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Pé Diabético - AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

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Centro Universitário Una 
Semiologia e Avaliação Nutricional 
Ludmilla R Coelho Thomaz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pé Diabético 
 
 
 
 
 
 
 
Cristiane de Andrade Martins 
Jessica de Assis Santana Aguilar 
Laura Roberta Belote 
Lorena Letícia de Souza Romoaldo 
Mayara do Amaral Soares 
Natacha dos Santos Rodrigues 
Nicole Thanice passos Candido 
Thaís Lopes Bueno 
 
 
 
 
 
 
 
Nutrição - Noite 
2020 
 
1 
 
Índice 
 
1. Conceito 03 
2. Causa 05 
3. Grupo de Risco 06 
4. Consequência 08 
5. Artigo 
a. Artigo na Íntegra 28 
b. Apresentação 28 
6. Programas de Apoio 29 
7. Atuação do Nutricionista 30 
8. Referências Bibliográficas 31 
9. Anexos 33 
 
 
 
2 
 
 
1- Conceito 
 
Pé Diabético é o termo empregado para nomear as diversas alterações e 
complicações ocorridas, isoladamente ou em conjunto, nos pés e nos membros 
inferiores dos diabéticos (CAIAFA, 2011). É caracterizado pela presença de pelo 
menos uma das seguintes alterações: neurológicas, ortopédicas, vasculares e 
infecciosas, que podem ocorrer no pé do paciente portador de diabetes. 
Trata-se das complicações que ocorrem nos pés de pacientes com diabetes 
Mellitus, como feridas/úlceras, formigamento, dormência, falta de sensibilidade, 
rachaduras, descamações, calos, edema, sensação de calor/queimação, 
agulhamento, ressecamento, má circulação, deformações ósseas como: dedo de 
martelo, e dedos em garras, arqueamento plantar, deformações na parte distal do 
metatarso, entre outros. 
O pâncreas em condições rotineiras, quando o nível de glicose no sangue 
sobe, por meio das células beta, produzem insulina. Assim, de acordo com as 
necessidades do organismo, é possível determinar se essa glicose vai ser utilizada 
como combustível para as atividades do corpo ou será armazenada como reserva, 
em forma de gordura. Isso faz com que o nível de glicose (ou taxa de glicemia) no 
sangue volte ao normal. 
De forma básica, temos as Diabetes Tipo 1 que,o sistema imunológico ataca 
equivocadamente as células beta, assim pouca ou nenhuma insulina é liberada para 
o corpo. Como resultado, a glicose fica no sangue, em vez de ser usada como 
energia. O Tipo 1 aparece geralmente na infância ou adolescência, concentra entre 
5 e 10% do total de pessoas mas pode ser diagnosticado em adultos também. Essa 
variedade é sempre tratada com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e 
atividades físicas, para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue. A Diabetes 
Tipo 2 aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina 
que produz; ou não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia. 
Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o Tipo 2 que se manifesta mais 
frequentemente em adultos. Pode ser controlado com atividade física e 
3 
 
planejamento alimentar. Alguns casos, exige o uso de insulina e/ou outros 
medicamentos para controlar a glicose. 
 
Existem outros tipos entre o Tipo 1 e o Tipo 2, foi identificado ainda 
o Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA). Algumas pessoas que são 
diagnosticadas com o Tipo 2 desenvolvem um processo autoimune e 
acabam perdendo células beta do pâncreas. E há também o diabetes 
gestacional, uma condição temporária que acontece durante a gravidez. Ela 
afeta entre 2 e 4% de todas as gestantes e implica risco aumentado do 
desenvolvimento posterior de diabetes para a mãe e o bebê. (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE DIABETES, 2019). 
 
Os problemas relacionados com o pé diabético ocorrem tanto na diabetes 
tipo 1 como tipo 2 e são mais frequentes no sexo masculino e a partir da sexta 
década de vida (DUARTE, 2011). 
O pé diabético é caracterizado pela presença de pelo menos uma das 
seguintes alterações: neurológicas, ortopédicas, vasculares e infecciosas, que 
podem ocorrer no pé do paciente portador de diabetes. 
O diabetes é a causa mais comum da neuropatia periférica, isto é a 
neuropatia é a complicação crônica mais comum e mais incapacitante do diabetes. 
Ela é responsável por cerca de dois terços das amputações não-traumáticas (que 
não são causadas por acidentes e fatores externos). 
4 
 
2- Causa 
Duas teorias merecem destaque para explicar o desencadeamento 
da neuropatia no diabético: a teoria vascular, na qual a microangiopatia da 
vasa nervorum levaria à isquemia, que causaria a lesão do nervo, e a teoria 
bioquímica, na qual o aumento de substâncias tóxicas (sorbitol e frutose) e a 
depleção do mioinositol causariam lesão no nervo (células de Schwann) 
(CAIAFA, 2011) 
 
O controle inadequado da glicose, nível elevado de triglicérides, excesso de 
peso, tabagismo, pressão alta, o tempo em que se convive com o diabetes e a 
presença de retinopatia e doença renal são fatores que favorecem a progressão da 
neuropatia. Tanto as alterações nos vasos sanguíneos quanto as alterações no 
metabolismo podem causar danos aos nervos periféricos. 
A glicemia alta reduz a capacidade de eliminar radicais livres e compromete o 
metabolismo de várias células, principalmente dos neurônios (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE DIABETES, 2019). 
Os principais sinais são: 
● Dor contínua e constante; 
● Sensação de queimadura e ardência; 
● Formigamento; 
● Dor espontânea que surge de repente, sem uma causa aparente; 
● Dor excessiva diante de um estímulo pequeno, por exemplo, uma picada de 
alfinete; 
● Dor causada por toques que normalmente não seriam dolorosos, como 
encostar no braço de alguém. 
Ao mesmo tempo, em uma segunda etapa desta complicação, pode haver 
redução da sensibilidade protetora. As dores, que antes eram intensas demais 
mesmo com pouco estímulo, passam a ser menores do que deveriam. Daí o risco 
de haver uma queimadura e você não perceber em tempo. É comum também que o 
suor diminua e a pele fique mais seca. O diagnóstico da neuropatia pode ser feito 
por exames específicos e muito simples nos pés. 
 
 
5 
 
3- Grupo de risco 
 
Necessariamente o paciente pé diabético é acometido por Diabetes Mellitus 
(DM). Muitos fatores de risco para ulceração/amputação podem ser descobertos 
com o exame cuidadoso dos pés. 
Estudos vêm ressaltando a necessidade de os profissionais de saúde 
avaliarem os pés das pessoas com diabetes de forma minuciosa e com freqüência 
regular, bem como desenvolverem atividades educativas, visando a melhorar o 
autocuidado, principalmente a manutenção de um bom controle glicêmico. A 
avaliação dos pés constitui-se em passo fundamental na identificação dos fatores de 
risco que podem ser modificados, o que, conseqüentemente, reduzirá o risco de 
ulceração e amputação de membros inferiores nas pessoas com diabetes 
(Ochoa-Vigo, 2005). 
Segundo CAIAFA (2011), há uma negligência quanto análise do grupo de 
risco. Ele afirma que é primordial o entendimento de que existe a visão corrente do 
membro já em estágio terminal, necrosado e infectado, que é normalmente 
encontrado em todos os serviços de emergência, resultado da prevenção 
inexistente e de meses ou anos de atendimentos inespecíficos e falta de 
diagnóstico. Assim, o grupo de risco na verdade é muito maior, tendo todo e 
qualquer portador de diabetes tipo 1 ou2 que não se atenha aos cuidados e 
observações das alterações: neurológicas, ortopédicas, vasculares e infecciosas, 
O exame clínico é o método diagnóstico mais efetivo, simples e de baixo 
custo para diagnóstico da neuropatia. Na anamnese é importante analisar o grau de 
aderência do paciente e familiares próximos ao tratamento, bem como o estado 
nutricional, imunidade e comorbidades. Existem várias maneiras de prevenir e 
gerenciar a neuropatia diabética. A principal é atenção com os pés: 
● Examine seus pés e pernas todos os dias; 
● Avalie e cuide de suas unhas regularmente; 
● Aplique creme hidratante na pele seca, mas com cuidado para não aplicar 
entre os dedos; 
● Usar calçados adequados, indicados pela equipe multidisciplinar. 
● Controle eficiente da glicose 
6 
 
● Um bom controle da glicemia pode evitar danos neurológicos futuros. 
● Uso de medicação com responsabilidade. Há medicamentos específicos para 
tratar os danos aos nervos. 
 
7 
 
4- Consequência 
 
O diabetes apresenta dois efeitos prejudiciais à saúde dos pés: fluxo 
sanguíneo reduzido para membros inferiores e neuropatia periférica (danos nos 
nervos). Esta segunda consequência é apontada como causadora da típica redução 
de sensibilidade nas pernas e nos pés. 
A identificação e classificação do paciente de risco, o tratamento precoce, a 
educação individual, familiar e comunitária constituem as bases sólidas para a 
prevenção da amputação de membros nesta população. Todo o esforço que 
envolve a abordagem do paciente diabético indica que um dos maiores e mais 
graves problemas destes indivíduos é o desenvolvimento de úlceras na extremidade 
inferior, geralmente precursoras da amputação. 
 
Portanto, o objetivo fundamental da atuação relativa ao pé diabético 
é evitar este desfecho, através do reconhecimento de situações de risco e 
imediata intervenção nas áreas social, educativa e de assistência médica 
global e especializada. A abordagem do membro inferior do paciente 
diabético não é desvinculada dos cuidados gerais (controle da glicemia, 
hipertensão, obesidade, dislipidemia, tabagismo, atividade física, 
alimentação) que são decisivos para melhorar a qualidade de vida e 
aumentar a sua sobrevida. Todos esses tópicos e protocolos estão 
sistematizados (...) para um melhor entendimento dessa complicação 
multidisciplinar do Diabetes Mellitus (CAIAFA, 2011). 
 
As consequências dessas alterações para os pés do paciente diabético, na 
prática clínica, se refletem nos tipos de neuropatia diversas, podem se resumir nas 
amostras das figuras , assim, ao se avaliar uma pessoa com diabetes, 1
enfatizando-se a prevenção das complicações nos pés, o profissional deve buscar 
não só a influência dos fatores que poderão estar envolvidos direta ou indiretamente 
na instalação dessas complicações, mas também as conseqüências destes na vida 
da pessoa, destacando-se, principalmente, o controle do diabetes. 
1 ​.IMAGENS (CAIAFA, 2011) 
8 
 
No atendimento a essa clientela, o profissional deve incluir um exame 
minucioso dos pés, levando em consideração as características gerais, segundo as 
propostas apresentadas na literatura e os recursos disponíveis (Ochoa-Vigo, 2005). 
 
.
 
9 
 
10 
 
 
 
 
11 
 
 
 
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23 
 
 
 
24 
 
25 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
5- Artigo 
a - Artigo na Íntegra - vide anexo p.33 
b - Apresentação - vide anexo p33 
 
 
 
28 
 
6- Programas de apoio 
 
Em 2011 foi lançado ações que integram o Plano de Ações Estratégicas para 
o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que tem 
como meta deter o crescimento da diabetes e outros fatores de riscos, bem como 
incentivar a adoção de hábitos saudáveis entre a população. Entre essas ações foi 
lançado e atualizado em 2016, por meio do Ministério da Saúde o Manual do Pé 
Diabético 
Segundo o Ministério da Saúde, cuidados simples, como a procura diária nos 
pés de feridas, bolhas ou áreas avermelhadas, bem como observar a presença de 
dormência e até mesmo orientações quanto ao tipo de sapato utilizar, são 
importantes no diagnóstico e assistência adequada e podem evitar uma futura 
complicação ou mesmo a amputação. Essas e outras medidas estão presentes no 
documento que será disponibilizado para as equipes de Atenção Básica e de outras 
unidades de saúde. O Ministério da Saúde (2011) tem investido em políticas de 
promoção da saúde e redução de agravos por doenças crônicas. 
Também podemos citar o ​STEP BY STEP – Workshop em Neuropatias e Pé 
Diabético é um programa coordenado pela Sociedade Brasileira de Diabetes. Uma 
iniciativa do IDF (International Diabetes Federation), sem fins lucrativos, criado com 
o objetivo de melhorar o manuseio dos problemas relacionados ao pé diabético nos 
países em desenvolvimento, através do treinamento sequencial de profissionais de 
saúde. Baseado no rastreio precoce, educação, pesquisa, divulgação e equipe 
multidisciplinar. O projeto busca a redução das taxas de ulceração e amputação dos 
pacientes diabéticos. O Step by Step vem sendo conduzido desde 2013, e capacitou 
quase 1000 profissionais de saúde em vários estados brasileiros (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE DIABETES, 2014). 
Para os profissionais da nutrição, a Sociedade Brasileira de Diabetes criou 
um material de apoio, reconhecido e divulgado pelo site do Conselho Federal de 
nutrição com o nome de Manual de nutrição para pessoas com diabetes 
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2009). 
 
 
29 
 
7 - Atuação do Nutricionista 
 
A Diabete Mellitus, como qualquer doença crônica, necessita de tratamento e 
acompanhamento clínico e nutricional. Entretanto, se não houver acompanhamento, 
as altas taxas de glicose no sangue podem favorecer algumas complicações, entre 
elas incluem danos, disfunção e falência de vários órgãos, especialmente a 
nefropatia diabética (comprometimento dos rins), a retinopatia (que pode levar à 
cegueira), as doenças cardiovasculares, nervos e vasos sanguíneos (problemas que 
levam ao pé diabético).(Eu sem fronteiras, 2020). 
O nutricionista, neste contexto, participa do tratamento e propõe estratégias 
de orientação nutricional e plano alimentar individualizado adequado para controle 
das complicações clínicas e nutricionais. O objetivo é promover melhor aceitação e 
adesão à dieta e, assim, melhorar a qualidade de vida desta população. 
A alimentação deve ser nutricionalmente balanceada e fracionada, nela deve 
conter todas as categorias de alimentos com características bioquímicas que 
auxiliem no metabolismo da glicose, sem restrições abusivas. No entanto, devem 
ser consumidos com moderação, dando preferência aos carboidratos (CHO) 
complexos, carnes magras, leite desnatado, verduras, legumes, frutas e cereais 
integrais. A presença de nutrientes como carboidratos, proteínas, gorduras, 
vitaminas, minerais e fibras são fundamentais para garantir a saúde do diabético. 
(IESPE, 2016). 
“(...)o programa alimentar do diabético requer acompanhamentode 
um profissional especializado em nutrição clínica e com habilidade para 
orientar a dieta adequada, prática, agradável e variada, além de fracionada 
em várias refeições e com horário e quantidade definida de alimentos. Como 
coordenador da Pós de Nutrição Hospitalar e ao Paciente Crítico da 
FacRedentor no IESPE, posso afirmar que o profissional especializado faz a 
diferença no atendimento a esses pacientes. De preferência, devem ser 
consumidos alimentos de baixo índice e carga glicêmica e com restrição ao 
consumo de sal e açúcar. Todas as refeições devem ter um alimento que 
seja fonte de fibras, restrição a alimentos com gorduras saturadas, uso de 
adoçantes não energéticos, restrição de alimentos industrializados e 
acompanhamento constante dos resultados dos exames bioquímicos. 
(MARTINEZ, 2016) 
30 
 
 
8 - Refe ​rências Bibliográficas 
Sites: 
1. Sociedade Brasileira de Diabetes. ​Tipos de Diabetes. ​2019 Disponível em: 
https://www.diabetes.org.br/publico/diabetes/tipos-de-diabetes ​. Acesso em 
18/05/2020. 
2. Sociedade Brasileira de Diabetes. ​Neuropatia Diabética. 2019 Disponível 
em: ​https://www.diabetes.org.br/publico/complicacoes/neuropatia-diabetica​. 
Acesso em 18/05/2020. 
3. Ministério da Saúde. ​SAS lança Manual do Pé Diabético no Dia Mundial da 
Saúde ​. Disponível em: 
https://www.saude.gov.br/noticias/sas/23035-sas-lanca-manual-do-pe-diabeti
co-no-dia-mundial-da-saude​. Acesso em 19/05/2020. 
4. Ministério da Saúde. ​Manual do Pé Diabético no Dia Mundial da Saúde ​. 
Disponível em: 
https://www.saude.gov.br/images/pdf/2016/abril/07/Manual.pe.diabetico.pdf 
Acesso em 19/05/2020. 
5. Sociedade Brasileira de Diabetes. ​Notícias das Regionais: Programa Step 
by Step, grupo do pé e clube do pé diabético​. 2014. Disponível em: 
https://www.diabetes.org.br/publico/para-voces/noticias-das-regionais/854-pro
grama-step-by-step-grupo-do-pe-e-clube-do-pe-diabetico​. Acesso em 
18/05/2020. 
6. Eu sem fronteiras. ​Nutrição​: O papel da nutrição na prevenção e controle 
do Diabetes Mellitus ​. 2020. Disponível em: 
https://www.eusemfronteiras.com.br/o-papel-da-nutricao-na-prevencao-e-cont
role-do-diabetes-mellitus/ ​. Acesso em 19/05/2020. 
7. MARTINEZ, Augusto Gonzalez. ​Qual o papel da Nutrição no tratamento da 
diabetes? - parte 1 ​. IESPE. 2016. Disponível em: 
https://www.iespe.com.br/blog/qual-o-papel-da-nutricao-no-tratamento-da-dia
betes-parte-1/​. Acesso em 19/05/2020. 
8. MARTINEZ, Augusto Gonzalez. ​Qual o papel da Nutrição no tratamento da 
diabetes? - parte 1 ​. IESPE. 2016.Disponível em: 
31 
https://www.diabetes.org.br/publico/diabetes/tipos-de-diabetes
https://www.diabetes.org.br/publico/complicacoes/neuropatia-diabetica
https://www.saude.gov.br/noticias/sas/23035-sas-lanca-manual-do-pe-diabetico-no-dia-mundial-da-saude
https://www.saude.gov.br/noticias/sas/23035-sas-lanca-manual-do-pe-diabetico-no-dia-mundial-da-saude
https://www.saude.gov.br/images/pdf/2016/abril/07/Manual.pe.diabetico.pdf
https://www.diabetes.org.br/publico/para-voces/noticias-das-regionais/854-programa-step-by-step-grupo-do-pe-e-clube-do-pe-diabetico
https://www.diabetes.org.br/publico/para-voces/noticias-das-regionais/854-programa-step-by-step-grupo-do-pe-e-clube-do-pe-diabetico
https://www.eusemfronteiras.com.br/categoria/nutricao/
https://www.eusemfronteiras.com.br/o-papel-da-nutricao-na-prevencao-e-controle-do-diabetes-mellitus/
https://www.eusemfronteiras.com.br/o-papel-da-nutricao-na-prevencao-e-controle-do-diabetes-mellitus/
https://www.iespe.com.br/blog/qual-o-papel-da-nutricao-no-tratamento-da-diabetes-parte-1/
https://www.iespe.com.br/blog/qual-o-papel-da-nutricao-no-tratamento-da-diabetes-parte-1/
 
https://www.iespe.com.br/blog/qual-o-papel-da-nutricao-no-tratamento-da-dia
betes-parte-2/​ . Acesso em 19/05/2020. 
9. Sociedade Brasileira de Diabetes. Manual de nutrição para pessoas com 
diabetes. ​2009 Disponível em: 
https://www.diabetes.org.br/publico/pdf/manual-nutricao-publico.pdf ​. Acesso 
em 18/05/2020. 
 
 
 
 
Artigos: 
1. CAIAFA, Silveira Jackson et al. ​Atenção integral ao portador de pé 
diabético​. J. vasc. bras. vol.10 no.4 supl.2 Porto Alegre 2011. Disponível em 
https://www.scielo.br/pdf/jvb/v10n4s2/a01v10n4s2​ . Acesso em 16/05/2020. 
2. CUBAS, Marcia Regina et al. ​Pé diabético: orientações e conhecimento 
sobre cuidados preventivos. Periodicos PUC/PR, 2013. Disponivel em 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-5150201300
0300019​. Acesso em 16/05/2020. 
3. Duarte, Nádia. Gonçalves, Ana. Pé diabético ​. J. vasc. bras. vol.10 no.4 
supl.2 Porto Alegre 2011. Disponível em 
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-706X20110
00200002&lang=pt ​ Acesso em 18/05/2020. 
4. Kattia Ochoa-Vigo, Kattia. Pace, Ana Emilia. ​Pé diabético: estratégias para 
prevenção.​Acta paul. enferm. vol.18 no.1 São Paulo Mar. 2005. Disponível 
em ​https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-210020050
00100014​ ​Acesso em 19/05/2020. 
32 
https://www.iespe.com.br/blog/qual-o-papel-da-nutricao-no-tratamento-da-diabetes-parte-2/
https://www.iespe.com.br/blog/qual-o-papel-da-nutricao-no-tratamento-da-diabetes-parte-2/
https://www.diabetes.org.br/publico/pdf/manual-nutricao-publico.pdf
https://www.scielo.br/pdf/jvb/v10n4s2/a01v10n4s2
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-51502013000300019
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-51502013000300019
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-706X2011000200002&lang=pt
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-706X2011000200002&lang=pt
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002005000100014
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002005000100014
 
8 - ANEXOS 
33 
Fisioter Mov. 2013 jul/set;26(3): 647-55
 ISSN 0103-5150
Fisioter. Mov., Curitiba, v. 26, n. 3, p. 647-655, jul./set. 2013
Licenciado sob uma Licença Creative Commons
doi: 
[T]
Pé diabético: orientações e conhecimento 
sobre cuidados preventivos
 [I]
Diabetic foot: orientations and knowledge about prevention care 
[A]
Marcia Regina Cubas[a], Odette Moura dos Santos[b], Elis Marina Andrade Retzlaff[c],
Helouíse Letícia Cristiano Telma[d], Iria Priscila Silva de Andrade[e], Auristela D. de Lima Moser[f], 
Ana Rotília Erzinger[g]
[a] Doutora em Enfermagem pelo Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva da Escola de Enfermagem da 
Universidade de São Paulo (USP), professora do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia em Saúde da Pontifícia 
Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Curitiba, PR - Brasil, e-mail: m.cubas@pucpr.br
[b] Enfermeira na Diagnósticos da América (DASA), Curitiba, PR - Brasil, e-mail: odettemoura@hotmail.com 
[c] Enfermeira na Secretaria Municipal de Saúde de Rebouças, Rebouças, PR - Brasil, e-mail: elis.marina@hotmail.com
[d] Enfermeira do Colégio Bom Jesus, São José dos Pinhais, PR - Brasil, e-mail: helouise_le@hotmail.com
[e] Enfermeira da Home-care Confiance, Curitiba, PR - Brasil, e-mail: prizoka_andrade@hotmail.com
[f] Doutora em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), professora do Programa de 
Pós-Graduação em Tecnologia em Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Curitiba, PR - Brasil, 
e-mail: auristela.lima@pucpr.br
[g] Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), professora do Curso de Enfermagem da 
Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Curitiba, PR - Brasil, e-mail: ana.erzinger@pucpr.br
[R]
Resumo
Introdução: O pé diabético é considerado uma complicação do Diabetemellitus e a maior causa de amputa-
ções de membros inferiores. Para evitar seu aparecimento são necessárias orientações de medidas preven-
tivas e autocuidado do portador. Objetivos: Verificar o conhecimento dos usuários do programa de diabetes 
acerca de cuidados preventivos ao pé diabético, identificar as orientações que o paciente recebe quanto à 
prevenção, e observar a aderência aos procedimentos de autocuidado preventivos. Materiais e métodos: 
Pesquisa exploratória de campo, envolvendo 40 diabéticos do tipo 2 e cinco enfermeiros. Foi realizado exa-
me físico dos pés dos diabéticos e uma entrevista estruturada com os enfermeiros. Os dados foram organi-
zados e analisados por estatística descritiva. Resultados e discussão: No exame físico verificaram-se grau 
de mobilidade comprometido em 52,5% dos participantes; uso inadequado de calçados em 85%; retirada 
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648
de cutículas em 62,5%. Não houve diferenças significativas na perfusão entre os pés direito e esquerdo, 
entretanto houve presença de micoses e rachaduras. Pontos de alta pressão apresentaram menores sensi-
bilidades. As orientações fornecidas pelos enfermeiros são variáveis, todos afirmam orientar sobre o uso de 
calçados e corte de unhas; entretanto, não se verifica adesão a esses itens e faltam orientações importantes 
como o exame diário dos pés. Conclusão: Os itens com menor adesão são os mais simples e passíveis de cor-
reção. Fazem-se necessários adequada avaliação e acompanhamento individual levando em consideração 
o grau de conhecimento e a facilidade para processar as informações. Uma ação multiprofissional poderia 
potencializar as orientações e aumentar a aderência às mesmas. 
 [P]
Palavras-chave: Diabetes mellitus. Pé diabético. Prevenção e controle. Prevenção. 
[B]
Abstract
Introduction: Diabetic foot is considered a complication of Diabetes mellitus and the major cause of lower limb 
amputations. To avoid its appearance orientations are needed for preventive measures and patient self-care. 
Objectives: Check the knowledge of the users the diabetes program about preventive care for diabetic foot, 
identify the orientations that the patient receives about the prevention, and to observe adherence to preven-
tive self-care procedures. Materials and methods: Exploratory research ield, involving 40 diabetic type 2 and 
ive nurses. It was conducted a physical examination of the feet of diabetics and a structured interview with 
nurses. The data were organized and analyzed by descriptive statistics. Results and discussion: On physical 
examination there were degree of mobility impaired in 52.5% of participants; inappropriate use of footwear by 
85%; removal of cuticles in 62.5%. There were no signi icant differences in perfusion between the right and left 
feet, however, there was the presence of cracks and mycoses. Points of high pressure showed lower sensitivities. 
The orientations provided by nurses are variables, all claim to advise on the use of footwear and nail cutting, 
however, there is no adherence to these guidelines and miss important items as the daily examination of feet. 
Conclusion: Items with lower adherence are the most simple and can be corrected. There is a need proper as-
sessment and coaching, taking into account the degree of knowledge and the ability to process information. 
The multiprofessional action could potentiate orientations and increase the adherence.
 [K]
Keywords: Diabetes mellitus. Diabetic foot. Prevention and control. Prevention. 
Introdução
Independentemente do desenvolvimento econô-
mico, político e social de um país, o Diabetes melli-
tus (DM) é um importante e crescente problema de 
Saúde Pública. Sua prevalência, em particular a do 
tipo 2, está aumentando de forma exponencial e é 
mais encontrada nas faixas etárias avançadas, em face 
do aumento da expectativa de vida e do crescimen-
to populacional. No entanto, verifica-se ampliação 
do número de casos na faixa etária de 20 a 45 anos. 
Outro fato relevante é a associação da doença com a 
hospitalização de seu portador, causada, na maioria 
das vezes, pelas complicações da DM (1).
O DM é uma doença metabólica resultante de defei-
tos da secreção de insulina, hormônio produzido pelo 
pâncreas e que é responsável pelo controle do nível 
de glicose no sangue. Os efeitos principais da doença 
são hiperglicemia crônica relativa, com alterações no 
metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas; e 
as complicações macrovasculares, microvasculares e 
neuropáticas (2). Dentre os tipos de DM, o tipo 2 cor-
responde, aproximadamente, a 90% dos casos e dentre 
suas complicações crônicas destacam-se as lesões ulce-
rativas em membros inferiores (MMII) (3).
A aproximação com a assistência a portadores de 
DM determinou o interesse no estudo sobre o cuidado 
com o pé, no sentido da prevenção da úlcera do pé dia-
bético. Esse fenômeno decorrente da neuropatia e gera 
perda de sensibilidade periférica tátil, térmica e dolo-
rosa pode determinar lesões complexas que, caso não 
sejam tratadas, podem levar à amputação do membro 
(3). Ressalta-se que cerca de 10 a 25% dos portadores 
de DM acima de 70 anos desenvolvem lesões em MMII 
e destes, 14 a 24% evoluem para amputação (4). O pé 
diabético é considerado uma consequência de infecção, 
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Pé diabético
649
de o portador realizar essa observação, um familiar 
deve procedê-la (7, 8, 10).
Dentre os principais cuidados a serem tomados 
estão (1, 7): restrição absoluta do fumo; exame diá-
rio dos pés, inclusive entre os dedos; lavagem dos 
pés com água morna, tendendo para fria; secagem 
cuidadosa dos pés, principalmente entre os dedos, de 
preferência com tecido de algodão macio; uso proi-
bido de álcool, ou outras substâncias que ressequem 
a pele; uso de creme hidratante na perna e nos pés, 
porém, nunca entre os dedos; proibição da retirada 
de cutícula; corte de unhas em linha reta, sem deixar 
pontas e, se necessário, lixar as unhas; uso de meias 
de algodão sem costura, sem elásticos e preferencial-
mente claras; não andar descalço; uso proibido de 
calçados apertados, de bico fino, sandálias abertas de 
borracha ou plástico e contida entre os dedos; verifi-
cação da parte interna do calçado, antes de vesti-lo, a 
procura de objeto ou saliência que possa machucar; 
elevação dos pés e movimento dos dedos para me-
lhora da circulação sanguínea; evitar o uso de bolsa 
de água quente; evitar exposição ao frio excessivo; e 
cuidados com animais domésticos e insetos.
A equipe de saúde, quando ciente do alto risco 
de complicações é mais propensa ao incentivo para 
o autocuidado dos pés de seus pacientes, mas esses 
profissionais devem receber educação continuada 
sobre o assunto. Por outro lado, os portadores neces-
sitam ser conscientizados da importância da adesão 
às orientações prestadas e compreender que este é 
um compromisso para o resto de sua vida, pois, con-
tribui para a sua própria qualidade de vida (9, 10).
No Brasil, no âmbito das políticas públicas de aten-
ção básica à saúde, o Programa Nacional de Diabetes 
se caracteriza por um conjunto de ações de saúde, no 
âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção 
e a proteção da saúde; a prevenção de agravos; o diag-
nóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da 
saúde (11). Nesse domínio de atenção cabe à equipe 
multiprofissional o atendimento ao diabético, entre-
tanto o desenvolvimento de atividades educativas e o 
estabelecimento de estratégias para favorecer adesão 
ao tratamento são de competência do profissional en-
fermeiro (11). No contexto do atendimento multiprofis-
sional ressalta-se a abordagem fisioterapêutica quando 
da ocorrência de complicações vasculares crônicas que 
diminuem a capacidade funcional pelas retrações mus-
culares e limitações articulares, bem como edemas em 
membros inferiores pela restrição de mobilidadeque 
acarretam ao paciente.
ulceração e ou destruição dos tecidos profundos, asso-
ciados a anormalidades neurológicas e a vários graus da 
doença vascular periférica nos MMII (5). É considerado 
causa comum de invalidez, já que por causa da possível 
amputação do membro afetado induz a diminuição da 
qualidade de vida do diabético (2).
A úlcera ocorre no dorso, dedos ou bordas do pé e, 
geralmente, está associada ao uso de calçados inade-
quados (2), e é mais frequente em homens devido ao 
mau controle das complicações crônicas (1). As causas 
frequentes de úlcera diabética são: biomecânica alte-
rada; pé com sensibilidade diminuída; insuficiência 
arterial; incapacidade do autocuidado; e deficiência 
quanto às orientações aos cuidados preventivos (4).
Outro fator a ser destacado é a diminuição de 
sudorese que resulta em uma parede fina e resseca-
da, facilitando rachaduras, perda da sensibilidade e 
atrofia muscular. Dessa forma, surgem calosidades, 
microfraturas e, consequentemente, as úlceras (2).
As úlceras diabéticas podem ser neuropáticas, 
vasculares e mistas. As neuropáticas englobam o mal 
perfurante plantar resultante dos pontos de pressão, 
associado à diminuição da sensibilidade protetora, a 
qual é causada por uma calosidade plantar que acaba 
sendo traumática (2). As úlceras neuropáticas ocor-
rem em áreas de distribuição do peso e do atrito, 
especialmente sob as epífises distais do metatarso. 
As úlceras isquêmicas englobam lesões secundárias, 
pequenos traumas e escoriações (4).
As causas das infecções das ulcerações no pé po-
dem ser caracterizadas como monomicrobiana ou 
polimicrobiana; esta última está presente em 60 a 
80% dos pacientes acometidos por infecções (6).
Sabe-se que para a prevenção adequada, tanto das 
úlceras plantares quanto das amputações, é necessá-
rio identificar os riscos (1, 3). Os locais de maior risco 
para lesões são os dedos, devido às deformidades; os 
sucos interdigitais, pelas fissuras e infecções secun-
dárias; a região distal do pé, por infecções em proe-
minências dos metatarsos; e a região medial do pé, 
pelas calosidades e por ser uma região de apoio (7).
A prevenção é a primeira linha de defesa contra 
as úlceras diabéticas. Estudos têm demonstrado que 
programas educacionais abrangentes, que incluem 
exame regular dos pés, classificação de risco e educa-
ção terapêutica, podem reduzir a ocorrência de lesões 
nos pés em até 50% (8, 9). Os diabéticos devem ob-
servar diariamente seus pés buscando a presença de 
edema, eritema, calosidade, descoloração, cortes ou 
perfurações, e secura excessiva; na impossibilidade 
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Cubas MR, dos Santos OM, Retzlaff EMA, Telma HLC, de Andrade IPS, Moser ADL, et al.
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estomaterapeuta que balizou a forma de exame fí-
sico dos pés dos diabéticos, reduzindo, assim, erros 
decorrentes de avaliações sustentadas por parâme-
tros individuais.
A avaliação dos pés foi operacionalizada com o 
levantamento das seguintes variáveis:
a) sinal da prece com as mãos — solicitou-se ao 
participante que demonstrasse qual a posição 
que assume quando realiza uma oração, com 
o intuito de identificar o grau de deformidade 
dos pés. Grau 1 representa a limitação de uma 
articulação interfalangiana; grau 2, a limitação 
de duas articulações interfalangianas; e grau 
3, a limitação de duas articulações interfalan-
gianas e das metacarpofalangianas;
b) higiene — momento em que se checaram suji-
dades aparentes. Os critérios para diferenciar 
uma higiene boa de regular ou irregular foram: 
a boa higiene refere-se ao pé que não apresenta 
nenhuma sujidade; a regular caracterizou-se 
pela presença mínima de sujidade; e a irre-
gular era constatada pela presença visível de 
sujidade, desde que não fosse relacionada a um 
curto espaço de tempo (ex. poeira pelo andar 
de casa até o local da avaliação);
c) tipo dos calçados — aberto ou fechados. Se fe-
chado, examinou-se o tipo do bico e se aberto, 
a presença de tiras;
d) característica das meias — identificaram-se 
tecido e cor;
e) hidratação — verificaram-se áreas de resseca-
mento, rachaduras (fissuras) e prega cutânea;
f) condição aparente dos pés — observou-se 
o tipo de corte nas unhas e se foram lixadas 
adequadamente, se entre os dedos havia umi-
dade e se havia sinais e sintomas indicativos 
de micose;
g) sensibilidades — as sensibilidades protetora 
e tátil foram avaliadas usando Estesiômetro 
(Semmes-weinstein monofilamento) median-
te a técnica da resposta sim-não ao toque do 
monofilamento de 0,05 g em 10 regiões do pé: 
primeiro (ponto 1), terceiro (ponto 2) e quinto 
(ponto 3) dígitos plantares; primeira (ponto 4), 
terceira (ponto 5) e quinta (ponto 6) cabeça 
dos metatarsos plantares; laterais esquerda 
(ponto 7) e direita (ponto 8) do meio plantar; 
calcâneo (ponto 9) e dorso (ponto 10) entre 
primeiro e segundo dedos (12). A sensibilidade 
Verifica-se que o enfermeiro tem importante fun-
ção na orientação dos cuidados necessários aos por-
tadores de DM para evitar o aparecimento de lesões 
ulcerativas; porém, por não ser o único profissional 
que atende esse grupo de indivíduos e pela necessi-
dade de orientações educativas no sentido de preven-
ção de úlceras, surgiu o interesse em descobrir quais 
as orientações oferecidas por esse profissional aos 
diabéticos, bem como se o portador está consciente 
do seu papel no autocuidado.
Nesse contexto, as questões norteadoras deste 
estudo foram: Qual é a atuação do enfermeiro na 
prevenção do pé diabético? Os portadores de DM 
conhecem os cuidados preventivos do pé diabético? 
Os portadores de DM aderem às orientações sobre 
os cuidados preventivos do pé diabético?
Este estudo teve como objetivos verificar o conhe-
cimento dos usuários do programa de diabetes acerca 
de cuidados preventivos ao pé diabético, identificar 
as orientações que o paciente recebe quanto a essa 
prevenção, e observar nos participantes do progra-
ma de diabetes a aderência aos procedimentos de 
autocuidado preventivos ao pé diabético.
Materiais e métodos
Trata-se de uma pesquisa exploratória de campo, de 
abordagem quantitativa. Teve como sujeitos de pesquisa 
40 diabéticos do tipo 2 participantes do programa e 
cinco enfermeiros que atuavam numa Unidade de Saúde 
(US) inserida no Programa de Saúde da Família de um 
Distrito Sanitário de Curitiba (PR). Os critérios de inclu-
são dos diabéticos foram: ter idade acima de 40 anos 
e serem participantes do programa da US por tempo 
mínimo de um ano. Foram excluídos os portadores de 
úlcera de pé diabético, os que possuíam história ante-
rior de úlcera de pé diabético e os que tinham parte ou 
totalidade de um dos MMII amputados.
A coleta dos dados foi realizada em duas fases, 
no período entre os meses de fevereiro a abril de 
2010. Foi aplicado um questionário estruturado aos 
enfermeiros e realizado um exame físico do pé dos 
diabéticos, utilizando um instrumento validado (2), 
que foi adaptado para este estudo. O exame físico 
foi efetivado durante os atendimentos individual ou 
coletivo do portador de DM, pelas acadêmicas inte-
grantes da pesquisa, com supervisão da orientadora. 
Antes da coleta de dados, as alunas e a orientadora 
passaram por um treinamento com uma enfermeira 
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Pé diabético
651
mobilidade em um grupo de idosas diabéticas, que 
aponta que a não evolução do grau pode estar relacio-
nada aos alongamentos realizados por elas nas sessões 
de fisioterapia (13); isso reforça a necessidade de ação 
multidisciplinar para o atendimento ao diabético.
Em relação à higiene, em 70% dos casos foi classifi-
cada como boa, e em 30%, como regular. Neste estudo 
as condições de higiene foram avaliadas por exame; na 
literatura, encontrou-se estudo semelhante que questio-
nou a higiene diária, sendo que 90% dos participantes 
afirmaram realizar higiene diária dos pés (14).
Quanto ao uso dos calçados, na população avaliada 
observou-se que somente 15% faziam uso de calça-
dos adequados,fato considerado negativo, pois em 
estudo semelhante foi verificado 55% de adequação 
(14). Ao avaliar o bico do calçado, 5% eram de bicos 
finos, 15% de bico quadrado e 80% de bico redondo. 
Sabe-se que o calçado adequado caracteriza-se pelo 
conforto, sem costuras e do número ideal para que 
não fique muito apertado, nem frouxo. Não são re-
comendáveis calçado de bico fino e chinelo de dedos 
porque causam pontos de pressão nos pés (10).
Ressalta-se que 85% dos casos de úlceras que 
necessitam de internação são originárias de lesões 
superficiais em pessoas com neuropatia periférica, 
lesões estas diretamente relacionadas a uso de cal-
çados impróprios (10).
Em relação ao uso de meias, 62,5% não as utilizam. 
Dentre os que fazem uso da peça, 5% eram sem cos-
turas, 30% com costura e 2,5% sintéticas. Avaliando a 
cor, 26,4% eram brancas e 73,3% de outras cores. Para 
os diabéticos há indicação de meias de algodão, sem 
costuras e preferencialmente claras ou na cor branca, 
pois facilita a visualização de possíveis lesões (10).
Quanto à hidratação dos pés, 55% dos avaliados 
apresentam pés hidratados e 45% ressecados. Esse 
dado confirma outros estudos, um que mostrou que 
45% dos pacientes usavam hidratante (14), outro que 
evidenciou que 54,4% das pessoas apresentavam pés 
hidratados (15).
Observou-se também que 62,5% dos avaliados 
têm o hábito de retirar cutículas; esse fato pode estar 
relacionado à prevalência de mulheres neste estudo. 
Outro dado relevante é o hábito de lixar as unhas, 
verificado em de 67,5% dos participantes, acima do 
encontrado em outro estudo que obteve 43% (14). No 
referente ao corte das unhas, notou-se leve diferença 
entre os cortes quadrado e redondo, 52,5% e 47,5%, 
respectivamente. Esse resultado difere de outro es-
tudo (15), em que 70,7% dos avaliados possuíam 
térmica foi detectada com o uso de ampolas 
quentes e frias com soro fisiológico, nos mes-
mos pontos. A sensibilidade tátil e térmica foi 
avaliada segundo o Sistema de Classificação 
de Risco (10), classificado como: sem risco, 
baixo risco e alto risco. Essa classificação é 
feita pela incapacidade de sentir os estímulos 
feitos pelos monofilamentos ou de perceber a 
diferença da temperatura das ampolas de soro 
fisiológico em quatro ou mais pontos entre os 
dez pontos avaliados, caracterizando o grau 
de neuropatia e incapacidade protetora dos 
pés. Cabe ressaltar que os participantes deste 
estudo não foram classificados no grau 3, pois 
processos ulcerativos e amputações eram con-
siderados critérios de exclusão.
Os dados obtidos foram digitados em planilha 
Excel®, analisados por estatística descritiva simples 
e discutidos à luz da literatura sobre o tema.
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética 
em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do 
Paraná (CEP/PUCPR), com parecer n. 2.929/09. Para 
resguardar a privacidade, todos os participantes fo-
ram examinados e/ou entrevistados individualmente, 
em sala separada.
Resultados e discussão
Os resultados são apresentados em duas partes: 
na primeira, mostram-se os dados relativos ao exa-
me físico dos pés, correlacionando com o Consenso 
do Conselho Internacional do Pé Diabético (10); 
na segunda, comenta-se a avaliação das respostas 
dos Enfermeiros.
Exame físico dos pés
Dos 40 participantes, 57,5% eram do sexo femini-
no e 42,5% do masculino, com faixa etária entre 40 
a 80 anos de idade.
Quando solicitado que posicionassem as mãos em 
sinal de prece, apurou-se que 47,5% dos avaliados eram 
caracterizados por grau 0, 42,5%, grau 1, e 10%, grau 
2, evidenciando que o grau de mobilidade encontra-se 
afetado em mais da metade dos avaliados, o que pode 
levar a uma limitação musculoesquelética. Os dados 
encontrados são semelhantes a estudo que avaliou a 
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Os pontos de maior prevalência quanto à ausência 
de sensibilidade ao estímulo, tanto tátil como térmico 
foram os 5, 6 e 9. Os pontos citados são locais em que 
há altas pressões em proeminências ósseas, o ponto 
5 exerce pressão contra o osso cuneiforme lateral, 
o ponto 6 contra o osso cuboide e o ponto 9 contra 
o osso calcâneo. Essas pressões estão diretamente 
associadas a calosidades, que são preditores da re-
dução de sensibilidade e dos processos ulcerativos.
Esse resultado direciona o número de avaliações 
ou consultas necessárias ao ano para cada individuo, 
sendo: ausente, uma vez ao ano; grau 1, uma vez a 
cada 6 meses; grau 2, uma vez a cada 3 meses; e grau 
3, uma vez de 1 a 3 meses (10).
Orientações realizadas pelos enfermeiros
Embora seja de competência do enfermeiro, junto 
à equipe de saúde, orientar, sensibilizar e motivar as 
pessoas quanto às mudanças de atitude, estas, por sua 
vez, devem incorporar as informações recebidas (16). 
Os resultados deste estudo são importantes para 
outros profissionais de saúde, entre eles o fisiotera-
peuta, principalmente no que se refere ao estabeleci-
mento da conduta de reabilitação cinético-funcional.
A conduta de reabilitação cinético-funcional visa 
aumentar a mobilidade articular, reduzir edemas em 
membros inferiores e equilibrar a musculatura en-
volvida na marcha, diminuindo as áreas de excesso 
corte arredondado e 29,3%, corte quadrado/reto; o 
resultado também se contrapõe a outra investigação 
(14), em que 43% dos participantes tinham o corte 
em linha reta. Cabe ressaltar que o corte quadrado 
é o indicado devido a menor possibilidade de lesão 
nos cantos dos dedos (10).
Não houve diferença significativa na perfusão en-
tre os pés (esquerdo e direito), sendo 70% e 72,5% 
com retorno normal, respectivamente. Em relação ao 
tipo de pé, 50% dos avaliados possuem pé normal, 
47,5% se classificam no tipo cavo, e 2,5% como plano. 
Quanto aos dedos, 92,5% apresentam tipo normal e 
7,5%, tipo garra, não se verificando diferença entre 
o pé esquerdo e direito.
A Tabela 1 mostra os resultados da avaliação da 
presença de umidade, micose e rachadura.
Observa-se que as condições dos pés esquer-
do e direito são semelhantes e, de maneira geral, 
podem ser consideradas satisfatórias em relação à 
presença de umidade, e preocupantes em relação 
a rachaduras e micose. Um dos fatores desencade-
antes de pé diabético são as micoses (16), e nos 
resultados são verificados sinais e sintomas de mi-
coses em 27,5% no pé direito e 17,5% no esquerdo, 
percentual inferior ao encontrado em outro estudo 
que foi de 35% (15), porém não menos inquietante, 
necessitando de orientações quanto à hidratação e 
à adequada higiene.
Os resultados das avaliações das sensibilidades tátil 
e térmica dos pés estão apresentados nas Tabelas 2 e 3.
Tabela 1 - Distribuição da presença de umidade, micoses e rachadura, segundo avaliação dos pés direito e esquerdo dos 
diabéticos (n = 40)
Variável Pé direito (%) Pé esquerdo (%)
Umidade
Bromidose 5,0 7,5
Normal 95,0 92,5
Micose
Sim 27,5 17,5
Não 72,5 82,5
Rachaduras
Calcanhar 10,0 17,5
Calcanhar /lateral 7,5 7,5
Lateral 5,0 2,5
Plantar 5,0 5,0
Não tem 72,5 67,5
Fonte: Dados da pesquisa.
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Pé diabético
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animais domésticos, elevação dos pés, e uso de álcool 
nos pés. A respeito dessas questões, os enfermeiros afir-
mam orientar raramente. No que se refere aos itens 
andar descalço, uso de sandálias, retirada de cutícu-
las, pés imersos em água quente, exposição ao frio, os 
Enfermeiros afirmam que não fazem orientação.
Os Enfermeiros indicam que às vezes informam 
os pacientes sobre questões de extrema importân-
cia como exame diário dos pés, uso de sandálias de 
borracha, presença de animais domésticos para evi-
tar ferimentos e não usar álcool nos pés. Esses itens 
deveriam ser reforçados em todas as consultas.
Ao comparar as respostas dos Enfermeiros com 
a avaliação dos pés dos 40 participantes, notou-se 
de pressão plantar (17, 18). A adesão por parte do 
diabético às orientações oferecidas pelo Enfermeiroajudará o Fisioterapeuta a promover um maior nível 
de independência funcional e retorno às atividades de 
vida diária com segurança, com consequente reflexo 
no comparecimento às atividades promovidas pela US.
Os cinco Enfermeiros entrevistados afirmam 
orientar os usuários no que se refere à restrição de 
fumo, ao uso de calçados, ao corte de unhas e reco-
mendar que procurem pelo serviço quando houver 
qualquer alteração na pele.
É importante orientar os usuários também sobre 
lavagem diária dos pés com água morna, uso de bol-
sas de água, exposição ao frio excessivo, presença de 
Tabela 2 - Distribuição de pontos não sensíveis, com respectiva frequência de pessoas, relacionada às sensibilidades tátil e 
térmica, dos pés esquerdo e direito (n = 40)
Sensibilidade tátil Sensibilidade térmica
Pé esquerdo Pé direito Pé esquerdo Pé direito
Pontos não 
sensíveis
Número de 
pessoas
Pontos não 
sensíveis
Número de 
pessoas
Pontos não 
sensíveis
Número de 
pessoas
Pontos não 
sensíveis
Número de 
pessoas
0% 31 0% 24 0% 29 0% 27
40% 4 40% 8 40% 3 40% 4
50% 1 50% 3 50% 1 50% 2
60% 1 60% 2 60% 3 60% 2
80% 4 80% 2 70% 2 70% 2
 90% 1 80% 1 100% 4
 100% 1 100% 2 
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 3 - Distribuição da frequência absoluta da classificação do grau de risco em relação à avaliação de sensibilidade 
tátil e térmica dos pés esquerdo e direito (n = 40)
Tipo de Sensibilidade Classificação do Grau de Risco
Sem Risco Baixo Risco Alto Risco
Tátil
PE 8 22 10
PD 10 13 17
Térmica
PE 8 20 12
PD 10 16 0
Legenda: PE = pé esquerdo; PD = pé direito.
Fonte: Dados da pesquisa.
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que, quando a orientação sobre o uso de calçados 
adequados é abordada, o Enfermeiro afirma que re-
aliza esta orientação em 100% de seus encontros 
com os diabéticos. Entretanto, 85% dos participantes 
fazem uso de calçados inadequados, com bico fino, 
salto, sapatos secos, apertados ou muito frouxos, 
com destaque para o uso em grande escala de chi-
nelos de dedo de borracha ou similar. Esse resultado 
leva à discussão da presença de duas hipóteses: a 
orientação não está sendo realmente realizada pelo 
Enfermeiro ou o usuário não tem acesso a outro tipo 
de calçado, independentemente da orientação que 
tenha recebido.
Quanto ao corte das unhas, todos os enfermeiros 
afirmam orientar, mas, ao comparar com o exame, 
52,5% realizam o corte correto e 47,5% usam o corte 
redondo, que é considerado inadequado.
Quatro dos cinco Enfermeiros responderam que 
orientam sobre a retirada das cutículas. Ao comparar 
esse dado com o exame, nota-se que 82,5% retiram 
as cutículas. Considera-se que a prevalência do sexo 
feminino pode interferir nesse resultado. No entanto, 
discute-se a eficácia da orientação, pois um grande 
percentual de mulheres não as segue.
Conclusão
Este estudo demonstrou que, com relação às ca-
racterísticas avaliadas, apresentam-se como inade-
quadas a retirada da cutícula, o uso de calçados, e 
o tipo e cor das meias. Ao avaliar a coleta de dados, 
nota-se que há um alto percentual de pessoas que 
realizam o corte das unhas de forma inadequada.
Ao comparar os questionários respondidos pelos 
Enfermeiros e o exame realizado nos participantes, 
constatou-se que os pacientes, por diferentes moti-
vos, não aderem a algumas orientações. Conclui-se 
que os itens com menor adesão são os mais simples, 
baratos e passíveis de correção. São relevantes, por-
tanto, adequada avaliação e acompanhamento indi-
vidual, levando em consideração o grau de conheci-
mento e a facilidade para processar as informações.
Entendendo que uma ação multiprofissional, com 
esforço coletivo, poderia potencializar as orientações 
e aumentar a aderência às mesmas, os resultados 
do presente estudo poderão subsidiar a ação de en-
fermeiros e fisioterapeutas no estabelecimento de 
condutas apropriadas para prevenção de lesões que 
determinam a morbidade de úlcera de pé diabético.
Fisioter Mov. 2013 jul/set;26(3): 647-55
Pé diabético
655
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Recebido: 26/10/2012
Received: 10/26/2012
Aprovado: 17/04/2013
Ap proved: 04/17/2013
Pé diabético: orientações e 
conhecimento sobre cuidados 
preventivos
Componentes: Cristiane De Andrade, Jessica Assis, Laura Roberta, Lorena 
Leticia, Mayara Do Amaral, Natacha dos Santos, Nicole Thanise, Thaís Lopes.
Pé Diabético
O pé diabético é considerado uma complicação do Diabete mellitus 
e a maior causa de amputações de membros inferiores. Para evitar 
seu aparecimento são necessárias orientações de medidas 
preventivas e autocuidado do portador
O que é Diabete Mellitus?
É uma doença metabólica resultante de defeitos da secreção de insulina, 
hormônio produzido pelo pâncreas e que é responsável pelo controle do 
nívelde glicose no sangue. Os efeitos principais da doença são 
hiperglicemia crônica relativa, com alterações no metabolismo dos 
carboidratos, lipídios e proteínas; e as complicações macrovasculares, 
microvasculares e neuropáticas
Introdução
Independentemente do desenvolvimento econômico, político e 
social de um país, o Diabetes mellitus (DM) é um importante e 
crescente problema de Saúde Pública. Sua prevalência, em 
particular a do tipo 2, está aumentando de forma exponencial e é 
mais encontrada nas faixas etárias avançadas.
Dentre os tipos de DM, o tipo 2 corresponde, aproximadamente, a 
90% dos casos e dentre suas complicações crônicas destacam-se 
as lesões ulcerativas em membros inferiores
Esse fenômeno decorrente da neuropatia, gera perda de 
sensibilidade periférica tátil, térmica e dolorosa pode determinar 
lesões complexas que, caso não sejam tratadas, podem levar à 
amputação do membro. Ressalta-se que cerca de 10 a 25% dos 
portadores de DM acima de 70 anos desenvolvem lesões em MMII 
e destes, 14 a 24% evoluem para amputação.
O pé diabético é considerado uma consequência de infecção, 
ulceração e ou destruição dos tecidos profundos, associados a 
anormalidades neurológicas e a vários graus da doença vascular 
periférica nos MMII.
 A úlcera ocorre no dorso, dedos ou bordas do pé e, geralmente, 
está associada ao uso de calçados inadequados 
As causas frequentes de úlcera diabética são: biomecânica 
alterada; pé com sensibilidade diminuída; insuficiência arterial; 
incapacidade do autocuidado; e deficiência quanto às orientações 
aos cuidados preventivos.
Outro fator a ser destacado é a diminuição de sudorese que resulta 
em uma parede fina e ressecada, facilitando rachaduras, perda da 
sensibilidade e atrofia muscular. Dessa forma, surgem calosidades, 
microfraturas e, consequentemente, as úlceras.
As úlceras diabéticas podem ser neuropáticas, vasculares e 
mistas.
As causas das infecções das ulcerações no pé podem ser 
caracterizadas como monomicrobiana ou polimicrobiana; esta 
última está presente em 60 a 80% dos pacientes acometidos por 
infecções (6). Sabe-se que para a prevenção adequada, tanto 
das úlceras plantares quanto das amputações, é necessário 
identificar os riscos. Os locais de maior risco para lesões são os 
dedos.
Prevenção
Restrição absoluta do fumo; exame diário dos pés, inclusive entre 
os dedos; lavagem dos pés com água morna, tendendo para fria; 
secagem cuidadosa dos pés, principalmente entre os dedos, de 
preferência com tecido de algodão macio; uso proibido de álcool, 
ou outras substâncias que ressequem a pele; uso de creme 
hidratante na perna e nos pés, porém, nunca entre os dedos; 
proibição da retirada de cutícula; corte de unhas em linha reta, 
sem deixar pontas e, se necessário, lixar as unhas; uso de meias 
de algodão sem costura, sem elásticos e preferencialmente 
claras; não andar descalço; uso proibido de calçados apertados, 
de bico.fino, sandálias abertas de borracha ou plástico e contida entre os 
dedos; verificação da parte interna do calçado, antes de vesti-lo, a 
procura de objeto ou saliência que possa machucar; elevação dos 
pés e movimento dos dedos para melhora da circulação 
sanguínea; evitar o uso de bolsa de água quente; evitar exposição 
ao frio excessivo; e cuidados com animais domésticos e insetos.
Objetivo do Artigo Escolhido
Verificar o conhecimento dos usuários do programa de diabetes 
acerca de cuidados preventivos ao pé diabético, identificar as 
orientações que o paciente recebe quanto à prevenção, e observar 
a aderência aos procedimentos de autocuidado preventivos.
Materiais e Métodos Utilizados
Pesquisa exploratória de campo, envolvendo 40 diabéticos do tipo 2 
e cinco enfermeiros. Foi realizado exame físico dos pés dos 
diabéticos e uma entrevista estruturada com os enfermeiros. Os 
dados foram organizados e analisados por estatística descritiva. 
Os critérios de inclusão dos diabéticos foram: ter idade acima de 
40 anos e serem participantes do programa da US por tempo 
mínimo de um ano. Foram excluídos os portadores de úlcera de pé 
diabético, os que possuíam história anterior de úlcera de pé 
diabético e os que tinham parte ou totalidade de um dos MMII 
amputados. A coleta dos dados foi realizada em duas fases, no 
período entre os meses de fevereiro a abril de 2010. Foi aplicado 
um questionário estruturado aos enfermeiros e realizado um 
exame físico do pé dos diabéticos, utilizando um instrumento 
validado (2), que foi adaptado para este estudo. O exame físico foi 
efetivado durante os atendimentos individual ou coletivo do 
portador de DM.
A avaliação dos pés foi operacionalizada com o levantamento das 
seguintes variáveis: 
Sinal da prece com as mãos, higiene, tipo de calçados, hifratação,
característica das meias, condição aparente dos pés e 
sensibilidade.
Os dados obtidos foram digitados em planilha Excel®, analisados 
por estatística descritiva simples e discutidos à luz da literatura 
sobre o tema. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em 
Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Paraná 
(CEP/PUCPR), com parecer n. 2.929/09.
Para resguardar a privacidade, todos os participantes foram 
examinados e/ou entrevistados individualmente, em sala separada. 
Resultados e discussão
Os resultados são apresentados em duas partes:
Dos 40 participantes, 57,5% eram do sexo feminino e 42,5% do 
masculino, com faixa etária entre 40 a 80 anos de idade. Quando 
solicitado que posicionassem as mãos em sinal de prece, 
apurou-se que 47,5% dos avaliados eram caracterizados por grau 
0, 42,5%, grau 1, e 10%, grau 2, evidenciando que o grau de 
mobilidade encontra-se afetado em mais da metade dos 
avaliados, o que pode levar a uma limitação musculoesquelética
Em relação à higiene, em 70% dos casos foi classificada como 
boa, e em 30%, como regular.
Quanto ao uso dos calçados, na população avaliada observou-se 
que somente 15% faziam uso de calçados adequados, fato 
considerado negativo
Ressalta-se que 85% dos casos de úlceras que necessitam de 
internação são originárias de lesões superficiais em pessoas com 
neuropatia periférica, lesões estas diretamente relacionadas a uso 
de calçados impróprios.
Em relação ao uso de meias, 62,5% não as utilizam. Dentre os que 
fazem uso da peça, 5% eram sem costuras, 30% com costura e 
2,5% sintéticas. Avaliando a cor, 26,4% eram brancas e 73,3% de 
outras cores.
Quanto à hidratação dos pés, 55% dos avaliados apresentam pés 
hidratados e 45% ressecados. 
Observou-se também que 62,5% dos avaliados têm o hábito de 
retirar cutículas; esse fato pode estar relacionado à prevalência de 
mulheres neste estudo. 
Conclusão
Este estudo demonstrou que, com relação às características 
avaliadas, apresentam-se como inadequadas a retirada da 
cutícula, o uso de calçados, e o tipo e cor das meias. Ao avaliar a 
coleta de dados, nota-se que há um alto percentual de pessoas 
que realizam o corte das unhas de forma inadequada.
Entendendo que uma ação multiprofissional, com esforço coletivo, 
poderia potencializar as orientações e aumentar a aderência às 
mesmas.

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