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Neoplasias pulmonares

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Camila B. Zanetti 
Neoplasias pulmonares 
FATORES DE RISCO: tabagismo, tabagismo passivo, exposição a asbesto (utilizado na fabricação de amianto -
telhas), dieta, diferenças sexuais e raciais (incidência menor em indígenas), susceptibilidade genética. Outros 
fatores de risco como exposição a arsênio, cromo, níquel, radônio (populações próximas a usinas nucleares) e 
hidrocarbonetos aromáticos (fabricação de corantes e aromatizantes). 
FATORES PROTETORES: ácido retinóico (vitamina A) e caroteno. 
FISIOPATOLOGIA: existe um grupo de células tronco (“steam cell”) epiteliais que residem na árvore traqueo-
brônquica e pulmonar, as quais dariam origem a todas as células da árvore traqueo-brônquica (células da 
reserva pseudo-estratificada, células colunares ciliadas, células neuro-endócrinas e pneumócitos tipo I e II), 
explicando, assim, a variedade de fenótipos no câncer de pulmão (diferentes histologias dentro de um mesmo 
tumor). 
Os carcinomas broncogênicos (originados do parênquima pulmonar e dos brônquios) podem ser divididos em 
câncer de pulmão do tipo pequenas células (14%) e câncer de pulmão do tipo células não pequenas (grande 
maioria) – carcinoma de células escamosas, adenocarcinoma, carcinoma de células grandes e tipos mistos. 
• CÂNCER DE PEQUENAS CÉLULAS: pertence ao grupo de tumores neuroendócrinos, são de crescimento 
rápido e agressivos. Dividido em 2 subtipos histológicos – câncer de pequenas células puro ou câncer de 
pequenas células misto. Tem relação estreita com o tabagismo e são tumores que surgem nas porções 
proximais da árvore traqueobrônquica (próxima ao mediastino), podendo causar compressão de vasos do 
mediastino, brônquios e traqueia. 
• CARCINOMA DE CÉLULAS NÃO PEQUENAS: carcinoma escamoso (volumosas massas com escavação 
central, tumores centrais próximo do mediastino e da carina e associação com tabagismo); adenocarcinoma 
(apresentam-se sob a forma de nódulo solitário e periférico [72%], mas pode apresentar-se também como 
massas hilares e com linfoadenomegalia mediastinal e haver o surgimento de metástases a distância – 
principalmente cerebral); carcinoma indiferenciado de grandes células (nódulo solitário e periférico, 
agressivos porém com comportamento local). 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: permanece silencioso durante a maior parte da evolução. O aparecimento de 
sintomas é, geralmente, indicativo de doença avançada. Os sinais e sintomas podem ser divididos em 4 causas: 
1- Causados pelo crescimento local do tumor: tosse recente, alteração na natureza da tosse crônica, tosse 
produtiva (secreções finas e sabor salgado → adenocarcinoma), hemoptise, sibilos, cavitação e formação de 
abcesso pulmonar. 
2- Produzidos pela invasão tumoral das estruturas adjacentes: dor torácica, dispneia, derrame pleural, 
sintomas referidos (nervos, coração e grandes vasos), pneumotórax, síndrome da veia cava superior (bloqueio 
da VCS, causando edema e rubor facial; observa-se turgência jugular e circulação colateral na parede anterior 
do tórax), síndrome de Pancoast (tumores que afetam o ápice do pulmão e invadem o plexo braquial e os 
nervos simpáticos cervicais; causa dor, parestesia e alteração na sensibilidade do ombro e braço afetado), 
síndrome de Horner (comprometimento da cadeia simpática cervical superior e plexo carotídeo associado ao 
tumor do ápice pulmonar; caracterizada por anidrose facial unilateral, ptose palpebral, miose e enoftalmia, 
todos do lado afetado), rouquidão, disfagia (invasão do esôfago) e quilotórax. 
3- Causados por doenças metastáticas: locais comuns de metástases – cérebro (hipertensão intracraniana ou 
crise convulsiva), ossos (dor e fraturas patológicas), glândulas supra-renais (assintomáticas em fases iniciais 
ou de comprometimento unilateral) e fígado (sintomático apenas com grande comprometimento). 
Camila B. Zanetti 
4- Síndromes paraneoplásicas: conjunto de sinais e sintomas que ocorrem em paralelo as neoplasias 
(manifestações sistêmicas). Observadas em 10% dos pacientes com carcinoma broncogênico. Constituem, 
algumas vezes, a manifestação inicial da doença, precedendo até 2 anos o diagnóstico da doença neoplásica. 
Podem ser sistêmicas (perda de peso, fraqueza generalizada, baqueteamento digital), endócrinas (síndrome 
da secreção inapropriada do ADH – Ca de pequenas células), neurológicas (fraqueza localizada - Síndrome de 
Eaton-Lambert [fraqueza muscular da cintura escapular e pélvica), hematológicas (plaquetose, eosinofilia na 
ausência de comprometimento alérgico ou parasitário). 
DIAGNÓSTICO: 
✓ Quadro clínico. 
✓ Exame físico: se não houver um comprometimento pleural ou sistêmico, não se manifesta de uma maneira 
muito acentuada com a doença localizada apenas no pulmão. 
✓ RX de tórax. 
✓ TC de tórax. 
✓ Citologia do escarro (em desuso – sensibilidade pequena). 
✓ Broncoscopia: lesões mais centrais e com comprometimento da luz brônquica. Capaz de dar o diagnóstico 
em acima de 98% dos casos. 
✓ Biopsia transtorácica por agulha fina: lesões próximas à pleura visceral e parede torácica. Se constitui em 
um método seguro com baixos índices de complicações. 
✓ Análise do líquido pleural: utilizada quando existe derrame pleural, constituindo a pesquisa de células 
tumorais dentro do líquido do espaço pleural. 
✓ Mediastinoscopia/mediastinostomia: quando se tem o comprometimento do mediastino tumoral ou 
ganglionar na porção superior, onde se tem acesso pela mediastinoscopia cervical. 
✓ Toracoscopia/toracotomia: utilizada quando algum destes métodos anteriores falharam no propósito de 
se ter uma coleta adequada de material para exame anatomopatológico e para estadiamento. 
ESTADIAMENTO: São utilizados exames clínicos e cirúrgicos para determinar a extensão anatômica das 
neoplasias, sua agressividade biológica, indicar melhor terapêutica, comparar resultados de tratamento 
(expectativa de vida) e dar fatores prognósticos do câncer de pulmão. 
• Carcinoma de células pequenas: existem 2 estadiamentos principais – o localizado (menor que metade de 
um hemitórax) e o extenso (maior que metade de um hemitórax, derrame pleural e metástase à distância). 
• Carcinoma de células não pequenas: sistema TNM. 
TRATAMENTO: após o estadiamento, é possível ter uma ideia do prognóstico do paciente (Ia/IIb – melhor 
prognostico; IIIa – prognóstico intermediário; IIIb e IV pior prognóstico). 
• Carcinoma de células pequenas: quimioterapia, independente se a doença é localizada ou extensa, pois 
mesmo as localizadas são tumores não passivos de ressecção cirúrgica devido a infiltração do mediastino. 
Cirurgia reservada em casos raros, de tumores menores, passiveis de excisão cirúrgica. Radioterapia em casos 
selecionados. 
• Carcinoma de células não pequenas: deve ser considerado os tipos histológicos do tumor e, mesmo dentro 
do mesmo estádio clínico, há grupos heterogêneos de tumores. Portanto, o tratamento deve ser 
individualizado. Podem ser feitas: 
✓ Cirurgia. 
✓ Cirurgia + quimioterapia adjuvante (após tratamento cirúrgico), 
✓ Quimioterapia neo-adjuvante + cirurgia + quimioterapia adjuvante. 
Camila B. Zanetti 
✓ Cirurgia + quimioterapia adjuvante + radioterapia (N2) → Consolidação do mediastino com a 
radioterapia. 
✓ Em casos de N2 volumoso e/ou T4 invasivo, não se realiza cirurgia: Quimioterapia + radioterapia (N2). 
✓ Pesquisa de mutações (se presentes): tratamento alvo dirigido. 
✓ Pesquisa de mutações (se ausentes) → Avaliar performance status: se favorável, quimioterapia; se 
desfavorável, cuidados paliativos. 
Radioterapia 
✓ Tratamento com intensão curativa: tumores iniciais em pacientes sem condições cirúrgicas. 
✓ Tratamento paliativo: metástases ósseas (analgesia), metástases cerebrais e tumores principais 
sangrantes. 
✓ Profilaxia de metástases do SNC: após a realização da quimioterapia sistêmica pros casos de carcinoma 
de células pequenas. 
✓ Para consolidar a resposta da quimioterapia sistêmica e diminuir a recidiva local.