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Segunda Parte Apelação, Agravo e Embargos

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Aula 09
RECURSOS EM ESPÉCIES
APELAÇÃO
1. Noticia Histórica: É recurso advindo da “apellatio” romana. 
2. Conceito de Sentença e de Decisão Interlocutória 
Sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no conceito de sentença.
OBS: Só há sentença diante da incidência total de alguma hipótese arrolada nos incisos dos artigos 485 e 487 CPC, se for parcial trata-se de decisão interlocutória.
3. Conceito de Apelação 
 
“É o recurso cabível para se impugnar os atos do juiz que ponham termo ao procedimento, com ou sem julgamento do mérito; ou seja, serve para impugnar as sentenças definitivas ou terminativas”. (Fredie Didier).
 
4. Regra do cabimento da apelação contra as sentenças em geral.
Salvo disposição em sentido contrário, cabe recurso de apelação contra qualquer sentença, independentemente da natureza do processo (conhecimento ou execução) e do procedimento (comum ou especial) 
5. Cabimento da Apelação contra sentença que engloba questão incidental.
Questões incidentais: requerimento de assistência judiciária; impugnação ao valor da causa; concessão de tutela provisória no bojo da sentença (art. 1.013, § 5˚). 
6. Exceções ao binômio sentença_ Apelação
6.1 Causas internacionais. Art. 105, II, C CF; art. 539, II, b CPC e art. 37 da Lei Federal 8038/ 90.
A Lei 8038/90 que regulamenta os recursos para o STJ/ STF, ao referir-se a essa hipótese de cabimento de RO, prefere denominá-la de “Apelação”.
Aspecto peculiar que diferencia o RO da apelação e do agravo é o quorum para julgamento. Os dois últimos são julgados com o voto de três juízes (art. 555 CPC) e o RO é julgado por uma turma no STJ, que é composta por cinco ministros e todos votam. As decisões no STJ, salvo em HC, devem ser tomadas pela maioria absoluta dos membros da turma (art. 41_A da Lei 8038/ 90).
6.2 Embargos Infringentes de Alçada
Das sentenças em execução fiscal de valor menor ou igual 50 OTN só se admitirão embargos infringentes de alçada e de declaração.
Este recurso será julgado pelo próprio juiz prolator da sentença, seu prazo é de 10 dias e não precisa de preparo.
6.3 Recurso Inominado
7. Tempestividade. Art. 1.003, § 5˚, CPC
O prazo para sua interposição é de quinze dias úteis. 
A tempestividade do apelo é aferida à luz da data do protocolo da petição recursal no cartório judiciário ou conforme as normas de organização judiciárias. (art. 1.003, § 3˚ NCPC).
OBS: Novidade no NCPC – Art. 1.003, § 4˚ - Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio, será considerada como data de interposição a data de postagem.
OBS: Ministério Público, Fazenda Pública e Defensoria Pública têm prazo em dobro para recorrer (art. 180, 183 e 186 NCPC).
 Litisconsortes com procuradores diferentes tem prazo em dobro para falar nos autos de modo geral. (art. 229 NCPC).
 
8. Regularidade Formal. Art. 1.010 NCPC
a) A petição escrita e dirigida ao juízo de primeiro grau no qual foi prolatada a decisão recorrida 
b) Termo e razões ou petição única
c) assinatura do advogado_ art. 76 NCPC
d) Fundamentos de fato e de direito (art. 1.010, II, NCPC)
e) Pedido de nova decisão
e.1) Ao se demonstrar “error in procedendo”, deve o apelante requerer a anulação da sentença.
e.2) Demonstrado “error in iudicando”, deverá requerer sua reforma.
e.3) Demonstrados os dois tipos de erros, deve-se requerer a anulação e, subsidiariamente, a reforma da sentença.
9. Preparo (art. 1.007 NCPC – caput e § parágrafos)
Regra: necessidade da comprovação do preparo no ato da interposição da apelação, sob pena de deserção. Como visto, o princípio da primazia da análise do mérito indica a possibilidade do recorrente ser intimado para complementar ou realizar o preparo em dobro.
10. Procedimento no Juízo de Origem
Art. 1.010, § 1˚, 2˚ e 3˚, NCPC: O recurso é dirigido ao juízo no qual a sentença foi prolatada. A parte contrária é intimada para apresentação de contrarrazões no prazo de 15 dias úteis. Após o devido processamento, os autos serão remetidos ao tribunal INDEPENDENTEMENTE DE JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE. 
11. Efeitos de Apelação
11.1 Efeito Regressivo ou de Retratação 
Regra: 
Inexistência deste efeito no recurso de Apelação e existência do efeito devolutivo (art. 1.013 NCPC)
Exceção: 
Improcedência liminar do pedido – art. 332 NCPC
Sentença Terminativa – art. 485, § 7˚.
Art, 198, VII Lei 8069/90 - ECA
11.1.1 Apelação contra sentença de improcedência liminar do pedido. Art. 332, § 3º NCPC
* Causas que dispensem a fase instrutória e a questão de direito já esteja decidida em súmula do STF ou STJ; em acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de recursos repetitivos; entendimento fimado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; em enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
* Também haverá julgamento de improcedência liminar do pedido quando o juiz verificar, desde logo, a ocorrência da prescrição ou decadência. – art. 332, §1˚.
* Juízo de retratação em cinco dias a contar da interposição da apelação.
11. 2 Efeito Devolutivo – art. 1.013 caput e §§
 Por força deste efeito, são transferidas ao órgão ad quem as questões suscitadas pelas partes no processo, com o objeto de serem reexaminadas.
OBS: Novidade no NCPC – art. 1.009, § 1˚. As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de contestação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
 
 - JULGAMENTO DIRETO DO MÉRITO PELO TRIBUNAL ou JULGAMENTO PER SALTUM (art. 1.013, §3º, §4˚)
11.2.1 Quanto à sua extensão
O grau de devolutividade é definido pelo recorrente, nas razões de seu recurso. 
O objeto do julgamento pelo órgão ad quem pode ser igual ou menos extenso comparativamente ao julgamento do órgão a quo, mas nunca mais extenso.
12.2.2 Quanto à sua profundidade (art. 1.013, §1˚ e § 2˚ NCPC)
a) Tantum devolutum quantum apellatum (art. 1.013)
Neste caso, o efeito devolutivo é medido pelo material jurídico e fático com que o órgão ad quem poderá trabalhar.
Na realidade, não é somente a matéria efetivamente abordada na sentença que poderá ser inserida no efeito devolutivo da apelação. Tanto as questões suscitadas e discutidas no processo - mesmo que não decididas por inteiro - como as questões anteriores (Impugnação ao valor da causa, pedido de condenação por litigância de má- fé) a sentença - ainda não decididas - poderão ser ventiladas no recurso do apelante, possibilitando ao tribunal sua análise.
OBS: Poderá o tribunal, em profundidade, analisar todo o material constante dos autos, limitando-se, sempre, à extensão fixada pelo recorrente.
b) Questões de apreciação oficial
c) Questões acessórias (juros). O tribunal só pode julgar, se o juiz de 1º grau não tiver julgado
d) Questões incidentais (impugnação ao valor da causa). 
e) Questão de mérito não decidida na sentença definitiva. Art. 1.013, § 1º
f) Outros fundamentos _art. 1.013, § 2º
g) Questões de Fato Novos e Docs. novos (art. 966, VII NCPC) _ art. 1.014 NCPC
OBS: Enquanto a extensão é fixada pelo recorrente, a profundidade decorre de previsão legal.
O efeito devolutivo da apelação é de argumentação livre.
11.3 Efeito Suspensivo (art. 1.012 NCPC)
Via de regra a apelação tem duplo efeito: devolutivo- suspensivo.
O efeito suspensivo consiste na ineficácia da decisão, que não pode ser objeto de execução imediata, nem mesmo provisória. Sua produção depende de previsão legal, mas pode também ser concedida pelo juiz. (art. 520 e art. 1.012 NCPC).
11.3.1 Efeito suspensivo e apelação contra sentença proferida em ações cumuladas ou conexas.
Embora seja cabível apenas uma apelação contra a sentença por meio da qual o juiz de 1º grau julga duas ações, nada impede que o recurso apelatórioseja recebido nos efeitos devolutivo e suspensivo acerca de uma parte da sentença, e somente no efeito devolutivo em relação ao outro capítulo. 
11.3.2 Efeito suspensivo e apelação contra sentença condenatória em alimentos (art. 1.012, § 1˚, II, CPC)
11.3.3 Efeito suspensivo e embargos do executado (art. 1.012, III, NCPC) 
11.3.4 Efeito suspensivo e apelação contra sentença de interdição. (art. 1.012, VI, NCPC e art. 1773 CC)
11.3.5 Apelações sem efeito suspensivo na legislação extravagante.
Exemplos:
* Apelação proferida em ação cívil pública.
* Apelação interposta contra sentença prolatada em ação submetida ao procedimento do ECA.
* Etc.
11.3.6 Efeito suspensivo e concessão judicial. (Art. 995, § único e art. 1012, § 3˚ e 4˚ NCPC)
A possibilidade de concessão de efeito suspensivo alcança todas as apelações, até mesmo as regidas por lei especial. 
Tanto o juiz a quo quanto o relator no tribunal ad quem tem competência para conceder efeito suspensivo a qualquer apelação que, por força de lei, tenha princípio apenas efeito devolutivo.
Para conferir efeito suspensivo à apelação que não tem, o apelante formulará requerimento ao tribunal nos termos do § 3˚ do art. 1012 do NCPC.
11.4 Efeito substitutivo
 
12. Procedimento no tribunal ad quem (tribunal de justiça ou TRF)
Remessa dos autos ao tribunal (art. 929, caput NCPC).
 Numeração distribuição ao desembargador relator (930 NCPC)  autos conclusos
 Juízo monocrático (art. 932, III, NCPC).
 Relatório com resumo dos pontos controvertidos (art. 931 NCPC)  revisor (art. 551, § 1º e 2º) pede dia para julgamento (O NCPC excluíu a figura do revisor no julgamento das apelações e ações rescisórias)apresentação dos autos ao presidente do colegiado competente que marca o dia do julgamento e inclui o processo em pauta  publicação (art. 934, caput e § 2º - Súmula 117 STJ[footnoteRef:1])  Exposição do relator sustentação oral dos advogados (15 minutos para cada parte –art. 937 NCPC)  Julgamento (art. 555)  voto do relator voto dos outros dois magistrados. [1: SÚMULA 117 - A INOBSERVANCIA DO PRAZO DE 48 HORAS, ENTRE A PUBLICAÇÃO DE PAUTA E O JULGAMENTO SEM A PRESENÇA DAS PARTES, ACARRETA NULIDADE.] 
Obs. É possível pedir vista dos autos antes de proferir o voto (qualquer magistrado)  prazo de dez dias – art. 940 NCPC
 Anúncio do resultado pelo presidente (941 NCPC)  lavratura do acórdão publicação da ementa e do dispositivo (943, §1˚ e 2˚ NCPC) 
 
Aula 10
RECURSO INOMINADO
1. Cabimento: art. 41 da Lei 9099/ art. 1º e 5º da Lei 10259
 1.2 Recurso inominado e recurso adesivo 
1.3 Recurso inominado e Apelação
1.4 Desistência do recurso inominado
* Aplica-se o art. 998 NCPC.
2. Tempestividade
2.1 Inaplicabilidade dos artigos. 180 e 183 em sede de juizados especiais.
2.2 Defensor Público também tem prazo em dobro nos JECs. Art. 5º, § 5˚, da Lei 1.060/50. O Novo CPC revogou os artigos 2˚, 3˚, 4˚, 6˚, 7˚, 11, 12 e 17 da Lei n˚ 1.060/50, mas não revogou o artigo 5˚.
2.3 Termo inicial do prazo
 Ocorre com a intimação de fato (real)
2.4 Revel
 Contra o revel correm em Cartório todos os prazos salvo o de intimação as sentença quando houver patrono nos autos.
2.5 Os Embargos declaratórios suspendem o prazo para interposição de outro recurso (art. 50 da Lei 9.099/95)
3. Regularidade Formal 
3.1 Petição escrita
3.2 Motivos do inconformismo
3.3 Pedido
3.4 Petição subscrita por advogado. Art. 41, § 2º da Lei 9099/95.
* Se o nome do advogado constar na ata de audiência, este estará apto para recorrer (apud acta).
4. Preparo
5. Procedimento do Recurso Inominado na origem
6. Procedimento e Julgamento de Recurso Inominado pela Turma Recursal.
7. Recorribilidade
Aula 11
AGRAVO DE INSTRUMENTO
1. Cabimento (art. 1.015 NCPC)
1.1 Conceito de decisão interlocutória: todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no conceito de sentença (art. 203, § 2˚).
1.2 Cabimento: Com o advento do NCPC, cabe agravo de instrumento apenas para impugnar decisões interlocutórias que versarem sobre: tutelas provisórias, mérito do processo, rejeição da alegação de convenção de arbitragem, incidente de desconsideração da personalidade jurídica, rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação, exibição ou posse de documento ou coisa, exclusão de litisconsorte, admissão ou inadimissão de intervenção de terceiros, concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução, redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1˚ e outros casos expressamente previstos em lei. (art. 1.015, incisos)
 
1.3 Não cabimento: Exemplos: art. 1.007, § 7˚ NCPC; e demais decisões interlocutórias que não se enquadre nas situações indicadas nos incisos do art. 1.015 do NCPC.
OBS: Com o advento do NCPC, as decisões interlocutórias não enquadradas nas situações so art. 1.105 poderão ser impugnadas em preliminar de apelação, independentemente de manifestação anterior de incoformismo do recorrente. Art. 1.009, § 1˚: “as questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualemente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.”
OBS: É divergente no JEC a questão da recorribilidade das decisões interlocutórias. Todavia, prevalece o entendimento de que não cabe agravo das decisões interlocutórias ali proferidas, apesar dos arts. 4º e 5º da Lei 10.259/2001 permitirem a interposição de agravo para atacar decisão interlocutória de natureza cautelar proferidas nos JECs Federais.
OBS: Das decisões interlocutórias proferidas nos JECs cabem reclamação correcional (correição parcial) e mandado de segurança.
2. Modalidades
2.1 Agravo de Instrumento  formação de caderno processual autônomo (translado) e imediato julgamento do recurso pelo tribunal “ad quem”.
* Não existe mais agravo retido no NCPC. (vide art. 1.009, § 1˚, NCPC)
3.1. Sentenças agraváveis
Apesar de a legislação utilizar o termo apelação, trata-se na verdade de verdadeiras decisões interlocutórias impugnáveis por agravo. Exemplos:
* Art. 6º, Lei 1060/ 50
* Art. 18, § ú e art. 99, caput da Lei 11.101/ 05 e artigos 17 e 100 da mesma lei.
3.2 Questão incidental decidida em sentença 
Apesar de ser decisão interlocutória quanto a esta matéria, deve-se utilizar apelação em razão do principio da unirrecorribilidade recursal. Ex.: art. 1.013, §5˚: “O capítulo da sentenção que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação.”
3.3 Despachos agraváveis 
Ainda que o pronunciamento seja erroneamente denominado despacho pelo legislador ou pelo julgador, é cabível recurso de agravo, desde que manifestação do juiz de 1º grau tenha conteúdo decisório e, por conseqüência, cause prejuízo a algum dos legitimados a recorrer. Exemplos: No CPC/73, o código utilizava a expressão despacho para identificar uma decisão interlocutória no art. 1.002. Com o advento do NCPC, essa impropriedade técnica foi resolvida e o previsto no art. 647 NCPC, correspondente do art. 1.022 CPC/73, se refere a decisão e não a despacho. 
3.4 Natureza jurídica e recorribilidade do pronunciamento de emenda da petição inicial.
A determinação de emenda da petição inicial pode causar gravame, em decorrência do conteúdo decisório existente no pronunciamento do juiz de 1º grau, o que explica considerar essa decisão como interlocutória. Em casos nos quais a decisão de emenda da inicial pode causar lesão grave e de difícil reparação, seria interessante o cabimento do recurso de agravo de instrumento. Ocorre que essa hipótese não foi contemplada nos incisos do artigo 1.015 do NCPC, fazendo com que a decisão seja impugnada apenas em preliminar de apelação ou contrarrazões de apelação. Daqui surgirá discussão sobre o rol do artigo 1.015 do NCPC ser taxativo ou exemplificativo.
Exemplo: Cabimento de agravo do pronunciamento de emenda da petição inicial, por meio do qualo juiz de 1º grau determina a modificação do valor da causa de ofício com a consequente alteração do procedimento da recorribilidade ou até da competência.
3.5 Natureza Jurídica e recorribilidade do pronunciamento deferitório da citação.
Com base no CPC/73, existia divergência doutrinária e jurisprudencial sobre a recorribilidade do despacho que determinava a citação. Corrente minoritária defendia a possibilidade de interposição de agravo nas situações em que a petição inicial apresentava vício significativo apto ao indeferimento da peça.
Com o advento do NCPC, está fortalecido o posicionamento da corrente majoritária sobre a irrecorribilidade do pronuciamento deferitório da citação. Primeiro por ser entendido como despacho, logo, irrecorrível. Segundo por, mesmo que se considere esse pronunciamento como decisão interlocutória, não existe previsão para interposição de agravo de instrumento nesse caso.
4. Tempestividade (art. 1.003, § 5˚, NCPC)
4.1 Regra: 15 dias úteis para agravo de instrumento.
4.3 Formas de interposição do Agravo de Instrumento (artigos 525, § 2º CPC):
4.3.1 No protocolo do tribunal.
4.3.2 Por carta com AR nos correios
* A data que deve ser levada em conta para a averiguação da tempestividade do AI é a da postagem da petição recursal, e não a data da chegada da carta no tribunal ad quem, conforme art. 1.003, § 4˚, NCPC)  A súmula 216 do STJ foi superada pelo NCPC. Eis o teor da súmula: “A tempestividade de recurso interposto no Superior Tribunal de Justiça é aferida pelo registro no protocolo da secretaria e não pela data da entrega na agência do correio.”
4.4 Protocolo integrado
4.5 Via fac.- símile (Lei 9.800/90)
4.6 Contagem do prazo
O prazo recursal é contado em conformidade com o juízo recorrido e não com a sede do tribunal quanto a feriado na comarca em que sediado o tribunal, o encerramento do prazo prorroga-se á ate o primeiro dia útil seguinte. (art. 1.003, § 6º, NCPC)
5. Preparo
5.2 Necessidade quanto ao agravo de instrumento (art. 1.017, § 1º, NCPC)
5.3 A comprovação do preparo deve ser efetuada no ato da interposição do agravo de instrumento. Caso não seja comprovado, aplica-se o disposto no 1.007, §§ 2˚, 4˚ e 6˚ do NCPC.
6. Regularidade Formal do Agravo de Instrumento
6.1 Petição Recursal (art. 1.016 do NCPC)
* Endereçamento feito direto ao tribunal de 2º grau: TJ estaduais e do DF e TRFs.
*a exposição do fato e do direito
* as razões do pedido de reforma ou invalidação da decisão com o pedido
* nome e endereço completo dos advogados da causa
6.2 Documentos Obrigatórios (fotocópias) (art. 1.017 NCPC):
* Petição inicial, contestação, petição que ensejou a decisão agravada, da decisão agravada
* Da certidão respectiva da intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade do recurso
* Das procurações outorgadas aos advogados do agravante e dos agravado e também dos substabelecimento, se tiver.
6.3 Documentos Facultativos (art. 1.017, III, NCPC)
Com base no CPC/73, predominava a jurisprudência contraria a intimação do advogado do agravante, para que complete o traslado, com a juntada das peças adicionais não previstas no rol do art. 524, I do CPC/73. Diante de situação como essa, o recurso era inadmitido.
Com o advento do NCPC, essa jurisprudência não deve prevalecer. Primeiro porque o NCPC determina que o relator intime o recorrente para correção de vícios sanáveis. Segundo, porque o NCPC estendeu o rol de peças obrigatórias no inciso I do art. 1.017. Terceiro, porque o NCPC estipulou a possibilidade de apresentação de outras peças que o agravante reputar úteis. Ou seja, a decisão da utilidade cabe ao agravante e não ao tribunal. Não bastasse, o § 3˚ do art. 1.017 do NCPC resolve completamente a questão.
OBS: Autenticação dos documentos. Não há necessidade de autenticação das fotocopias em cartório judicial ou extrajudicial, basta que o advogado do agravante declare a autenticidade das fotocopias na própria petição recursal do AI. (art. 1.017, incisos, NCPC)
7. Exigência do art. 1.018, § 3˚ do NCPC.
O não cumprimento do disposto neste art., desde que arguido e provocado pelo agravo, importa na inadmissibilidade do agravo. Para aplicação da consequente inadmissão, o descumprimento da exigência prevista no caput do art. 1.008 deverá ser alegada e provada pelo agravado.
9. Dos efeitos dos Agravos de Instrumento
9.1 Efeitos devolutivo e de retratação
Art. 1.018, § 1˚ do NCPC Agravo Instrumento
* O Agravo de Instrumento apresenta os dois efeitos.
OBS: O juízo a quo só pode proferir a reconsideração após conceder ao agravado a oportunidade de responder no prazo legal (15 dias). Art. 9˚ do NCPC
OBS: Segundo o § 1˚ do art. 1.018 do NCPC, se o juiz de 1º grau alterar o decisum combatido por meio de AI, deverá comunicar imediatamente a modificação ao relator no tribunal ad quem, que não conhecera do AI, em virtude da superveniente ausência de interesse recursal do agravante ou, na linguagem do Código, por estar o agravo prejudicado.
9.2 Efeitos obstativo e suspensivo
9.2.1 Obstativo
Interposto o agravo de instrumento, a preclusão é obstada e a retratação acionada, com a possibilidade de reconsideração pelo juiz a quo.
9.2.2 Suspensivo
Regra: Ausência de produção do efeito suspensivo no agravo de instrumento. (art. 995 NCPC).
Exceção: possibilidade de concessão de efeito suspensivo ao AI. (art. 995, segunda parte, NCPC).
OBS: O artigo 1.019 do NCPC prevê a possibilidade de o relator do agravo de instrumento atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal. Se o entendimento doutrinário e jurisprudencial for mantido, a concessão do efeito suspensivo dependerá de requerimento do agravante.
Efeito suspensivo ativo (sinônimo de Antecipação da tutela recursal) (art. 1.019, I, NCPC)
O relator tem competência para além, de retirar a eficácia da decisão interlocutória de indeferimento, deferir o próprio pedido denegado pelo juiz de 1º grau. (antecipação da tutela recursal).
Satisfeitos os requisitos dos artigos 291 e seguintes (tutela provisória), o relator no tribunal pode (rectius, deve) conferir efeito suspensivo ativo ao AI, a fim de deferir o pedido denegado pelo juiz a quo.
*Súmula 267 STF. Impossibilidade de utilização do MS para atribuir efeito suspensivo e suspensivo ativo ao AI.
* Diante da possibilidade jurídica de obtenção de efeitos suspensivos e ativo no próprio recurso de AI, nada justifica a impetração de MS para as finalidades asseguradas nos artigo 1.019, I, NCPC)
9.3 Efeitos Substitutivo e Expansivo
9.3.1 Efeito substitutivo (art. 1.008 NCPC)
Ultrapassada a barreira da admissibilidade, o agravo produz efeito substitutivo. Por conseguinte, a decisão interlocutória agravada cede o lugar em prol do julgado do tribunal- salvo quando a corte ad quem constata a ocorrência de error in procedendo e simplesmente cassa a decisão impugnada.
9.3.2 Efeito expansivo (extensivo)
Diante da incompatibilidade dos atos processuais ulteriores à decisão interlocutória com o resultado do julgamento do agravo, há a insubsistência daqueles, porquanto são indiretamente atingidos pelo julgamento proferido no agravo.
Em suma, além da reforma ou da cassação da decisão interlocutória, em última análise, o agravo também atinge os atos processuais posteriores à decisão agravada.
10. Procedimento do Agravo de instrumento
Distribuição do AI (1.019, caput NCPC)  O relator nega seguimento ao AI (art. 932, III, NCPC) = desta decisão cabe Agr. Interno (art. 1.021, NCPC) ou o relator manda intimar o agravado para apresentar contraminuta ( art. 1.019, II, NCPC)  O NCPC não deixa clara a possibilidade de solicitação de informações ao magistrado que proferiu a decisão como estava dispoto no art. 527, IV CPC/73  art. 1.019, II, NCPC. Contraminuta  Prazo de 5 dias para o agravante se manifestar sobre documentos juntados na contraminuta (art. 437, § 1˚ NCPC)  parecer do MP, se necessário em 15 dias (art. 1.019, III, NCPC)  Aplicação do art. 932, V, incisos, NCPC = destadecisão cabe Agr. Regimental (art. 1.021 NCPC) Relatório (art. 931 NCPC)  o relator pede dia ao presidente do órgão colegiado, pois o julgamento do AI depende de prévia inclusão em pauta, não pode ser colocado direto em mesa  O presidente do órgão marca o dia do julgamento ao ter vista do AI  inclusão do recurso em pauta  publicação (art. 935, § 2º, NCPC)  Julgamento exposição do relator  votação de 3 magistrados (art. 941, § 2˚, NCPC)  presidente do colegiado anuncia o resultado e designa o relator do acórdão (art. 941 NCPC)  lavratura do acórdão, ementa e dispositivo-Publicação (art. 941 NCPC)  Decorrido in albis os prazos para recorrer, ocorre à baixa do instrumento do agravo à vara de origem. (art. 1.006 NCPC).
* Nome técnico da resposta do agravo  contraminuta (prazo de 15 dias) com fotocópias de peças úteis ao julgamento do recurso
* Há sustentação oral em AI nos casos em que foi interposto contra decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou de evidência. (art. 937, VIII NCPC)
* O AI deve ser julgado antes da apelação (art. 946 NCPC).
* O AI não tem revisor.
OBS: O agravo de Instrumento é um recurso autônomo e por isso dispensa até mesmo a manifestação de recurso apelatório do agravante para ser julgado o agravo.
11. Recorribilidade
Do acórdão proferido no AI, em tese cabe: ED, RE, RESP.
Agravo Interno
1. Natureza jurídica
 Recursal por expressa previsão legal. Ex: art. 1.021 NCPC e arts. 25, 2º e 39 da Lei 8.038/ 90.
Sinônimos: agravo interno = “agravo” = agravinho = agravo inominado, agravo de mesa ou agravo por petição = agravo regimental.
 
2. Cabimento
2.1 Regra: É cabível para impugnar decisão monocrátiva proferida pelo relator com base no art. 932 NCPC. Mais especificamente, o agravo interno é recurso cabível contra decisão unipessoal de relator nos recursos ou nas causas de competência originária de tribunal de justiça, tribunal regional federal, Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal.[footnoteRef:2] [2: A única hipótese de cabimento de agravo interno para atacar acórdão decorre de uma atecnia praticada pelo relator. A situação é de oposição de embargos de declaração contra decisão monocrática do relator. Nesse caso, o relator deveria decidir os embargos monocraticamente. Imagine que, em vez de julgar monocraticamente, o relator submeta o recurso ao julgamento da turma. Nessa hipótese, é possível interposição para atacar decisão a decisão unipessoal, anomalamente integrada pelo acórdão dos embargos de declaração, com agravo interno.] 
Outra hipótese de cabimento do Agravo Interno será para atacar decisão proferida com base no art. 1.037, § 9˚, do NCPC. A previsão de cabimento nessa hipótese está no art. 1.037, § 13, II, do NCPC.
2.2 Exceções
As decisões monocráticas de inadmissão de RE, RESP e RO no 1º juízo de admissibilidade não ensejam agravo interno. Quanto a RE e RESP cabe AI do 544 CPC, e quanto ao RO cabe AI do art. 522, 524 e 540 CPC. Com o fim do duplo juízo de admissibilidade a exceção acima rasurada perde sentido. Vale dizer que, nas excepcionais hipóteses de juízo de admissibilidade em tribunal de origem, para o RE e Resp, a inadmissão será atacada por meio do recurso de agravo previsto no art. 1.042 do NCPC.
3. Tempestividade (art. 212 c/c art. 1.003, § 5˚, do NCPC) 
O artigo 1.070 do NCPC (Disposições Finais e Transitórias) estipula que o prazo para interposição do agravo previsto em lei ou em regimento interno passa a a ser de 15 dias úteis. Assim, estão revogadas as previsões de prazo de 5 dias nos art. 12, § 1º Lei 7347/ 85 e art. 39 da Lei 8038/90 , art. 4º § 3º da Lei 8437/92 e art. 4º, § 2º da Lei 9882/90. Também passa a ser de 15 dias úteis o prazo de 10 dias previsto no artigo 4º da lei 4.348/64.
* Prazo: 15 dias úteis. 
4. Regularidade formal (art. 1.021, §§ 1˚ e 2˚, do NCPC)
Petição (deve conter as razões recursais e o pedido. Sendo necessária a impugnação específica dos fundamentos da decisão monocrática agravada. É encartada nos próprios autos do processo em que proferida a decisão monocrática agravada) escrita endereçada ao próprio relator da decisão monocrática agravada, o qual será o relator do recurso perante o colegiado, além de proferir o primeiro voto.
5. Preparo 
O NCPC foi silente quando ao preparo do agravo interno. Assim, será possível que a legislação estadual estabeleça custas para interposição do agravo.
Vale lembrar que, na vigência do CPC/73, o agravo interno não estava sujeito a preparo.
6. Efeitos do Agravo Interno
Obstativo  pois não há a imediata formação da coisa julgada ou apenas da preclusão conforme o caso.
Retratação  o agravo interno é dirigido ao próprio prolator da decisão agravada. Antes de elaborar seu voto para a sessão colegiada, será dada a oportunidade de retratação.
Regressivo  por força do artigo 1.021, § 2º, do NCPC o Ag. Interno produz efeito regressivo.
Devolutivo  denegada à reconsideração da decisão monocrática pelo respectivo prolator o agravo interno é submetido ao colegiado ad quem competente. 
Translativo  se negativo o juiz de retratação, as questões de apreciação oficial são transferidas ao colegiado ad quem.
Substitutivo  o Ag. Interno produz efeito substitutivo em relação à decisão monocrática salvo quando o colegiado não conhece do recurso ou juízo de mérito, constata a existência de error em procedendo, com a cassação da decisão agravada.
7. Procedimento 
A possibilidade de sustentação oral no julgamento do agravo interno estava prevista no inciso VII do artigo 937 do NCPC. Entretando, esse dispositivo foi vetado, mantendo a situação de não possibilidade de sustentação oral nos julgamentos de agravo de internos.
No NCPC, existe previsão de apresentação de contrarrazões pelo agravado em respeito ao contraditório. Assim, a prática forense decorrente do CPC/73 foi superada com o advento do NCPC.
Mais uma inovação do NCPC: por força do art. 934 e art. 1.021, § 2˚, o presidente designará dia para julgamento, orndenando a publicação da pauta no órgão oficial.
o relator intima o agravado para manifestar-se sobre o recurso  Confirmada a decisão monocrática no juízo de retratação  o prolator da decisão deve apresentar os autos ao presidente para designação de dia de julgamento e inclusão em pauta  na sessão de julgamento, haverá a leitura do relatório  prolator da decisão agravada profere o 1º voto e é o relator do acórdão.  votação dos demais membros.
8. Multa processual e depósito recursal (art. 1.021, § 4º NCPC) 
Quando manifestamente inadmissível ou infundado o agravo interno interposto contra decisão monocrática do relator; a turma condenará o agravante a pagar ao agravado multa entre 1% e 5% do valor corrigido da causa, ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito do respectivo valor. 
Cuida-se, na verdade, de multa processual por litigância de má-fé (art. 80 e 81 do NCPC). Inclusive, a gratuidade de justiça não abrange o valor devido em condenação por litigância de má-fé.
9. Fungibilidade
Os embargos de declaração opostos contra decisão unipessoal podem ser recebidos e julgados como agravo interno. Para tanto, essa conversão do recurso interposto pela parte pressupõe que se dê a possibilidade de complementação (art. 1.024, § 3˚). Isso porque os pedidos feitos em um recurso de embargos de declaração são diversos dos pedidos feitos em um agravo interno.
10. Recorribilidade
Do acórdão proferido no julgamento do agravo interno cabe: ED, Em. de Divergência, RE, RESP e RO
Aula 12
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
1. Natureza Jurídica: Recurso
Os Embargos de Declaração são cabíveis contra qualquer decisão jurisdicional: Sentença, acórdão, decisão interlocutória proferia por juiz de primeiro grau e decisão monocrática de autoria de magistrado de tribunal.
Os Embargos de Declaração podem ser interpostos independentemente da natureza do processo (conhecimento, execução ou cautelar) ou do tipo do procedimento (comum, especial ou procedimento sumaríssimo).
Não cabe Embargos de Declaraçãocontra despachos de mero expediente, pois além da impossibilidade jurídica do art. 1.001 NCPC (não cabe recurso dos despachos de mero expediente), também não cabe por ausência de interesse recursal. Diante do despacho equivocado, basta a apresentação de uma simples petição com a indicação do erro cometido pelo magistrado.
2.Cabimento: É cabível para denunciar a existência de OMISSÃO, de CONTRADIÇÃO, de OBSCURIDADE ou CORREÇÃO de erro material do provimento jurisdicional
OBS: O cabimento consubstanciado na DÚVIDA foi abolido do CPC, porém resiste no diploma que trata do JEC.
Omissão Consiste no silêncio do órgão julgador sobre questão ou argumento suscitado pelas partes ou pelo MP. Também consiste na inércia do órgão julgador diante de matéria apreciável de oficio. 
Obscuridade Consiste no pronunciamento que não é claro, inteligível, compreensível. Pode ser ideológica ou material, sendo q primeira marcada pelo defeito na transmissão das idéias pelo julgador e a segunda, reside no vício formal do pronunciamento jurisdicional.
Ex: superposição de linhas em decisão impressa (obscuridade material) ou manuscritas pelo magistrado. 
Contradição Consiste na incompatibilidade entre proposições constantes do julgado, que são incoerentes entre si. Pode- se dar entre o relatório e fundamentação, entre a fundamentação e o dispositivo, entre o dispositivo e a ementa, bem como entre tópicos da ementa, da fundamentação do dispositivo e até mesmo do relatório. Podem constar de qualquer parte da decisão. 
3. Embargos de Declaração e Prequestionamento 
Súm. 356 STF: “O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos decl., não pode ser objeto de RE, por faltar o requisito do prequestionamento.”
Súm. 211: “é inadmissível RESP quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo tribunal a quo.”
4.Embargos Declaratórios contra decisão proferida em embargos declaratórios
Se for certo o cabimento de embargos contra decisão prolatada em embargos, também é correto afirmar que os segundos declaratórios dever ter como alvo o julgado proferido no primeiro recurso de declaração.
Súm 317 STF: “são improcedentes os embargos decl. quando não pedida à declaração do julgado anterior, em que se verificou a omissão.”
OBS: Tratando-se de matérias apreciáveis de oficio, é possível suscitar o tema ate mesmo em segundos embargos, ainda que não veiculado nos primeiros declaratórios. As outras matérias não (súm. 317 STF)
5. Cabimento e Juízo de admissibilidade 
Vícios 
- apontamento conhec. ou não
-existência ou não Mérito dos ED. (provimento ou não)
Os Embargos de Declaração são conhecidos quando o embargante aponta algum dos vícios previstos no art. 1.022 NCPC (omissão, contradição, obscuridade, erro material), apresentando as respectivas razões recursais. Já a existência, ou não, do defeito indicado configura o mérito dos embargos de declaração (provimento ou desprovimento).
 OBS: O não conhecimento dos Embargos Declaratórios não enseja efeito interruptivo para a interposição de qualquer outro recurso. Para interromper o prazo recursal os Embargos Declaratórios devem ser conhecidos. 
Tratando-se de segundos embargos ainda que versem sobre assunto que deveria ter sido veiculado nos primeiros embargos, o recurso deve ser conhecido. Na verdade, os segundos embargos são improcedentes (súm 317 STF), já que a ausência de omissão reside no mérito da causa. Sendo improcedentes os declaratórios, ocorre a interrupção do prazo recursal, já que houve o conhecimento.
6. Exceção do princípio da singularidade recursal
As decisões jurisdicionais podem ser impugnadas via recurso específico e por meio de embargos decl.. Tanto é possível a interposição simultânea como o oferecimento do recurso específico durante a interrupção. Na verdade, e é o que ocorre geralmente, o recurso específico também pode ser interposto após o término da interrupção, o que se dá com a intimação do julgamento proferido nos embargos de declaração.
7. Escopo do recurso. Possibilidade da modificação do julgado embargado
Os Embargos Declaratórios visam a complementar e aclarar a decisão embargada, produzindo apenas efeito integrativo. Sem dúvida, a finalidade principal do recurso de declaração é permitir o acabamento do julgado, a fim de que sejam aclaradas as obscuridades, eliminadas as contradições e supridas às omissões na prestação jurisdicional. 
No entanto, é possível que o recurso de declaração conduza à ALTERAÇÃO do julgado embargado (art. 1.024, § 4˚, NCPC). 
 
Além do efeito integrativo dos emb. decl., estes também podem produzir efeito modificativo (também chamado de infringente) quando verificada a existência de omissão, contradição e ate mesmo de erro manifesto na prestação jurisdicional. Na verdade, a ocorrência de fato superveniente também pode ensejar a modificação do julgado embargado (Ex: transação)
Erro manifesto quando pela incoerência de deixar substituir na decisão embargada equívoco apontado pelo embargante e perceptível pelo julgador. O princ. da econ. Proc. justifica a correção do julgado, a fim de se evitar o ajuizamento de futura ação rescisória.
OBS: São admissíveis emb. de decl, com efeitos modificados, com o objetivo de obter a homologação de transação celebrada posteriormente à apreciação do recurso, com o respectivo desfazimento do julgamento.
8. Princípio da complementaridade
Consiste na possibilidade de o legitimado que já interpôs recurso especifico complementar suas razões recursais, caso a decisão recorrida seja modificada ou completada, em decorrência do julgamento dos Emb. Decl.
9. Regularidade Formal
Os embargos decl. devem ser opostos por meio de petição escrita (exceção: JEC). Todavia, há exceção. Os ED contra decisão proferida nos JECs podem ser interpostos por petição ou oralmente, conforme a escolha do legitimado.
Não são admissíveis ED apresentados por simples cota nos autos.
OBS: A ausência de indicação do defeito conduz ao não conhecimento dos embargos por irregularidade formal do recurso.
A petição deve ser dirigida ao prolator da decisão ou ao relator, subscrita por advogado com instrumento ou mandato nos autos. Nada impede que a própria peça recursal seja instruída com a procuração ou com o substabelecimento.
10. Prazo recursal
Os Embargos Decl. devem ser interpostos no prazo de cinco dias contados da intimação da decisão.
O NCPC passou a considerar tempestivos os recursos apresentados entre a publicação e intimação da decisão. Assim, embargos de declaração opostos antes da intimação devem ser conhecidos. Na vigência do CPC/73, o entendimento era de não conhecimento dos embargos opostos antes da intimação.
OBS: Não é possível haver sustentação oral na sessão de julgamento de Agravo Interno e de emb. Declaratórios dos demais recursos pode, inclusive de ações originarias.
11. Preparo
Desnecessidade de Preparo
O recurso de Embargos de Declaração não está sujeito a preparo (art. 1.023 NCPC) 
12. Procedimento e Julgamento
A vista à parte contrária, antes do julgamento dos embargos de declaração, está prevista no § 2˚ do art. 1.023 do NCPC.
A competência para julgar Embargos Declaratórios é do órgão judiciário do qual a decisão embargada é proveniente. Com o NCPC, o princípio da identifidade física do juiz foi superado. Assim, não é necessário que o mesmo juiz decida os embargos de declaração, mas a decisão deve ser proferida no mesmo órgão prolator da decisão (competência absoluta).
Obs. * Embargos Declaratórios não dependem de prévia inclusão na pauta para serem julgados.
* Não há revisão no rec. de ED.
* Não há sustentação oral antes do julgamento dos EDs
* Salvo quando vencido, compete ao próprio relator dos ED redigir o acórdão.
OBS: O relator não tem competência para julgar isoladamente emb. decl. interpostos contra acórdão. A competência é do colegiado.
13. Da regra da interrupção do prazo recursal e da exceção da suspensão
Os Embargos Declaratórios não devem ser conhecidos nas hipóteses de intempestividade,de irregularidade de representação ou quando a parte sequer alega omissão, contradição ou obscuridade. Em tais casos, não interrompe o prazo recursal, não sendo vinculativa a decisão originária que tenha concluído diferente.
Obs. O efeito interruptivo dos ED não beneficia apenas o embargante. Também o embargado, o MP e até mesmo os terceiros prejudicados são beneficiados pela interrupção dos prazos para a interposição de outros recursos.
O outro recurso pode ser interposto durante a interrupção ocasionada pela interposição dos ED. Atenção!!! Os prazos para interposição de outros recursos só são interrompidos em virtude da apresentação de ED admissíveis. 
 
Exceção à regra da interrupção, é quando da interposição de ED contra sentença proferida em ação processada nos JECs que tão somente suspende o prazo recursal para a apresentação de outros recursos. O NCPC, nas disposições finais e transitórias, alterou a lei 9.099/95 para atribuir interrupção de prazo quando opostos embargos de declaração.
No dir. proc. civil moderno, a produção dos efeitos interruptivo não depende do provimento do recurso de decl., bastando o mero conhecimento. Também não estão condicionados à ausência de imposição de multa por intuito manifestamente protelatório, pois não é esta a pena. Basta, para a existência de interrupção, o conhecimento do recurso de declaração.
Vale a pena ler os parágrafos 4˚ e 5˚ do art. 1.024 que tratam do efeito infrigente dos embargos de declaração.
14. Da Multa Processual
O oferecimento de embargos com notório propósito de procrastinar o término do processo dá ensejo à aplicação de multa de até dois por cento sobre o valor atualizado da causa (art. 1.026, § 2˚, NCPC).
A apresentação de novos embargos declaratórios procrastinatórios conduz a elevação da multa a até dez por cento sobre o valor da causa, bem como obriga o embargante a pagar imediatamente o respectivo montante para interpor qualquer outro recurso, sob pena de não- conhecimento.
 
OBS: Não há soma da multa dos segundos declaratórios com a sanção imposta nos primeiros embargos. O que ocorre é a elevação do percentual da multa, e não soma como se fosse duas multas. Então, o percentual máximo no segundo recurso de decl. reside em dez, tendo em vista a inexistência de soma capaz de alcançar onze por cento.
OBS: Não há necessidade de que os segundos decl. configurem reprodução dos primeiros embargos para que ocorra o aumento na multa e se exija o recolhimento imediato. Basta que o propósito do novo recurso de declaração seja igualmente protelatório.
OBS: Nem mesmo o litigante que está sob o pálio da assistência judiciária gratuita fica dispensado do recolhimento da multa.
OBS: A multa imposta no primeiro recurso de embargos tido por protelatórios não precisa ser depositada desde logo para possibilitar a admissibilidade do recurso seguinte. Só e necessária a imediata demonstração do recolhimento da multa para a admissibilidade de recurso que tem como alvo o julgado condenatório por REINTEGRAÇÃO (segundos embargos) de embargos procrastinatórios. 
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Aula 09 
 
RECURSOS EM ESPÉCIES 
 
APELAÇÃO 
 
 
1. Noticia Histórica: É recurso advindo da “apellatio” romana. 
 
2. Conceito de Sentença e de Decisão Interlocutória 
 
Sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 
487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. 
 
Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se 
enquadre no conceito de sentença. 
 
 
OBS: Só há sentença diante da incidência total de alguma hipótese arrolada nos 
incisos dos artigos 485 e 487 CPC, se for parcial trata-se de decisão interlocutória. 
 
 
3. Conceito de Apelação 
 
“É o recurso cabível para se impugnar os atos do juiz que ponham termo ao 
procedimento, com ou sem julgamento do mérito; ou seja, serve para impugnar as 
sentenças definitivas ou terminativas”. (Fredie Didier). 
 
4. Regra do cabimento da apelação contra as sentenças em geral. 
 
Salvo disposição em sentido contrário, cabe recurso de apelação contra qualquer 
sentença, independentemente da natureza do processo (conhecimento ou execução) e do 
procedimento (comum ou especial) 
 
5. Cabimento da Apelação contra sentença que engloba questão incidental. 
 
Questões incidentais: requerimento de assistência judiciária; impugnação ao valor da 
causa; concessão de tutela provisória no bojo da sentença (art. 1.013, § 5˚). 
 
 
6. Exceções ao binômio sentença_ Apelação 
 
6.1 Causas internacionais. Art. 105, II, C CF; art. 539, II, b CPC e art. 37 da Lei Federal 
8038/ 90. 
A Lei 8038/90 que regulamenta os recursos para o STJ/ STF, ao referir-se a essa 
hipótese de cabimento de RO, prefere denominá-la de “Apelação”. 
Aspecto peculiar que diferencia o RO da apelação e do agravo é o quorum para 
julgamento. Os dois últimos são julgados com o voto de três juízes (art. 555 CPC) e o 
RO é julgado por uma turma no STJ, que é composta por cinco ministros e todos votam.

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