;
Art. 482. Constitui justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador. 
d) Condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha
havido suspensão da execução da pena;
6) Qualificação profissional para participação do empregado promovido pelo
empregador (art. 476-A, da CLT). Durante tal período o empregador não poderá
despedir o empregado desde o afastamento até 3 (três) meses após o retorno, sob
pena de arcar com multa, em favor do empregado, em valor previsto em convenção
ou acordo coletivo, no valor mínimo correspondente à última remuneração mensal
do empregado anterior à suspensão do contrato, além de verbas rescisórias
conforme previsão legal (artigo 476-A, § 5º, da CLT).
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Art. 476 - A 
O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um periodo de 2 a 5 meses,
para participação do empregado em curso ou programa de qualificação proficional
oferecido pelo empregador, com duração equivalente a suspensão contratual,
mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho e aquiescencia
§ 5°- Se ocorrer a dispensa do empregado no transcurso do período de
suspensão contratual ou nos três meses subseqüentes ao seu retorno ao trabalho, o
empregador pagará ao empregado, além das parcelas indenizatórias previstas na
legislação em vigor, multa a ser estabelecida em convenção ou acordo coletivo,
sendo de, no mínimo, cem por cento sobre o valor da última remuneração mensal
anterior à suspensão do contrato. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de
2001)
4.1.1.1. EFEITOS
a) Dever de não violação de segredo da empresa;
b) Dever de não praticar concorrência desleal;
c)Dever de respeito, pelo empregado, à integridade física e moral do
empregador; 
d)Dever de respeito, pelo empregador, à integridade física e moral do
empregado. 
Qualquer destas obrigações, se violadas, ensejam ruptura motivada do
vínculo (demissão por justa causa, se descumprida obrigação pelo empregado;
rescisão indireta, se descumpridaobrigação pelo empregador).
5. INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO 
Na interrupção do contrato o empregado continuaria recebendo salários e
haveria a contagem do tempo de serviço. Trata-se, portanto, de suspensão parcial,
como paralisação temporária da prestação dos serviços, com a manutenção do
pagamento de salários ou algum efeito do contrato de trabalho;
5.1 . CONCEITO
É a sustação temporária da principal obrigação do empregado (prestação do
serviço e disponibilidade perante o empregador) no contrato de trabalho, em virtude
de um fato relevante juridicamente, no qual todas as cláusulas contratuais são
mantidas. É a interrupção de modo restrito e unilateral
5.1.1. ESPECIES 
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 O artigo 473 da CLT apresenta determinadas situações em que falta ao
serviço não prejudicará por conseqüência o salário, como: 
a) Falecimento do cônjuge, ascendente (pais, avós, bisavós, etc.)
descendente (filhos, netos, bisnetos etc.) irmão ou pessoa que viva sob dependência
econômica do empregado conforme declarado em sua CTPS. Neste caso, até 2
(dois) dias consecutivos; 
b) Em virtude de casamento, até 3 (três) dias consecutivos; 
c) Nascimento de filho, no decorrer da primeira semana. Tal direito aplicava-
se por 1 (um) dia, porém fora ampliado para 5 (cinco) dias, conforme o artigo 10 §
1º, do ADCT e que culminou na licença-paternidade que foi concedida pela
Constituição Federal/88 em seu artigo 7º, XIX; 
d) Doação voluntária de sangue devidamente comprovada, a cada 12 meses.
Interrompe-se neste caso por um dia o contrato de trabalho;
 e) Alistamento eleitoral em até 2 (dois) dias consecutivos ou não, conforme
previsão legal especifica;
 f) Serviço militar ao tempo em que tiver de cumprir as suas exigências; 
g) Nos dias em que estiver realizado exame vestibular para ingresso ao
ensino superior; 
h) Quando estiver que comparecer a juízo, ao tempo que for necessário. 
Aborto não-criminoso 
Na situação de abordo tido não-criminoso, o artigo 395 da CLT trata a
respeito, in verbis: 
Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico oficial, a
mulher terá um repouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe assegurado o
direito de retornar à função que ocupava antes de seu afastamento. 
Note-se que o repouso será pago pela Previdência Social sob forma de
salário-maternidade correspondente a duas semanas, como dispõe o artigo 93, § 5º,
do Decreto n. 3.048/1999 – Regulamento da Previdência Social, com redação dada
pelo Decreto n. 3.265/99. 
Afastamento por doença 
Até os 15 (quinze) primeiros dias de afastamento serão computados como
período de interrupção, sendo pagos os salários e a contagem do tempo de serviço
para todos os efeitos legais (art. 60, § 3º , da Lei n. 8.213/91). 
Posterior ao décimo quinto dia, a doutrina coube por classificar como hipótese
de suspensão do contrato de trabalho, como conseqüência ao não pagamento de
salários, apenas de recebimento do beneficio previdenciário. 
Acidente de trabalho 
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Aos primeiro 15 (quinze) dias é hipótese de interrupção do contrato de
trabalho, porém, superior a tal período, ainda podemos dizer que modificação
nenhuma haverá devido o artigo 4º, parágrafo único da CLT, persistindo a contagem
do tempo de serviço e o empregador continua obrigado a depositar FGTS durante o
afastamento do empregado (art. 15, § 5º da Lei 8.036/90). 
Prestação do serviço militar 
Enquanto perdurar a prestação do serviço militar serão computados como
tempo de serviço e a obrigação dos depósitos do FGTS pelo empregador, bem como
pagamento salarial referentes ao primeiros 90 (noventa dias) conforme dispõe o
artigo 472, § 5º, da CLT). 
Licença maternidade 
A gestante terá o direito à licença de 120 (cento e vinte) dias, conforme a
Carta Maior de 1988 em seu artigo 7º, XVIII, sem prejuízo do emprego e do salário,
bem como o pagamento feito pelo empregador, compensado junto a Previdência
Social. 
Férias Anuais Remuneradas
Ao período de férias, o empregado recebe remuneração acrescida de um-
terço, como prevê a Constituição Federal no artigo 7º, XVII, tendo o período
computado para todos os efeitos legais, o período aquisitivo do próximo período de
férias. 
Repouso semanal remunerado 
Trata-se de hipótese típica de interrupção do contrato de trabalho, como
dispõem a Constituição Federal, no artigo 7º, XV e da Lei n. 605/ 49, em que o
empregado não trabalha, mas seu empregador deverá obrigatoriamente pagar o
salário correspondente, não tendo como continuar a contar como tempo de serviço.
5.1.1.1. EFEITOS 
O principal efeito da interrupção é a sustação restrita das obrigações
contratuais (prestar serviço e disponibilidade perante o empregador). Outros efeitos
são as garantias, tais como: retorno do empregado ao cargo ocupado após o fim da
causa interruptiva (art. 471,CLT), garantia do recebimento pelo empregado do salário
e direitos alcançados ao retornar as atividades laborais
.
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3 CONCLUSÃO
As Alterações no Contrato de Trabalho, um tema importantíssimo de Direito
do Trabalho, mostra que não e tão simples e que tem vários quesitos a serem
seguidos. 
E importante pontuar que em algumas alterações as duas parte que no caso
são empregado e o empregador devem concordar. 
Além de entender todos os conceitos que envolvem esse assunto, vi como ele
é tratado na CLT. 
A suspensão e a interrupção do contrato de trabalho tratam de hipóteses em
que, ainda que inexistente, por determinado período, a efetiva prestação de
serviços, mantém-se incólume o vínculo de emprego.
Os institutos jurídicos apresentam peculiaridades, sobressaindo, como regra,
a ausência de pagamento de salários na suspensão contratual.
A partir das causas suspensivas e interruptivas, descritas ao longo do artigo,
conclui-se que se tratam de situações jurídicas, inspiradas no princípio da
continuidade da relação de emprego, de sorte que estabelecem hipóteses de
manutenção da relação de emprego, conquanto sustadas, por determinado período,
obrigações contratuais.
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BIBLIOGRAFIA
ALTERAÇÃO Unilateral e Bilateral. Disponível em:
https://aldemirodantas.jusbrasil.com.br/artigos/121935791/nulidade-da-alteracao-
unilateral-do-contrato-de-trabalho. Acesso em: 6 Abr. 2020.
EFEITOS da interrupção do contrato de trabalho. Disponível em:
https://www.cursosnovaera.com.br/noticias/interrupcao-do-contrato-de-trabalho/.
Acesso em: 6 Abr. 2020.
INTERRUPÇÃO do contrato de trabalho. Disponível em:
https://jus.com.br/artigos/33286/suspensao-e-interrupcao-do-contrato-de-trabalho.
Acesso em: 6 Abr. 2020.
SUSPENSÃO do contrato de trabalho . Disponível em:
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/289198/suspensao-do-contrato-de-trabalho.
Acesso em: 6 Abr. 2020.
TRANSFERÊNCIA Provisoria ou definitiva . Disponível em:
https://www.trabalhismoemdebate.com.br/2014/01/16/qual-a-diferenca-entre-a-
transferencia-definitiva-e-temporaria/. Acesso em: 6 Abr. 2020.
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