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Analise de jurisprudencia trabalhista

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JURISPRUDÊNCIA COMENTADA
PRECLUSÃO SOBRE NÃO MANIFESTAÇÃO DE ALEGAÇÃO FINAL
As razões finais no processo do trabalho estão elencadas no art. 850 da CLT, de forma oral (10 minutos para cada parte se manifestar). Entretanto, na prática é comum esse prazo ser convertido em manifestação escrita em 48 horas, 5 dias, 10 ou até 15 dias. De todo modo, compete ao juiz (artigo 765 da CLT), converter as razões finais orais em escritas.
CLT. Art. 850 – Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.
DECISÃO TRABALHISTA - TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. 2ª TURMA - ACÓRDÃO DO PROCESSO Nº RR - 5504200-09.2006.5.09.0005 - DATA: 19/02/2014
EMENTA: RECURSO DE REVISTA. NULIDADE – CERCEAMENTO DE DEFESA PROTESTO EM AUDIÊNCIA NÃO RENOVADO EM RAZÕES FINAIS – AUSÊNCIA DE PRECLUSÃO. O artigo 795 da Consolidação das Leis do Trabalho não determina que a parte, após insurgir-se em momento oportuno, ratifique seu ato posteriormente, tendo em vista que a parte deve arguir a nulidade na primeira vez em que tiver de falar, em audiência ou nos autos. No caso, a primeira oportunidade de o reclamante falar nos autos se deu na audiência em que foi permitida a juntada de novo documento pela reclamada, oportunidade em que registrou os respectivos protestos, conforme consignado no acórdão regional. Assim, não há que se falar em preclusão, ante a insurgência da parte em momento oportuno, conforme se extrai do artigo 795 da CLT. Destaque-se que não há exigência legal acerca da sua renovação em razões finais. Logo, a ausência de renovação explícita do protesto nas razões finais não configura preclusão do direito de a parte arguir a nulidade, na medida em que tal exigência não encontra respaldo legal. Recurso de revista conhecido e provido. Prejudicada a análise do tema vínculo empregatício – configuração.
	No caso exposto acima, é discutido se houve preclusão quanto à alegação da parte de ter havido cerceamento do seu direito de defesa, quando houve protestos em audiência pelo indeferimento da juntada de novo documento pela reclamada, que não foi renovado em razões finais. Segue trecho do acórdão: 
Com efeito, dispõe o artigo 795 da Consolidação das Leis do Trabalho, in verbis:
 "Art. 795 – As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos."
[...]
 “Percebe-se, pois, que o referido dispositivo não determina que a parte, após insurgir-se em momento oportuno, ratifique seu ato posteriormente, tendo em vista que a parte deve arguir a nulidade na primeira vez em que tiver de falar, em audiência ou nos autos.
No caso, a primeira oportunidade de o reclamante falar nos autos se deu na audiência em que foi permitida a juntada de novo documento pela reclamada, oportunidade em que registrou os respectivos protestos, conforme consignado no acórdão regional.
Assim, não há que se falar em preclusão, ante a insurgência da parte em momento oportuno, conforme se extrai do artigo 795 da CLT. Destaque-se que não há exigência legal acerca da sua renovação em razões finais.
 Logo, a ausência de renovação explícita do protesto nas razões finais não configura preclusão do direito de a parte arguir a nulidade, na medida em que tal exigência não encontra respaldo legal.”
Assim, os ministros entenderam que houve violação ao artigo 795 da Consolidação das Leis do Trabalho, afastando a preclusão no que tange à matéria cerceamento do direito de defesa e retornando dos autos ao Tribunal Regional do Trabalho de origem.
VÍCIO NA AUDIÊNCIA POR NÃO TER A RENOVAÇÃO DE CONCILIAÇÃO
Conforme o art. 850 da CLT, findas as alegações finais, o juiz deve renovar a proposta de conciliação. No mesmo sentido, o art. 831 da CLT determina que a decisão somente deverá ser proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação.
Conforme o exposto, entende-se que essa segunda proposta de conciliação possui maior peso que a primeira. Por isso, se o juiz não apresentar a segunda proposta de conciliação antes de proferir a sentença, esta estará contaminada por vício insanável, por violação aos arts. 831 e 850 da CLT. Nesse sentido:
NULIDADE. RENOVAÇÃO DA PROPOSTA CONCILIATÓRIA. O descumprimento da regra contida no art. 850 da CLT (que determina a renovação da proposta de conciliação, após as razões finais e antes da prolação da sentença) atrai a nulidade dos atos processuais, porquanto se trata de violação de norma cogente, de ordem pública. Esse momento processual, quando já encerrada a instrução, é propício para a renovação da proposta de conciliação, porquanto as partes têm condições de considerar os elementos concretos de prova e reavaliar a postura inicial concernente à rejeição da primeira proposta conciliatória. Ora, apesar de ser possível a celebração de acordo em qualquer fase do processo (art. 764, caput e §3º, da CLT), não há duvida de que a prolação da sentença, sem que seja conferida às partes a oportunidade de conciliação, dificulta ou até mesmo inviabiliza a realização de acordo, sobretudo pela parte que se viu beneficiada pelo resultado do julgamento. Nulidade que se declara, determinando-se o retorno dos autos à MM. Vara do Trabalho de origem, para que seja designada nova audiência de encerramento (com a devida notificação das partes), em que deverá ser proposta a conciliação, proferindo-se nova decisão, como se entender de direito (TRT 3ª R., RO 00667-2004-043-03-00-6, 7ª T., Rel. Des. Alice Monteiro de Barros, DJMG 24-1-2006)
Segue trecho do Acórdão:
“A imediata conclusão dos autos para sentença importou ofensa ao artigo 850 da CLT, que prevê a apresentação de razões finais pelas partes após o encerramento da instrução, bem como a renovação da proposta conciliatória.
No caso em tela, quando Juízo determinou a conclusão para julgamento pendia requerimento do autor de desentranhamento de prova documental e incidente de falsidade, como se nota de f. 537. Além disso, não se renovou a proposta conciliatória. Diante desses fatos, não vejo como ratificar os atos praticados pelo Juízo de origem, em evidente contradição com o dispositivo consolidado referido acima.”
	Assim, entende-se que a falta de proposta de conciliação antes de ser prolatada a sentença gera nulidade absoluta, pois, a conciliação é direito das partes e não deve ser postergado.