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Família e Sucessões

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Direito de Família e Sucessões
Efeitos Patrimoniais do Casamento
Regimes:
Comunhão:
- Parcial (regra geral) 
- Universal 
Separação:
- Convencional 
- Obrigatória (legal) 
Participação Final nos Aquestos 
Pacto Antenupcial 
· Contrato feito entre os noivos com o propósito de estabelecer o regime de bens que vigorará após o casamento 
· Antes do casamento (celebração / eficácia) 
· Instrumento público (cartório) 
· Capacidade das partes 
↳ O menor que se casa com autorização judicial não pode fazer pacto antenupcial 
↳ Caso seja autorização dos pais ou responsáveis, ai sim pode fazer o pacto antenupcial 
· Depois de celebrado, o pacto deverá ser registrado no Cartório de Registro de Imóveis, onde será a residência do casal, para dar publicidade e efeito erga omnis 
· Se for casar pelo regime regra, não precisa de pacto antenupcial, porém se quiser fazer, pode
· Posso alterar o regime de bens? Sim! Porem precisa ser feito judicialmente, ir no judiciário, pedir autorização, e deve ser de comum acordo
↳ Cartório só pode alterar quando chega a decisão judicial 
↳ Juiz tem que ver a motivação do casal para pedir a alteração do regime 
→ Art 2039 – Se for celebrado o casamento com o código de 16, a doutrina dizia que não poderia alterar o regime de bens, porém é norma benéfica, então deve aplicar a todos. 
↳ Ex: Me casei no regime obrigatório, posso mudar futuramente? A doutrina se posiciona dizendo que se a causa que gerou a separação obrigatória não esta mais presente, pode alterar (ex: casei com autorização judicial com 17 anos) 
Outorga Conjugal 
· Autorização Conjugal 
· Atos precisam de autorização do cônjuge (Art 1647)
· Quem casa pela separação não esta incluso no artigo 1647, só os de comunhão e participação 
· O cônjuge precisa dar autorização para uma segurança patrimonial, para impedir que você acabe com todo o seu patrimônio 
· Isso interfere no direito sucessório 
· Se tenho um imóvel adquirido antes da constância do casamento e quero vender depois de casar com o regime da comunhão, precisa da outorga do cônjuge 
· Se for realizado sem a outorga do cônjuge, a ação é anulável
↳ Prazo de 2 anos a contar da dissolução da sociedade conjugal (morte ou divórcio) 
↳Após 2 anos, convalida
· O que manda na regra da outorga? O regime! 
Regime da Comunhão Parcial de Bens 
· Antes do casamento os bens particulares não se comunicam
· Caso receba um bem a titulo gratuito, na constância do casamento, não comunica
· Caso seja a titulo oneroso, comunica sim 
· Divida anterior ao casamento, não comunica
Regime da Comunhão Universal de Bens
· A herança poderá ser incomunicável caso contenha cláusula de incomunicabilidade 
· Meação – 50% para cada
· A ideia é não ter bens particulares, e sim comunicar todo o patrimônio 
Separação Convencional 
· Absoluta 
· Não comunica patrimônio, porem não significa que não posso adquirir algo em conjunto 
↳ Se não estiver escrito que foi em conjunto, será necessário provar 
· Deve fazer pacto antenupcial 
Separação Obrigatória 
· A separação é obrigatória nos casos:
↳ Das pessoas que tiverem causas suspensivas;
↳ Pessoa maior de 70 anos;
↳ Todos os que dependerem para casar de suprimento judicial.
· Este regime é imposto, não escolhido. Imposição legal 
· A regra geral é a incomunicabilidade de todo o patrimônio, porém existem exceções 
· Súmula 377 do STF torna uma separação “parcial” e os bens se comunicam 
· Ex: Marido trabalhava, colocava tudo no nome dele e a esposa ficava sem nada
· Regime que pode comunicar patrimônio 
Participação Final nos Aquestos 
· Estrutura empresarial
· Aquestos: bens adquiridos a título oneroso na constância do casamento 
· Tem que esperar o casamento terminar para então comunicar
· Durante a constância do casamento, é como se fosse a separação e quando chega na dissolução é dividido para ficar equilibrado
· Prestar contas dos bens adquiridos 
· Os bens adquiridos a título gratuito são bens particulares 
· Caso tenha quitado dívida do outro ou do casal, pode abater 
· Os lucros e dividendos são iguais 
· Apura-se as dívidas, propriedade conjunta, participação que cada cônjuge possui em relação aos aquestos 
Dissolução da Sociedade e do Vínculo Conjugal
· Desquite é diferente de divórcio 
· Desquite é parecido com separação judicial 
· Dissolução da sociedade conjugal não dissolve o vínculo 
· Separação não possibilita novo casamento 
· Divórcio rompe o vínculo conjugal e pode se casar de novo
· Separação rompe a sociedade, divórcio rompe o vínculo 
· Na separação judicial tem sentença 
Separação Judicial 
· Convencional ou litigiosa
 Convencional
· A Convencional é mais amigável 
· Permite ser extrajudicial, a única diferença é que será feita no cartório, por instrumento publico 
· Se tiver menor ou incapaz (filhos) não poderá ser feito extrajudicialmente, pois o Ministério Público precisa estar presente 
 Litigiosa
· Não é de comum acordo
· Sanção: levar a juízo a culpa pela separação
· Violação dos deveres do casamento que torne a vida em comum insuportável 
· Caso estejam a mais de 1 ano separados, podendo provar por um dos cônjuges, o outro pode pedir separação 
· Pode também pedir caso o cônjuge esteja acometido de doença mental grave, manifestada após o casamento, desde que após uma duração de 2 anos seja comprovado que não tenha cura
União Estável
· Até 1977 a união estável era considerada concubinato 
· Porém concubinato não é a mesma coisa que união estável, é doutrinário, não legislado
· Concubinato puro: sem impedimento matrimonial 
· Concubinato impuro: com impedimento matrimonial 
· A lei quebrou o paradigma de que os separados judicialmente não podiam ter união estável 
· Os requisitos eram de relação de mais de 5 anos e ter filhos 
· Requisitos de união estável são: relação ser pública, duradoura, contínua, com objetivo de constituir família 
· Em regra, o impedimento matrimonial serve para a união estável 
↳ exceto separação de fato (física) ou separação judicial 
Efeitos 
· O estado civil de quem tem união estável é o seu próprio, ou seja, se é solteira, é solteira.. Se é divorciada, é divorciada. 
· Não pode pegar o nome do companheiro 
· Efeitos pessoais: dever de lealdade, respeito, assistência e de guarda, sustento e educação dos filhos 
· Efeitos patrimoniais: Comunhão Parcial de Bens 
· Contrato de União Estável pode estabelecer qualquer regime de bens, é como um pacto antenupcial 
· O contrato pode fazer por instrumento particular ou público
· Não é necessário o pacto antenupcial antes da união, pode fazer depois
· União Estável é mais informal, não tem a necessidade de um contrato 
· Se fizer o contrato é mais fácil de comprovar e assegurar seus direitos garantidos
· É possível converter a União em Casamento, porém as uniões com impedimentos não poderão ser convertidas
· Sucessão de União Estável é a mesma aplicada a cônjuges, pois definiu que o artigo 1790 é inconstitucional 
Filiação 
· A afetividade teve vez com a constituição de 1988 
· Podia se fazer adoção por escritura pública e era revogável 
Tipos de Filiação
· Natural: parto 
· Civil: adoção ou reprodução humana assistida 
↳ Não se pode fazer distinção entre filhos, sejam eles fora do casamento, adotados, etc
· Multiparentalidade: quando o individuo geneticamente é filho de X e Y, porem foi criado por X e Z. Pode colocar o nome de Z em sua certidão caso deseje. 
Reconhecimento
· Voluntário: personalíssimo e irrevogável 
· Judicial: por meio de DNA
Presunção 
Contestação de Presunção 
· Ação negatória de paternidade
· Como provar que o filho não é dele? Por todos os meios necessários 
· Não esta vinculado a fazer exame de DNA, pode se negar, porem é uma “prova”
· Ação anulatória de registro: busca um erro ou falsidade do registro
↳ Legitimidade: qualquer pessoa 
· Ação negatória de paternidade: busca contestar uma presunção 
↳ Legitimidade: quem sofre a ação, no caso o “marido” 
· É imprescritível 
Ação de Prova de Filiação 
· Reconhecer uma filiação sem documento, pois não tem 
· Muitas vezes o genitornão tem como comprovar
· Pede para juiz elaborar certidão 
· Suprir ausência de prova
· A qualquer momento, imprescritível esta ação 
· Legitimidade: do Filho 
Ação de Investigação de paternidade ou maternidade
· DNA
· Responsabilidade paternal / maternal 
· Verdade biológica 
· Legitimidade Ativa: compete ao filho
↳ Filho que vai investigar sobre o suposto pai
· Caso o filho seja menor, a mãe o representará
Averiguação Oficiosa de Paternidade 
· Na tentativa de evitar o reconhecimento judicial, tentaram encontrar um meio termo
· No cartório, a mãe fornece os dados do suposto pai, ira averiguar, mandar os dados para juízo competente
· Juiz vai mandar chamar o pai para confirmar e participar, porem esta ação não é litigiosa
· Possibilita o pai reconhecer voluntariamente
· Pai pode reconhecer ou não
· Se não reconhecer, arquiva a averiguação oficiosa 
· Caso não apareça, significa uma negativa, porém não é uma anuência 
· Ministério Público tem legitimidade para investigar a paternidade depois que o pai não comparece 
· Averiguação Oficiosa não é obrigatória 
· Todos os meios de prova são permitidos 
Adoção 
· Não se pode fazer distinção entre filhos adotados e originários 
· Adoção requer sentença 
· Reconhecimento no cartório 
· O Estatuto da Criança e do Adolescente é que rege a adoção 
· “Sai” da família antiga e é plenamente incluído na nova família 
· É parente de todos, é neto, é sobrinho, é filho
· Único efeito que fica com a família original: o impedimento matrimonial
· Novo registro, muda o sobrenome 
· Após transitado em julgado, não se pode voltar atrás, não pode devolver
· É burocrático e demorado
· Caso a criança seja “devolvida”, os antigos pais ficam responsáveis por alimentos até a criança ser adotada novamente + perdas e danos 
· Não existe limitação de idade para ser adotado 
· Ação de Adoção é de competência exclusiva da Vara da Infância e da Juventude (até os 18 anos) 
· Caso seja maior de 18 anos, a competência é da Vara da Família 
· Pessoa que vai adotar: ADOTANTE 
↳ deve ter no mínimo 18 anos, porem não tem idade máxima 
↳ Deve ter no mínimo 16 anos a mais que o ADOTANDO 
↳ Não tem distinção de estado civil 
↳Se for um casal, tem que estar casado/ união estável, precisa do vinculo 
↳ Divorciados ou separados podem adotar, porem deve ter dado inicio ao processo de adoção antes 
· Pessoa que é adotado: ADOTANDO 
· A adoção tem o intuito do bem estar do menor
· Juiz vai analisar a família, se tem condições financeiras, analisar o lar
· Ascendente não pode adotar descendente (ex: avó não pode adotar neto) 
· Irmão mais velho não pode adotar o mais novo 
· Lei diz que não pode mas STF entende que pode
Estágio de Convivência
· É necessário para que o juiz analise se há compatibilidade entre o adotante e o adotando 
· É obrigatório, porém pode ser “afastado” se a criança já se encontra com o adotante 
· No caso de adoção internacional, este período é obrigatório e tem que ser cumprido em território nacional. Não pode sair do Brasil sem a sentença transitada em julgado 
· É necessária a previa habilitação do adotante – o seu interesse é levado ao judiciário, passa por exames, palestras, e quando estiver habilitada o nome é incluído na lista nacional de adotantes
· Preferência de não separar irmãos 
· Muitas crianças que estão em abrigos não podem ser adotadas
· Ao fazer 18 anos, não é obrigado a sair do abrigo, porém caso se mostre independente financeiramente, pode sair 
· Consentimento do menor quando tem mais de 12 anos e dos pais do adotando se ainda não foram destituídos do poder familiar 
Adoção Internacional 
· Convenção de AIA é o estatuto que regula a adoção internacional 
· Países que fazem parte desta convenção tem maior facilidade para adotar 
· É mais burocrático que a adoção nacional 
· No Brasil é difícil pois as pessoas colocam um filtro nas crianças 
Efeitos da Adoção 
· Rompe os laços com a família anterior 
· Altera o sobrenome e o registro 
↳ No caso do menor, pode mudar o prenome 
· O adotado tem o direito de saber sobre seus pais biológicos, ter acesso aos seus documentos 
· Adoção é irrevogável, porém pode acarretar problemas e danos morais depois 
· Adoção Pós Mortem: pode acontecer caso o adotante tenha iniciado o processo antes de sua morte
Poder Familiar 
· O poder familiar nasce para o genitor a partir da sentença transitada em julgado 
· Era pátrio poder
· Poder familiar é decorrente de filiação 
· O que importa é ser pai/mãe 
· Conteúdo pessoal e patrimonial 
· Os pais administram o patrimônio, caso possuam algum 
· Pais tem direito ao usufruto deste patrimônio, caso administre
· Pode usar, porem não pode dispor 
· Usufruto é só para pai e mãe, se o menor estiver sendo tutelado, o tutor não poderá usufruir 
· Caso o pai ou a mãe seja remunerado pela administração, não podem usufruir do bem 
· Quem exerce poder familiar? Pai /Mãe 
· Poder familiar é diferente de tutela
· Quem esta sob as consequências do poder familiar? Os filhos menores (passou de 18 anos ou emancipou, já esta livre) 
· “Busca e apreensão de menor” – Buscar o menor de quem o ilegalmente o detenha – Legitimidade apenas dos pais 
Guarda Compartilhada / Unilateral
· Compartilhada não quer dizer que cada dia dorme na casa de um 
· As vezes mora com um dos genitores e tem a presença constante do outro em sua vida
· Ambos os genitores tem o mesmo direito 
· Guarda Unilateral também é possível, porem o juiz precisa analisar o caso concreto 
· Ambos os pais tem o mesmo direito na guarda compartilhada
· Não se perde o poder familiar 
Perda do Poder Familiar 
A perda do poder se dá por 3 tipos. 
Tipos
Extinção:
· Extingue-se por morte do filho ou de ambos os genitores
· Extingue-se por emancipação e maioridade 
· Também por adoção, a família antiga perde o poder familiar
Suspensão 
· A suspenção é provisória, pode voltar a situação de poder, porem naquele momento que está suspenso, não tem 
Destituição 
· Definitivo, não tem possibilidade de retorno por conta de algo por vontade própria 
· A extinção e a destituição, dependendo, pode colocar o menor para adoção. Na suspensão não. 
Famílias Substitutas 
· Guarda 
· Tutela
· Adoção 
· Se o menor estiver num lar dividido / problemático, tenta-se restituir o poder familiar e neste caso a adoção é a ultima hipótese 
· Extinção e Destituição só vem com sentença transitada em julgado, com procedimento próprio 
· Suspensão não tem prazo
· Todos estes mecanismos tem o mesmo intuito: cuidar do menor e seu bem estar 
Hipóteses de Perda do Poder Familiar 
· Castigar imoderadamente o filho 
· Abandono (seja patrimonial ou pessoal) {o filho deve estar matriculado na escola, se não estiver é considerado abandono}
· Praticar atos contrários a moral/bons costumes
· Incidir reiteradamente em causas de suspensão (é grave, muitas vezes não consegue reaver o poder familiar e perde a guarda) 
· Se houver destituição / extinção / suspensão não significa que não é mais pai / mãe. A pessoa ainda tem direito de interferir na educação, na criação, e continua tendo a obrigação de alimentos 
· Perda de poder não afasta responsabilidade 
Alimentos 
· Para aqueles que não conseguem prover o seu sustento sozinhos 
· Alimentos é tudo o que é necessário para viver com dignidade 
· Chegar num consenso e num valor dentro do aspecto social e econômico 
· Não existe valor mínimo e nem máximo
· O posicionamento jurisprudencial é de 30%, ou seja, 1/3 do salário 
· Binômio da necessidade e possibilidade 
· Os 30% não é taxativo 
· O poder familiar está atrelado a alimentos 
· Alimentos até concluir o ensino superior ou até que o juiz determine 
· Quem é o sujeito da obrigação de alimentos? Parentesco, Casamento, União Estável 
· Direito de alimentos é reciproco entre pais e filhos, a obrigação serve para ambos os lados 
· Não se pode cobrar nada retroativo, é do momento para frente
· Dívida de alimentos pode ser executada
· A pessoa que paga é o alimentante e a pessoa que recebe é o alimentado 
· Pode se executar a dívida com prisão 
· A obrigação pode ser complementadae mais de uma pessoa pagar a dívida
· Isto vai da pessoa mais próxima para a mais remota 
· Obrigação divisível, cada um fica responsável pela sua quota parte 
· No estatuto do idoso, a obrigação de alimentos é solidaria. Todos os filhos são obrigados. 
· Ex: se tem 3 filhos, pode requerer a parte faltante de um dos filhos dos outros 2 que pagaram, pois é solidário. 
· Pode se pedir exoneração ou revisão de alimentos pois a situação financeira mudou
Parentesco 
· Natural 
· Civil 
· Cônjuge não é parente 
Linha Reta 
· Ascendente e descendente 
· É infinita 
Linha Colateral 
· 2º grau: irmao
· 3º grau: tios e sobrinhos
· 4º grau: primos, sobrinhos netos, e tios avos 
Linha Colateral 
· 2º grau: cunhado 
· Filiação é a relação mais próxima (1º grau em linha reta ascendente ou descendente)
Sucessões 
· Evento morte 
· Direito sucessório não fala de pessoas vivas
· Desaparecimento não é morte
· Preciso do atestado de óbito para abrir o direito sucessório, é muito importante
· Morte presumida: quando vai pra guerra, desastres naturais, queda de avião, naufrágio
· Morte física: parada cardiorrespiratória, falência dos órgãos, etc
· Doação de órgãos precisa ser deixada por escrito, mas mesmo assim família precisa anuir. Caso não tenha anuência da família, não doa mesmo que expressamente escrito
· Comoriência: morte em conjunto, ao mesmo tempo, não necessariamente nas mesmas condições mas ao mesmo tempo
· Para que exista o direito sucessório, precisamos de 3 elementos: Morte, Patrimônio e Herdeiros (no caso sucessores)
· É preciso saber a exata hora da morte para saber o momento em que o direito sucessório abre 
· Mesmo que os sucessores não saibam da morte, os herdeiros já receberam o patrimônio (figurativamente) 
· Leva ao judiciário o instrumento legal para dar validade a algo que na verdade já aconteceu 
· Princípio de Saisine: não há necessidade de informar as partes que o patrimônio foi transferido, é automático 
· Aplica-se a lei no momento do óbito, não interessa se tem lei benéfica posterior
· Prazo para abertura do processo judicial (inventário, arrolamento) é de 60 dias a contar da data da morte 
· Direito não se perde caso não entre no prazo, porém tem uma sanção (multa) 
· Multa Estadual. Entre 60 dias e 180 dias, 10% do imposto a ser recolhido 
· Acima de 180 dias, 20% do imposto. 
· Tem correção monetária 
· O esquema é abrir, não precisa necessariamente terminar 
· Ordem de Vocação Hereditária:
1. Descendentes
2. Ascendentes 
3. Cônjuge/Companheiro
4. Colaterais ate 4º grau 
5. Poder Público (município) 
· O direito sucessório pode ser:
1. Legítimo ( lei )
2. Testamentário 
· Capacidade testamentária ativa: maior de 16 anos pode fazer testamento, é ato personalíssimo
· Testamento é disposição de última vontade
· Pessoa que morre e não fez testamento se chama AB INTESTATO 
· Para esta pessoa, aplica-se a sucessão legítima e a ordem de vocação hereditária 
· O grau mais próximo exclui o mais remoto
· Ex: exceção de cônjuge/companheiro que recebe junto com os ascendentes e descendentes 
· Descendentes, ascendentes e cônjuges são herdeiros necessários, que você não consegue afastar, tem direito independentemente da vontade do testador (autor da herança) 
· O herdeiro necessário tem direito a 50% no mínimo no direito sucessório 
· Parte Disponível é a parte que posso dispor, doar, faço o que bem entender 
· Parte Legítima é a parte que o herdeiro necessário tem 50% 
· Cônjuge é igual a companheiro, porém não é considerado herdeiro necessário 
· Se não tiver sucessor, vai para o estado 
· Estar no testamento ou na ordem de vocação não quer dizer que tenha capacidade sucessória
↳ Por isso a comoriência não permite direito sucessório 
· Quem tem capacidade sucessória? Vivo / Concebido no momento da abertura da sucessão 
· Quem tem capacidade testamentaria? Vivo / Concebido no momento da abertura da sucessão, pessoa jurídica ou prole eventual 
· Prole eventual (deixo para meus futuros netos... porém precisa nascer em até 2 anos da abertura da sucessão) 
· Não basta ter capacidade sucessória, existe a aceitação ou renúncia do direito sucessório, pois não se é obrigado a receber 
· A aceitação é presumida, porém a renúncia deve ser expressa
· Renúncia é feita por escritura pública ou por termos
· Aceitação e renúncia é total, não existe parcial 
· Patrimônio do falecido que será inventariado é chamado de espólio (massa patrimonial)
· Existe uma diferença entre espólio e herança. Espolio são bens indivisíveis, dívidas, patrimônio, tudo. Herança é a parte positiva que restou após a limpeza, tudo o que sobrou e que pode ser dividido.
· Legado: parte certa e determinada de um herdeiro testamentário
· O espólio se equipara a um bem imóvel e indivisível, pois não pode ser dividido antes do fim
· Exceção: pode tirar algo deste patrimônio para pagar o inventario, para que o bem não pereça 
Exclusão da Capacidade Sucessória 
1. Indignidade
2. Deserdação 
Indignidade
· Causa grave, vem por disposição de lei
· Tem que ter ação e sentença
· Caso exista o perdão expresso, a pessoa indigna pode receber a herança 
Causas que geram indignidade:
· Autores, coautores ou partícipes de homicídio doloso, ou a tentativa deste, contra o testador 
· Acusação caluniosa, crimes contra a honra do autor da herança
· Por violência ou meios fraudulentos, impedirem o autor da herança de dispor livremente de seus bens 
Deserdação 
· Só cabe para herdeiros necessários 
· Tem que ser expresso no testamento 
· Necessita ação 
· Herdeiro necessário + testamento + ação
· Não há determinação expressa de perdão no caso de deserdação
· Perdão pode ser anular o testamento 
· A causa precisa ser válida
Causas que geram deserdação:
· Autores, coautores ou partícipes de homicídio doloso, ou a tentativa deste, contra o testador 
· Acusação caluniosa, crimes contra a honra do autor da herança
· Por violência ou meios fraudulentos, impedirem o autor da herança de dispor livremente de seus bens 
· Ofensa física
· Injúria grave 
· Relações Ilícitas com padrasto/madrasta
· Desamparo do ascendente em grave enfermidade 
Direito de Representação / Estirpe 
· A pessoa que faleceu não tem cônjuge nem companheiro, deixou 3 filhos. Aí temos a figura dos descendentes. Cada filho tem 1 filho, então tem 3 netos. A ordem é de preferência dos filhos 
· Vou para ascendência se não tiver ninguém na descendência 
· Todos aceitaram e cada um recebe a sua quota hereditária, quota parte
· Recebe sua herança por direito próprio
· O 1 é prémoriente (que faleceu antes da abertura da sucessão) 
· Antes do pai falecer, o filho morreu
· Se formos aplicar a regra, o 2 e o 3 estavam vivos na época que o pai morreu
· Temos um direito de representação no caso de descendentes
· Alguém vai receber representando o lugar do outro 
· Chamada de estirpe também 
· Recebeu por estirpe ou representação 
· Receber em direito próprio: recebeu por ela mesma
· Estirpe: recebeu por outra pessoa
· Pensaríamos em dividir por dois, porém o descendente daquele que não está presente, vai representá-lo 
· Parente do prémoriente
· Continua dividindo por 3
· 2 e 3 vão receber por direito próprio
· O A vai receber por estirpe 
· Digamos que o 1 tenha deixado 2 filhos, então continua dividindo por 3, pois a cota é do representado
· Quando fazemos a representação, os representantes recebem a cota do representado
 
Requisitos da Representação: 
1- Só ocorre quando a lei determina 
2- O direito de representação sé atinge a linha descendente ou a colateral de 2º grau 
3- É necessário que exista ao menos 1 herdeiro do grau mais próximo 
4- A ausência (falta) do herdeiro representado pode ocorrer pela pré morte, indignidade ou deserdação 
· Obs: a renúncia não permite o direito de representação
· Ex: 3 filhos. 1 é pré morto. 2 é indigno e 3 é deserdado
· Cada 1 tem 1 filho e o 1 tem 2. Nenhum deles é possível ter direito de representação, mas a linha de netos acaba virando a linha mais próxima
· Teria que dividir o patrimônio por 4
· Ex: mesma coisa, porém o 2 segura o direitosucessório. 
· O a1 e a2 recebem pelo pai, o 2 recebe sozinho e o 3 recebe o filho dele, o C. O b não recebe porque o 2 segura o direito sucessório
· Renúncia não dá direito de representação
· Se renunciou, não tem direito e ele divide pelos restantes
· Então se não tiver ninguém na linha sucessória mais perto, mesmo que 1 deles tenha renunciado, vai para os netos e divide por 4
· Ex: pessoa não tem descendente, morreu sem deixar descendentes e não deixou cônjuge ou companheiro
· Faremos o direito sucessório com ascendente
· Porém não tem o pai, só a mãe e os 4 avós 
· Lei determina: descendentes e colateral de 2º grau, APENAS
· Ascendente não faz representação 
· Vai tudo pra mãe 
· Divide por 4 caso não tenha a mãe 
· Se não tiver um dos avós, tem problema 
· 50% do patrimônio para linha materna e 50% por parte paterna
· Ascendência eu sempre vou dividir por 2, para linha materna e linha paterna 
· Se não tiver linha paterna, a linha materna vai receber 100% da herança
· Ex: a pessoa tem cônjuge
· Apesar do cônjuge ser o terceiro na ordem , em alguns casos, ele concorre com o descendentes ou ascendente 
· Chama direito de concorrência
· X morreu e deixou o cônjuge
· Deixou também filhos. 3 filhos que são vivos no momento da abertura da sucessão 
· Se fôssemos pela ordem, pararia nos filhos 
· A depender do regime de bens, o cônjuge tem direito de concorrer com os filhos. 
· Então depende do regime de bens. 
· Não tem concorrência no regime da comunhão universal, regime da separação obrigatória e regime da comunhão parcial sem bens particulares ( aquele que não se comunica, os adquiridos antes do casamento e os herdados a título gratuito na constância do casamento) 
· A esposa recebe a título de meação, os filhos recebem a título de herança 
· 50% é dela, de direito 
· A mulher seria meeira 
· Quem recebe meação não volta pra receber a herança 
Concorrência 
· Separação convencional
· Comunhão parcial com bens particulares 
· Participação final nos aquestos 
· Na comunhão, tinha bens particulares, e o cônjuge vai ter direito em cima do bem particular, apenas. 
· Quando o cônjuge é ascendente dos descendentes, não pode receber menos de 1/4 , está é a parte reservada dele. Ele tem direito a no mínimo ¼ só pra ele 
· O mais próximo exclui o mais remoto
· Irmão pode ser bilateral ou unilateral
· O bilateral vale por dois e recebe o dobro da cota parte
· O unilateral recebe 2x enquanto o outro recebe x 
· A diferença é a sucessão entre irmãos, não filhos 
· No 3º grau, existe o direito de preferência 
· Vai chamar primeiro o sobrinho. Caso não tenha, vai chamar os tios 
· Se não tem tios, vai chamar primos, sobrinhos netos, e tios avós 
· Nesse caso não tem direito de preferência e todos recebem 
· Se não tiver nenhum parente, vai pro poder público municipal 
· Essa herança chama jacente ou vacante
· Jacência é o período que você fixa a herança, chama as pessoas, então toda herança que é vacante tem que ter jacência primeiro..
· Arrecada o patrimônio e fixa edital 
· Sobrinhos podem ser bilaterais e unilaterais também 
· Aplica a mesma regra, também para os irmãos 
Testamento
· Regras específicas: solene e formal
· Tipos: Testamento público, particular ou cerrado
· O público é o que faz no cartório, mais seguro, fica cópia do testamento no cartório, por isso o testamento é chamado de público, duas testemunhas, partes interessadas, 
· Pessoas cegas e analfabeta só podem fazer na forma pública com o tabelião 
· O particular é mais fácil, não precisa ser feito no cartório, porém é mais frágil, se pegar fogo e desaparecer, já era , não precisa pagar nada, pode fazer digitado ou de próprio punho e deve ter 3 testemunhas
· Não se decide nada antes de morrer
· Para ter eficácia precisa analisar se os elementos de validade estão presentes
· Manda chamar as testemunhas no particular para reafirmarem a vontade do testador, para confirmar que era aquilo que eles presenciaram
· Se faltar testemunhas pra confirmar, o juiz pode confirmar a validade ser entender que aquela era a vontade do testador
· Certo risco
· Diferença que no público não íntima nenhuma testemunha
· Testamento cerrado é híbrido, no meio do caminho, posso fazer particular e vou até o cartório reconhecer e “fechar” 
· Não vai transcrever, mas dirá que fulano compareceu tal dia, com tais testemunhas, e ele é lacrado, pois o conteúdo é sigiloso
· Requer um sigilo
· Tem apenas 1 cédula, se sumiu, não tem o que fazer
· Se abrir antes o testamento é considerado revogado, a não ser que o juiz entenda que não foi o testador, que foi alguém de má -fe
· Testamento é ato revogável por excelência. Quem pode revogar? O testador
· Revogar é se retratar, o que é diferente de anulação
· O ideal é revogar total, não parcial, porém é possível
· Fazer outro já fala que o último é o que vale
Diferença entre revogação e rompimento
· A revogação é personalíssimo e da vontade do testador
· Rompimento tá previsto na lei, perde eficácia, não pela vontade do testador, mas por causa prevista em lei
Ineficácia do testamento
· O que é relevante é a causa 
· Quando o testador não tem conhecimento de um herdeiro necessário, isso é motivo
· O herdeiro necessário pode surgir depois, rompe a eficácia do testamento na sua totalidade
· Vai presumir que se o testador soubesse ele não teria testado desse jeito
· Só é utilizado o rompimento se não tinha nenhum herdeiro necessário
· Se aparecer mais um herdeiro necessário não é causa de rompimento, só é causa se não tinha herdeiros necessários
· Rompe na totalidade
· Rompimento é diferente da redução das disposições testamentarias 
· Redução a gente só reduz, não torna nada ineficaz
· Vai diminuir o valor que foi testado a mais
· Se testou mais do que devia, tira e dá para os outros
· Não se tornou eficaz, só reduziu o valor
· Rompimento é terminativo, não tem nenhuma eficácia

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