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Aline Custódio – Turma 9 Apendicite O apêndice é um órgão sem função, com fundo cego, e produtor de muco. Ele fica na transição ileocecal - o ceco é uma alça cega e na ponta dele fica o apêndice. Em 75% dos pacientes, o apêndice apresenta um lúmen (nos outros ele é fechado) que pode ser preenchido por fragmento de alimentos, fezes, neoplasias, entre outros, causando obstrução. A substância que obstrui a luz do apêndice cecal é chamado de fecalito. O apêndice cecal é irrigado por uma artéria apendicular (ramo da artéria ileocecal) que é muito fina. Quando o fecalito entra no lúmen, vai até o fundo e distende o órgão (fenômeno que causa a referência da dor para o umbigo). O apêndice produz muco e começa, por estimulo da presença do fecalito, a fazer hipersecreção do mesmo. Isso vai distender + o apêndice (já que ele está obstruído e não pode secretar o muco) e as artérias, muito finas, vão começar a colabar. Isso leva a um processo isquêmico no apêndice que recrutará células inflamatórios. Essa isquemia começa a ulcerar a camada mucosa até chegar na serosa e propicia a proliferação bacteriana. Essa proliferação recruta células inflamatórias e o mesentério para a região da FHD. Assim, quando o paciente está c/ dor na FHD, raciocina-se que todas as etapas da fisiopatologia dessa doença já ocorreram. FISIOPATOLOGIA RESUMIDA Obstrução do apêndice por fecalito Manutenção da secreção de muco Distensão com aumento da pressão intraluminal Obstrução arterial e/ou venosa - Edema Isquemia com ulceração Proliferação bacteriana O apêndice pode perfurar causando inflamação do peritônio, que é onde acontece o recrutamento do mesentério para evitar essa infecção de proliferar para o resto da cavidade abdominal. Se o apêndice for retrocecal, o padrão da dor e intensidade po- de mudar. Se pélvico – dor em baixo ventre, disúria. Se retro peritoneal – dor lombar, flancos, alterações uriná-rias. Aline Custódio – Turma 9 QUADRO CLÍNICO A dor na apendicite se inicia em todo abdome, vai p/ região epigástrica/periumbilical e depois localizada em a fossa ilíaca direita (FHD). Isso significa que a dor está começando no intestino delgado. A inflamação se expande e o processo evolui, envolvendo a superfície peritoneal, onde o mesentério vai até FHD tentando conter essa evolução. Desse modo, há fibras dos nervos parietais provocando uma dor aguda, lancinante e localizada. Paciente apresenta: Anorexia (perda de apetite) em quase 100% dos casos, náusea (90%) Vômitos logo após o início da dor (questionar se o vomito veio antes da dor) Diarreia após o início da dor Febre baixa Poucas manifestações sistêmicas EXAME FÍSICO Irritação peritoneal Sinal de Dumphy Dor abdominal após a tosse. Sinal de Rovsing Dor no quadrante inferior esquerdo (QID) quando o esquerdo (QIE) é palpado. Isso acontece porque a pressão “joga” para dentro do apêndice, dilatando ainda mais a região. Sinal do Obturador Rotação interna do quadril direito se apêndice pélvico. Sinal do Psoas Dor na extensão do quadril direito se apêndice pélvico. Sinal de Blumberg Descompressão dolorosa brusca por irritação do peritônio visceral. Sinal de Lenander Aline Custódio – Turma 9 Temperatura retal 1ºC acima da axilar, demonstrando que dentro da cavidade abdominal existe um processo inflamatório vigente. Deambulação dolorosa com compressão a direita A ausculta abdominal pode revelar ausência ou diminuição acentuada dos ruídos intestinais. A percussão dolorosa também é manobra propedêutica importante. EVOLUÇÃO 99% dos pacientes evoluem para perfuração do apêndice. Se perfurar, irritação peritoneal difusa, abdome em tabua, parada de eliminação de flatos e fezes, íleo paralitico, febre, taquicardia, toxemia e choque séptico. DIAGNÓSTICO O diagnóstico é clínico, majoritariamente. A conduta final não deve depender de exames complementares. EXAMES COMPLEMENTARES Hemograma para evidenciar estado infeccioso Leucocitose com > 75% de neutrófilos Leucograma > 20 mil – apendicite complicada Rx de abdômen para evidenciar fecalito e alteração nos gases (baixa sensibilidade) Acumulo fecal na região do ceco porque essa região para de funcionar, e distensão da região. Há sinais indiretos como borramento da linha do psoas, posição antálgica com escoliose côncava para o apêndice e alça de íleo parética próxima à FID. O achado de cálculo no quadrante inferior direito do abdome pode sugerir fecálito. A presença de pneumoperitônio na apendicite aguda é rara. Ultrassom Tem sensibilidade de 85% e especificidade de 90%. Evidencia distensão do apêndice, fecalito e liquido ou massa na cavidade, demonstrando processo inflamatório. Há dor a descompressão do transdutor. E o apendice aparece dilatado e a parede espessa. TC 95% especificidade e 97% de sensibilidade. Mostra massa perinflamatória, coleção de liquido, espessamento do ceco. É boa para adultos e idosos e para diagnostico diferencial. Se for paciente jovem e há exame físico e clinica típica, não há necessidade. TRATAMENTO Apendicectomia.
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