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CURSO DE DIREITO – DISCIPLINA: D.CIVIL II DISCIPLINA: DIREITO CIVIL II – OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL PROFA.: GABRIELLE APOLIANO G A. PEARCE MEIOS DE EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES. PAGAMENTO: MODALIDADES ESPECIAIS PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO Art. 334, CC/02. Conceito. · É uma forma de pagamento · Meio de liberar o devedor Art. 335, CC/02. Cabimento · I - Credor não vai até o devedor para recusar receber pagamento. Então, dívida portáble (devedor até credor) · II - Credor deveria ter ido e não foi (Queráble) · III - O fato de ser incapaz não é impedimento para o pagamento, mas deverá ser feito ao representante ou assistente “Credor desconhecido”: não é o originário – sujeito deve ser determinado ou determinável. Ex.: faleceu e não sabe quem é os sucessores “perigoso ou difícil”: residir em local dominado pelo crime · IV - Credor com medo de pagar e ter que pagar de novo Ex.: dois municípios que querem o tributo da empresa · V - Ex.: insolvência do devedor e todos os créditos foram penhorados – empresa falida Art. 336, CC/02 P. da pontualidade. Ex.: pagamento parcial · Devedor tem que respeitar todos os requisitos que tornam o pagamento espontâneo eficaz Art. 337, CC/02 Foro para ajuizamento da ação: local do pagamento · Ajuizamento até o dia seguinte ao vencimento · “cessando para o depositante os juros da dívida e os riscos” Art. 341, CC/02 O devedor entrará com uma ação “depositando” o pagamento no sentido de deixá-lo a disposição, chamando o credor para ir busca-lo. Art. 342, CC/02 - Na consignação de coisa decorrente de obrigações de dar coisa incerta, a escolha cabe ao credor para que, posteriormente, esta coisa escolhida seja depositada. Se ele ficar inerte, o devedor escolhe. Art. 344, CC/02 - O devedor, sabendo do litígio, deve consignar o pagamento. Se optar por pagar a um dos credores, ele assume o risco de estar pagando errado ou não. Art. 345, CC/02 - Os próprios credores poderão requerer a consignação do bem, quando disputarem sua titularidade, a fim de evitar o risco de que o devedor efetue o pagamento a qualquer um deles. PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO · Sub-rogar = substituir 1. Legal: dispensa manifestação das partes 2. Convencional: expresso entre as partes · Efetivado o pagamento por terceiro, o credor ficará satisfeito e não mais terá o poder de reclamar do devedor o inadimplemento da obrigação. · No entanto, o pagamento com sub-rogação não é liberatório para o devedor. · Este terá um vínculo com o terceiro que solveu a dívida e tornou-se o novo credor da relação obrigacional. Art. 346,CC/02 - A sub-rogação opera-se de pleno direito, em favor: “opera-se de pleno direito” = automaticamente · I - Dois ou mais credores e um deles paga a dívida Ex.: A e B são credores de C, e A paga para o B a parte de C · II - Sub-rogação legal na hipoteca Ex.: comprador do imóvel hipotecado paga ao banco e se sub-roga nos direitos do banco Ex2.: usufrutuário para evitar perda da posse paga a hipoteca e se sub-roga · III - Interesse jurídico: futuramente poderia ser cobrado para pagar Evita consequências sobre si Ex.: fiador Art. 347, CC/2 · I - Acordo entre credor e terceiro, sendo EXPRESSAMENTE transferidos os direitos contra o devedor Obs.: art. 348, CC/02 - Finalidade da sub-rogação: adimplemento da obrigação x Finalidade da cessão de crédito: fazer o crédito circular · II - Acordo entre devedor e terceiro, onde este empresta à quantia, sob a condição EXPRESSA de ficar sub-rogado nos direitos do credor Ex.: D precisa pagar pagar imóvel perante a construtora, o banco empresta o dinheiro para D com a condição EXPRESSA de se sub-rogar nos direitos da construtora Art. 349, CC/02 - Efeito translativo: transfere para a pessoa do sub-rogado todas as ações, privilégios e garantias Art. 350, CC/02 - Não poderá lucrar – diferente da cessão de crédito STJ. REsp 766.023 PR – [...] Na sub-rogação legal, o sub-rogado só pode cobrar a soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor. Porém, transferem-se com o crédito, os direitos acessórios, de modo que o sub-rogado pode cobrar, do devedor principal, na atualização do valor desembolsado, os juros e a multa pactuados no contrato. Art. 351, CC/02 - Ex.: A deve R$ 100,00 ao seu credor B. O terceiro C propõe ao credor B a sub-rogação parcial em R$ 50,00. Se A for insolvente, a preferência no crédito será de B. IMPUTAÇÃO AO PAGAMENTO Conceito: Ocorre quando o devedor possui duas ou mais obrigações para com um mesmo credor, paga uma quantia insuficiente para liquidar todas e fica uma dúvida sobre qual dos créditos está sendo pago. Art. 352, CC/02 - Quem escolhe: o devedor – o autor da imputação ao pagamento é o devedor Se uma delas foi exigível e outra não tiver alcançado o vencimento, o pagamento é referente a já vencida. Requisitos: · Pluralidade de débitos · Identidade da pessoa do credor e devedor · Débitos líquidos e vencidos · Suficiência do pagamento para extinguir qualquer dos débitos Art. 353, CC/02 - A imputação do pagamento pelo credor terá efeito quando o devedor não indicar o débito. · O devedor só poderá impugnar judicialmente a quitação no caso de o credor ter agido com violência ou dolo. Art. 354, CC/02 - Única dívida: capital + juros · Exceção: se houver estipulação em contrário, que será respeitada em razão da vontade das partes. · Porém, se o credor passar a quitação do capital, permanece existindo os juros. Art. 355, CC/02 - 1. líquidas e vencidas 2. mais onerosa DAÇÃO EM PAGAMENTO Regra: não pode obrigar o credor a receber coisa diversa, ainda que mais valiosa (art. 313, CC/02) Exceção: dação em pagamento Credor concorda em receber objeto diverso Ex.: A devida R$ 10.000,00 para B e na data do pagamento as partes ajustaram o pagamento com um carro. Art. 356, CC/02 · 1. Preexistência de um vínculo obrigacional entre as partes – uma dívida; · 2. Acordo entre credor e devedor · 3. Diversidade entre a prestação devida e a oferecida em substituição · Obs.: coisa diversa de valor elevado pode configurar fraude contra credores Art. 358, CC/02 - Se a coisa dada em pagamento for um crédito que o devedor tenha contra terceiro, aplicar-se-ão as normas relativas à cessão de crédito. Art. 359, CC/02 - Evicção: perda de um direito em virtude de uma decisão que concede esse direito a uma terceira pessoa. · Obrigação se reestabelece – perdendo efeito a quitação · Protege os terceiros de boa-fé · STJ. Resp 1.353.864-GO, 07.03.2013. O credor, no caso em que tenha recebido em dação em pagamento imóvel da sociedade empresarial posteriormente declarada falida, poderá ser condenado a ressarcir a massa pelo valor do objeto do negócio jurídico, se este vier a ser declarado nulo e for inviável o retorno à situação fática anterior, diante da transferência do imóvel a terceiro de boa-fé. NOVAÇÃO · Uma nova dívida assume o lugar de outra que desaparece · Substituição de uma obrigação · Pela intenção das partes de novar, manifestada mediante acordo · No mesmo ato acaba uma obrigação e começa outra. · É um modo extintivo mas não satisfatório, pois não satisfaz de forma imediata o débito. · Ex.: A deve entregar um carro para B, porém, acorda com o devedor a substituição da obrigação pela entrega de uma moto. · Não é uma forma de transmissão das obrigação, pois sua finalidade não é modificar a titularidade de um mesmo crédito ou um mesmo débito. A finalidade é cumprir uma obrigação. · É criado uma nova relação obrigacional, sendo a anterior cumprida. Requisitos: 1. Existência de uma obrigação anterior válida Obs.: art. 367, CC/02: Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações nulas ou extintas. Porque não as anuláveis? Pois enquanto aquele que conhece o defeito não se manifesta, a relação produz seus efeitos normais, como se não tivesse nada anormal. 2. Acordo entre as partes para constituição de nova obrigação 3. animus novandi = ânimo de novar Art. 361, CC/02: Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirma simplesmentea primeira. · Sempre haverá a criação de uma relação · Obs.: alteração de prazo não é novação. · Obs2: Credor que recebe parcelas com atraso não é novação. Art. 360, CC/02.. I - NOVAÇÃO OBJETIVA · Novidade: alteração do seu objeto · Ex.: obrigação de dar coisa certa por obrigação de fazer · Obs.: Diferença da dação em pagamento: nesta, o devedor se libera e não é mais devedor. Na novação, ele continua sendo devedor, porém a dívida é outra. II - NOVAÇÃO SUBJETIVA PASSIVA · Substituição do antigo devedor por um novo. Obs.: Art. 362, CC/02 - Ex.: pai que procura o credor do filho para substituir a dívida do filho para que seja uma dívida dele. Ex2.: filho diz pra ir cobrar o pai, com concordância do credor. III - NOVAÇÃO SUBJETIVA ATIVA · Sempre triangular: o credor não pode ser substituído sem sua vontade · Ex.: A deve a B e B deve a C. A pagará para C e B sai da relação jurídica. Art. 363, CC/02 - Pro soluto: não se responsabiliza pela solvência. Efeitos · 1. Extinção do débito antigo · 2. Perecerão (acabarão) as garantias do crédito primitivo Art. 364, CC/02: A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em contrário [...]. Art. 366, CC/02 - Em uma novação o fiador se exonera. COMPENSAÇÃO Art. 368, CC/02 - Duas pessoas, reciprocamente, credor e devedor uma da outra · Modo extintivo satisfatório de pagamento · Consiste em liberar e satisfazer as partes LEGAL – Art. 369, CC/02 · Ocorre automaticamente, se preenchidos os requisitos (art. 369, CC/02) · Independentemente de acordo entre as partes e até mesmo com oposição de uma delas, extinguirá as obrigações recíprocas. Art. 369, CC/02: A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. · LÍQUIDA: certas e determinadas · VENCIDA: exigível · FUNGÍVEL: pode substituir pode outro de mesma espécie, qualidade e quantidade. Fungível entre si. Ex.: dinheiro e dinheiro · Obs.: Obrigação de fazer nunca é igual com a outra, mas se restringe ao fato de haver a oferta recíproca bens Mas é vedado compensação legal (automática) quando a qualidade for diferente. (art. 370, CC) Fiador também pode compensar sua dúvida com o devedor. (art. 371, CC) Prazo de favor (são aqueles concedidos gentilmente pelo credor) não impede a compensação. (art. 372, CC) Não haverá compensação em duas hipóteses: (art. 375, CC/02) 1. Acordo entre as partes, excluindo a compensação. 2. Renúncia antecipada por partes de um dos devedores: 2.1.Tácita, quando um dos devedores pagar espontaneamente o seu débito. 2.2 Expressa, no caso de existir uma declaração restringindo a possiblidade da compensação. · O devedor pode se opor a cessão de crédito efetuada pelo seu credor e terceiro, alegando realizando a compensação de créditos, desde que o seu crédito seja exigível ao tempo da notificação. Caso notificado, mantenha-se silente, presume-se que renunciou ao direito de compensar (art. 377, CC/02). · Se o devedor tem várias dívidas compensáveis, o devedor tem o direito de indicar qual dívida pretende compensar. Caso não indique, a escolha caberá ao credor, de acordo com as regras de imputação ao pagamento. (art. 379, CC) · Não se pode compensar crédito penhorado, pois acarreta prejuízo para terceiro. (art. 380, CC) CONFUSÃO Art. 382, CC/02 – Conceito. Ex.: falecido e herdeiro. Ex2.: casamento em comunhão universal de bens. · Requisitos: 1. identificação da mesma pessoa das qualidades de credora e devedora 2. reunião efetiva de patrimônio Verificado os requisitos, opera-se automaticamente Art. 382, CC/02 - Ex.: herdeiro que deve mais ao pai do que recebeu de herança. Se a confusão ocorre com um devedor que é devedor solidário, a obrigação vai se extinguir até o valor da sua parte no crédito. (art. 383, CC) · Ex.: A, B e C são credores solidários de D na quantia de R$ 90,00 e ocorre confusão pelo fato de A ser herdeiro de D, no momento de seu óbito, a confusão apenas atingirá a fração de R$ 30,00, pois os outros dois terços permanecem na solidariedade. Art. 384, CC/02 - Ex.: herdeiro renuncia ou herdeiro excluído por indignidade REMISSÃO DAS DÍVIDAS Art. 385, CC/02 - A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro. · Requisito: concordância do devedor · Se o devedor discordar da remissão, pode pagar e, em última instância, consignar o pagamento · “mas sem prejuízo de terceiro”: se o credor era insolvente e tinha outros credores, a remissão não poderá prejudica-los. Remissão tácita: entrega do título pelo credor ao devedor (art. 386, CC/02) · Doutrina: entrega deve ser feita pelo próprio credor · “A remissão tácita é induzida de um comportamento pessoal do credor que deve traduzir, de forma inequívoca, sua intenção de perdoar a dívida, num gesto voluntário de liberalidade gratuita” (Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald) Quando há restituição voluntária do objeto empenhado, há uma renúncia a garantia, não a dívida. (art. 387, CC) COMPENSAÇÃO CONVENCIONAL Livre autonomia das partes Não precisam observar as regras dos art. 369 e 370, CC/02 LEGAL EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES COM PAGAMENTO Pagamento em consignação Dação em pagamento SEM PAGAMENTO Novação Pagamento com sub-rogação Imputação ao pagamento Compensação Confusão Remissão
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