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Cardiopatias Profilaxia antibiótica Hemostasia Profa. Maria Lucia Zarvos Varellis • O sistema cardiovascular é formado pelo coração e vasos sanguíneos e tem por função o bombeamento do sangue e o transporte de gases e nutrientes pela corrente sanguínea até as células, bem como o transporte dos resíduos do metabolismo celular até os rins. • O sistema respiratório é formado pelas vias aéreas e pelos pulmões, e apresenta a função de respiração e hematose. Os dois sistemas orgânicos atuam em conjunto. • Pacientes com patologias cardíacas ou respiratórias frequentemente apresentam comprometimento do outro sistema. Cardiopatias mais comuns • Hipertensão arterial sistêmica • Infarto agudo do miocárdio • Arritmias • Doença cardíaca isquêmica • Angina do peito • Insuficiência cardíaca • Febre reumática • Endocardite bacteriana • Doenças congênitas. • As doenças respiratórias que interferem no tratamento odontológico são asma e doença pulmonar obstrutiva crônica. • Pacientes com intubação orotraqueal, ventilação mecânica e oxigenioterapia, com qualquer patologia de base, precisam ser monitorados pelo cirurgião-dentista. Cuidados necessários • A realização de procedimentos odontológicos nestes pacientes exige cuidados específicos. • Esses cuidados se baseiam no conhecimento da doença para: • utilização de profilaxia/terapia antibiótica • escolha do anestésico local - sais e vasoconstritores • prescrição medicamentosa • controle do sangramento pós-cirúrgico Doenças cardiorrespiratórias As doenças que os cirurgiões-dentistas devem conhecer são divididas em 3 grandes grupos: • hipertensão arterial sistêmica • doenças isquêmicas • insuficiência cardíaca Aferição dos sinais vitais • Pressão arterial, frequência cardíaca e frequência respiratória • Indicada na primeira consulta odontológica para se obter os valores basais do paciente. • Assume-se que, na anamnese, os níveis de estresse gerados pelo tratamento odontológico estão menores e que o valor da pressão arterial não terá alteração. • A partir da segunda consulta, é imperativo fazer nova aferição sempre que o tratamento exigir anestesia local. • A medição pode ser realizada com qualquer modelo de aparelho, desde que esteja calibrado, no mínimo, uma vez por ano. Doença cardíaca isquêmica Compreende um grupo de doenças resultantes do desequilíbrio entre o suprimento limitado de oxigênio ao miocárdio e a demanda de oxigênio para que o músculo exerça suas funções. As mais comuns são a angina de peito, o infarto agudo do miocárdio, as arritmias, a insuficiência cardíaca congestiva e a morte súbita. Angina do peito Define-se como um tipo de cardiopatia isquêmica transitória sintomática, na qual o músculo cardíaco precisa de mais oxigênio para realizar uma determinada função do que o aporte que recebe. As causas podem ser obstruções totais ou parciais das artérias coronárias, deficiência no transporte de oxigênio e perfusão inadequada das artérias coronárias, entre outras. Clinicamente o paciente apresenta dor ou sensação de compressão no peito. Sintomas COMPRESSÃO NO PEITO ESTRESSE EMOCIONAL, EXERCÍCIO FÍSICO DOR RETROESTERNAL - OMBROS, BRAÇOS, MANDÍBULA CURTA DURAÇÃO - 3 A 5 MINUTOS Angina do Peito • história, prova de esforço, arteriografia Diagnóstico médico • leve - 1 crise/mês • moderada - 1 crise/semana • grave - crises diárias Classificação Angina do Peito Tratamento • Controlar peso, parar de fumar, reduzir estresse • Nitroglicerina sublingual (0,3 a 0,6 mg) • Isordil sublingual • Propanolol • Bloqueadores de canais de cálcio Angina do Peito Tratamento - efeitos colaterais • Cefaléia • Hipotensão postural • Alterações ritmo cardíaco • Agravamento broncoespasmo • Doença cardíaca congestiva • Edema periférico • Hiperplasia gengival Angina do Peito Complicações • Evolução para infarto do miocárdio • Mortalidade de 4% /ano • Obesidade • Hipercolesterolemia • Diabetes • Fumo • Angina durante o tratamento odontológico Angina do Peito Princípios gerais do tratamento odontológico: • Bom relacionamento com paciente consultas de curta duração • Profilaxia com nitroglicerina • Técnicas de sedação • Hospitalização • Modificação no plano de tratamento Angina do Peito Angina leve • Tratamento normal, com ou sem sedação Angina moderada • Tratamento normal • Médico • Nitroglicerina e sedação Angina grave • Planos de tratamento menos complexos • Nitroglicerina, sedação, atendimento hospitalar Angina do Peito Crise aguda no consultório • Sinais e sintomas • Dor no peito • Fraqueza • Dispnéia • Apreensão • Aumento PA e taquicardia • Sudorese Tratamento Odontológico • É considerado um estresse físico e emocional para o organismo. • O sistema cardiorrespiratório é exigido de modo semelhante a uma situação de esforço e precisa de um maior aporte de oxigênio para suprir essa demanda. • Como prevenção, usa-se o oxigênio por cateter nasal, na dose de 3l/min durante todo o atendimento. Infarto agudo do miocárdio • Ocorre quando o coração, devido ao suprimento limitado de oxigênio, teve parte de seu tecido necrosado. • Pacientes infartados recebem os mesmos cuidados e as mesmas considerações dos pacientes com angina, desde que seu infarto tenha sido, no mínimo, há 6 meses e o quadro esteja estável durante todo este tempo. • Pacientes infartados há menos de 6 meses precisam de atendimento odontológico sob anestesia geral. Infarto do miocárdio • Lesão irreversível do miocárdio oriunda de isquemia prolongada • Aterosclerose • Incidência • 1,3% pacientes > 30 anos • 10% pacientes > 40 anos Infarto do miocárdio • Dor no peito irradiada - área subesternal ou pré cordial • Falta de ar • Palpitações • Náusea • Vômito • Angústia Infarto do miocárdio Complicações - Arritmias - Insuficiência cardíaca congestiva - Angina Fator de risco mais importante nas cirurgias - Arritmias durante anestesia e estresse - Recidiva do infarto - 6 meses - Morte Infarto do miocárdio Tratamento odontológico - História detalhada - Infarto mais recente - Presença de patologias cardiovasculares: arritmia, angina, insuficiência cardíaca congestiva hipertensão, hipercolesterolemia - Médico Infarto do miocárdio Tratamento odontológico • Até 6 meses após infarto • Conduta conservadora • Consultas curtas • Tratamentos simples • Abaixar níveis de estresse • Anestésico sem vasoconstritores • Casos urgentes - ambiente hospitalar Infarto do miocárdio Tratamento odontológico • Até 12 meses após infarto • Conduta conservadora • Consultas curtas • Abaixar níveis de estresse • Sedação complementar • Consultas pela manhã • Adiar intervenções moderadas e extensas Infarto do miocárdio Tratamento odontológico • Após 12 meses do infarto • Conduta conservadora • Procedimentos cirúrgicos simples • Abaixar níveis de estresse • Sedação complementar • Intervenções moderadas e extensas - ambiente hospitalar Profilaxia antibiótica • A profilaxia antibiótica é definida como o uso de antimicrobianos para prevenir infecções em situações clínicas de alto risco. • É um regime de antibiótico, de dose única e alta miligramagem, usada antes de procedimentos cirúrgicos odontológicos, em pacientes de alto risco para endocardite infecciosa. Endocardite Bacteriana • Infecção das válvulas cardíacas ou das superfícies endoteliais do coração • 10% mortalidade • Formação de coágulo estéril de fibrina e plaquetas nas superfícies danificadas do coração, em pacientes suscetíveis. O trombo age como núcleo de proliferação bacteriana. • Manipulação dentária - bacteremia passageira Endocardite Bacteriana Pacientes de risco - cardiopatias valvulares reumáticas - estenose aórtica em pacientes idosos - insuficiência aórtica - cardiopatias congênitas - válvulas protéticas - endocardite prévia EndocarditeBacteriana Complicações - incompetência vascular - insuficiência cardíaca congestiva - abscessos do miocárdio - complicações embólicas - rins, cérebro e baço - formação de complexos imunes - artrites e glomerulonefrite Endocardite Bacteriana Esquema padrão - American Heart Association - Amoxilina (2mg) - 4cp de 500 mg 1 hora antes da intervenção - Eritromicina, azitromicina ou clindamicina Quando prescrever? • A avaliação para se definir o uso ou não da profilaxia antibiótica baseia-se no princípio “tipo de paciente x procedimento x risco de bacteremias”. • O tipo de paciente inclui pacientes com patologias que geram um fluxo sanguíneo turbulento; os procedimentos de risco são os que geram sangramento por manipulação tecidual; o risco de bacteremia ocorre em até 30 minutos do sangramento inicial. Endocardite infecciosa • Trata-se uma doença grave, ameaçadora à vida, apesar de incomum. • Sabe-se que algumas patologias cardíacas predispõem o paciente à esta infecção, quando estes pacientes sofrem bacteremias de origem bucal. • Pode-se definir bacteremias como a invasão de grande quantidade de microrganismos em um curto espaço de tempo. • As bacteremias que predispõem à endocardite infecciosa são as de origem odontogênica, genitourinária e gastrointestinal por terem flora microbiana capaz de provocar infecção no coração Endocardite infecciosa • Tende a ocorrer muito mais por exposições frequentes a bacteremias aleatórias associadas a atividades diárias do que por bacteremias associadas aos procedimentos odontológicos, gastrointestinais e genitourinários. • Por isso se discute na literatura se existe uma validade clínica desta prescrição. Os comitês internacionais chegaram a um consenso sobre o uso restrito da profilaxia antibiótica. Endocardite infecciosa • A manutenção de ótima saúde bucal e higiene deve reduzir a incidência de bacteremias decorrentes das atividades diárias e é mais importante que a profilaxia antibiótica prévia a procedimentos odontológicos. • Esta afirmação deve ser entendida no contexto geral de pacientes e aplicada com cautela aos pacientes de alto risco para esta infecção. O consenso internacional é de que a profilaxia deve ser realizada: - Em pacientes de alto risco para endocardite infecciosa; - Em procedimentos odontológicos que resultem em bacteremias. Condições cardíacas de alto risco de endocardite bacteriana após procedimentos odontológicos 1. Válvulas cardíacas protéticas ou material protético usado para reparo de válvulas cardíacas 2. História prévia de endocardite infecciosa 3. Doenças cardíacas congênitas (DCC) 3.1 DCC cianótica não-reparada, incluindo casos com shunts e condutos paliativos 3.2 Defeito cardíaco congênito completamente reparado com material ou dispositivo protético, se colocados por cirurgia ou intervenção com cateteres, durante os primeiros 6 meses após o procedimento 3.3 DCC reparada com defeitos residuais no sítio ou adjacente a ele, de um curativo ou dispositivo protético (que inibem a epitelização) 4. Pacientes que receberam transplante cardíaco e desenvolveram valvulopatia cardíaca Doença cardíaca de alto risco • Para que uma patologia cardíaca seja considerada de alto risco, ela precisa favorecer um fluxo sanguíneo turbulento. • Este fluxo provoca traumas no endotélio dos vasos sanguíneos e remoção de células que, junto com as células sanguíneas e fibrina, formam um trombo endocárdico não-bacteriano (TENB). • O trombo tem afinidade, ou tropismo, pelas válvulas cardíacas e se instala nelas. Este é o local de risco para endocardite infecciosa, pois as bactérias que entram na corrente sanguínea no momento da bacteremias, colonizam o TENB e provocam endocardite infecciosa. • Por isso, é razoável afirmar que as patologias sem fluxo sanguíneo turbulento não apresentam um risco aumentado para endocardite infecciosa. Procedimentos odontológicos que exigem profilaxia antibiótica Todos os procedimentos odontológicos que envolvem manipulação de tecido gengival, ou da região periapical dos dentes, ou perfuração da mucosa bucal. Os procedimentos que não exigem profilaxia são: anestesia dental através de tecido não infectado, radiografias dentais, instalação de prótese removível ou de aparelho ortodôntico, ajuste de aparelho ortodôntico, colagem de braquetes ortodônticos, esfoliação de dentes decíduos, sangramento dos lábios e mucosa bucal por trauma. Prescrições de profilaxia antibiótica Situação Medicamentos Adultos Crianças Uso por via oral Amoxicilina 2 g 50 mg/kg Impossibilitado de usar a via oral Ampicilina 2 g IM ou IV 50 mg/Kg IM ou IV Cefazolina / Ceftriaxona 1 g IM ou IV 50 mg/Kg IM ou IV Alérgico à penicilina - uso por via oral Cefalexina 2 g 50 mg/kg Clindamicina 600 mg 20 mg/Kg Azitromicina ou claritromicina 500 mg 15 mg/Kg Alergico à penicilina - impossibilitado de usar a via oral Cefazolina / Ceftriaxona I g IM ou IV 50 mg/Kg IM ou IV Clindamicina 600 mg IM ou IV 20 mg/Kg IM ou IV • A presença de focos infecciosos na cavidade bucal é a maior evidência de um fator de complicação pós-operatória. • As bacteremias odontogênicas aumentam significativamente na presença destes focos infecciosos, como na doença periodontal, lesões endodônticas, lesões bucais traumáticas e infecciosas. • Embora a ocorrência de bacteremias seja relatada com mais frequência durante a realização de procedimentos odontológicos, estas ocorrem com frequência similar durante hábitos de higiene oral e mastigação. • Por esses motivos, é recomendável, a averiguação da saúde bucal, com a intervenção do cirurgião-dentista para a eliminação dos focos infecciosos e controle intensivo de higiene oral dos pacientes internados, previamente a procedimentos cirúrgicos em cardiopatas ou não, visando a diminuir as complicações perioperatórias. Refluxo positivo durante técnica anestésica alveolar inferior. Nota-se o sangue dentro do líquido anestésico após a introdução da agulha nos tecidos Métodos hemostáticos e controle do sangramento trans e pós-operatório • A hemostasia é o processo pelo qual o organismo mantém o sangue líquido dentro dos vasos sanguíneos. • Para o funcionamento normal do corpo, é preciso que o sangue esteja livre de coágulos, porém, em caso de rompimento do sistema vascular, o processo de coagulação precisa ser imediatamente ativado. • A hemostasia é diretamente dependente dos processos de coagulação primaria, secundaria e retração do coágulo. • Como os pacientes cardiopatas são frequentemente medicados com antiagregantes plaquetários e anticoagulantes, um resumo da coagulação sanguínea faz- se necessário e pode ser visto no fluxograma da figura https://www.youtube.com/watch?time_continue=236&v=e4cQw70owYA&feature=emb_logo https://www.youtube.com/watch?time_continue=236&v=e4cQw70owYA&feature=emb_logo • A coagulação sanguínea pode acontecer por via intrínseca, que ocorre no interior dos vasos sanguíneos, ou por via extrínseca, quando o sangue extravasa dos vasos para os tecidos conjuntivos. • Neste caso, a avaliação do paciente é realizada pelo exame clínico, exame radiográfico e pelo coagulograma. • Para avaliar a hemostasia primária, o exame mostra o número de plaquetas. No caso apresentado está 150 mil, dentro dos valores de referência. Aqui o resultado é quantitativo e não qualitativo. • O paciente apresenta o número correto de plaquetas porém, pelo uso de ácido acetilsalicílico 100 mg diário, a função de agregação plaquetária pode estar comprometida. • A avaliação da agregação plaquetária se faz pelo tempo de sangramento. Do valor de referencia apresentado pelo laboratório, de 4 a 8 minutos, o paciente apresenta a primeira parada de sangramento com 1 minuto e 30 segundos. • Entende-se que o tempo de sangramento está normal. A literatura mostra uma discussão a esse respeito quando o paciente será submetido a cirurgias com exposiçãode osso cortical e medular. • O valor do exame pode não ser representativo do sangramento ósseo. • Nesses casos, o cirurgião-dentista deve se preparar com métodos hemostáticos locais no trans-operatório • A avaliação da hemostasia secundária começa com o tempo de protrombina, que é ativada na via comum da cascata da coagulação, após a ativação do fator X. • A protrombina será convertida em trombina, que ativará o fibrinogenio em fibrina. O tempo mostrado é de 12,2 s. O controle é de 12 s. A relação TP/CN é a divisão do valor do paciente pelo controle fornecido pelo laboratório. • Se o valor desta razão for de 0,8 a 1,2 significa que o paciente tem de 80% a 120% da função da protrombina e pode ser submetido a procedimento cirúrgico. TP e TTPA • Tempo de protrombina. O tempo de protrombina (TP) ou tempo de atividade da protrombina (TAP) e seu derivado índice internacional normalizado, também conhecido como razão normalizada internacional (IIN, RNI ou INR), são medidas laboratoriais para avaliar a via extrínseca da coagulação. • Tempo de tromboplastina parcial ativada. Tempo de tromboplastina parcialmente ativada também conhecida pelas siglas KTTP, PTT, TTPA ou TTPa, é um exame laboratorial que avalia a eficiência da via intrínseca na medição da formação do coágulo de fibrina • A mesma avaliação se faz no tempo de tromboplastina parcial ativada, parte da via extrínseca da cascata da coagulação. No caso clínico, o paciente apresenta a relação TTPA/controle de 1,04, valor normal para a realização de cirurgias. RNI ou INR Tempo de protrombina (TP) ou tempo de atividade da protrombina (TAP) e seu derivado índice internacional normalizado, também conhecido como razão normalizada internacional (IIN, RNI ou INR), são medidas laboratoriais para avaliar a via extrínseca da coagulação. • O RNI (relação normalizada internacional) ou INR (international normalized ratio) é um dos métodos de controle mais importantes. • Para a atuação odontológica, o ideal é que este controle seja realizado, no mínimo, 24 horas antes de procedimento cirúrgico. • Se o INR < 2,5, não é necessário suspender o uso de anticoagulante oral para realização de procedimentos cirúrgicos simples como exodontias de 1 ou 2 dentes por técnica fechada, cirurgias gengivais e procedimentos de raspagem e alisamento periodontais. • Quando o INR ≥ 2,5 ou quando os procedimentos planejados tiverem maior extensão, discutir com o médico responsável a possibilidade de diminuir os efeitos anticoagulante pré- operatório. • Com a diminuição ou não do efeito anticoagulante, é importante ter métodos hemostáticos locais durante a intervenção cirúrgica. Eles substituirão partes das hemostasias primária e secundária. • Para a exodontia dos dentes 34 a 37 o procedimento começou com a anestesia local: mepivacaina 2% com adrenalina 1:100.000, na dose de 3,6 ml, o equivalente a 2 tubetes anestésicos. A escolha dos sais e vasoconstritores está na seção de anestesia local. • Em seguida, foi realizada sindesmotomia com sindesmótomo. Observa-se sangramento leve, compatível com a hemostasia normal. A partir desta etapa, foram realizadas as luxações das raízes com alavancas apicais e apexo. Os alvéolos foram parcialmente preenchidos de sangue. • Coágulo formado corretamente no alvéolo do dente 34; parcialmente formado no 35 e sem coagualação do 36 e 37. O sangramento dos alvéolos dos molares está aumentado em relação à normalidade. • No alvéolo do dente 37, o sangramento foi maior do que o normal e foi necessária medidas locais para controle da hemostasia. Para este controle, tem-se 3 opções principais: esponja de fibrina, subgalato de bismuto e cera para osso. • A espoja de fibrina é usada como o principal método hemostático local em alvéolos. É feita por fibrina, com poros que imitam uma rede. Auxilia na hemostasia porque permite que as plaquetas se agreguem a sua estrutura, favorecendo um local para posterior deposição de fibrina. Esponja de fibrina Subgalato de bismuto • Outra opção para pequenos sangramentos oriundos de tecidos moles. • É um pó de cor levemente amarelada que, quando colocado sobre o tecido mole sangrante, se une ao sangue da região e faz hemostasia. Sua ação é na coagulação do sangue dos capilares terminais. • Subgalato de bismuto, em pó, para hemostasia do tecido mole vestibular. Nota-se uma parte do pó amarelado no fundo de vestíbulo e uma parte do pó sobre a gengiva vestibular. Pode-se comparar o aspecto com e sem sangue associado ao hemostático. • Para hemorragias ósseas, a indicação é de cera pra osso. Foi criada com base na cera de abelha, primeiro “biomaterial” hemostático usado em cirurgias ósseas. É uma cera, de consistência firme, levemente amarelada, que se coloca firmemente no local do sangramento e a deixa na região durante o tempo de coagulação, na média, 6 minutos. Em seguida, perfura-se a cera para que entre sangue na cavidade. O restante da cera fica no alvéolo e será reabsorvido. Cera para osso parcialmente posicionada dentro do alvéolo. Ela será pressionada contra a estrutura óssea para realizar a hemostasia. • Os métodos hemostáticos podem ser usados isoladamente ou em conjunto. • Em seguida, termina-se a cirurgia com a sutura para coaptação das bordas de tecidos e retenção do coágulo. • Os antibióticos habitualmente utilizados na profilaxia de endocardite infecciosa (amoxicilina, eritromicina) em procedimentos odontológicos podem interferir no metabolismo de anticoagulantes orais. Os pacientes usuários de anticoagulantes devem ser orientados ao possível aumento de sangramento e fazer controle de INR se necessário. Não é necessária a alteração do regime de anticoagulante quando for utilizada dose única de antibiótico profilático. Dúvidas?
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