Buscar

CONJUNTURA BRASILEIRA - Resumo A2 - Leitor2

Prévia do material em texto

CONJUNTURA BRASILEIRA – Resumo matéria A2 2019 2 
Moeda 
Dinheiro, cheque ou cartões são aceitos por representarem um direito a bens e serviços 
no futuro. Não têm valor intrínseco, porém, são aceitos universalmente. 
As moedas são os ativos da economia que as pessoas usam para comprar bens e 
serviços. Tem liquidez máxima, pois podem se converter em outros bens de forma 
imediata. 
O escambo tinha o problema de alocar eficientemente, além do problema da 
coincidência de desejos. 
A moeda mercadoria tem um problema resumido em uma pergunta. Onde será 
estocada? 
As moedas metálicas são feitas de ouro, prata e cobre e quanto mais rara, mais valiosa. 
Porém esses itens têm recursos limitados. 
As características das moedas são: 
• Indestrutibilidade e inalterabilidade; 
• Homogeneidade; 
• Divisibilidade; 
• Transferibilidade; 
• Facilidade no manuseio e transporte. 
Já as funções clássicas da moeda são: 
• Meio de troca, sendo meio de pagamento ou meio de recebimento; 
• Unidade de conta, sendo um padrão de medida, com o valor dos bens 
podendo ser convertido em unidade monetária; 
• Reserva de valor, transferindo valor do presente para o futuro; 
• Liquidez de cada ativo, sendo considerada para decidir a forma como 
guardar o dinheiro. 
 
Tipos de Moeda 
Moedas mercadoria são aquelas que possuem valor mesmo que não sejam utilizadas 
como moeda. Diferentes mercadorias valiosas como metais preciosos, gado e sal já 
foram usados como moeda ao longo da história. 
Moedas fiduciárias são aquelas que não possuem valor fora do seu uso enquanto 
moedas. É o caso das moedas atuais, que não possuem qualquer lastro sob a forma de 
mercadorias. Elas são chamadas de fiduciárias por que seu funcionamento baseia-se em 
grande parte, na confiança das pessoas. 
 
Base monetária 
É a moeda em circulação. As notas de dinheiro emitidas pelo governo, e que se 
encontram com as pessoas, no caixa das empresas ou nas reservas dos bancos, são 
chamadas de base monetária do país. 
Os depósitos bancários disponíveis para saque imediato por parte do público, via cartão 
de débito por exemplo, são considerados moeda escritural ou bancária. Quem oferta a 
moeda são o banco central e bancos comerciais. 
 
A oferta monetária 
A oferta monetária numa economia é a soma dos valores dos ativos considerados 
moedas. Quanto menor a numeração, maior a liquidez. 
• M0 é o dinheiro que circula na economia. A quantidade de notas e 
moedas nas mãos de cidadãos, além do dinheiro que os bancos têm em 
caixa; 
• M1 é o depósito feito pelas pessoas, ou seja, a quantidade que os 
cidadãos têm facilmente acesso para gastar; 
• M2 são os depósitos existentes de curto prazo, sendo esses de até um 
ano; 
• M3 são os depósitos existentes à longo prazo; 
• M4 são os depósitos de estrangeiros e os depósitos dos ministérios do 
governo. 
O estoque de moeda é a base monetária somada aos depósitos nos bancos. 
Para que as pessoas demandam moedas? 
• Motivo de transação: Para aquisição de bens e serviços; 
• Motivo precaução: Incertezas em relação ao futuro; 
• Motivo especulação: Rendimentos com a compra de títulos. 
O que influencia o comportamento da demanda por moeda? 
• O aumento da produção de bens e serviços; 
• A taxa de juros; 
• A inflação. 
A velocidade de circulação da moeda é o número de transações liquidadas com a mesma 
unidade monetária. 
Juros 
A taxa de juros é a remuneração pela aplicação de recursos durante um determinado 
período de tempo. 
A taxa de juros nominal é o ganho monetário que se obtém em determinada aplicação 
financeira ou custo monetário de determinado empréstimo. 
A taxa de juros real é a taxa de juros nominal menos a taxa de inflação. 
O consumo das famílias é a disposição de adquirir um bem a prazo, a decisão de 
consumir e poupar. 
As empresas têm a decisão de investimentos. 
O lado do governo: altas taxas de juros elevam a dívida interna e consequentemente o 
déficit público. 
Contas externas: quando o país necessita de dólares, as taxas se elevam para atrair 
recursos do exterior. 
Alguns tipos de taxas de juros praticadas no mercado financeiro são: 
• TR, a taxa referencial de juros. A TR serve se referência para as 
transações financeiras realizadas no país. Atua como uma taxa básica de 
juros a serem praticados num período, sendo calculada pelo Banco 
Central. Essa taxa é utilizada em títulos públicos, poupança, seguros, 
pagamento a prazo; 
• TBC, a taxa básica do Banco Central. A TBC é usada nos empréstimos de 
liquidez dos bancos; 
• TJLP, a taxa de juros de longo prazo. A TJLP é usada pelo BNDES para 
empréstimos financeiros. Foi criada para estimular os investimentos no 
setor de infraestrutura e consumo, sendo válida para empréstimos à 
longo prazo para empresas com projetos industriais e geração de 
emprego; 
• SELIC é o instrumento mais importante do Banco Central do Brasil e é 
usada para manter o controle na emissão, compra e venda de títulos. O 
COPOM, que é o comitê de práticas monetárias, se reúne a cada 45 dias 
para fixar a meta Selic. 
A política monetária tem a função de controlar a oferta monetária e colocá-la no nível 
considerado adequado, sendo o Banco Central o responsável. Existem dois tipos de 
políticas monetárias, sendo elas: 
• Expansiva, quando é formada por medidas que tendem a acelerar a 
quantidade de moeda em circulação e baratear os empréstimos; 
• Restritiva, quando é um conjunto de medidas que tendem a reduzir a 
circulação de moedas e encarecer os empréstimos. 
Para a execução dessas duas modalidades de política monetária, existem alguns 
instrumentos clássicos, sendo eles: 
• Emissão de moedas fiat. O banco central emite as moedas fiat, as moedas 
sem lastro. Dessa forma o banco injeta ou retira moedas da economia de 
acordo com seus objetivos de política monetária; 
• Open Market. O open market é a compra ou venda de títulos públicos no 
mercado aberto; 
• Taxas de redesconto. São os juros cobrados dos bancos pelo empréstimo 
que faz ou toma deles. Essa é a taxa exigida pelo banco central para cobrir 
os eventuais buracos nos caixas e nos bancos comerciais. A taxa selic e 
CDI fazem esse papel, sendo esse o instrumento mais utilizado para 
realizar política monetária; 
• Taxa de juros interbancária. É a taxa pela qual os bancos emprestam 
dinheiro entre si; 
• Reserva compulsória. É um percentual de reserva exigido dos bancos, a 
parcela que o banco não pode emprestar. Não é a ferramenta mais forte, 
mas ajuda a aumentar o poder do banco central em relação ao combate 
à inflação. A quantidade de moeda que o sistema bancário gera com o 
dinheiro da reserva compulsória é o multiplicador monetário. 
 
Produção 
A produção são as atividades socialmente organizadas, visando a criação de bens e 
serviços destinados a satisfazer as necessidades humanas. Na produção é gerada toda a 
renda que será distribuída entre os agentes econômicos. 
São os fatores de produção: 
• O trabalho, representado pela letra L; 
• O capital, representado pela letra K; 
• Os recursos naturais, representados pelas letras RN. 
Agregados macroeconômicos são as análises de fatores referentes à geração de renda, 
produção de bens, uso dos recursos disponíveis ao comércio exterior e ao 
comportamento dos preços de uma série de itens base. O PIB é um dos principais destes 
agregados, sendo este o representante da produção de todas as unidades produtoras 
da economia de um país, em um período. 
A produção consiste em transações econômicas com valor de mercado. 
O valor adicionado é usado para calcular o que cada ramo da atividade adicionou ao 
valor do produto final, evitando então a dupla contagem. Sendo a fórmula: 
Valor Adicionado = Valor de Produção menos Consumo Intermediário. 
O PIB per capita divide o PIB pela população daquele período. É uma medida importante 
para analisar padrãode vida e desenvolvimento econômico. 
O PIB é o produto interno bruto, que mede o total do Valor Adicionado produzido por 
firmas operando no Brasil, independente da origem de seu capital. 
O PNB é o produto nacional bruto, o somatório de todas as riquezas produzidas por 
empresas pertencentes à um país. O PNB do Brasil é o conjunto de riquezas geradas a 
partir de produtos fabricados por empresas brasileiras, independente se atuarem aqui 
ou não. 
Se o recebimento for maior que o pagamento se entende que a renda líquida é recebida 
do exterior, o RLR. 
Se o recebimento for menor que o pagamento se entende que a renda líquida é enviada 
ao exterior, o RLE. 
O produto líquido é quando se desconta o valor da depreciação no valor do produto ou 
produção. Trata-se de um fundo para as empresas reporem seu capital. 
O PIB nominal é o valor do PIB à preços correntes, ou seja, no ano em que o produto foi 
produzido e comercializado. 
O PIB real é calculado à preços constantes onde é escolhido um ano base, eliminando 
assim, o efeito da inflação. 
 
Outras variáveis econômicas importantes são o desemprego e a inflação. 
Apenas aqueles que estão procurando emprego, são considerados desempregados. 
Porque se preocupar com o desemprego? 
• Pelo bem-estar dos desempregados; 
• Por sinalizar que a economia não está usando de seus recursos de forma 
eficiente. 
O deflator do PIB mede o preço médio dos bens produzidos enquanto o IPC, o índice de 
preços ao consumidor mede o preço médio dos bens consumidos e consequentemente 
o custo de vida. 
O IPC dá o preço de uma lista específica de produtos, na tentativa de representar a cesta 
de consumo de um consumidor. O principal uso desse índice é avaliar o poder de compra 
do consumidor. 
O IPCA é o índice nacional de preços ao consumidor amplo. Esse índice possui 
periodicidade mensal e tem como público as famílias com renda mensal entre 1 a 40 
salários mínimos. 
O IGPM é o índice geral de preços ao mercado. O IGPM é composto por outros três 
índices da FGV: 
• O IPA, índice de preços do atacado com 60%; 
• O IPC, índice de preços ao consumidor com 40%; 
• O INCC, o índice nacional de custos da construção com os 10% restantes. 
Os economistas se importam com a inflação por afetar o poder aquisitivo das classes e 
encarecer o produto nacional em relação ao produzido externamente. 
 
Taxa de câmbio e regimes cambiais 
Os pagamentos internacionais são feitos em moeda, e para isso é necessário que haja 
um mecanismo de transferência de recursos de um país para outro, assim como uma 
taxa de conversão de uma moeda para a outra. 
A taxa de câmbio é o preço em moeda nacional de uma unidade de moeda estrangeira. 
A elevação da taxa de câmbio representa a desvalorização do real. Já a redução da taxa 
de câmbio representa a valorização do real. 
A desvalorização cambial desestimula a importação e estimula as exportações. No 
mercado interno, encarece os bens importados e no mercado externo, barateia os bens 
que o país exporta. A valorização cambial tem o efeito contrário. 
Balança comercial é o termo econômico que representa as importações e exportações 
de bens entre países. Dizemos que a balança comercial de um país está favorável 
quando este exporta mais do que importa. Ao inverso, dizemos que a balança comercial 
está desfavorável. As vantagens da balança comercial favorável são atrair moeda 
estrangeira e gerar empregos no país exportador. 
O real desvalorizado tende a ser melhor nas exportações, por essas transações serem 
efetuadas em dólar, e pior para as importações por também serem efetuadas na moeda 
americana. 
O volume de importações depende da renda nominal interna e da taxa de câmbio real. 
Já o volume de exportações depende da renda do resto do mundo e da taxa de câmbio 
real. 
Com o aumento do dólar, o exportador brasileiro ganhou competitividade no exterior, 
pois produzir mercadorias em dólar ficou mais barato, mesmo que o preço em reais 
tenha se mantido constante. 
A taxa de câmbio nominal é relação direta entre uma moeda e outra estrangeira, usada 
em bancos e casas de câmbio. A taxa de câmbio real envolve em seu cálculo a influência 
da inflação no mercado nacional e no mercado estrangeiro. 
Se o câmbio real se elevar, houve depreciação da moeda, e os motivos são: 
• Aumento do câmbio nominal, ou seja, um dólar compra um número 
maior de reais; 
• Queda dos preços internos, ou seja, para um dado câmbio nominal o 
dólar tem maior poder de compra no Brasil; 
• Alta dos preços em dólar, ou seja, para o mesmo câmbio nominal, passa 
a ser mais interessante comprar no Brasil do que nos EUA por exemplo. 
A taxa de câmbio real é influenciada tanto pela inflação, ou seja, a valorização nos 
preços, quanto pela valorização ou desvalorização do câmbio. 
A inflação interna ocorre quando o produto de exportação fica caro e os produtos 
importados ficam baratos. Já a inflação externa encarece produtos importados e 
estimula exportações. 
A lei do preço único diz que quando há ausência de custos de transporte e as 
mercadorias são exatamente iguais, os preços deveriam ser iguais em qualquer parte do 
mundo. 
Preço em Reais = Taxa de Câmbio vezes Preço em Dólares. 
A paridade de poder de compra é o método alternativo à taxa de câmbio, para se 
calcular o poder de compra de dois países, ou seja, relaciona o poder aquisitivo de uma 
pessoa com o custo de vida local.