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AULA 02- CONTRIBUIÇÕES DO SISTEMA NERVOSO

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CONTROLE DA 
APRENDIZAGEM MOTORA 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Tatiane Calve 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Contribuições do sistema nervoso central e periférico no controle motor 
A coordenação motora “é a padronização dos movimentos do corpo e dos 
membros relativamente à padronização dos eventos e objetos do ambiente” 
(Magill, 2000, p. 38). 
Para controlar o movimento, aprender e melhorar o desempenho na 
realização de habilidades motoras, o organismo utiliza informações intrínsecas 
e do ambiente. Assim, o conhecimento de como o sistema nervoso central é 
organizado e como o sistema sensorial utiliza as informações ambientais para 
controlar o movimento é importante para planejar e adequar a prática de 
habilidades motoras. 
Os sistemas nervoso central e periférico têm importante papel no controle 
e na aprendizagem motora, bem como para utilização de informações 
intrínsecas e extrínsecas ao organismo. 
Nesta aula, vamos discutir a função do sistema nervoso de receber, 
processar e planejar a execução dos movimentos; assim como o sistema 
sensorial tem por objetivo principal capitar as informações providas do 
organismo e do ambiente, para que os movimentos sejam executados de forma 
harmônica e precisa. 
Para isso, os temas abordados nesta aula serão: 
 Contribuições centrais no controle motor. 
 Receptores sensoriais. 
 Reflexos. 
 Feedforward e feedback. 
 Redundância e variabilidade motora. 
TEMA 1 – CONTRIBUIÇÕES CENTRAIS NO CONTROLE MOTOR 
Um bom desempenho no controle dos movimentos, ao executarmos 
diferentes habilidades motoras, seja em tarefas do dia a dia ou na prática 
esportiva, precisamos do bom funcionamento do sistema nervoso central (SNC) 
e sistema nervoso periférico (SNP). 
 
 
3 
Para compreender como o sistema nervoso comanda os movimentos das 
articulações e dos músculos, a seguir serão descritos os componentes desse 
sistema. 
Daremos início com a unidade funcional do sistema nervoso, o neurônio. 
O neurônio é formado por dendrito, corpo celular e axônio, e sua comunicação é 
feita por sinapses, como indicado na Figura 1. 
Figura 1 – Comunicação neural 
 
Crédito: Designua/Shutterstock. 
A seguir serão descritos os principais componentes do sistema nervoso 
central: 
1. Medula espinhal – é a estrutura que conecta o cérebro aos demais 
sistemas do corpo humano, por onde passam as informações periféricas 
(via aferente) e centrais (via eferente). A medula é dividia em segmentos 
(região cervical, lombar, sacral, caudal, raiz dorsal e ventral). 
 
 
4 
2. Encéfalo – é dividido em telencéfalo (cérebro), diencéfalo (tálamo e 
hipotálamo), mesencéfalo (teto), metencéfalo (ponte e cerebelo) e 
mielencéfalo (bulbo). O encéfalo é responsável por maior parte das 
funções do organismo, recebendo e processando as informações 
sensoriais, organizando e programando os movimentos a serem 
realizados. O cérebro também é responsável pela cognição, memória e 
funções vitais do organismo. As meninges (pia-máter, dura-máter e 
aracnoide) fazem a proteção dessa estrutura fundamental do organismo. 
Figura 2 – Medula espinhal 
 
Crédito: Alila Medical Media/Shutterstock. 
Em trabalho conjunto com o sistema nervoso central há o sistema nervoso 
periférico, cuja função é levar informações da periferia do corpo ao cérebro e 
informações do cérebro ao restante do corpo. Ele está dividido em: 
1. Sistema nervoso voluntário – informações nervosas que levam 
informações do sistema nervoso central aos músculos esqueléticos, para 
que possamos executar os movimentos, que podem ser voluntários ou 
involuntários. 
 
 
5 
2. Sistema nervoso autônomo – responsável pelo funcionamento dos 
músculos cardíacos, sistema endócrino e respiratório. Esse sistema é 
subdividido em simpático e parassimpático, com funções antagônicas, 
suas ações são controladas pelo SNC. 
Como podemos observar, tanto o sistema nervoso central quanto o 
periférico possuem relevante importância para a recepção, o processamento de 
informações intra e exteroceptivas, a programação e o controle das ações de 
órgãos e sistemas do organismo. 
Tratando-se de comportamento motor, o SNC, como citado, tem por 
função receber, processar, programar e enviar as informações para a execução 
dos movimentos. 
Antes de explorarmos o papel do córtex cerebral para essa função, de 
coordenar dos movimentos voluntários, por meio do processamento de 
informação, vamos explicar a ação motora involuntária que ocorrem em nível 
medular – o arco reflexo. 
O arco reflexo ou reflexo é a reação involuntária a impulsos nervosos de 
receptores sensoriais. Esses impulsos são direcionados à medula espinhal, a 
qual responde com impulsos nervosos que chegam aos neurônios motores, que 
acionam a contração muscular. Observe o esquema de arco reflexo na Figura 3, 
a seguir. 
Figura 3 – Arco reflexo 
 
Crédito: Ducu59us/Shutterstock. 
 
 
6 
O controle motor voluntário ocorre por dois caminhos distintos 
(mecanismos centrais e periféricos), que pode ser explicado pela Teoria Motora 
(Tani et al., 2010). 
A Teoria Motora enfatiza o uso do sistema nervoso central (SNC) para 
receber informações providas do organismo ou do ambiente, processar a 
informação recebida, integrá-la ao sistema nervoso, planejar e coordenar os 
componentes para que ação seja realizada pelo sistema efetor. Além disso, o 
SNC também é responsável pelo armazenamento das informações na memória 
de curto, médio e longo prazos, permitindo a aprendizagem do movimento. 
O uso de informação armazenadas no SNC para a comparação com o 
movimento que será realizado foi chamado de abordagem de processamento de 
informação, por Schmidt (2005). Com base nessa abordagem, o indivíduo deve 
utilizar as informações ambientais e compará-las com as informações 
armazenadas no córtex cerebral, e para programar e executar a melhor ação 
possível, de acordo com o as características da tarefa e do contexto – programa 
motor generalizado (Schmidt, 2005). Assim, nessa abordagem, o feedback se 
torna muito importante para que as informações sejam corretamente 
armazenadas e possam ser utilizadas para a realização de ações motoras 
futuras. 
TEMA 2 – RECEPTORES SENSORIAIS 
Como exposto, o controle dos movimentos, sejam involuntários ou 
voluntários, dependem da integração entre sistema nervoso e sistema sensorial. 
Assim, o desenvolvimento perceptivo motor é importante para o processo 
de controle dos movimentos, permitindo que o indivíduo receba, organize, 
integre e aprenda o significado das informações para formular as respostas 
apropriadas a cada estímulo recebido. Para isso, são utilizados os canais 
sensoriais exteroceptivos e intraceptivos, assim como a cognição, para 
interpretação das informações e sua aprendizagem do movimento voluntário. As 
percepções são divididas em percepção visual, auditiva, propriocepção, 
percepção tátil e percepção háptica. 
 Percepção visual – percepção que utiliza a modalidade visual para 
recepção das informações externar ao organismo. A percepção visual é 
dividida em: 
 
 
7 
 Fixação e acompanhamento – percepção de objetos estáticos (fixação) 
e de objetos em movimento (acompanhamento). 
 Percepção de forma – distinção de formas. 
 Percepção de profundidade – julgamento da distância de um objeto, 
tendo como ponto de partida a si mesmo. 
 Percepção figura-fundo – distinção de uma figura do seu fundo. 
 Percepção espacial – percepção de objetos no espaço ou de si mesmo 
no espaço. 
 Coordenação vasomotora – coordenação da visão com os movimentos 
do corpo. 
 Percepção auditiva – percepção que utiliza a modalidade auditiva para 
recepção das informações externar ao organismo e é dividida em: 
 Percepção figura-fundo auditiva – atenção e distinção entre sons. 
 Discriminação auditiva – distinção entre frequências e amplitudes de 
som. 
 Localização de sons – origem do som. 
 Coordenaçãoauditivo-motora – é a capacidade de coordenar estímulos 
sonoros com movimentos do corpo. 
 Propriocepção – compreende as capacidades perceptivo-motoras que 
reagem a estímulos sugeridos dentro do organismo, como estímulos 
sensoriais que provêm de músculos, tendões e receptores do sentido 
vestibular. 
 Percepção tátil – interpretação das sensações das superfícies 
cutâneas do corpo. 
 Percepção háptica – é a união entre cinestesia e tato com forma de 
exploração do ambiente. 
Dentre as mais variadas modalidades sensórias, as mais importantes para 
o controle motor são a propriocepção e a visão. As quais serão mais 
detalhadamente descritas a seguir. 
2.1 Propriocepção e controle motor 
A propriocepção está relacionada com a identificação sensório-receptiva 
das características dos movimentos dos seguimentos corporais e corpo como 
um todo (Magill, 2000). 
 
 
8 
As informações aferentes, enviam ao SNC, informações proprioceptivas 
sobre as características do movimento, tais como: 
 Orientação espacial. 
 Localização espacial. 
 Velocidade. 
 Ativação muscular. 
Dessa forma, a propriocepção é uma ferramenta sensorial fundamental 
para que o controle do movimento. O uso das informações proprioceptivas e 
cinestésicas, pessoas com baixa visão ou cegas, podem explorar o ambiente e 
os objetos, além de executar ações motoras de maneira extremamente 
coordenadas, sem a necessidade do uso da visão. 
Também é por meio do uso da propriocepção que fazemos inúmeras 
correções e ajustes na realização de habilidades motoras no dia a dia, como 
abotoar uma roupa, trocar a macha do carro, controlar a velocidade do carro, 
entre outras tarefas, sem precisar olhar para o seguimento corporal que está 
sendo utilizado no momento. 
2.2 Visão e controle motor 
A visão é a modalidade sensorial predominante entre os sistemas 
sensório-perceptivos para controle das ações motoras, pois há uma tendência 
de as pessoas utilizarem e confiarem mais nesse sistema. 
Magill (2000) indica que existem dois componentes da função visual, 
sendo eles a visão central (processamento de informações em uma pequena 
área) e a visão periférica (detecção de informações foram do alcance da visão 
focal). 
O papel da visão é importante para o direcionamento manual, preensão 
de objetos, locomoção e ações esportivas como salto e rebatida de objetos 
(Magill, 2000). 
2.2.1 Visão e direcionamento e preensão manual 
Para que as pessoas realizem tarefas de direcionamento manual é 
necessário que elas movam um ou os dois braços em direção ao objeto 
pretendido. Para que o alcance seja correto, com um movimento harmônico, a 
visão é utilizada em diferentes fases do direcionamento manual (Magill, 2000): 
 
 
9 
 Fase de preparação do movimento – nessa fase a pessoa utiliza a visão 
para determinar a distância e a direção em que tem que realizar o 
movimento. 
 Fase de voo – início do movimento em direção ao objeto desejado, é uma 
fase predominantemente balística e a visão é pouco importante. 
 Fase de conclusão – é a fase iniciada pouco antes de se alcançar o objeto 
e termina ao atingir o alvo. Nessa fase, a visão é importante para que a 
pessoa possa fazer ajustes necessários para que o alcance ao objeto seja 
realizado com precisão. 
A preensão engloba o alcance e o agarrar/pegar um objeto. A importância 
da visão para essa ação está no ajuste dos dedos, feito para agarrar o objeto de 
acordo com suas características de tamanho, peso e forma. 
2.2.2 Visão e locomoção 
Durante a locomoção, a visão tem o papel importante de detectar e evitar 
o contato com obstáculos. Assim, a visão permite a tomada de decisão de 
ultrapassar ou desviar de objetos, ou seja, informações sobre o tempo de 
contato. Dessa forma, a visão proporciona informações para que o indivíduo 
possa fazer ajuste de altura, largura e comprimento das passadas durante a 
locomoção. 
2.2.3 Visão e tarefas esportivas 
Em relação às tarefas esportivas, serão destacadas aqui três delas: o 
salto, a apreensão e a rebatida de objetos. 
Nos saltos, o papel da visão é fazer ajustes em relação a distância que a 
pessoa deseja alcançar com o salto. Para isso, é utilizada a variável óptica tau, 
que é o fluxo óptico decorrente da aproximação relativa em direção a um objeto, 
ou seja, a visão informa quanto tempo resta até o obstáculo ou objeto alcançar 
o plano do olho – tempo para colisão (TC) (Gibson, 1979, citado por Rodrigues; 
Schiavon; Macegoza, 2012). 
A apreensão de um objeto em movimento passa por três estágios: 
1. Movimentação dos braços em direção ao objeto. 
2. Adequação do tamanho da mão em relação ao objeto. 
3. O objeto é segurado pelos dedos. 
 
 
10 
Assim, a visão fornece informações antecipadas sobre o posicionamento 
espacial e temporal, para ajuste e controle dos seguimentos corporais que vão 
alcançar e agarrar o objeto. 
O mesmo ocorre com a rebatida de um objeto, por isso, a dica dos 
profissionais da área da Educação Física e treinadores é de sempre estar 
olhando para o objeto a ser rebatido. 
TEMA 3 – REFLEXOS 
Gallahue e Ozmun (2005) propõem um modelo de desenvolvimento motor 
durante o ciclo vital denominado de a ampulheta, no qual elencam a sequência 
das fases do desenvolvimento e explicam a influência da hereditariedade 
(fatores individuais) e do ambiente (fatores ambientais). A primeira fase proposta 
pelos autores é a fase reflexa. 
A fase motora reflexa é a base do desenvolvimento motor e é 
caracterizada por movimentos involuntários e respostas automáticas. Os 
reflexos primitivos de sobrevivência surgem na fase intrauterina e se estendem 
até o 12o mês de vida (Gallahue; Ozmun, 2005). Nessa fase, a decisão sobre o 
movimento ocorre na medula e não em nível cortical, e tem por objetivo colher 
informações do ambiente, buscar alimento e se proteger. A fase reflexa é dividida 
em dois estágios (Gallahue; Ozmun, 2005): 
1. Estágio de codificação das informações – estágio caracterizado por 
movimentos involuntários. Durante esse estágio, o reflexo serve como o 
meio principal pelo qual o bebê é capaz de colher informações, buscar 
alimento e se proteger por meio do movimento. 
2. Estágio de decodificação de informações – estágio de inibição gradual 
de muitos reflexos e desenvolvimento dos centros superiores do cérebro. 
os centros inferiores gradualmente abandonam o controle dos 
movimentos e são substituídos por atividades motoras voluntárias 
mediadas pela área motora do córtex cerebral. O estágio de decodificação 
substitui a atividade sensório-motora pelo comportamento perceptivo-
motor. 
Os movimentos reflexos são divididos em: 
 Reflexos primitivos de sobrevivência, utilizados para buscar alimento do 
ambiente e proteção do bebê. 
 
 
11 
 Reflexos posturais, movimentos precursores dos movimentos utilizados 
para o equilíbrio corporal e na locomoção. 
Além dos reflexos primitivos de sobrevivência, que são substituídos por 
movimentos voluntários, com o desenvolvimento e sofisticação do córtex 
cerebral, o organismo possui alguns sistemas de reflexo ainda na fase adulta. 
O movimento reflexo recebe estímulos sensoriais providos dos receptores 
musculares, articulares da pele, os quais são enviados para a medula espinhal, 
que recebe as informações sensoriais e envia os estímulos para os 
motoneurônios, para que haja a contração. 
Duas estruturas são de grande importância no reflexo, o fuso muscular e 
o órgão tendinoso de Golgi. 
O fuso muscular é responsável por realizar ajustes rápidos quando há 
estiramento muscular, sendo utilizado para manter o comprimento do músculo 
em um valor desejado. O órgão tendinoso de Golgi, localizado entre o músculo 
e o tendão, é importante para a atividade reflexa da unidade motora, sinalizando 
a tensão do músculo. 
Os reflexos são divididos em: 
 Reflexo monossináptico – são os arcos reflexos com duas ou mais 
sinapses do SNC. O exemplo mais comum dessetipo de reflexo é o 
reflexo de estiramento ou miotático. Esse tipo de reflexo também é 
responsável pelo tônus muscular. São exemplos de reflexo 
monossináptico, o reflexo de estiramento 
 Reflexo polissináptico – são os arcos reflexos com duas ou mais sinapses 
do SNC. O reflexo de retirada ou nocicepção são exemplos de reflexos 
polissinápticos. 
Esses reflexos são importantíssimos para evitar lesão nos músculos e 
bastante utilizados nas tarefas do dia a dia. 
TEMA 4 – FEEDFORWARD E FEEDBACK 
Magill (2000) conceitua habilidade motora como sendo uma ação 
muscular com um objetivo específico a ser alcançado. 
O organismo utiliza estratégias para controle do movimento, tais como 
ajuste antecipatório (feedforward) e compensatório (feedback) (Godoi; Barela, 
2002). 
 
 
12 
Feedforward é o mecanismo “desencadeado quando a perturbação é 
causada pelos movimentos do próprio indivíduo” (Godoi; Barela, 2002, p. 11). 
Esse mecanismo é acionado antes de a perturbação ocorrer, resultando em 
ajustes musculares que precedem e acompanham o movimento, ou seja, são 
ajustes que ocorrem de maneira “on-line”. Dessa maneira, o sistema antecipa as 
perturbações que podem ocorrer. 
O feedback ocorre quando a perturbação no sistema neuromotor ocorre 
pela influência de forças externas, ou seja, quando o sistema sensorial oferecer 
informações ao organismo e ele responde de forma adequada (Godoi; Barela, 
2002). 
A manutenção postural é uma ação motora que utiliza dois tipos de 
controle, sendo eles o feedforward e feedback. O ajuste postural antecipatório 
está associado com o objetivo de minimizar os efeitos de uma perturbação 
prevista. Já os ajustes posturais compensatórios estão relacionados com a 
ativação do músculo após a perturbação. 
TEMA 5 – REDUNDÂNCIA E VARIABILIDADE MOTORA 
“O termo redundância motora tem sido um antigo e reconhecido problema 
científico, o qual foi inicialmente postulado por um dos maiores cientistas do 
século XX, Nicholai Aleksandrovich Bernstein” (Oliveira; Shim, 2008, p. 10). 
Redundância remete a abundante, ou seja, no movimento humano, o SNC 
precisa selecionar, entre inúmeras possibilidades, um movimento que seja mais 
adequado para uma determinada tarefa. 
Oliveira e Shin (2008) indicam que esse problema tem sido historicamente 
investigado como um problema de redundância motora ou problema de 
Bernstein. 
Por volta de 1920, Bernstein observou esse fenômeno em seu famoso 
estudo com ferreiros profissionais que batiam com o martelo para moldar 
formões. 
A análise do movimento do ferreiro foi feita com a utilização de pequenas 
lâmpadas, posicionadas em pontos específicos do corpo do ferreiro. Assim, seu 
movimento pode ser fotografado, permitindo o cálculo do movimento das 
articulações do sujeito do estudo. 
 
 
13 
Figura 4 – Movimento fotografado para cálculo do movimento das articulações 
do sujeito do estudo 
 
Crédito: CC/PD. 
Os resultados obtidos por Bernstein, no experimento, indicaram que “a 
variabilidade da ponta do martelo ao longo de uma série de tentativas era menor 
do que a variabilidade das trajetórias das articulações do braço direito dos 
ferreiros” (Oliveira; Shim, 2002, p. 12). 
Assim, Bernstein considerou que as articulações corrigiam os erros na 
trajetória do braço do ferreiro, para que o martelo acertasse sempre o mesmo 
ponto. 
 Esses achados permitiram interpretar que o SNC busca diversas 
maneiras de controlar os seguimentos corporais, para que o desempenho seja 
satisfatório durante a realização de uma tarefa motora. Assim, podemos afirmar 
que os Graus de Liberdade (GL) disponíveis em um sistema são infinitos e que 
é necessário eliminar alguns GL redundantes no sistema. 
Na área do comportamento motor, a redundância é utilizada para explicar 
a performance na execução de tarefas motoras, com o controle de força 
muscular, ângulos articulares, entre outros componentes dos GL de um sistema. 
Porém, em diferentes contextos, a realização das tarefas motoras pode 
apresentar variabilidade, atrapalhando a performance motora. 
A variabilidade condicionada ao contexto pode ser: 
1. Anatômica – está relacionada com os Graus de Liberdade articular. 
2. Mecânica – está associada ao grau de ativação do músculo. 
 
 
14 
3. Fisiológica – são os ruídos no drive neural entre a emissão do comando 
cortical e cerebelar até o órgão efetor. 
Podemos citar, ainda, a variabilidade cinemática (variação de velocidade, 
tempo, espaço e aceleração na execução do movimento) e variabilidade de 
resposta (variação da posição final e tempo de movimento do resultado obtido 
na execução de uma tarefa). 
A variabilidade do sistema está muito presente na realização de tarefas 
motoras pelos iniciantes. Com o treinamento o organismo se adapta e a 
variabilidade diminui, dando lugar a automatização do movimento pelo processo 
de aprendizagem. Essa relação entre variabilidade, adaptação e aprendizagem 
é conhecida como atrator, ou seja, com a prática o sistema é levado a um estado 
atrator, em que o indivíduo realiza as tarefas motoras com menor variação na 
execução dos movimentos, cometendo menos erros, tendo melhor desempenho. 
NA PRÁTICA 
Vimos nesta aula que as informações sensoriais são fundamentais para 
que haja controle dos movimentos, na execução de uma ou mais tarefas. Com o 
processo de envelhecimento, há um prejuízo no controle postural dos idosos pela 
falha na recepção e processamento das informações sensoriais e, 
consequentemente, dificuldade na programação e execução das tarefas 
motoras. Assim sendo, qual é o papel do feedback e do feedforward no controle 
postural? 
Godoi e Barela (2002) explicam que o feedback (mecanismo 
compensatório) é desencadeado quando há ocorrência de perturbações no 
equilíbrio decorrentes de forças externas (escorregões, tropeços etc.). Assim, o 
organismo detecta as informações e reage com respostas para que o indivíduo 
possa manter a postura correta. Já o feedforward (mecanismo antecipatório) é 
desencadeado quando o desequilíbrio é causado pelo próprio indivíduo 
(fraqueza muscular, dificuldade visual) e, assim, o organismo faz ajustes para 
que não haja efeitos mecânicos da perturbação (Godoi; Barela, 2002). 
FINALIZANDO 
Foram abordados nesta aula a função do sistema nervoso de receber, 
processar e planejar a execução dos movimentos; assim como o sistema 
 
 
15 
sensorial tem por objetivo principal capitar as informações providas do 
organismo e do ambiente, para que os movimentos sejam executados de forma 
harmônica e precisa. 
Nesta aula, também foram abordadas as características dos mecanismos 
de feedforward e feedback e da variabilidade do sistema durante o processo de 
aprendizagem motora. 
 
 
 
16 
REFERÊNCIAS 
GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: 
bebes, crianças e adultos. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2005. 
GODOI, D.; BARELA, J. A. Mecanismos de ajustes posturais feedback e 
feedforward em idosos. Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 23, n. 3, p. 9-
22, maio 2002. 
MAGILL, R. A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo: 
Blucher, 2000. 
OLIVEIRA, M. A.; SHIM, J. K. Redundância motora: o problema de graus de 
liberdade na ciência do movimento humano. Rev. Bras. Cienc. Esporte, 
Campinas, v. 29, n. 2, p. 9-25, jan. 2008. 
RODRIGUES, S. T.; SCHIAVON, R.; MACEGOZA, J. O tipo de trajetória não 
afeta o controle visual da freada em ciclistas. Rev. Bras. Educ. Fís. Esporte, 
São Paulo, v. 26, n. 3, p. 473-83, jul./set. 2012. 
SCHMIDT, R. A., LEE, T. D. Motor control and learning: a behavioral 
emphasis. 4th ed. Champaign, IL, US: Human Kinetics, 2005. 
TANI, G. et al. Pesquisa na área de comportamento motor: modelos teóricos, 
métodos de investigação, instrumentos de análise, desafios, tendências e 
perspectivas. Rev. da Educação Física, UEM Maringá, v. 21, n. 3, p. 329-380, 
2010.