Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ROTEIRO EXAME FÍSICO DO APARELHO RESPIRATÓRIO Monitoria 2020.1 Monitores: Matheus Guimarães e Valclécia Carvalho → Neste exame serão utilizados todos os métodos propedêuticos. → Deve ser sucedido da anamnese, com enfoque nas queixas do paciente, na sua história patológica pregressa, na história familiar e em outros dados psicossociais. → As principais queixas identificadas durante a anamnese são: dispneia, tosse, rouquidão, hemoptise e dor torácica. → O exame deve ser realizado de preferência com o paciente sentado. 1.Inspeção estática Avaliar condições gerais: coloração; cicatrizes; lesões; distribuição dos pelos; presença de circulação colateral; abaulamentos e retrações. Baqueteamento digital: achado clínico importante. Está relacionado a cardiopatias, doenças respiratórias e articulares e cirrose hepática. 1.1 Tipos de tórax Tonel/ Barril: Aumento do diâmetro anteroposterior. Associado à doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema e bronquite) e à idade avançada. Peito de pombo/ Pectus carinatum/ Cariniforme: Saliência do esterno. Pode ser congênito (mais comum) ou associado a asma, raquitismo e síndrome de Marfan. Infundibuliforme/ Pectus excavatum: Esterno deprimido com compressão dos órgãos abaixo dele. Associado a raquitismo, síndrome de Marfan e distúrbios congênitos do tecido conjuntivo. Chato: Diâmetro anteroposterior reduzido, com sobressaliência das escápulas. Comum em indivíduos longilíneos e em portadores de doença pulmonar crônica. Cônico ou em sino: Alargamento da porção inferior. Comum nas grandes hepatoesplenomegalias e na ascite volumosa. Cifótico: Paciente adota uma postura encurvada ou um aspecto corcunda. Associado a vícios de postura, artrite reumatóide, tuberculose da coluna e osteoporose secundária ao envelhecimento. Cifoescoliótico: Desvio lateral da coluna (escoliose) somado à cifose. 2.Inspeção dinâmica - Ritmo: regular ou irregular - Frequência Bradpneico Eupneico Taquipneico Abaixo de 12 12 a 20 Acima de 20 Observação: Os valores de referência utilizados foram retirados do livro de Alba Lúcia, entretanto estes podem variar de acordo com a literatura escolhida. - Profundidade: superficial, profunda ou adequada - Tipo de respiração: diafragmática, torácica ou mista - Uso de musculatura acessória - Tiragem intercostal; - Movimentos paradoxais: segmento do tórax que se move para fora durante a expiração e para dentro durante a inspiração 2.1 Padrões respiratórios anormais -Hiperpneia: respiração rápida e profunda. Pode ser fisiológico após exercício intenso ou causada por ansiedade, acidose metabólica e lesões neurológicas. - Respiração de Kussmaul: respiração profunda de frequência variável. Seu padrão intercala entre inspirações rápidas e amplas, inspirações rápidas com pouca amplitude e curtos períodos de apneia. Está associada a acidose metabólica, cetoacidose diabética e insuficiência renal com uremia. - Respiração de Cheyne-Stokes/ dispneia periódica: ciclos de respiração lenta e superficial que logo se torna rápida e profunda. Ao chegar no pico máximo de frequência respiratória, volta a tornar-se lenta e superficial até a apneia. Pode ocorrer em pacientes com insuficiência cardíaca grave, AVE, traumatismos cranioencefálicos e intoxicações por barbitúricos ou opiáceos. - Respiração de Biot/ atáxica: caracterizada por sua irregularidade, sem relação constante com os tipos respiratórios. Depressão respiratória e lesão de bulbo podem ser a causa. 2.2 Algumas alterações - Dispneia: dificuldade respiratória. Pode ser evidenciada por frequência respiratória aumentada, batimento de asas de nariz, uso de musculatura acessória, tiragem intercostal e cianose. - Platipneia: dificuldade para respirar na posição ortostática (em pé). Comum na pneumectomia. - Ortopneia: dificuldade para respirar deitado. - Trepopneia: melhora da respiração em decúbito lateral, geralmente do lado em que há algum problema pulmonar. Fonte: Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de enfermagem no adulto. 3 ed. 3.Palpação Traqueia: Espaço entre ela e o esternocleidomastóideo, mobilidade, massas e desvio. Tórax: Pele, tecido subcutâneo, cartilagens e ossos. Também avaliar tonûs muscular, presença de crepitações e dor. Expansibilidade: Ápice e base; regiões ventral e dorsal. Frêmito toracovocal: Vibração do ar através da parede torácica. Pedir para o paciente falar 33 e/ou 1. A presença de frêmito durante a inspiração e a expiração caracteriza- se como frêmito brônquico, este está associado à presença de secreção. 4.Percussão - De ápice a base - Regiões para percussão: Fonte: Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de enfermagem no adulto. 3 ed. - Os sons encontrados podem ser: Claro pulmonar: som normal, possui timbre grave e oco. Hipersonoro: som mais intenso e mais grave do que o claro pulmonar, indicando aumento da presença do ar nos pulmões ou espaço pleural. Encontrado principalmente em pacientes com pneumotórax e enfisema pulmonar. Maciço: som surdo e seco, presente em regiões com condensação pulmonar. A presença deste tipo de som na percussão, indica diminuição ou inexistência de ar nos alvéolos. Ocorre na pneumonia, derrame pleural e em região acometida por tumor. Submaciço: som suave, de alta frequência. Possui associação com as mesmas patologias do som maciço, mas pode ser normal em algumas regiões do tórax. Timpânico: som oco, parecido com o rufar de um tambor. É ouvido no espaço de traube, em pacientes com pneumotórax ou quando há câmara repleta de ar. -A região do diafragma pode ser percutida na região dorsal do paciente, a fim de avaliar a excursão diafragmática. 5. Ausculta • Murmúrios vesiculares (MV): sons normais da ausculta pulmonar. (podem estar diminuídos ou ausentes) • Som traqueal: auscultado nas áreas de projeção da traqueia. São intensos, agudos e possuem pouca qualidade sonora. • Som brônquico: auscultado próximo ao esterno, na região de projeção dos brônquios. Possuem timbre agudo, intenso e oco. • Som broncovesicular: características do MV e som brônquico somadas. É auscultado no primeiro e segundo espaço intercostal, e entre as escápulas no nível da terceira e quarta vértebra. Quando auscultado em outras regiões é um indicativo de condensação pulmonar. • Ruídos adventícios: sons anormais da ausculta pulmonar. - Sibilo: caracteriza-se por um som agudo e fino tanto na expiração quanto na inspiração. Este ruído adventício está presente em casos de asma e broncoconstrição. - Creptações ou estertores finos: som agudo, de baixa intensidade, leve borbulhamento no momento da inspiração, pode alterar de acordo com a posição. Encontrado em início de pneumonia, paciente com pouca secreção. Seu som se assemelha ao esfregaço de mechas de cabelo e/ou a abertura de um velcro. - Creptações ou estertores grossos: som grave, de alta intensidade, de maior duração, intensos na expiração. Pode ser auscultado em pacientes com secreção espessa, pneumonia avançada, congestão pulmonar, doenças intersticiais, DPOC e bronquiectasia. Seu som é semelhante ao rompimento de pequenas bolhas. - Ronco: som estrondoso de longa duração, com ruído presente na inspiração +/- e expiração +. Caracteriza patologias respiratórias com excessiva produção de muco, como na pneumonia, bronquite ou bronquiectasia. - Estridor ou cornagem: mais perceptível na inspiração, som estridente, de grito. Caracteriza patologias encontradas em nível de laringe; edema de glote, corpos estranhos, canais de laringe e estenose de traqueia. - Atrito pleural: audível quando há inflamação pleural e é frequentemente associado a pleurite, pneumonia e derrame pleural. Seu som é mais intenso na inspiração e se assemelha a um roçar entre dois pedaços de couro.REFERÊNCIAS LEITE, Alba Lucia B. Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de enfermagem no adulto. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
Compartilhar