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Petição Trabalhista CONTESTAÇÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 20ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO – SP. 
Autos n° 123
ALFA LTDA, reclamada devidamente qualificada, por seus procuradores que abaixo subscrevem, conforme instrumento de mandato anexo (fl. 01), nos autos da Reclamação Trabalhista movida por CRISTIANO DUARTE, Reclamante, qualificado, vem, à presença de Vossa Excelência, com base nos artigos 847 da CLT c/c o art. 300 do CPC, apresentar a sua CONTESTAÇÃO, nos seguintes termos: 
DA SINTESE DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
A presente reclamação foi ajuizada em 12.02.2020, no qual o reclamante narrou que foi admitido pela Reclamada na data de 13.09.2013, para cumprir a função de auxiliar de serviços.
 Alegando que laborava das 06h00 min às 16:00, de segunda a sexta-feira, tendo 2 (duas) horas de intervalo para almoço e descanso. 
Corrobora que o intervalo Interjornada não era observado pela reclamada, e, sob essa alegação, requer o recebimento de hora-extra. 
Não obstante, afirma que na data de 20.05.2019 foi notificado seu aviso prévio trabalhado. Na data de 31.05.2019 o reclamante se candidatou a função de dirigente sindical de sua categoria e narra que entrou em contato com a Reclamada via e-mail conforme data acima, requerendo a reintegração de suas atividades laborais. 
DO DIREITO E FUNDAMENTOS
O reclamante pleiteou a reintegração ao emprego, pois em 31/05/2019 apresentou candidatura ao cargo de dirigente sindical de sua categoria e que informou o fato ao empregador por e-mail. 
Alegou que a candidatura lhe garante o emprego, nos artigos 543, § 3º, CLT e que a empresa não respeitou esta garantia.
Na ação ajuizada aos 12.02.2020 o Reclamante alega que foi admitido em 13.09.2013, recebeu o aviso prévio trabalhando em 20.05.2019 e exercia a função de auxiliar de serviço
O reclamante constou na ação o intervalo interjornada que não era observado, daí por que deseja que seja remunerado como hora extra.
O artigo 543, parágrafo 3º afirma que “a estabilidade do dirigente sindical é garantida desde a data do registro da sua candidatura ao cargo até um 1 (um) ano após o fim de seu mandato.
 Podemos observar que, o mesmo artigo, no parágrafo 5º deixa claro que a comunicação sobre o cargo de dirigente sindical deverá ser realizada para a empresa em 24 (vinte e quatro) horas do dia do registro de sua candidatura a vaga postulada.
Observa-se Vossa Excelência, que o reclamante realizou a comunicação a reclamada sobre o cargo após ter já ter ocorrido a sua dispensa, ou seja, tais pedidos feitos na exordial não merece prosperar, tendo em vista o fato de já ter ocorrido o tempo hábil e legal estabelecido em lei, portanto, não faz jus a reintegração das atividades laborais.
Segue uma ementa do TST:
EMENTA
DIRIGENTE SINDICAL. NÃO-COMUNICAÇÃO DO REGISTRO DA CANDIDATURA. COMUNICAÇÃO DA ELEIÇÃO E POSSE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ASSEGURADA. 1. O § 3º do art. 543 da CLT veda a dispensa do empregado sindicalizado a partir do momento do registro da candidatura e, caso seja eleito, até um ano após o término do mandato. 2. O § 5º do mesmo dispositivo, estabelece que, -para os fins deste artigo-, o empregador deverá ser comunicado, em 24 horas, do dia e da hora do registro da candidatura do empregado, bem como, no mesmo prazo, da sua eleição e posse. 3. A teor do referido dispositivo, a comunicação ao empregador, no prazo de 24 horas de que cogita o § 5º do art. 543 da CLT , tem a finalidade de garantir - os fins deste artigo -, quais sejam, assegurar que o reclamante esteja sob o manto da estabilidade provisória a partir de dois momentos diversos previstos no § 3º do mesmo artigo. Com efeito, a garantia de emprego é assegurada, no primeiro momento, ao -empregado candidato- a dirigente sindical, desde o momento do registro da candidatura até o momento da realização da eleição, e, no segundo momento, ao -empregado eleito- dirigente sindical, desde a data da eleição e posse até um ano após o término do seu mandato. 4. Assim, se não for feita a comunicação da candidatura no prazo de 24 horas, o empregado não adquire a estabilidade provisória assegurada ao -candidato- a cargo de administração sindical. Entretanto, a ausência de comunicação da candidatura, embora seja uma excludente do direito à garantia no emprego assegurada ao -candidato-, não afasta o direito à estabilidade provisória assegurada ao -empregado eleito-, desde o momento da eleição e posse até um ano após o término do mandato. 5.
DAS HORAS EXTRAS 
O reclamante laborava das 06h00min às 16:00, com 2h de intervalo para obter almoço e descanso.
 Pode-se notar que o período interjornada do reclamante ultrapassava o legal de 11 (onze) horas.
 Em nosso texto Constitucional, no artigo 7º, XIII, demonstra que a jornada de trabalho será de oito horas diárias e quarenta e quatro semanais.
 Sendo assim podemos perceber que o reclamante nunca superou a jornada de oito horas diárias e quarenta e quatro semanais. É notório que tal pedido não merece prosperar.
No que se refere a este assunto, a Reclamada faz questão de expor o texto da CLT, constante em artigo 66: 
Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.
INTERVALO INTERJORNADAS. ART. 66 DA CLT. INOBSERVÂNCIA. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO § 4º DO ART. 71 DA CLT (alterada e incluído o item II em decorrência da Lei nº 13.467/2017). I – O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST. É devido assim, o pagamento da integralidade das horas suprimidas, com o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da hora normal de trabalho ou de percentual mais elevado definido em negociação coletiva. II – A parcela decorrente do descumprimento do intervalo mínimo previsto no art. 66 da CLT, ocorrido a partir de 11 de novembro de 2017, início da vigência da Lei n° 13.467/2017, é de natureza indenizatória, nos termos do § 4º do art. 71 da CLT, com a redação da Lei nº 13.467/2017.
LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ. CARACTERIZAÇÃO.
O inciso I do artigo 793-B da CLT, dispõe que será considerado litigante de má-fé aquele que deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso. 
 O inciso II pode ser ainda mais perigoso, quando considera como litigante de má-fé aquele que alterar a verdade dos fatos; 
Estamos diante de uma ação apresentada sem qualquer meio de prova ou fundamento, deixando perceber intuito protelatório, está sendo provocado incidente manifestamente infundado. 
Litiga de má-fé aquele que intencional e conscientemente incide nas hipóteses elencadas nos incisos do artigo. 793-B da CLT e dos artigos79 e 80 do CPC, ou seja, aquele que é movido por dolo, que manifesta a intenção dirigida a produção de determinado resultado. A litigância de má-fé caracteriza-se, portanto, pelo abuso de direito de postular em juízo.
Tendo em vista que o reclamante está alterando a veracidade dos fatos, conforme já exposto, este deve ser responsabilizado pela sua má-fé, em defesa da dignidade da justiça.
Tais fatos mostram-se completamente distintos da realidade, distorcidos dolosamente com fito de moldar o convencimento do juízo.
EMENTA
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. PROCESSO DO TRABALHO. COMPATIBILIDADE. Havendo omissão da Consolidação das Leis do Trabalho no que se refere à responsabilidade das partes por dano processual, devem ser aplicados no processo do trabalho as normas do processual civil que disciplinam o instituto da litigância de má-fé, de acordo com o art. 769 da CLT . Não há qualquer tipo de incompatibilidade na aplicação dos artigos 79 e 80 do Novo Código de Processo Civil ao processo do trabalho, em virtude da necessidade de se resguardar o conteúdo ético da relação processual trabalhista, como ocorre no processo civil, coibindo o exercício abusivo do direito de ação em relação à parte que proceder de modo temerário, com deslealdade e má-fé. (Processo:ED - 0001920-51.2013.5.06.0231, Redator: José Luciano Alexo da Silva, Data de julgamento: 26/10/2016, Quarta Turma, Data de publicação: 09/11/2016).
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS:
Excelência, por conta da má-fé do Reclamante, o intuito protelatório dele em ajuizar ação infundada e, claro, além, dos esforços da reclamada para contratação de um profissional legal para sua defesa requer, de imediato, que o reclamante seja condenado ao pagamento de honorários sucumbenciais em 15%. Conforme: 791-A da CLT:
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. PEDIDO JULGADO IMPROCEDENTE. RESPONSABILIDADE DO RECLAMANTE PARA HONRAR O PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS EM PROL DO CAUSÍDICO ADVERSO. Ainda que o reclamante seja beneficiário da justiça gratuita, tal concessão não o exime do dever de arcar com o pagamento da verba honorária da parte contrária, o que deve ser apurado em execução. A suspensão da medida constritiva ocorrerá apenas após a exaustão dos meios persecutórios da satisfação integral da obrigação. (TRT da 3.ª Região; PJe: 0010288-26.2018.5.03.0015 (RO); Disponibilização: 19/09/2018, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 902; Órgão Julgador: Quarta Turma; Relator: Paulo Chaves Correa Filho).
DOS PEDIDOS
1) Na eventualidade de ser apreciado o mérito, sejam todos os pedidos do Reclamante julgados IMPROCEDENTES.
2) Que o reclamante seja condenado em litigância de má-fé, conforme artigo 793-B CLT, valor a ser auferido pela Excelência.
3) Todas as intimações sejam em nome de xxxx, OAB/XX sob o nº xxxxx, com endereço eletrônico xxxx, sob pena de nulidade.
4) Condenação de pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais no porcentual de 15 % sob o valor da causa por parte do Reclamante.
5) A aplicação de multa por litigância de má-fé ao reclamante, em virtude ao potencial e eminente dano a aplicação da justiça.
6) Requer a todos os meios de provas necessárias para o deslinde do feito.
Termos em que, 
Pede deferimento. 
São Paulo, 07 de maio de 2020
Advogado
OAB xxxx

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