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Medição de Vazão Prof. Dr. Conan Ayade Salvador Prof. Dr. Leonardo Duarte Batista da Silva UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DISCIPLINA: IT 503 – FUNDAMENTOS DE HIDRÁULICA Seropédica - RJ Introdução e Princípios Básicos; Propriedades Físicas dos Fluidos; Estática dos Fluidos; Hidrodinâmica; Medição de Vazão; Condutos Forçados; Bombas Hidráulicas; e, Condutos Livres. Programa da Disciplina Escada hidráulica Hidrometria; Medição direta da vazão; Vertedores; Flutuador; Venturi; Tubo de Pitot; Orifícios e Bocais; Calhas medidoras (Parshall e WSC); e Medidores eletromagnéticos. Tópicos da Aula É a parte da Hidráulica que estuda os métodos de medição da vazão, aplicados a condutos forçados como também a condutos livres. Tais medidas são realizadas para diversos fins, dentre eles pode-se citar: o abastecimento de água, lançamento de esgotos, instalações hidrelétricas, obras de irrigação, defesa contra inundações, entre outros. Podem ser divididos em três grupos: métodos diretos; métodos baseados na relação área-velocidada; e , médotos que empregam uma contração da seção de escoamento. Hidrometria Medição Direta da Vazão Método volumétrico: Consiste na determinação do tempo necessário para encher um recipiente de volume conhecido. Este método é aplicável a pequenas vazões (Q 10 L s-1); devem ser feitas pelo menos três medições do tempo e trabalhar com o valor médio. 𝑄 = 𝑉𝑜𝑙 𝑡 Q – vazão, m3 s-1; Vol – volume do recipiente, m3; e, t – tempo, s. 𝑄𝑚𝑒𝑑 = 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3 3 Exemplo 2: Vazão em sulco de Irrigação A – 4 cm ; b – N.A.; c – fundo do sulco; d- trincheira; e – recipiente; f – calha ou cano; g- dique Exemplo 1: Vazão em canalizações de pequenos diâmetros. Método Gravimétrico: Consiste na pesagem de um determinado volume de fluido coletado em um determinado tempo. Hidrômetro: São aparelhos empregados para à medição da quantidade de água que escoa em intervalos de tempo longos. Utilizados em instalações prediais e industriais. Medem até 800 L s-1. 𝑄 = 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 = 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝛾 𝑥 𝑡 Q – vazão, m3 s-1; peso - N; γ – peso específico, N m-3; e, t – tempo, s. Medição Direta da Vazão Vertedores Denomina-se vertedores a equipamentos simples, que nada mais são do que aberturas feitas na parte superior de uma parede ou uma placa, através da qual escoa o líquido cuja vazão se quer medir (PERES, 2006). São utilizados para a medição e controle da vazão de pequenos cursos d’água, canais, nascentes, e galerias (Q ≤ 300 L s-1); extravasadores de barragens; decantadores e ETA; ETE. Partes constituintes: d ≥ 4H Distância desde o fundo do canal até a soleira do vertedor = altura da soleira (p); Profundidade do curso d’água a jusante do vertedor (p’); Lâmina de água acima da soleira do vertedor = carga hidráulica (H). AZEVEDO NETTO et al. (1998). Classificação dos vertedores: Vertedores 1. Quanto a forma: (b) (a) 2. Quanto a altura relativa da soleira: (a) simples: retangular, triangular, trapezoidal, circular, entre outros; (b) compostos: seções simples combinadas. (a) vertedores completos ou livres (p > p’); (b) vertedores incompletos ou afogados (p < p’); Vertedores Vertedores completos ou livres (p > p’): o lençol cai livremente à jusante do vertedor, onde atua a pressão atmosférica. Esta é a situação que tem sido mais estudada e deve por isso ser observada quando na instalação do vertedor; Vertedores incompletos ou afogados (p < p’): situação que deve ser evitada na prática, devido a existência de poucos estudos sobre elas. AZEVEDO NETTO et al. (1998). Legenda: a) lâmina livre (w = Patm); b) lâmina deprimida (w < Patm); c) lâmina aderente; d) lâmina afogada. Nas situações b e c as vazões são superiores à prevista pelas fórmulas indicadas. Classificação dos vertedores: Vertedores 3. Quanto espessura (natureza) da parede (e): (a) parede delgada: a espessura não é suficiente para que sobre ela se estabeleça o paralelismo das linhas de corrente (e < 2/3 H); (b) parede espessa: a espessura é suficiente para que sobre ela se estabeleça o paralelismo das linhas de corrente (e ≥ 2/3 H). (b) (a) e < 2/3 H mais usado na prática. Classificação dos vertedores: Vertedores 4. Quanto ao comprimento da soleira: (a) vertedor sem contração lateral (L = B); (b e c) vertedor com contração lateral (L < B). Configuração das linhas de corrente: mais usado na prática. Vertedores Equação geral da vazão para vertedores de parede delgada: Considere-se um vertedor de parede delgada e seção geométrica qualquer (retangular, triangular etc.), conforme a Figura abaixo: Após dedução obtêm-se: 𝑄 = 2 2𝑔𝐶𝑄 𝑥(𝐻 − 𝑦) 1 2 𝑑𝑦 𝐻 0 (1) Vertedores Sabe-se que: Vertedor Retangular de parede delgada (sem contração lateral): 2L)y(fx H 0 21 Q dy)yH( 2 L Cg22Q (2) Substituindo (2) em (1): dyyHLCg H Q 0 21)(2 Fazendo: dudyuyH Quando: 0uHy uH0y (3) 23 H o 2/3H 0 210 H 21H 0 21 H 3 2 23 u duu)du(udy)yH( Substituindo (4) em (3): (4) 232 3 2 LHCgQ Q Considerando CQ = 0,623, tem-se: 𝑄 = 1,838𝐿𝐻 3 2 O valor de CQ é função de H e de P, o qual foi estudado por vários pesquisadores (Bazin, Rehbock, Francis e etc.) (Equação de Francis) Vertedores Quando a velocidade de aproximação não for desprezível (área do canal ˂ 6.H.L), deve ser utilizada a seguinte equação: Vertedor Retangular de parede delgada (sem contração lateral): 𝑄 = 1,838 𝐿 𝐻 + 𝑉2 2𝑔 3 2 − 𝑉2 2𝑔 3 2 (Equação de Francis) V – velocidade de aproximação da água no vertedor. Vertedor Retangular de parede delgada (com contração lateral): Quando o vertedor possui contração lateral é necessário fazer correção no valor de L, ou seja: 𝐿′ = 𝐿 − 𝑛. 𝐶′. 𝐻 L’ – largura corrigida do vertedor; L – largura real do vertedor; n – número de contrações; C’ – fator de contração (0,1 – faces e soleiras vivas; 0 – faces e soleira de bordas arredondadas); e, H – carga hidráulica. Vertedores Vertedor Retangular de parede delgada (com contração lateral): Assim: 𝑄 = 1,838𝐿′𝐻3 2 (Equação de Francis) Na falta de maiores informações, pode-se tomar CQ = 0,60, valor este dado por Poncelet, ficando a fórmula para vertedores com duas contrações laterais escrita como: 𝑄 = 1,77𝐿𝐻3 2 OBS.: 1. Nesse caso da equação acima não é necessário correção das contrações; 2. Quando L ≥ 10H a correção do efeito da contração deve ser desconsiderada. Vertedores Vertedor Triangular de parede delgada: São vertedores precisos para medir vazões de 30 L s-1, embora tenham bom desempenho para medir descargas de até 300 L s-1 (PERES, 2006). Considerando a equação (1) – equação geral da vazão para vertedores de parede delgada: 𝑄 = 2 2𝑔𝐶𝑄 𝑥(𝐻 − 𝑦) 1 2 𝑑𝑦 𝐻 0 Substituindo-se o valor de x, tem-se: 𝑄 = 2 2𝑔𝐶𝑄 𝑦 tan 𝜃 2 (𝐻 − 𝑦)1 2 𝑑𝑦 𝐻 0 Após integração, tem-se: 𝑄 = 8 15 2𝑔𝐶𝑄 (tan 𝜃 2 )𝐻5 2 Fonte: irrigacao.blogspot.com.br (UNESP- Ilha Solteira) Vertedores Vertedor Triangular de parede delgada: O CQ pode ser encontrado em tabelas, em função de θ, H e P. Na falta de maiores informações pode-se adotar como valor médio CQ = 0,60. Se θ = 90°, tg θ/2 = 1, e a equação anterior pode ser simplificada para: (Equação de Thompson) 𝑄 = 1,40𝐻5 2 θ 20° 40° 60° 80° 90° CQ 0,592 0,582 0,578 0,578 0,579 Fonte: SHEN (1981) apud PERES (2006) OBS: Para pequenas vazões, o vertedor triangular é mais preciso que o retangular (aumenta o valor de H a ser lido quando comparado ao retangular). Para maiores vazões o triangularpassa a ser menos preciso pois qualquer erro de leitura é afetado pelo expoente 5/2 (CARVALHO, 2011). Vertedores a b Figura. Efeito do formato do vertedor: a) triangular; b) retangular. Vertedores Vertedor Trapezoidal de parede delgada (Cipolletti): São os mais utilizados para medir a vazão de canais de irrigação. O seu tipo mais comum é o vertedor Cipollette, cuja característica principal é apresentar o talude das faces inclinadas de 1:4 ( 1 horizontal : 4 vertival). Segundo especialistas, este arranjo tem a função de compensar, e até mesmo anular o efeito da contração lateral da lâmina ao escoar sobre a crista. A vazão é dada pela soma das vazões do vertedor retangular e triangulares: 2 5 Q 2 3 Q H 2 tgCg2 15 8 LHCg2 3 2 Q 21 2 3 QQ LH 2 tgC L H 5 4 Cg2 3 2 Q 21 CQ 2 3 QLHCg2 3 2 Q Experimentalmente obtêm-se CQ = 0,63, assim: 𝑄 = 1,86𝐿𝐻 3 2 Vertedores Cipolletti considerou: CQ = 0,63; 0,08 < H < 0,6 m; H < L/3; p > 3H; largura do canal (B) > 7H; e, largura de cada contração > 2H. 𝑄 = 1,518𝐷0,693𝐻1,807 Vertedor Circular : Vertedor Trapezoidal de parede delgada (Cipolletti): Mais eficiente para pequenos valores de H; Fácil construção e instalação; Não requer nivelamento da soleira; Pouco empregado. Q – vazão, m3 s-1; D – diâmetro, m; e, H – carga hidráulica, m. Vertedores Vertedor Retangular de parede espessa: Tem espessura suficiente para que se estabeleça o paralelismos entre as linhas de corrente, o que confere uma distribuição hidrostática da pressão. Segundo o Princípio de Bélanger, a altura sobre a soleira se estabelece de maneira a produzir uma vazão máxima. Aplicando Bernoulli entre (0) e (1) para a linha de corrente AB, chega-se a: 𝑄𝑡ℎ = 𝐿 2𝑔 𝐻ℎ 2 − ℎ3 1 2 Bélanger observou que: ℎ = 2 3 𝐻 Assim, para um fluido real: 𝑄 = 0,385 2𝑔𝐶𝑄𝐿𝐻 3 2 Observações empíricas levam a um CQ = 0,91, tem-se : 𝑄 = 1,55𝐿𝐻3 2 Esse vertedor, geralmente, compõe uma estrutura hidráulica (como, vertedor de barragem). Vertedores Recomendações de instalação e operação: Deve-se escolher um trecho do canal retilíneo à montante, com pelo menos 20 H de comprimento; na prática, pelo menos 3 metros; A altura da soleira deve ser, no mínimo, igual a 3H (permite velocidade de aproximação = 0); e da face a margem deve-se ter a distância mínima de 2H; A soleira deve estar em nível, e apresentar corte em bizel a jusante; A veia líquida deve ser livre; A carga H deve ser medida a montante do vertedor a uma distância de 5H a 10H. Na prática se adota uma distância de 1,5 m; A relação H/L < 0,5. Fonte: irrigacao.blogspot.com.br (UNESP- Ilha Solteira) Exemplo 1: Um canal de seção quadrada (1m x 1m) a água escoa com uma velocidade média de 0,45 m s-1 e apresenta uma carga hidráulica de 0,5 m, em regime permanente uniforme. Pretende-se instalar nesse canal um vertedor retangular com duas contrações , cuja profundidade da soleira será de 0,7 m. Qual a largura mínima deverá ter a soleira para que o canal não transborde? Vertedores Método do Flutuador Medição do flutuador em que: 𝑣 – velocidade média corrigida; 𝐴 – área média da seção, m; Escolher um trecho retilíneo do rio e que tenha seção constante; Marcar uma distância de no mínimo 10 m; Medir a área da seção do rio; Lançar o flutuador e cronometrar o tempo para percorrer a distância demarcada; Calcular a vazão pela fórmula. Esse método presta-se somente para um estudo preliminar da vazão devido a sua incerteza. 𝑄 = 𝑣 . 𝐴 Método do Flutuador Determinação da velocidade média corrigida (𝑣) Canais com paredes lisas (cimento) 𝑣 = 0,85 a 0,95 . vteste Canais com paredes pouco lisas (terra) 𝑣 = 0,75 a 0,85 . vteste Canais com paredes irregulares e vegetação no fundo 𝑣 = 0,65 a 0,75 . vteste vteste = 1 3 ( 𝐿 𝑡1 + 𝐿 𝑡2 + 𝐿 𝑡3 ) em que: L – comprimento, m; e t – tempo de percurso do flutuador, s. Método do Flutuador Determinação da seção média do curso d'água (𝐴 ) n hh n hh n hh nn Largura . 2 Largura . 2 Largura . 2 A 12110 Medidor Venturi Venturímetro é uma peça especial, colocado em linha na canalização, utilizado para medir vazão em condutos forçados. A instalação do Venturi deve ser precedida de um trecho retilíneo de pelo menos 6 vezes o diâmetro. Aplicando a equação de Bernoulli nas entrada do veturímetro (1) e na sua garganta (2), chega-se a seguinte equação: divergente garganta convergente AZEVEDO NETTO et al. (1998). Medidor Venturi AZEVEDO NETTO et al. (1998). 𝑄 = 𝐶𝑑 . 12,35 . ℎ 1 𝑑 4 − 1 𝐷 4 Q – vazão, m3 s-1; Cd – coeficiente de descarga (0,98), adm; D – diâmetro da entrada, m; d – diâmetro da garganta, m; h – diferença de pressão entre os pontos, m . D d h D 1 d 1 g21) γ γ ( 4 π CQ 44 1 2 d Exemplo 2: Pelo venturímetro esquematizado na figura abaixo está circulando água. Considerando um coeficiente de descarga de 0,982 e o manômetro diferencial de mercúrio indica uma deflexão de 25,4 cm. Determine a vazão da tubulação. Medidor Venturi PERES (2006). Tubo de Pitot MOTT (2004). Permitem a determinação da velocidade em um ponto da seção do escoamento, ou seja, ao longo de uma linha de corrente. Aplicando Bernoulli entre (0) e (1), tem-se Conduto aberto Conduto forçado hfZ g vP Z g vP 1 2 11 0 2 00 22 (0) e (1) muito próximos. Desconsidera-se hf. 0 g2 vPP 2th01 𝑉𝑡ℎ = 2𝑔( 𝑃1 − 𝑃0 𝛾 ) 𝑉 = 𝐶𝑉 2𝑔( 𝑃1 − 𝑃0 𝛾 ) CV – coeficiente de correção da velocidade, adm. 𝑉 = 𝐶𝑉 2𝑔ℎ 𝑉 = 𝐶𝑉 2𝑔ℎ( 𝛾1 − 𝛾 𝛾 ) Diferença de pressão medida com fluido do escoamento. Diferença de pressão medida com tubo em U. Tubo de Pitot Funcionamento do Tubo de pitot: Aplicações: Pressão total (Pt) ou pressão de estagnação = p1 Pressão estática = p0 Orifícios e Bocais AZEVEDO NETTO et al. (1998). Orifícios são perfurações (de forma geométrica conhecida) feitas abaixo da superfície livre do líquido em paredes de reservatórios, tanques, canais ou tubulações, com a finalidade de medição de vazão. Classificação dos orifícios: 1. Quanto a forma geométrica: circular, retangular, triangular, entre outros; 2. Quanto às dimensões relativas: (a) pequenos: dimensões muito menores que a profundidade (h) que se encontram (d ≤ h/3); (b) grande: (d ˃ h/3); Quando o orifício tem área inferior a 1/10 da área da superfície do recipiente, pode-se desprezar o valor de V1. V1 Orifícios e Bocais 3. Quanto espessura (natureza) da parede (e): (a) parede delgada (e < 1,5d): a veia líquida toca apenas a face interna da parede do reservatório; (b) parede espessa (e 1,5d): nesse caso a veia líquida toca quase toda a parede do reservatório. Esse caso será enquadrado no estudo dos bocais (bocal = entre 2d e 3d). Orifícios e Bocais 4. Quanto ao escoamento: (a) descarga livre: pressão na saída = pressão atmosférica; (b) descarga afogada: pressão na saída ≠ pressão atmosférica; 5. Quanto a contração da veia líquida: Orifícios e Bocais Seção contraída (vena contracta - AC): Constata-se experimentalmente que os filetes líquidos tocam as bordas do orifício e continuam a convergir depois de passarem pelo mesmo (as partículas não podem mudar bruscamente de direção), obrigando o jato a contrair-se um pouco além do orifício (onde as linhas de corrente são paralelas e retilínea). 𝐶𝐶 = 𝐴𝐶 𝐴 CC – coeficiente de contração; AC – área da seção contraída; A – área do orifício. AZEVEDO NETTO et al. (1998). Na prática, adota-se o valor médio de Cc de 0,62. Orifíciose Bocais Fórmula para o cálculo da vazão: Considerando um orifício afogado de paredes delgadas, e que todas as partículas que atravessem o orifício tenham a mesma velocidade. 1 2 11 0 2 00 Z g2 vP Z g2 vP 0 g2 v hh00 2 th 10 )hh(g2v 10th Na prática a velocidade real (v) na seção contraída é menor que vth, devido às perdas por atrito externo e viscosidade. th V v v C )hh(g2Cv 10V )hh(g2ACvAQ 10CVC ACA CC ∴ )hh(g2ACCQ 10CV CVQ CCC Na prática pode-se adotar CQ =0,61. Na prática pode-se adotar CV =0,985. )hh(g2ACQ 10Q Orifícios e Bocais AZEVEDO NETTO et al. (1998). Orifícios e Bocais Orifício com escoamento livre e paredes delgadas: h1= 0 ghACQ Q 2 Orifício com grandes dimensões: Nestes casos não se pode admitir que todas as partículas atravessam o orifício com a mesma velocidade. Adicionalmente a carga é variável em cada trecho elementar de espessura dh. 𝑄 = 2 3 𝐶𝑄𝐴 2𝑔 ℎ2 3 2 − ℎ1 3 2 ℎ2 − ℎ1 h2 h h1 AZEVEDO NETTO et al. (1998). Orifícios e Bocais Bocais: São constituídos por peças tubulares adaptadas aos orifícios, com a finalidade de dirigir o jato. (bocal = entre 2d e 3d). Classificação geral: AZEVEDO NETTO et al. (1998). Comprimento de 1,5 a 3,0 D – bocais; Comprimento de 3,0 a 500 D – tubos muito curtos; Comprimento de 500 a 4.000 D – tubulação curtas; Comprimento ˃ 4.000 D – tubulação longa; Figura. Diferentes tipos de bocais. A vazão nos bocais é determinada aplicando-se a fórmula geral para os orifícios pequenos Orifícios e Bocais AZEVEDO NETTO et al. (1998). Exemplo 3: De quanto aumentará a vazão, quando adaptarmos um bocal cilíndrico externo ao orifício da figura abaixo? Dados: CQ (orifício) = 0,61; CQ (bocal) = 0,82). Orifícios e Bocais Exemplo 4: Um orifício fornece a vazão de 5 m3 h-1 a uma pressão de 2,5 kgf cm-2. Calcule a nova vazão que o mesmo deverá fornecer quando a pressão for 3,5 kgf cm-2. 2/3 B Calhas Medidoras Calhas Parshall São medidores de regime crítico, onde se verifica o escoamento permanente não-uniforme. Constitui-se basicamente de três seções: uma seção com paredes laterais convergentes e o fundo nivelado, uma seção com paredes paralelas e o fundo com declividade (garganta), e uma seção (à jusante) com paredes laterais divergentes e o fundo em aclive. PERES (2006). Calhas Medidoras Calhas Parshall Tabela. Dimensões padronizadas da calha Parshal (mm) e valores limites de vazão (L s-1) em função da largura da garganta. Sua vazão pode variar de 0,3 L s-1 até 85.000 L s-1. A largura da garganta (W) é indicada para designar o tamanho do Parshall, o qual vai depender da vazão a ser medida. W (mm) A B C D E F G´ K N Vazões (L s-1) Mín. Máx. 76 (3”) 466 457 178 259 381 152 305 25 57 0,85 53,8 152 (6") 621 610 294 393 457 305 610 76 114 1,52 110,4 229 (9") 880 864 380 575 610 305 457 76 114 2,55 251,9 305 ( 1') 1370 1340 601 845 915 610 915 76 229 3,11 455,6 457 (1½') 1449 1420 762 1026 915 610 915 76 229 4,25 696,2 610 (2') 1525 1496 915 1207 915 610 915 76 229 11,89 936,7 915 (3') 1677 1645 1220 1572 915 610 915 76 229 17,26 1426 1220 (4') 1830 1795 1525 1938 915 610 915 76 229 36,79 1921 1525 (5') 1983 1941 1830 2303 915 610 915 76 229 62,80 2422 1830 (6') 2135 2090 2135 2667 915 610 915 76 229 74,40 2929 2135 (7') 2288 2240 2440 3030 915 610 915 76 229 115,4 3440 2440 (8') 2440 2392 2745 3400 915 610 915 76 229 130,7 3950 Calhas Medidoras Calhas Parshall A vazão em medidores com descarga livre é determinada pela seguinte equação: Q - vazão (m3 s-1); Ha - altura do nível d´água no ponto A (m); e W - largura da garganta (m). Submergência limite para ocorrência de descarga livre: Hb/Ha ≤ 0,6 para Parshall de 3”, 6” e 9” (polegadas); Hb/Ha ≤ 0,70 para Parshall de 1’ a 8’ (pés). Podem ser operadas sob duas condições de descarga, sendo-as: livre ou afogada. Na condição de descarga livre o nível da água na saída não afeta o nível da água na crista do vertedor, assim, basta a leitura de Ha para determinação da vazão. Quanto a descarga afogada deve-se realizar a medida das duas cargas hidráulicas (Ha e Hb) para se determinar a vazão. Q = 2,2W𝐻𝑎 3 2 AZEVEDO NETTO et al. (1998). Calhas Medidoras Calhas WSC Medidor crítico desenvolvido pelo Washington State College (USA), adaptando-se bem para as medidas de vazão em sulcos de infiltração e de canais de pequeno porte. Difere dos medidores Parshall por apresentar uma garganta na forma triangular, com uma abertura de 60°. As calhas WSC são padronizadas em três diferentes tamanhos: Calha pequena (tipo A): aplicada para medir vazão em sulcos de infiltração; Calha média (tipo B): aplicada para medir vazão em sulcos de infiltração e pequenos canais; Calha grande (tipo C): aplicada para medir vazão em canais de grande porte. AZEVEDO NETTO et al. (1998). Calhas Medidoras Calhas WSC Calha do tipo A. Mede vazões variando de 0,067 a 1,67 L s-1. Calhas Medidoras Calhas WSC Necessitam ser calibradas, sendo a sua relação funcional dada pela equação abaixo: AZEVEDO NETTO et al. (1998). Q - vazão; H - carga hidráulica na seção convergente; e a e b - coeficientes empíricos para cada modelo de calha. Q = a𝐻𝑏 Para uma estimativa preliminar, segundo PERES (2006), pode-se aplicar a equação abaixo: Q – vazão (L s-1); H - carga hidráulica na seção convergente (cm). Q = 0,0055𝐻2,54 Medidores Eletromagnéticos São equipamentos que introduzem a formação de um campo eletromagnético no interior da tubulação que se deseja medir a vazão. Quando um líquido se desloca perpendicularmente a um campo eletromagnético ocorre a geração de uma força eletromotriz, cuja intensidade é proporcional a velocidade de escoamento e a intensidade do campo magnético gerado pelo medidor (Lei de Faraday) 𝐸 = 𝑢 𝑥 𝐵 E – intensidade do campo elétrico; u – velocidade do fluido condutor; e, B – indução magnética. eletroímã eletrodos Tubo não condutivo Medidores Eletromagnéticos Vantagens: Permite a automação na medição da vazão; Ausência de perda de carga; Medição independe da temperatura, viscosidade, densidade e turbulência do líquido; Bidirecionalidade. Limitações: Fluido necessita ser condutivos (mínimo de 5 μS cm-1); Custo. Recomenda-se instalar esse equipamento em trecho reto do tubo, variando de 5 a 50 diâmetros do tubo a jusante do medidor, e de 5 e 10 diâmetros a montante o medidor. “Amo a liberdade. Por isso deixo as coisas que amo livres. Se elas voltarem é porque as conquistei. Se não voltarem é porque nunca as tive ” John Lennon
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