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ORTOPEDIA – AULA 2 – W FRATURAS DO ACETÁBULO ANATOMIA DO ACETÁBULO · Cavidade que encaixa a cabeça do fêmur, com uma superfície articular chamada face semilunar. Há uma região central não articular - fossa acetabular - onde sai o ligamento redondo. · Parte inferior: é incisura do acetábulo, região aberta onde vão penetrar os vasos que vão para o ligamento redondo. · Teto do acetábulo, a região anterior do púbis, o ísquio e o íleo. ANATOMIA CIRÚRGICA: · Acetábulo tem forma de Y invertido cujos ramos formam a coluna anterior e a posterior · Coluna Anterior: Vai da crista ilíaca à sínfise púbica · Coluna Posterior: Inicia na incisura glútea e desce pelo acetábulo, forame obturador, Ísquio e ramo púbico inferior. OBS: O acetábulo é o último osso a se fundir, pois até 23 anos de idade existe a cartilagem trirradiada que determina o final do crescimento dos 3 ossos, formando o “Y” invertido. MECANISMO DA LESÃO Depende da posição da cabeça femural: · Rodada interna: Fratura da coluna posterior* · Rodada externa: Fratura de coluna anterior · Aduzida: Face superior comprometida · Abduzida: Face inferior · As fraturas posteriores são as mais comuns, geralmente ocorrem por acidente automobilístico (alto impacto) e normalmente são de urgência, pois nessa localização há o N. ciático. · Geralmente essas fraturas estão associadas a fraturas da pelve ou parte superior do fêmur. CLASSIFICAÇÃO · Judet e Letournel: Dividem as fraturas em tipos elementares e associadas. (+ clássica) · Fraturas de tipo simples/elementares: Fratura do rebordo posterior, fratura da coluna posterior, fratura do rebordo anterior, fratura da coluna anterior, fratura transversal. (apenas 1 fratura) · Fraturas de tipo complexas/ associadas: fraturas da coluna posterior + rebordo posterior, fraturas transversa + rebordo posterior, fratura em T envolvendo o buraco obturador; fraturas das duas colunas. (combinações de fraturas) · Grupo AO: Classificam de acordo com o grau de gravidade. · Marvin Tile: Classificam de acordo com a direção da força. SINAIS E SINTOMAS · Presença de hematomas ou áreas de contusão de partes moles próximos ao trocânter maior · Joelho pode apresentar instabilidade posterior e fratura de patela, comum no tipo posterior · Lesão de nervo ciático presente em 40%, nas fraturas de coluna posterior. ACHADOS RADIOLÓGICOS · RX: AP, Alar, Obturadora. · AP: visualiza linhas ileopectínea (coluna anterior), ilioisquiática (coluna posterior), gota de lágrima (placa quadrilateral), teto acetabular e lábios anterior e posterior. · Alar: rotação externa do paciente em 45 graus, sobre o lado acometido. Visualiza coluna posterior (linha ilioisquiática), a articulação sacro-ilíaca, asa do ilíaco e o rebordo (parede) anterior do acetábulo. · Obturadora ou Foraminal: rotação interna do paciente em 45 graus, sobre o lado não acometido. Visualiza a coluna anterior (linha iliopectínea), forame obturador e o rebordo (parede) posterior do acetábulo. · Tomografia computadorizada: PADRÃO-OURO por visualizar o que está dentro do acetábulo, como o lig redondo. Avalia: · Fragmentos intra-articulares · Impactação marginal · Envolvimento do teto acetabular · Grau de desvio da fratura · Congruência acetábulo-femoral · Analisar reconstrução pós operatória · Determinar o melhor acesso TRATAMENTO · Tratamento conservador: · Baseia-se em redução incruenta e manipulação · Tração esquelética com 9 a 13,5 kg, mantida por 8 a 12 semanas com acompanhamento radiográfico periódico. (No máx 10% do peso da pessoa) · Sempre heparinizar (Ex: clexane) Indicações: · Desvio menor que 2 a 5 mm na abóbada, dependendo do local de fratura e de fatores do paciente. · Fraturas baixas de coluna anterior. · Fraturas transversas baixas. · Fraturas associadas de ambas as colunas com congruência, sem desvio da coluna posterior. · Tratamento Cirúrgico* (maioria) · Quando a articulação está incongruente ou instável. · Tipos posteriores: quando o fragmento é grande suficiente para causar instabilidade. · Fraturas de abóbada com desvio · Fraturas transversas altas ou em T: lesões por cisalhamento. Cirurgias de urgência: controle de danos · Luxação irredutível · Déficit neurológico após redução irredutível · Déficit neurológico após redução · Lesão vascular · Fratura exposta -Se possível realizar cirurgia dentro de 7 dias, após o controle de danos. Os bons resultados dependem basicamente dos fatores abaixo: · Redução Anatômica e fixação estável** · Mobilização precoce · Escolha de acesso cirúrgico adequado · Habilidade Profissional · Idade menor que 55 anos · Evolução inferior a 24 horas · Separação entre os fragmentos menor que 1cm. COMPLICAÇÕES · Precoces: · Tromboembolismo: risco maior que 50% após tratamento cirúrgico · Embolia pulmonar: 4 a 7% de risco · Infecção · Lesão neural ou Neuropraxia (n. Ciático): presente em 17,4% em fraturas de coluna posterior. Principalmente pelo uso de afastadores. · Tardias: · Calcificações heterotópicas (miosite ossificante): após 3 semanas e até 6 meses a 1 ano. Ocorre em lesões onde tem muito músculo, que sangram muito, estes locais de sangramento se transformam em fibrose, e calcifica. Há medicamentos que podem tentar retardar o aparecimento de miosite. · Necrose avascular · Osteoartrite degenerativa · Pseudoartrose.
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