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Avaliação
História, Legislação e Políticas Públicas em EPT no Brasil
Pós Graduação Lato Sensu em Docência na EPT
Questão 01. 
No artigo “IDENTIDADE DOCENTE NOS INSTITUTOS FEDERAIS DE EDUCAÇÃO – O QUE REVELAM OS DOCUMENTOS OFICIAIS” Iraci Balbina Gonçalves da Silva busca compreender, por meio de 05 (cinco) documentos oficiais, como se produz e conforma uma determinada identidade docente dos professores da educação profissional e tecnológica. Para a autora, em suma, a construção identidade, mais que um ato subjetivo, é histórica, social e processo permeado disputas e conflitos.
Por conseguinte, a autora busca evidenciar tais conflitos no âmbito dos documentos oficiais, ou seja, distintas visões sobre a identidade do docente EPT. Por outras palavras, busca evidenciar o que os documentos dizem sobre “quem é esse professor”, “qual o seu papel”, “o que lhe caracteriza” e o “distingue em relação aos professores da educação básica e superior universitário”. 
Considerando o texto acima e o artigo da professora Iraci Balbina:
Escolha dois documentos oficiais dentre os apresentados pela autora e responda, com suas palavras, a seguinte questão: qual a identidade do docente EPT apresentada pelos documentos oficiais?
Documento 1: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Identidade docente apresentada no documento 1: Docente atua no cumprimento de questões pedagógicas e integração da comunidade, mas nesse documento o docente também deve ter participação na elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino. Isso porque a vivência da coletividade dos profissionais de uma instituição é um dos elementos essenciais da formação de identidade e condição basilar à participação e à integração.
Documento 2: Referencial Curricular Nacional para Educação Profissional de Nível Médio
Identidade docente apresentada no documento 2: Nesse documento a identidade do docente está iniciando uma construção e infelizmente ainda se resume em docentes formando operários e não profissionais, portanto a relação é apenas de trabalho (fazer), não se busca fazer o indivíduo pensar no porque ele está fazendo (ciência/intelectualidade). 
Questão 02. 
Em sua visão, a identidade apresentada pelos documentos oficiais de sua escolha (documento 1 e 2 da questão 01) estão em conformidade com os artigos 6° e 7° da Lei 11.892/2008? Em que medida vão ao encontro do “espírito da Lei 11.892/2008” e em que medida se afastam dela? Justifique com suas palavras. 
R: Para mim somente o Documento 1: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional está em conformidade com os artigos 6º e 7º da Lei 11.892/2008, pois realmente busca o ensino profissionalizante onde o indivíduo não só vai aprender como fazer, através de disciplinas técnicas, mas também o porque está fazendo e como aquilo funciona com base em disciplinas como ciência, química, física e matemática (disciplinas básicas). Ademais, esse documento busca uma relação docente, discente e sociedade, o que a Lei deixa bem claro em seus artigos. 
Já o Documento 2: Referencial Curricular Nacional para Educação Profissional de Nível Médio não está em conformidade com os artigos 6º e 7º da Lei 11.892/2008, justamente porque apenas busca o conhecimento técnico do individuo. 
Seção II
Das Finalidades e Características dos Institutos Federais
Art. 6o  Os Institutos Federais têm por finalidades e características:
I - ofertar educação profissional e tecnológica, em todos os seus níveis e modalidades, formando e qualificando cidadãos com vistas na atuação profissional nos diversos setores da economia, com ênfase no desenvolvimento socioeconômico local, regional e nacional;
II - desenvolver a educação profissional e tecnológica como processo educativo e investigativo de geração e adaptação de soluções técnicas e tecnológicas às demandas sociais e peculiaridades regionais;
III - promover a integração e a verticalização da educação básica à educação profissional e educação superior, otimizando a infra-estrutura física, os quadros de pessoal e os recursos de gestão;
IV - orientar sua oferta formativa em benefício da consolidação e fortalecimento dos arranjos produtivos, sociais e culturais locais, identificados com base no mapeamento das potencialidades de desenvolvimento socioeconômico e cultural no âmbito de atuação do Instituto Federal;
V - constituir-se em centro de excelência na oferta do ensino de ciências, em geral, e de ciências aplicadas, em particular, estimulando o desenvolvimento de espírito crítico, voltado à investigação empírica;
VI - qualificar-se como centro de referência no apoio à oferta do ensino de ciências nas instituições públicas de ensino, oferecendo capacitação técnica e atualização pedagógica aos docentes das redes públicas de ensino;
VII - desenvolver programas de extensão e de divulgação científica e tecnológica;
VIII - realizar e estimular a pesquisa aplicada, a produção cultural, o empreendedorismo, o cooperativismo e o desenvolvimento científico e tecnológico;
IX - promover a produção, o desenvolvimento e a transferência de tecnologias sociais, notadamente as voltadas à preservação do meio ambiente.
Seção III
Dos Objetivos dos Institutos Federais
Art. 7o  Observadas as finalidades e características definidas no art. 6o desta Lei, são objetivos dos Institutos Federais:
I - ministrar educação profissional técnica de nível médio, prioritariamente na forma de cursos integrados, para os concluintes do ensino fundamental e para o público da educação de jovens e adultos;
II - ministrar cursos de formação inicial e continuada de trabalhadores, objetivando a capacitação, o aperfeiçoamento, a especialização e a atualização de profissionais, em todos os níveis de escolaridade, nas áreas da educação profissional e tecnológica;
III - realizar pesquisas aplicadas, estimulando o desenvolvimento de soluções técnicas e tecnológicas, estendendo seus benefícios à comunidade;
IV - desenvolver atividades de extensão de acordo com os princípios e finalidades da educação profissional e tecnológica, em articulação com o mundo do trabalho e os segmentos sociais, e com ênfase na produção, desenvolvimento e difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos;
V - estimular e apoiar processos educativos que levem à geração de trabalho e renda e à emancipação do cidadão na perspectiva do desenvolvimento socioeconômico local e regional; e
VI - ministrar em nível de educação superior:
a) cursos superiores de tecnologia visando à formação de profissionais para os diferentes setores da economia;
b) cursos de licenciatura, bem como programas especiais de formação pedagógica, com vistas na formação de professores para a educação básica, sobretudo nas áreas de ciências e matemática, e para a educação profissional;
c) cursos de bacharelado e engenharia, visando à formação de profissionais para os diferentes setores da economia e áreas do conhecimento;
d) cursos de pós-graduação lato sensu de aperfeiçoamento e especialização, visando à formação de especialistas nas diferentes áreas do conhecimento; e
e) cursos de pós-graduação stricto sensu de mestrado e doutorado, que contribuam para promover o estabelecimento de bases sólidas em educação, ciência e tecnologia, com vistas no processo de geração e inovação tecnológica.
Art. 8o  No desenvolvimento da sua ação acadêmica, o Instituto Federal, em cada exercício, deverá garantir o mínimo de 50% (cinqüenta por cento) de suas vagas para atender aos objetivos definidos no inciso I do caput do art. 7o desta Lei, e o mínimo de 20% (vinte por cento) de suas vagas para atender ao previsto na alínea b do inciso VI do caput do citado art. 7o.
§ 1o  O cumprimento dos percentuais referidos no caput deverá observar o conceito de aluno-equivalente, conforme regulamentação a ser expedida pelo Ministério da Educação.
§ 2o  Nas regiões em que as demandas sociais pela formação em nível superior justificarem, o Conselho Superior do Instituto Federal poderá, com anuência do Ministério da Educação, autorizar o ajuste da oferta desse nível de ensino, sem prejuízo do índicedefinido no caput deste artigo, para atender aos objetivos definidos no inciso I do caput do art. 7o desta Lei.
Questão 03. 
Leia os fragmentos abaixo:
1. O Parecer CNE/CEB nº 16/99 afirma sobre a formação de professores: “ (...) em educação profissional, quem ensina deve saber fazer. Quem sabe fazer e quer ensinar deve aprender a ensinar. 
2. Já o Resolução CNE/CEB nº 6/2012, em seu artigo 40, afirma: “A formação inicial para a docência na Educação Profissional Técnica de Nível Médio realiza-se em cursos de graduação e programas de licenciatura”. 
3.A lei 13.415/2017, que implantou no Brasil a Reforma do Ensino Médio, por sua vez afirma sobre o exercício da docência na EPT: 
Art. 61. ..................................................................................
IV - profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de ensino, para ministrar conteúdos de áreas afins à sua formação ou experiência profissional, atestados por titulação específica ou prática de ensino em unidades educacionais da rede pública ou privada ou das corporações privadas em que tenham atuado, exclusivamente para atender ao inciso V do caput do art. 36.
Como se nota, os documentos oficiais apresentados pela autora Iraci Balbina, e mais recentemente a Lei 13.415/2017, divergem sobre a obrigatoriedade ou não dos professores da EPT apresentarem formação inicial em cursos superiores. O que você pensa sobre a necessidade ou não dos professores EPT apresentarem formação inicial em cursos superiores? Considerando os artigos 6° e 7° da Lei 11.892/2008 , quais seriam, em sua opinião, as vantagens e desvantagens da presença de professores com “notório saber”? Justifique
*** obs. Para usar a linguagem da resolução CNE/CEB 16/99, profissionais com notório saber seriam aqueles que “sabem fazer” e que podem, com o tempo, em serviço, “aprenderem a ensinar”.
R: Afirmo que é imprescindível que o docente tenha um curso superior, ou pelo menos um curso profissionalizante, isso porque a sua identidade não deve ser baseada somente em “saber fazer” e sim precisam saber responder perguntas tais como “porque fazer” “como funciona” etc. Os docentes precisam desenvolver um nível intelectual durante o curso médio integrado ou graduação que seja adequado para que eles possam ensinar aos discentes e também saber como despertar o interesse, a criatividade e o pensamento critico deles. 
Vantagens: Profissionais que atendem ao mercado de trabalho apenas no cargo de operacional
Sabem fazer 
Desvantagens: 
- O fato de saberem fazer não indica que sabem como ensinar;
- Não é possível desenvolver atividades de extensão de acordo com os princípios e finalidades da educação profissional e tecnológica, em articulação com o mundo do trabalho e os segmentos sociais, e com ênfase na produção, desenvolvimento e difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos;
- Impossível estimular o desenvolvimento de espírito crítico, voltado à investigação empírica;
- Não vão saber desenvolver pesquisas aplicadas, estimulando o desenvolvimento de soluções técnicas e tecnológicas, estendendo seus benefícios à comunidade, pois somente tem conhecimento de “como fazer”, não sabem pensar em como resolver problemas.
Questão 04. 
O parecer CNE/CEB 16/99 apresenta um horizonte decisivo para a configuração de uma identidade docente na EPT, que perpassa por uma inovação na construção dos projetos pedagógicos de curso (PPCs):
Na educação profissional, o projeto pedagógico deverá envolver não somente os docentes e demais profissionais da escola, mas a comunidade na qual a escola está inserida, principalmente os representantes de empregadores e de trabalhadores. A escola que oferece educação profissional deve constituir se em centro de referência tecnológica nos campos em que atua e para a região onde se localiza. Por certo, essa perspectiva aponta para ambientes de aprendizagem colaborativa e interativa, quer se considerem os integrantes de uma mesma escola, quer se elejam atores de projetos pedagógicos de diferentes instituições e sistemas de ensino. Abre-se, assim, um horizonte interinstitucional de colaboração que é decisivo para a educação profissional. (BRASIL, 1999, p.302)
Em sua opinião, os processos de construção dos Projetos Pedagógicos de Curso (PPC) na Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica estão em conformidade com o disposto na Resolução CNE/CEB 16/99? Se negativo, o que poderia ser feito para atender esse dispositivo da lei? Justifique. 
R: Sim, pois para construção dos PPCs busca-se envolver não só os docentes e discentes, mas também um membro que represente a sociedade em uma comissão que trata de todos os assuntos relacionados aos IFs, principalmente os PPCs. Além disso, é feito uma enquete no site dos IFs para que a comunidade possa ter acesso e opinar em relação a criação dos cursos. 
Questão 05. 
Considerando o artigo 7° da Lei 11.892 e os incisos abaixo especificados, responda a questão: 
Seção III
Dos Objetivos dos Institutos Federais
Art. 7o  Observadas as finalidades e características definidas no art. 6o desta Lei, são objetivos dos Institutos Federais:
(...)
III - realizar pesquisas aplicadas, estimulando o desenvolvimento de soluções técnicas e tecnológicas, estendendo seus benefícios à comunidade;
IV - desenvolver atividades de extensão de acordo com os princípios e finalidades da educação profissional e tecnológica, em articulação com o mundo do trabalho e os segmentos sociais, e com ênfase na produção, desenvolvimento e difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos;
V - estimular e apoiar processos educativos que levem à geração de trabalho e renda e à emancipação do cidadão na perspectiva do desenvolvimento socioeconômico local e regional; 
· cursos superiores de tecnologia visando à formação de profissionais para os diferentes setores da economia;
(...)
e) cursos de pós-graduação stricto sensu de mestrado e doutorado, que contribuam para promover o estabelecimento de bases sólidas em educação, ciência e tecnologia, com vistas no processo de geração e inovação tecnológica.
Considerando o “espírito da Lei 11.892/2008”, as finalidades e características do artigo 7° e seus incisos, avalie os itens dos artigos 29 (atividades de pesquisa), 31 (extensão), 34 (atividades administrativas-pedagógicas), 39 (atividades de representação) e 40 (outras atividades docentes) da Resolução CONSUP 119/2016 do IFSULDEMINAS, que dispõe sobre o sistema de normativa docente. 
Link para normativa docente:
https://portal.ifsuldeminas.edu.br/images/PDFs/Conselho_Superior_/resolucoes/2016/resolucao.119.2016.pdf
- Em sua visão, o valor em horas e pontos atribuídos pelas atividades de pesquisa, extensão, administrativas, representação e outras estão em conformidade com o artigo 7° da Lei 11.892/2008? Justifique (mínimo 15 linhas).
R: Não. O cumprimento de 40 horas e 80 pontos no Fator de Atividade do Docente não está em conformidade com a Legislação 11.892/2008 e nem com a ideia defendida de rompermos com o modelo Bacharelista. Observa-se que a prioridade da Resolução CONSUP 119/2016 gera em torno apenas do docente trabalhar em sala de aula, visto que a resolução dobra o valor da carga horária, restando um valor “pequeno” de horas que o docente pode realizar outras atividades. Entendo a necessidade de dobrar as horas, visto que os docentes possuem outras atividades complementares a sala de aula, como por exemplo, correção de exercícios, preparo de aulas, entre outros. Todavia, essa carga horária deve ser revista e melhor pontuada para que o docente realmente possa levar o espirito da educação integrada, onde os alunos recebam a informação teórica inicial e depois possam praticar, não só dentro dos IFs, mas também em projetos de extensão junto à comunidade, TCCs em alguma propriedade rural, por exemplo, para melhorar a produtividade. E que o docente tenha condições de fazer isso porque na sua carga horária “há a necessidade do cumprimento dessas horas”. 
Além disso, nota-se que essa resolução tem praticamente toda sua pontuaçãoe carga horaria voltada para atividades realizadas em cursos superiores de bacharel e não para cursos técnicos integrados com o ensino médio. O que está em desacordo com a Lei em seu artigo 8o:
No desenvolvimento da sua ação acadêmica, o Instituto Federal, em cada exercício, deverá garantir o mínimo de 50% (cinquenta por cento) de suas vagas para atender aos objetivos definidos no inciso I do caput do art. 7o desta Lei, e o mínimo de 20% (vinte por cento) de suas vagas para atender ao previsto na alínea b do inciso VI do caput do citado art. 7o.
Portanto, visto que 50% do curso deve ser para atender educação profissional técnica de nível médio, prioritariamente na forma de cursos integrados e somente 20% para educação superior, a maior parte das atividades da resolução 119/2016 devem ser voltadas para o curso médio integrado. 
- Aponte 5 possíveis mudanças em relação a carga horária atribuída e seus respectivos pontos nas atividades de pesquisa e extensão elencadas nos artigos 29 e 31 da Resolução 119/2016, de modo a torná-los em conformidade com o artigo 7° da Lei 11.892/2008. Justifique.
R: Minha primeira sugestão seria a alteração das atividades e pontuações para respeitar a Lei 11.892/2008, devem ser inseridas e melhor pontuadas as atividades voltadas para cursos técnicos integrados com o ensino médio, principalmente as atividades que envolvem a comunidade (projetos de extensão). 
Seria interessante a divisão em porcentagens para cada atividade que o docente deve exercer, sendo necessário que o docente cumpra uma porcentagem mínima de cada seção de atividades (seção 1 – atividades de ensino, seção 2 – atividades de pesquisa, seção 3 – atividades de extensão, etc), respeitando o total de 40 horas para não sobrecarregar o docente. Assim é possível que ele realize diversas atividades.
Deve-se atribuir maior porcentagem de pontuação para atividades de extensão e não pesquisa, visto que as atividades de extensão cumprem com as propostas da Lei 11.892/2008 e com o espirito das EPTs. Não apenas atribuir maior porcentagem de pontuação para atividades de extensão como também exigir que seja realizada pelo menos uma atividade de extensão por semestre. 
Ademais, além de receber maior pontuação, a carga horaria a ser cumprida em atividades de extensão deve ser maior do que atividades de pesquisa.

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