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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ Pós-graduação em Direito e Processo do Trabalho e Direito Previdenciário RESENHA CRÍTICA DE CASO ALUNO: RODRIGO MARCONINI MEDEIROS TRABALHO DA DISCIPLINA: TERMINAÇÃO CONTRATUAL E PROTEÇÃO EM FACE DA DISPENSA TUTORA: PROF. CARLA SENDON AMEIJEIRAS VELOSO Rio de Janeiro 2019 A POSSIBILIDADE DE ACORDO NA RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO À LUZ DA REFORMA TRABALHISTA. Referência: FERREIRA PANTALEÃO, Sérgio. Acordo na Rescisão – Uma fraude Que a Reforma Trabalhista Tratou de Resolver. Guia Trabalhista, maio de 2019. Disponível em: http:// http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/Acordo-rescisao-legalidade.html. Acesso em: 29/10/2019. O artigo em apreço trata de uma mudança significativa trazida pela Reforma Trabalhista, em 2017, no que tange à celebração de acordo na rescisão de um contrato de trabalho, abordando suas possibilidades e condições para essa prática não ser considerada fraudulenta. O autor do texto, Sergio Ferreira Pantaleão, explicita o cenário pré-Reforma Trabalhista, onde a prática de celebração de acordo na finalização de uma relação empregatícia já se fazia bastante comum, visando interesses de ambas as partes que compõe a relação de trabalho: empregador e empregado. Comumente, já haviam duas situações em que um contrato de trabalho se findava através de acordo: a vontade do empregador em relação ao desligamento do obreiro sem ter que arcar com os 40% da multa do FGTS a que o funcionário faria jus, e a vontade do próprio empregado em deixar de prestar os serviços, mas ainda assim, realizando o saque do FGTS e recebendo as parcelas do Seguro-Desemprego, possibilidades até então viáveis apenas no caso de rescisão contratual sem justa causa. É dizer que o empregador pagava, ao empregado, como se tratasse de rescisão imotivada, quitando todas as verbas que essa modalidade abrange, inclusive aviso-prévio, e fornecendo as guias para saque do FGTS e Seguro-Desemprego; mas recebendo, de volta, os 40% do FGTS pagos a título de multa ao obreiro. Antes da Reforma, essa prática era terminantemente proibida e considerada fraudulenta, sendo certo que acarretaria a condenação do empregador ao pagamento de multa, bem como a devolução dos valores pagos por ele, caso o Ministério Público do Trabalho constatasse a prática. Além disso, o empregador também assumiria o risco de ser condenado por estelionato, em razão da fraude na documentação elaborada na rescisão contratual com o fim de possibilitar o saque do FGTS e recebimento do Seguro Desemprego pelo funcionário desligado, causando prejuízo ao erário público. A Reforma Trabalhista modificou os resultados dessa prática, tendo em vista que incluiu o artigo 484-A à CLT, que permite a celebração de acordo na rescisão trabalhista, mas estabelece condições e limites à sua realização, quais sejam: 50% do aviso prévio (ou seja, quinze dias), na hipótese do mesmo ser indenizado; 50% da multa do FGTS (ou seja, 20%); e as demais verbas, integralmente. Ademais, o obreiro sacaria somente 80% do FGTS e não teria direito ao recebimento das parcelas do Seguro-Desemprego. Caso o acordo se dê fora das condições e limites impostos no novo artigo, inclusive havendo anotações falsas na CTPS para viabilizar o saque do FGTS e Seguro-Desemprego, ainda é considerado fraudulento e crime de estelionato, conforme artigo 171 do CP. Portanto, conclui-se que a Reforma, nesse sentido, mostrou-se, de certa forma, favorável a essa prática, tendo em vista que deixou de considerar fraude, se respeitadas algumas limitações. Apesar da manutenção do impedimento do recebimento do Seguro-Desemprego, que era a principal motivação do empregador na celebração do acordo, além do fim da relação de emprego, o novo artigo possibilita certa vantagem econômica a ambas as partes que não mais possuem interesse no vínculo empregatício.
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