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atividade antimicrobianos

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Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR Câmpus Toledo
Jaqueline Mombach
ATIVIDADE SOBRE ANTIMICROBIANOS
Disciplina de Farmacologia Veterinária
Professora Maria Cecília
Toledo
Abril de 2020
· Beta-lactâmicos
Os beta-lactâmicos são antibióticos bactericidas que atuam inibindo a síntese da parede celular das bactérias, fazendo com que as ligações cruzadas entre as fitas de peptiodeoglicano sejam inibidas e consequentemente não se formem.
Nessa classe, encontra-se as penicilinas, as cefalosporinas, cefamicinas, ácido clavulânico, carbapenens, nocardicinas e monobactâmicos, e possuem em sua estrutura molecular o agente antibiótico e o núcleo beta-lactâmico.
Este antimicrobiano tem atividade contra bactérias gram positivas e gram negativas, salvo algumas exceções. As penicilinas (V e G) atuam contra muitas bactérias aeróbias gram positivas, sendo então mais ativas que outras penicilinas que atuam contra cocos gram positivo, como S. aureus. As aminopenicilinas e ureidopenicilinas atuam ainda de forma mais alargada, onde muitas bactérias são sensíveis a elas, com exceção da B. fragilis. As cefalosporinas atuam de forma mais ampla que a penicilina G, conseguindo alcançar bacilos gram negativo aeróbios. O composto aztrenoamo é ativo contra grande parte dos bacilos gram negativo, mas em contrapartida, não atua bem em bactérias gram positivas que são anaeróbias. Os carbapenemos atuam contra a maioria das bactérias anaeróbias, com forte ação nos MRSA, pegando tanto gram positiva quanto gram negativa, com exceção dos S. maltophilia e B. cepacia.
· Tetraciclinas
As tetraciclinas são antimicrobianos que atuam impedindo a ligação do RNA transportador ao complexo formado pelo RNA mensageiro e ribossomo, isso faz com que a introdução de aminoácidos e a síntese proteica seja inibida.
	Essa classe de antimicrobianos possuem ação bacteriostática, impedindo o crescimento delas, dificultando então sua proliferação.
	Esses antimicrobianos atuam em bactérias gram positivas e gram negativas, aeróbias e anaeróbias, e também alguns fungos e protozoários, sendo assim, possuem uma ação de amplo espectro.
· Aminoglicosídeos
Os aminoglicosídeos são antibióticos frequentemente utilizados na medicina veterinária. Entre eles, os mais comuns são as estreptomicina, gentamicina, tobramicina, amicacina, netilmicina, paramomicina e espectinomicina.
Essa classe antimicrobiana atua inibindo a síntese das proteínas, com local de ação a subunidade 30S do ribossomo das bactérias. O aminoglicosídeo de liga na superfície da bactéria e é transportada através da parede por um processo dependente da energia oxidativa. Isso faz com que a síntese das proteínas seja inibida, ou com que as bactérias sejam produzidas defeituosamente
Estes antibióticos possuem atividade bactericida, levando a morte da bactéria. E, quanto maior for a concentração, maior será a taxa de destruição das bactérias.
Além disso, os aminoglicosídeos possuem um amplo espectro, atuando em infecções graves causadas por bactérias gram negativas aeróbias, como por exemplo as Klebsiella spp., Serratia spp., Enterobacter spp., Citrobacter spp., Haemophilus spp., Acinetobacter spp., e Pseudomonas aeruginosa. Apresentam uma atividade de intensidade moderada em bactérias gram positivas, como Staphylococcus spp., Listeria monocytogenes, Enterococcus faecalis e Nocardia asteroides. Porém, não apresenta uma boa atividade contra bactérias anaeróbias estritas.
· Sulfas
A sulfonamida é uma classe de antimicrobiano derivada da sulfanilamida, e as principais são: sulfanilamida, sulfisoxazol, sulfacetamida, ácido para-aminobenzóico, sulfadiazina e sulfametoxazol.
As sulfas possuem o efeito bacteriostático, inibindo o metabolismo do ácido fólico através do mecanismo competitivo. As células dos seres humanos podem utilizar o ácido fólico exógeno para o metabolismo, enquanto as células bacterianas necessitam da produção endógena. 
Outro ponto a considerar, é a associação do sulfametoxazol com o trimetoprim, conhecida como associação cotrimoxazol. O efeito da junção destas das drogas é sinérgico, já que atuam em diferentes passos da síntese do ácido fólico.
Sobre seu espectro de ação, as sulfas são ativas conta H. ducreyi, Nocardia sp., Actinomyces sp., Calymmatobacterium granulomatis e Toxoplasma gondii.
· Lincosamidas
As lincosamidas foram isoladas em 1962, a partir do Streptomyces lincolmensis, alguns anos depois, sintetizaram a clindamicina, que possuía uma potência maior. Essa classe de antimicrobianos é considerada bacteriostáticos.
	Sobre seu mecanismo de ação, essa droga é responsável por inibir a síntese proteica nos ribossomos, realizando uma ligação na subunidade 50S do mesmo. Dessa forma, altera a superfície da bactéria, o que faz com que a opsonização, fagocitose e destruição intracelular dos microrganismos sejam facilitadas.
	Essa classe antimicrobiana atua principalmente contra cocos aeróbios e gram positivos, como Staphylococcus sp., em bacilos anaeróbios gram positivos e gram negativos, como as Bacteroides spp., e as Actinomyces spp. Atuam bem também em cocos anaeróbios e microaerófilos gram positivos, como no caso das Peptococcus spp.
· Macrolídeos
Os macrolídeos é uma classe antimicrobiana quimicamente constituído por um anel macrocíclico de lactona, que se ligam a um ou mais açúcares. Os principais constituintes desse grupo são: azitromicina, claritromicina, eritromicina, espiramicina, miocamicina, roxitromicina entre outros.
O mecanismo de ação desta droga é através da inibição da síntese proteica dependente de RNA, isso ocorre através da ligação em receptores da porção 50S do ribossomo, impedindo assim todas as reações de transpeptidação e translocação.
Dependendo de sua concentração, pode atuar tanto como bactericida quanto como bacteriostática. Além disso, essa classe consegue atuar em diversas bactérias gram positivas ou gram negativas, anaeróbias ou aeróbias, como por exemplo Campylobacter sp., Streptococcus sp., Helicobacter pylori e etc.
· Nitroimidazólicos
Essa classe de antimicrobianos é caracterizada por possuir efeito bactericida. O principal desta classe são os metronidazol. Seu espectro de ação compreende bactérias anaeróbicas estritas, os cocos gram positivos, bacilos gram negativos e gram positivos, e ainda alguns protozoários, como amebíase, tricomoníase e giardíase.
O mecanismo de ação ocorre com a entrada do antimicrobiano nas células, através da difusão passiva, e é ativado por um processo de redução. Então, o grupo nitro da droga atua como receptor de elétrons, fazendo com que haja uma liberação de compostos tóxicos e radicais livres, estes, irão atuar no DNA, inativando e impedindo a síntese enzimática bacteriana.
· Fluoroquinolonas
Antes das fluoroquilonas, existam-se as quinolonas que era muito utilizada nos anos 60. Nos anos 80, acrescentaram um átomo de flúor na composição das quinolonas, e aí surgiram as fluoroquinolonas. As principais são: levofloxacina, gatifloxacina, moxifloxacina e gemifloxacina.
Essa classe de antimicrobianos é caracterizada por ser bactericida, e atuam bem em bacilos gram negativos e em alguns cocos gram positivos. Outro ponto a considerar, é que não possui ação contra Streptococcus spp., Enterococus spp. e anaeróbios.
O mecanismo de ação desta droga, ocorre pela inibição da atividade da DNA girasse ou topoisomerase II, que é uma enzima essencial à sobrevivência bacteriana. Essa enzima torna a molécula compactada e biologicamente ativa. Quando essa enzima é inibida, a molécula de DNA passa a ocupar um espaço grande no interior das bactérias, tornando suas extremidades livres que irão determinar a síntese descontrolada de RNA mensageiro e de proteínas, cursando na morte bacteriana.
· Cloranfenicol e derivados
O cloranfenicol é um antimicrobiano que atua de maneira bacteriostática. Essa droga possui um amplo espectro em bactérias gram negativas, gram positivas e riquétsias. 
Sobre seu mecanismo de ação, este medicamento inibe a síntese proteica através do bloqueio específico dos ribossomosdas bactérias, especificadamente na subunidade 50S, inibindo então a transpeptidação.
Referências Bibliográficas
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