Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO DE PÓS - GRADUAÇÃO LATO SENSU NÚCLEO DE PÓS - GRADUAÇÃO E EXTENSÃO – FAVENI SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3 2 HISTÓRIA DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL ............................................ 4 2.1 Legislação atual no ensino superior brasileiro............................................ 9 2.2 A Universidade no Brasil: contexto atual .................................................. 21 2.3 Ensino Superior: Finalidades.................................................................... 25 2.4 Organização interna e seu funcionamento (Ensino, pesquisa e extensão) 29 3 DIDÁTICA, PEDAGOGIA E O ENSINO EM SEU CONTEXTO DE PRODUÇÃO 32 3.1 A didática no contexto do ensino superior ................................................ 32 3.2 Do ensina à ensinagem ............................................................................ 43 3.3 O professor Universitário: Tarefa de quem?............................................. 48 3.4 Os saberes docentes e formação profissional.......................................... 53 3.5 Competências a serem desenvolvidas no ensino superior ...................... 58 4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE ................................................ 62 4.1 Planejamento de ensino numa perspectiva democrática e política .......... 62 4.2 Organização da prática pedagógica em sala de aula ............................... 68 4.3 O processo de avaliação do ensino ......................................................... 74 5 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 81 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em questionar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 2 HISTÓRIA DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL O início da Educação Superior no Brasil ocorreu tardiamente comparado aos restantes dos outros países das Américas espanholas e Inglesas, pois tiveram acesso ao ensino superior já no período colonial. Em 300 anos, os jesuítas foram os únicos que tiveram iniciativa para agir na área da educação, sendo o conteúdo mais voltados para a catequese religiosa. As primeiras ações de ensino aconteceram por ocasião da chegada dos padres jesuítas em 1549, como uma ampliação das obras da Companhia de Jesus fundada em 1540 em Portugal. O alvo dos jesuítas na colônia era catequizar os índios e "dar ajuda religioso aos colonos", pelos quais eles recebiam subsídios estatais. Fonte: https://educacao.uol.com.br Quanto à orientação normativa, seguiram a Ratio Studiorum, cujo ensino (ministrado em instalações jesuítas), por sua vez, foi subdividido em: estudos menores, com o objetivo de desenvolver as primeiras letras (destinadas aos índios e colonos) e estudos superiores (equivalentes a universidade) para a formação de elites dominantes e novos padres. https://educacao.uol.com.br/ Para obter educação universitária, os filhos de grandes proprietários de terras e altos funcionários da Coroa e da Igreja tiveram que ir à Europa. Houve iniciativas isoladas, como o curso de Engenharia Militar no Rio de Janeiro, que surgiu no final do século XVII, mas não foi considerado uma entrada do ensino superior do Brasil, por ser um estabelecimento português. Um argumento rotineiramente repetido é que Portugal bloqueou o crescimento do ensino superior no Brasil, de modo a manter a colônia incapaz de cultivar e ensinar ciências, artes e letras. Porém, a Coroa conferiu bolsas de estudo para brasileiros estudarem em Coimbra, mas não desejava que esses estudos fossem produzidos aqui. Em 1800, por exemplo, a coroa fundou, como prêmio, quatro bolsas para jovens brasileiros em Coimbra: uma em medicina, duas em matemática, e outra em cirurgia. Por outro lado, em resposta a uma solicitação com a intenção de instalar um curso médico na região das minas, o Conselho Ultramarino, em 1768, fundamentou a negação, que "um dos mais fortes elos que sustentavam a dependência das colônias, era a necessidade de vir estudar em Portugal’’ Mas não achamos que esse argumento deva ser exagerado, pois contra ele levanta fatos que os invalidam; Em 1808, com a chegada da família real, é que iniciou o interesse de se criar escolas médicas na Bahia e no Rio de Janeiro: no mesmo ano inaugurou o Colégio Médico-Cirúrgico da Bahia e a cadeira de Anatomia é criada no Hospital Militar do Rio de Janeiro. Em 1810, criou – se a Academia Real Militar da Corte e o Príncipe Regente assinou a carta de Lei de 4 de dezembro, que mais tarde se transformaria na Escola Politécnica; o Decreto de 23 de fevereiro de 1808, que instituiu uma cadeira de Ciência Econômica; e o Decreto de 12 outubro 1820, que aparelhou a Real Academia de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura Civil, depois convertida em Academia das Artes. No início os cursos eram gratuitos e pagos através do imposto cobrado sobre os produtos exportados do Reino e das Colônias, esse imposto denominava- se o ‘‘quinto da Coroa’’. Através desse passado, o ensino superior se materializou como um exemplo de institutos isolados, recebendo apenas aos filhos da aristocracia colonial, que estavam incapazes de estudar na Europa, por causa do bloqueio de Napoleão. O fato dos cursos que surgiram terem se voltado ao ensino prático – engenharia militar e medicina – e serem ministrados em faculdades isoladas, definiu de forma crucial o ensino superior no Brasil e elucida muitas distorções que até hoje estão presentes em nosso sistema. Fonte:https://anamaria.uol.com.br/ No século XIX, após a Proclamação da Independência, houve um crescimento nas escolas superiores do país, mas sempre no modelo de unidades desconectadas e voltadas à formação profissional. Houve algumas tentativas de criar a primeira universidade no Brasil, um exemplo do qual o projeto de 1843 teve como objetivo criar a Universidade de Pedro II; a de 1847, para a criação do visconde de Goiânia; entre outros. Mas nenhuma decolou. A República chega ao Brasil, mas a Constituição de 1891 omite-se em relação ao compromisso do governo com a universidade. Em 1912, por forças locais, surge a primeira universidade brasileira, no Estado do Paraná, que durou somente três anos. Assim, é em 1920 que surge a Universidade do Rio de Janeiro, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro, que reunia os cursos superiores da cidade, a saber: Faculdade de Medicina, Faculdade de Direito e a Escola Politécnica, originada a partir da fusão da Faculdade Livre de Direito e da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais.O Decreto que cria a universidade é o de n. 14.343, de 7 de setembro de 1920. Como resultado da industrialização e urbanização, uma ação planejada para a organização nacional de Educação aparece pela primeira vez no Brasil. Com a era Vargas, segundo Aranha (1996, p. 201), “os decretos de Francisco Campos fornecem uma nova orientação, visando maior autonomia didática e administrativa, interesse na pesquisa e disseminação da cultura, visando o benefício da comunidade. Foi na década de 1930 do século XX que a Educação começou a ser reconhecida como uma lei pública regulamentada pelo Estado. A chegada da Família Real ao Brasil atrasou o processo de independência, causando, por sua vez, também o adiamento da criação da primeira universidade brasileira, que só ocorreu na década de 1930. Proclamada a República, a Carta Magna permitiu a descentralização do ensino superior e, assim, o surgimento de novas instituições, tanto públicas (estaduais e municipais) quanto privadas. Esse novo momento no cenário educacional permitiu, pela primeira vez, a criação de estabelecimentos confessionais no país. No entanto, nas respectivas Constituições, esses direitos ainda não estavam totalmente garantidos. Entre as décadas de 1950 e 1970, foram criadas universidades federais em todo o Brasil, pelo menos uma em cada estado, além de universidades estaduais, municipais e privadas. A descentralização do ensino superior foi o aspecto seguido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em vigor desde 1961 (Lei nº 4024). Mas o boom do ensino superior ocorreu apenas na década de 1970. Durante essa década, as matrículas aumentaram de 300.000 (1970) para 1,5 milhões (1980). A concentração urbana e a demanda por melhores treinamentos para mão-de-obra e serviços industriais forçaram o aumento do número de vagas e o governo, incapaz de atender a essa demanda, permitiu ao Conselho Federal de Educação aprovar milhares de novos cursos. Alterações também ocorreram no exame de seleção. O ensaio e as provas orais passaram a ser de múltipla escolha. Esse aumento expressivo, sem planejamento adequado, resultou em uma fiscalização insuficiente por parte do poder público, uma queda na qualidade da educação e na imagem “mercantilista” e negativa do setor privado, que persiste hoje, ao contrário do que a Lei declara. Diretrizes e Bases da Educação, 1968 (Lei nº 5.540 / 68). Até o começo da década de 1980, as universidades cresceram e se transformaram, assumiram o papel de instituições de pesquisa, ampliaram os estudos de pós-graduação, criaram laboratórios e bibliotecas, no entanto, não se libertaram dos pesados laços burocráticos do Estado impostos pela Ditadura Militar. Durante esse tempo, os recursos públicos se tornaram cada vez mais escassos e a expansão do ensino superior foi contida. O trajeto histórico da Assistência Estudantil no Brasil está ligado à trajetória da política de Assistência Social, pois ambas emergiram dos movimentos sociais que lutaram pelo fim do regime militar e pela promulgação de uma nova Constituição Federal. Em meio à opressão do sistema político da época, surgiram duas grandes frentes políticas para discussões sobre questões educacionais, em particular sobre questões relacionadas à assistência estudantil, que foram em 1987 o FONAPRACE - Fórum Nacional de Pro-reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis e ANDIFES - Associação Nacional de Diretores de Instituições Federais de Ensino Superior. Esses segmentos educacionais defendiam a integração regional e nacional das instituições de ensino superior, com a intenção de: assegurar igualdade de oportunidades para os alunos das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) na compreensão do direito social, além de aprovisionar aos alunos as condições básicas para sua permanência e conclusão do curso, contribuindo e precavendo a erradicação, retenção e evasão escolar devido às dificuldades socioeconômicas dos alunos de baixa renda. Em 1988, diante da pressão dos vários movimentos populares comprometidos na campanha “Diretas Já”, foi promulgada a Constituição Federal de 1988, que retrata um marco histórico em um momento de questões ligadas à inclusão dos direitos políticos e sociais dos cidadãos. Na história dos direitos sociais ocorreu pela primeira vez, uma constituição com uma nova concepção de Assistência Social, avaliada uma política social que, junto com as políticas de saúde e previdência social, constitui o tripé do Sistema de Seguridade Social Brasileiro. Com essa nova compreensão de Educação e Assistência Social, iniciou-se um tempo de mudanças e reflexões, dando início ao novo modelo de proteção social afirmativa dos direitos superando as práticas assistencialistas e clientelistas. A educação se torna um direito público que deve ser dirigido a todas as classes sociais e em todas as faixas etárias, sem qualquer tipo de discriminação, e o Estado deve fornecer condições para que todos tenham acesso igual a esse direito. Nos anos 90, a educação foi influenciada pela política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso. As análises desse período mostram que as instituições de ensino superior e a sociedade foram marcadas de maneira prejudicial, pois houve diferença salarial, falta de recursos para manutenção, para o desenvolvimento de pesquisas, com o êxodo de professores de universidades públicas e privadas. Cabe destacar ainda que houve aposentadoria em massa de professores e técnicos administrativos e a não substituição de recursos humanos para preencher vagas que permaneceram ociosas, sendo utilizado no caso de professores, a contratação de professores substitutos, com salários mais baixos. 2.1 Legislação atual no ensino superior brasileiro A Legislação atual que regulamente o sistema educacional (público ou privado) do Brasil (da educação básica ao ensino superior), está contida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96) CAPÍTULO IV DA EDUCAÇÃO SUPERIOR Art. 43. A educação superior tem por finalidade: I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração; VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; Fonte: https://thaysgoncalves38073.jusbrasil.com.br VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. VIII - atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação básica, mediante a formação e a capacitação de profissionais, a realização de pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão que aproximem os dois níveis escolares. (Incluído pela Leinº 13.174, de 2015) Art. 44. A educação superior abrangerá os seguintes cursos e programas: (Regulamento) I - cursos seqüenciais por campo de saber, de diferentes níveis de abrangência, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino, desde que tenham concluído o ensino médio ou equivalente; (Redação dada pela Lei nº 11.632, de 2007). II - de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo; III - de pós-graduação, compreendendo programas de mestrado e doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos a https://thaysgoncalves38073.jusbrasil.com.br/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13174.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/D3860.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11632.htm#art1 candidatos diplomados em cursos de graduação e que atendam às exigências das instituições de ensino; IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições de ensino. § 1º O resultado do processo seletivo referido no inciso II do caput deste artigo será tornado público pela instituição de ensino superior, sendo obrigatórios a divulgação da relação nominal dos classificados, a respectiva ordem de classificação e o cronograma das chamadas para matrícula, de acordo com os critérios para preenchimento das vagas constantes do edital, assegurado o direito do candidato, classificado ou não, a ter acesso a suas notas ou indicadores de desempenho em provas, exames e demais atividades da seleção e a sua posição na ordem de classificação de todos os candidatos. (Redação dada pela Lei nº 13.826, de 2019) § 2º No caso de empate no processo seletivo, as instituições públicas de ensino superior darão prioridade de matrícula ao candidato que comprove ter renda familiar inferior a dez salários mínimos, ou ao de menor renda familiar, quando mais de um candidato preencher o critério inicial. (Incluído pela Lei nº 13.184, de 2015) § 3º O processo seletivo referido no inciso II considerará as competências e as habilidades definidas na Base Nacional Comum Curricular. (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017) Art. 45. A educação superior será ministrada em instituições de ensino superior, públicas ou privadas, com variados graus de abrangência ou especialização. (Regulamento) (Regulamento) Art. 46. A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como o credenciamento de instituições de educação superior, terão prazos limitados, sendo renovados, periodicamente, após processo regular de avaliação. (Regulamento) (Regulamento) (Vide Lei nº 10.870, de 2004) § 1º Após um prazo para saneamento de deficiências eventualmente identificadas pela avaliação a que se refere este artigo, haverá reavaliação, que http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13826.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13826.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13184.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13184.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13415.htm#art5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2207.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2306.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2207.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2306.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.870.htm#art1 poderá resultar, conforme o caso, em desativação de cursos e habilitações, em intervenção na instituição, em suspensão temporária de prerrogativas da autonomia, ou em descredenciamento. (Regulamento) (Regulamento) (Vide Lei nº 10.870, de 2004) § 2º No caso de instituição pública, o Poder Executivo responsável por sua manutenção acompanhará o processo de saneamento e fornecerá recursos adicionais, se necessários, para a superação das deficiências. § 3º No caso de instituição privada, além das sanções previstas no § 1o deste artigo, o processo de reavaliação poderá resultar em redução de vagas autorizadas e em suspensão temporária de novos ingressos e de oferta de cursos. (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017) § 4º É facultado ao Ministério da Educação, mediante procedimento específico e com aquiescência da instituição de ensino, com vistas a resguardar os interesses dos estudantes, comutar as penalidades previstas nos §§ 1º e 3º deste artigo por outras medidas, desde que adequadas para superação das deficiências e irregularidades constatadas. (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017) § 5º Para fins de regulação, os Estados e o Distrito Federal deverão adotar os critérios definidos pela União para autorização de funcionamento de curso de graduação em Medicina. (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017) Art. 47. Na educação superior, o ano letivo regular, independente do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver. § 1o As instituições informarão aos interessados, antes de cada período letivo, os programas dos cursos e demais componentes curriculares, sua duração, requisitos, qualificação dos professores, recursos disponíveis e critérios de avaliação, obrigando-se a cumprir as respectivas condições, e a publicação deve ser feita, sendo as 3 (três) primeiras formas concomitantemente: (Redação dada pela lei nº 13.168, de 2015) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2207.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2306.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.870.htm#art1p http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.870.htm#art1p http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13530.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13530.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13530.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168.htm#art1 I - em página específica na internet no sítio eletrônico oficial da instituição de ensino superior, obedecido o seguinte: (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) a) toda publicação a que se refere esta Lei deve ter como título “Grade e Corpo Docente”; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) b) a página principal da instituição de ensino superior, bem como a página da oferta de seus cursos aos ingressantes sob a forma de vestibulares, processo seletivo e outras com a mesma finalidade, deve conter a ligação desta com a página específica prevista neste inciso; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) c) caso a instituição de ensino superior não possua sítio eletrônico, deve criar página específica para divulgação das informações de que trata esta Lei; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) d) a página específica deve conter a data completa de sua última atualização; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) II - em toda propaganda eletrônica da instituição de ensino superior, por meio de ligação para a página referida no inciso I; (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) III - em local visível da instituição de ensino superior e de fácil acesso ao público; (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) IV - deve ser atualizada semestralmente ou anualmente, de acordo com a duração das disciplinas de cada curso oferecido, observando o seguinte: (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) a) caso o curso mantenha disciplinas com duração diferenciada, a publicação deve ser semestral; (Incluída pelalei nº 13.168, de 2015) b) a publicação deve ser feita até 1 (um) mês antes do início das aulas; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) c) caso haja mudança na grade do curso ou no corpo docente até o início das aulas, os alunos devem ser comunicados sobre as alterações; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168.htm#art1 V - deve conter as seguintes informações: (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) a) a lista de todos os cursos oferecidos pela instituição de ensino superior; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) b) a lista das disciplinas que compõem a grade curricular de cada curso e as respectivas cargas horárias; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) c) a identificação dos docentes que ministrarão as aulas em cada curso, as disciplinas que efetivamente ministrará naquele curso ou cursos, sua titulação, abrangendo a qualificação profissional do docente e o tempo de casa do docente, de forma total, contínua ou intermitente. (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) § 2º Os alunos que tenham extraordinário aproveitamento nos estudos, demonstrado por meio de provas e outros instrumentos de avaliação específicos, aplicados por banca examinadora especial, poderão ter abreviada a duração dos seus cursos, de acordo com as normas dos sistemas de ensino. § 3º É obrigatória a freqüência de alunos e professores, salvo nos programas de educação a distância. § 4º As instituições de educação superior oferecerão, no período noturno, cursos de graduação nos mesmos padrões de qualidade mantidos no período diurno, sendo obrigatória a oferta noturna nas instituições públicas, garantida a necessária previsão orçamentária. Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando registrados, terão validade nacional como prova da formação recebida por seu titular. § 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por elas próprias registrados, e aqueles conferidos por instituições não-universitárias serão registrados em universidades indicadas pelo Conselho Nacional de Educação. § 2º Os diplomas de graduação expedidos por universidades estrangeiras serão revalidados por universidades públicas que tenham curso do mesmo nível e área ou equivalente, respeitando-se os acordos internacionais de reciprocidade ou equiparação. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13168.htm#art1 § 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos por universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos por universidades que possuam cursos de pós-graduação reconhecidos e avaliados, na mesma área de conhecimento e em nível equivalente ou superior. Art. 49. As instituições de educação superior aceitarão a transferência de alunos regulares, para cursos afins, na hipótese de existência de vagas, e mediante processo seletivo. Parágrafo único. As transferências ex officio dar-se-ão na forma da lei. (Regulamento) Art. 50. As instituições de educação superior, quando da ocorrência de vagas, abrirão matrícula nas disciplinas de seus cursos a alunos não regulares que demonstrarem capacidade de cursá-las com proveito, mediante processo seletivo prévio. Art. 51. As instituições de educação superior credenciadas como universidades, ao deliberar sobre critérios e normas de seleção e admissão de estudantes, levarão em conta os efeitos desses critérios sobre a orientação do ensino médio, articulando-se com os órgãos normativos dos sistemas de ensino. Art. 52. As universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por: (Regulamento) (Regulamento) I - produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto regional e nacional; II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado; III - um terço do corpo docente em regime de tempo integral. Parágrafo único. É facultada a criação de universidades especializadas por campo do saber. (Regulamento) (Regulamento) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9536.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2207.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2306.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2207.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2306.htm Art. 53. No exercício de sua autonomia, são asseguradas às universidades, sem prejuízo de outras, as seguintes atribuições: I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior previstos nesta Lei, obedecendo às normas gerais da União e, quando for o caso, do respectivo sistema de ensino; (Regulamento) II - fixar os currículos dos seus cursos e programas, observadas as diretrizes gerais pertinentes; III - estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa científica, produção artística e atividades de extensão; IV - fixar o número de vagas de acordo com a capacidade institucional e as exigências do seu meio; V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em consonância com as normas gerais atinentes; VI - conferir graus, diplomas e outros títulos; VII - firmar contratos, acordos e convênios; VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, bem como administrar rendimentos conforme dispositivos institucionais; IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma prevista no ato de constituição, nas leis e nos respectivos estatutos; X - receber subvenções, doações, heranças, legados e cooperação financeira resultante de convênios com entidades públicas e privadas. § 1º Para garantir a autonomia didático-científica das universidades, caberá aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidir, dentro dos recursos orçamentários disponíveis, sobre: (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017) I - criação, expansão, modificação e extinção de cursos; (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017) II - ampliação e diminuição de vagas; (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/D3860.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13490.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13490.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13490.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13490.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13490.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13490.htm#art1 III - elaboração da programação dos cursos; (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017) IV - programação das pesquisas e das atividades de extensão; (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017) V - contratação e dispensa de professores; (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017) VI - planos de carreira docente. (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017) § 2º As doações, inclusive monetárias, podem ser dirigidas a setores ou projetos específicos, conforme acordo entre doadores e universidades. (Incluído pela Lei nº 13.490, de 2017) § 3º No caso das universidades públicas, os recursos das doações devem ser dirigidos ao caixa único da instituição, com destinação garantida às unidades a serem beneficiadas. (Incluído pela Lei nº 13.490, de 2017) Art. 54. As universidades mantidas pelo Poder Público gozarão, na forma da lei, de estatuto jurídico especial para atender às peculiaridades de sua estrutura, organização e financiamento pelo Poder Público, assim como dos seus planos de carreira e do regime jurídico do seu pessoal. (Regulamento) (Regulamento) § 1º No exercício da sua autonomia, além das atribuições asseguradas pelo artigo anterior, as universidades públicas poderão: I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e administrativo, assim como um plano de cargos e salários, atendidas as normas gerais pertinentes e os recursos disponíveis; II - elaborar o regulamento de seu pessoal em conformidade com as normas gerais concernentes; III - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, de acordo com os recursos alocados pelo respectivo Poder mantenedor; IV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13490.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13490.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13490.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13490.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13490.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13490.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13490.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13490.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13490.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2207.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2306.htm V - adotar regime financeiro e contábil que atenda às suas peculiaridades de organização e funcionamento; VI - realizar operações de crédito ou de financiamento, com aprovação do Poder competente, para aquisição de bens imóveis, instalações e equipamentos; VII - efetuar transferências, quitações e tomar outras providências de ordem orçamentária, financeira e patrimonial necessárias ao seu bom desempenho. § 2º Atribuições de autonomia universitária poderão ser estendidas a instituições que comprovem alta qualificação para o ensino ou para a pesquisa, com base em avaliação realizada pelo Poder Público. Art. 55. Caberá à União assegurar, anualmente, em seu Orçamento Geral, recursos suficientes para manutenção e desenvolvimento das instituições de educação superior por ela mantidas. Art. 56. As instituições públicas de educação superior obedecerão ao princípio da gestão democrática, assegurada a existência de órgãos colegiados deliberativos, de que participarão os segmentos da comunidade institucional, local e regional. Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocuparão setenta por cento dos assentos em cada órgão colegiado e comissão, inclusive nos que tratarem da elaboração e modificações estatutárias e regimentais, bem como da escolha de dirigentes. Art. 57. Nas instituições públicas de educação superior, o professor ficará obrigado ao mínimo de oito horas semanais de aulas. Seção II Das organizações acadêmicas Art. 15. As IES, de acordo com sua organização e suas prerrogativas acadêmicas, serão credenciadas para oferta de cursos superiores de graduação como: I - faculdades; II - centros universitários; e III - universidades. § 1º As instituições privadas serão credenciadas originalmente como faculdades. § 2º A alteração de organização acadêmica será realizada em processo de recredenciamento por IES já credenciada. § 3º A organização acadêmica das IFES é definida em sua lei de criação. § 4º As instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica são equiparadas às universidades federais para efeito de regulação, supervisão e avaliação, nos termos da Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Art. 16. As IES privadas poderão solicitar recredenciamento como centro universitário, desde que atendam, além dos requisitos gerais, aos seguintes requisitos: 63 Ensino Superior: Legislação Atualizada 21 I - um quinto do corpo docente estar contratado em regime de tempo integral; II - um terço do corpo docente possuir titulação acadêmica de mestrado ou doutorado; III - no mínimo, oito cursos de graduação terem sido reconhecidos e terem obtido conceito satisfatório na avaliação externa in loco realizada pelo Inep; IV - possuírem programa de extensão institucionalizado nas áreas do conhecimento abrangidas por seus cursos de graduação; V - possuírem programa de iniciação científica com projeto orientado por docentes doutores ou mestres, que pode incluir programas de iniciação profissional ou tecnológica e de iniciação à docência; VI - terem obtido Conceito Institucional - CI maior ou igual a quatro na avaliação externa in loco realizada pelo Inep, prevista no § 2º do art. 3º da Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004; e VII - não terem sido penalizadas em decorrência de processo administrativo de supervisão nos últimos dois anos, contado da data de publicação do ato que penalizou a IES. Art. 17. As IES privadas poderão solicitar recredenciamento como universidade, desde que atendam, além dos requisitos gerais, aos seguintes requisitos: I - um terço do corpo docente estar contratado em regime de tempo integral; II - um terço do corpo docente possuir titulação acadêmica de mestrado ou doutorado; III - no mínimo, sessenta por cento dos cursos de graduação terem sido reconhecidos e terem conceito satisfatório obtido na avaliação externa in loco realizada pelo Inep ou em processo de reconhecimento devidamente protocolado no prazo regular; IV - possuírem programa de extensão institucionalizado nas áreas do conhecimento abrangidas por seus cursos de graduação; V - possuírem programa de iniciação científica com projeto orientado por docentes doutores ou mestres, que pode incluir programas de iniciação profissional ou tecnológica e de iniciação à docência; VI - terem obtido CI maior ou igual a quatro na avaliação externa in loco realizada pelo Inep, prevista no § 2º do artigo 3º da Lei nº 10.861, de 2004; VII - oferecerem regularmente quatro cursos de mestrado e dois cursos de doutorado reconhecidos pelo Ministério da Educação; e VIII - não terem sido penalizadas em decorrência de processo administrativo de supervisão nos últimos dois anos, contado da data de publicação do ato que penalizou a IES. 2.2 A Universidade no Brasil: contexto atual Na atual conjuntura da cultura brasileira, o ensino universitário tem sua importância aclamada tanto pela retórica oficial como pelo senso comum que predomina no seio da sociedade. É-lhe atribuídaexpressiva participação na formação dos profissionais das diferentes áreas e na preparação de pessoal nos quadros de liderança e administrativos, culturais e sociais do país, sendo visto como importante estrutura de ascensão social, com ênfase especial no ensino oferecido pelo público universitário. Introduzido no Brasil somente na terceira década do século XX, o desenvolvimento do modelo universitário no país foi marcado pela combinação de dois fundamentos: sua natureza de instituição isolada e o caráter privado de sua dependência administrativa, como se estivesse recuperando e solidificando a tradição criadora iniciada no Império com as faculdades de Engenharia, Direito e Medicina. Quando se olha o quadro atual das instituições de ensino superior, é impressionante ver o crescimento a partir dos anos setenta do século passado, é espantoso ver o aumento da iniciativa privada em relação às iniciativas do poder público. A educação é um processo social que geralmente envolve grandes grupos, como a comunidade e pequenos grupos, como a família. Os processos educacionais dependem muito do estado em que o corpo social se encontra. O fato é que qualquer mudança na estrutura social, política e econômica deste grupo maior terá influência na educação. Segundo LEWIN (1965), é bem mais fácil o grupo transformar a educação do que a educação transformar a sociedade. Mudanças no ambiente externo afetam a realidade do Ensino Fundamental, que no Brasil tem sido elemento de preciosos estudos. Trata-se de assunto inesgotável, mas a maioria carece de uma análise satisfatória no contexto da Constituição de 1988, principalmente após a Emenda Constitucional nº 14, de setembro de 1996, que introduziu alterações nos artigos relevantes a essa matéria. É importante conhecer o objetivo principal do Ensino Fundamental, com foco no amplo crescimento da pessoa, sua preparação para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Institucionalmente, existem três objetivos do ensino: colaborar na formação da personalidade do aluno, tanto física quanto ética; oferecer-consciência de seu papel na sociedade para exercício adequado da cidadania; e ensina-los os ensinamentos necessários em nossos dias, permitindo- lhe acesso aos empregos, em um sistema de produção cada vez mais automatizado. Assim, o Ensino Fundamental é voltado para a educação integral da criança, e não apenas para suas informações sobre diversas formas de conhecimento prático e teórico. Pois, segundo as palavras de REALE (2000), nada é mais perigoso do que o suprimento excessivo e indiscriminado de informações. É uma questão de discutir os propósitos essenciais do ensino, a fim de chegar a conclusões mais certas, com relação à sua implementação. Em relação ao ensino superior essa situação continua. Frequentemente, essa discussão tem um caráter paradoxal. Ao observar as normas e leis que a regulam, surgem inúmeras reflexões, devido às tantas formas de interpretação dadas pelos interessados no assunto. Suas propostas para implementação refletem a resistência que existe devido à necessidade de seguir os modelos de visão que acatam aos seus interesses. Apesar das pressões da Lei de Diretrizes e Bases de 1996, das mudanças globais e nas transformações na percepção da qualidade da educação, existe uma tendência de manter as características atuais do ambiente vinculadas ao ensino superior, pois sua estrutura de poder é feita por diferentes blocos de interesse. Nas raízes da ampliação do ensino superior, predomina os critérios de buscar atender às necessidades voltadas para o mercado, ou seja, prevalecem critérios econômicos. Assim, ocorre há a comercialização do ensino superior, a predominância de critérios utilitários, com o prejuízo de ações que privilegiam aspectos sociais e atendem aos interesses de um pequeno grupo. Vale a pena discutir a forma de entendimento usada no ambiente do ensino superior, que deve ser muito mais do que a simples classificação do status educacional de um indivíduo. O ensino superior é uma instituição social, cujo papel essencial é formar a elite científica e intelectual da sociedade a que serve. Uma instituição social é caracterizada pela estabilidade e durabilidade de sua missão. Além disso, é estruturalmente baseado em valores e normas emanados do grupo ou sociedade em que está inserido. Uma instituição social é, fundamentalmente, uma doutrina, um ideal. O ensino superior é uma instituição social, duradoura e estável, concebida a partir de valores e normas da sociedade. É, primeiramente, um ideal que se destina, como integrador de um sistema, à qualificação profissional e promoção do desenvolvimento econômico, político, cultural e social. Fonte: https://ead.catolica.edu.br Um exemplo de instituição que faz parte desse sistema é a Universidade, com o compromisso de gerar conhecimento, relacionado à verdade, justiça, igualdade e beleza. A verdade, como alicerce para a construção do saber; justiça, na qual o relacionamento entre homens é sustentado; igualdade, porque é parte fundamental para alcançar a estabilidade social; e a beleza, como instrumento pelo qual os sentimentos são expressos, diminuindo a superioridade do apelo racional que faz parte das opções de busca do homem. Hoje, a educação superior no Brasil viabiliza-se em cerca de 900 instituições de ensino. Pouco mais de uma centena é composta como universidade. O restante são estabelecimentos isolados de ensino superior ou federações de escolas integradas. Segundo dados oficiais do Ministério da Educação em 1994, 52 existem, quase 2.000.000 de estudantes matriculados em cursos de graduação e pós-graduação no Brasil. As universidades - municipais, federais e estaduais - possuem menos de 50% dessas matrículas. O crescimento do ensino superior até 1994, no Brasil, apresenta características de qualidade insuficiente, resultado de um processo de crescimento desprovido de avaliações por instituições e cursos. A característica marcante do ensino superior nessa fase é o caráter elitista do setor público, que restringe o número de vagas oferecidas à noite. O cidadão trabalhador, principalmente um membro da população de baixa renda, teria a oportunidade de acessar apenas instituições privadas, com qualidade inferior. VAHL apud HAWERTOOD (1999) designa a fase de expansão do ensino superior das décadas de 60 a 90 como oportunistas, impulsionada pela crescente demanda e pelas facilidades oferecidas pelo governo nos projetos de investimento no ensino superior, nos quais entra no campo da comercialização. Acontece que a expansão ocorreu sem o devido planejamento; a explosão do crescimento dessas instituições aconteceu de acordo com critérios econômicos. Como prova disto, existem as instituições que nasceram para prover uma expectativa ou necessidade da sociedade local ou regional. Surgem pelo interesse de atuar em áreas geograficamente e economicamente atraentes para a empresa em questão. 2.3 Ensino Superior: Finalidades A educação nacional tem suas diretrizes e bases estabelecidas pela lei 9.394 de 1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). O Art. 43 da referida lei, trata do ensino superior e de seus propósitos. Este artigo permite grande flexibilidade às instituições de ensino. Art. 43. A educação superior tem por finalidade: I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criaçãoe difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração; VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. VIII - atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação básica, mediante a formação e a capacitação de profissionais, a realização de pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão que aproximem os dois níveis escolares. A referida lei trata dos propósitos do ensino superior no Brasil nas seções do artigo 43. No cenário da educação em nosso país, há uma grande diversidade no entendimento e aplicação da lei e, portanto, temos um país de dimensões continentais, diversas situações da realidade educacional, nem sempre alinhadas com o ensino superior, conforme define o artigo 43, nos seus oito itens. O objetivo do ensino superior, de acordo com o artigo 43, item V, da LDB: suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração. Por várias razões não abordadas aqui, o aprimoramento cultural e profissional não ocorre para atender plenamente a este objetivo da lei. Cabe a todos os atores da comunidade educacional fazer um esforço maior para cumprir as disposições da legislação. É o papel do educador que “atua com e sobre um ser que possui, por natureza, um princípio de crescimento que deve ser acompanhado e fomentado pela atividade educativa” (TARDIF, 2010, p. 160). Mas todos são chamados a participar, porque ‘’o conhecimento exige de todos uma educação voltada para uma grande capacidade de autonomia e julgamento, reforça a responsabilidade pessoal na realização do destino coletivo” (BASTOS, 2010, p. 100) Tardif (2010, p.296) afirma que “a universidade garantirá a transmissão de conhecimento por meio de atividades planejadas, orientadas por objetivos explícitos e implicará normas que, em princípio, devem conformar os agentes clientes da escola”. Em suma “ deixe a educação ser uma tarefa permanente. Permanentemente, na razão da inconclusão dos homens e do devenir da realidade” (FREIRE, 2015, p.102). No artigo 43, item VI, da LDB, a legislação diz que a educação superior tem por objetivo: estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade. Estimular o conhecimento dos problemas do mundo, prestando serviços à comunidade é uma finalidade da lei que fica muito aquém do esperado. Para Chalita: O desafio é: passar da democracia formal para a democracia real, o de fazer com que os princípios constitucionais sejam respeitados e aplicados, que as garantias previstas no texto constitucional e na legislação infraconstitucional saiam do papel e se convertam em direitos concretos, para que o bem-estar da população se dê em todos os níveis sociais e regionais (2004, p.111). Para esse mesmo autor, a educação é o meio de valorizar “o patrimônio cultural que forma a bagagem de um povo e sua memória, identidade e modos de ação, sua maneira de criar e resistir, tudo isto terá valor à medida que for disseminado e protegida pelo conhecimento da comunidade” (CHALITA, 2004, p. 109). Esta visão encontra-se no plano de desenvolvimento institucional: O ensino e a aprendizagem estão pautados no atendimento às necessidades do acadêmico e na compreensão da sociedade, dos ambientes de trabalho e das dimensões éticas e inovadoras e da visão do homem no mundo, por meio da concepção plena de relações multidisciplinares (UNILASALLE, 2016, p.28). Fonte: https://ampost.com.br O artigo 43 – VII, da LDB dispõe sobre a finalidade da educação superior: promover a extensão aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. As atividades de extensão que contemplam à população podem ocorrer de maneira mais eficaz para cumprir o objetivo da lei. Mazzilli (2011, p.218) chama a instituição como um todo a cumprir a legislação, para esta autora a associação entre as funções de ensino não restringe a atores isolados como professor ou aluno, mas “é tarefa institucional, que demanda uma estrutura organizacional visando superar a fragmentação que marca o modelo geralmente adotado pelas instituições de ensino” (MAZZILLI, 2011, p.218). Esta percepção da realidade, que olha para fora dos muros da instituição, vendo as necessidades dos entornos, deve marcar a performance da comunidade educacional. Para Chalita (2004, p.158), o ensino superior “prepara o aluno mais intensamente para o espírito crítico, social, científico, cultural, não apenas https://ampost.com.br/ despejando conhecimento, mas despertando um desejo permanente de aperfeiçoamento e despertando a sensibilidade ao relacionamento com a comunidade”. Ter clareza em todas as suas práticas ajuda bastante a cumprir naturalmente o que é estabelecido neste inciso. Compreendemos, então, que “a concepção de pesquisa da Instituição compreende um conjunto de reflexões e ações sistemáticas para a geração de conhecimento, a fim de fortalecer suas relações com o ensino e a extensão, visando a colaborar para o desenvolvimento da sociedade” (UNILASALLE, 2016, p.33). 2.4 Organização interna e seu funcionamento (Ensino, pesquisa e extensão) As universidades brasileiras têm um senso de existência, uma razão de ser, e sua práxis pedagógica estão incorporadas no princípio republicano constante no artigo 207 da Constituição Federal de 1988 (2002), o qual afirma a indissociabilidade entre as dimensões do ensino, da pesquisa e da extensão. O princípio da indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão, na educação superior, busca superar a separação entre teoria/prática, objeto/sujeito, razão/empírica? O que está por trás do princípio da indissociabilidade entre ensino- pesquisa-extensão, na educação superior? Quais são as bases teóricas que sustentam este entendimento? Como este princípio se relaciona com os propósitos da Universidade? A indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão permite novas formas pedagógicas de reprodução, produção e socialização de conhecimentos, efetivando a interdisciplinaridade. Também oferece a oportunidade para superar a dicotomia entre prática/teoria, objeto/sujeito, razão/empiria, compondo outro fundamento epistêmico. Essas separações são resultadas do modo de pensar binário e linear preparado de acordo com o modelo de pensamento que simplifica e opera pelo princípio do terceiro excluído, do tipo, ou é isso ou aquilo. Para a lógica clássica, algo não pode ser e não ser ao mesmo tempo. No entanto, tais entendimentos dicotômicos podem ser transcendidos quando entendemos o conhecimento com base em outrasreferências. Dentre eles, destacam-se as condições de possibilidade de conhecimento com base na teoria da Kant (2009; 2005). Portanto, o estudo, a problematização e a discussão deste tema contribui para a busca de perspectivas para a ação do professor inserido nesse espaço, principalmente no que se refere a sua importante tarefa em relação ao conhecimento. Por sua vez, ignorá-lo significa deixar de lidar com elementos fundamentais do desempenho do professor de ensino superior. A abordagem da relação entre extensão, pesquisa e ensino tem sido objeto de muitos debates e estudos, principalmente atualmente. O apoio de sua indissociabilidade parece envolver mais um desses enigmas que não encontram uma saída e nem são resolvidos, de maneira adequada e satisfatória, quando considerados sob o foco de uma lógica disjuntiva. A Carta Magna (2002) constitui um princípio no artigo 207, caput, que é a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, nos seguintes termos: “Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão” (BRASIL, 2002, p. 123). Mas o que é um princípio? Toda ação tem um ponto de partida na qual está expressa uma intencionalidade, uma vez que não começa de qualquer lugar para chegar a algum lugar previamente previsto. O ponto de partida e o possível lugar ou horário de chegada estão inter-relacionados como o caminho a ser seguido, a maneira como este percurso será percorrido e por quem será realizado esse passeio. O princípio não é estático, absoluto e imutável. É uma referência constituída que guia a ação a ser empreendida. É um ponto de partida ou base de qualquer processo. Não representa exatamente o caminho percorrido ou resultado obtido e, portanto, algo concluído. A abordagem realizada neste trabalho, tendo como tema o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e o conhecimento vai além de ser uma escolha feita por nós. Acreditamos que esse é um assunto que precisa continuar sendo (re) pensado na perspectiva triunitária, uma vez que tradicionalmente é entendido de forma fragmentada e/ou dicotômica. Assim, os conceitos são analisados apenas como entidades separadas, ignorando a noção complexa entre eles. A profissão docente e as formas de construção, reprodução e socialização do conhecimento, dentro das universidades, na perspectiva da inseparabilidade constitucional, estão relacionadas a uma concepção e prática unitárias do conhecimento. Cada campo do conhecimento humano permanece com sua importância e formas de abordar a realidade e a construção de significados sociais. O entendimento unitário do conhecimento não opera com a sobreposição ou supressão de qualquer uma dessas ciências, mas reconhece as diferenças e especificidades de cada uma, uma vez que elas se complementam, seja dialógica ou contraditória. Cada ciência é constituída por um conjunto de teorias que buscam entender, conhecer os fenômenos, a realidade, as coisas. No entanto, nenhuma ciência ou teoria esclarece todos os fenômenos. Uma ciência promove a existência equitativa da outra, assim como a unidade das dimensões do ensino, da extensão e da pesquisa para a identidade universitária. Para a realização de uma pesquisa, é necessário um conhecimento, teoricamente fundamentado, que norteie e guie a pesquisa, seus objetivos e procedimentos metodológicos. Ninguém procura algo sobre o qual não tem conhecimento. É o conhecimento propedêutico que permite a pesquisa, porque “ninguém chega a ser pesquisador, a ser cientista, se não dominar o conhecimento existente na área que se propõe a ser investigador, a ser cientista”, afirma Saviani (1984, p. 51). É o conhecimento aprofundado de um tema que permite a pesquisa e extensão. É o ensino sólido que pode apoiar pesquisas e extensões relevantes. Esses são os processos de ensino, que constitui o ato de apresentar o conhecimento historicamente elaborados pela humanidade às novas gerações, sendo o aluno responsável pela sua apropriação e aprendizado; a dinâmica da construção de novos saberes, que exigem a realização da pesquisa seja esta teórica ou empírica; e a extensão que se configura no relacionamento com e na sociedade em que a universidade está inserida, que possibilita a retroalimentação da pesquisa e do ensino. Estes são os movimentos de influência e contribuição mútuas: ensino que orienta a pesquisa e extensão; e aqueles que desafiam e provocam a re-elaboração e re-significação e a construção de novos saberes, que por sua vez provocam novas pesquisas e extensões universitárias 3 DIDÁTICA, PEDAGOGIA E O ENSINO EM SEU CONTEXTO DE PRODUÇÃO 3.1 A didática no contexto do ensino superior Vamos discutir a importância da didática e do papel do professor no processo de ensino-aprendizagem na educação superior, apresentando metodologias ativas de ensino-aprendizagem que sirvam como recurso didático na formação reflexiva e crítica do aluno universitário, o que nos encaminhará a um pensamento construtivista do processo de ensino aprendizagem e na performance do professor em sala de aula, sendo toda essa reflexão e discussão de elevada importância para contexto docente atual, já que uma das principais questões relacionadas à performance do professor universitário alude-se à relação entre ensino aprendizagem, e quais metodologias serão utilizadas em sala de aula; fazendo-se importante a investigação da eficiência e eficácia das práticas do professor nestes processos. Podemos compreender Metodologias Ativas como formas de ampliar o processo do aprendizado que os docentes utilizam na busca para realizar treinamentos críticos para futuros profissionais nas mais variadas áreas. O uso dessas metodologias pode favorecer a autonomia do aluno, estimulando a tomada de decisão individual e coletiva, decorrente das atividades essenciais da prática social e em contextos estudantis. Entre umas dessas Metodologias Ativas utilizadas está a problematização, que visa instigar o aluno através de problemas, pois dessa forma ele tem a possibilidade de examinar, refletir, posicionar-se criticamente. Fonte: http://www.scalassara.com.br É essencial que o docente participe do processo de refletir a construção do conhecimento, na qual a mediação e a interação são os pressupostos essenciais para que aconteça o aprendizado. No entanto, a mudança na prática pedagógica de ensino não deve ocorrer de forma agressiva para o docente, nem para o acadêmico, evitando-se assim pular etapas. A escolha por uma metodologia ativa deve ser realizada conscientemente, pensada e, acima de tudo, preparada para não extrair do docente a alegria de ensinar. É chegada a hora de rever a prática pedagógica do ensino universitário, para que os futuros profissionais não sejam mais rotulados como “cópias”, que frequentam faculdade reproduzindo o conhecimento existente, sem adicionar nada de novo. Uma sugestão construtivista para a educação superior consiste em educar para a independência, por meio de metodologias inovadoras, para a descoberta, utilizando a pesquisa, participação dos estudantes, trabalhos em grupo, como um meio de aprofundar e resinificar os saberes. O ensino-aprendizagem sempre esteve presente, seja de forma direta ou indireta nos relacionamentos entre os seres humanos. No caso deste processo no nível universitário, o bom crescimento desta relação irá depender de um bom conhecimento e uso de recursos didáticos por parte do docente. Segundo Aurélio (1999), didática é arte de ensinar; o método pelo qual o mundo da cultura e da experiência é transmitido pelo professor ao educando, nas escolas ou em trabalhos especializados.De fato, a Pedagogia é tradicionalmente reconhecida como a arte e a ciência do ensino. Para Masetto (l977, p. 32), Didática é “o estudo do processo de ensino aprendizagem em sala de aula e de seus resultados” e surge, segundo Libaneo (l994, p. 58), “enquanto os adultos começam a intervir na atividade de aprendizagem das crianças e jovens por meio do ensino deliberado e planejado do ensino, em oposição a forma de intervenção mais ou menos espontâneas”. Nesse mundo de troca de experiências e culturas, o professor e seus recursos didáticos terão grande relevância para o aprendizado crítico-reflexivo do aluno. Para Candau (1991). Buscar definir o professor será contextualizá-lo na sua prática. Diria que o professor é todo ser humano entrelaçado em sua prática histórica transformadora. Como participante integrante desse processo, o professor dedica a atividade, cria condições de desenvolvimento de práticas almejáveis, individualmente ou do ponto de vista do grupo humano CANDAU (1991). Assim, o professor além de transmitir o saber, deve atuar na mediação do aprendizado, utilizando recursos didáticos que favoreçam a aprendizagem crítico-reflexivo do aluno, de forma motivadora e ativa. Segundo Freire (2007), a ação do professor é o fundamento de uma boa formação e colabora para a construção de uma sociedade pensante. A ideia de um docente com formação reflexiva, e que siga os fundamentos de ensino reflexivo, nos remete aos conceitos de dois autores importantes na discussão sobre a reflexão na educação, são eles John Dewey e Donald Schön. Quando se trata do ensino superior, sempre estigmatizado que, para ser estimado um bom professor universitário, bastaria ter um grande saber no campo da disciplina lecionada e uma boa oratória; no entanto, é compreensível que a cada dia mais os alunos na educação superior, estão chegando com suas personalidades formadas, uma bagagem de muito conhecimento, frutos de uma sociedade informativa e globalizada. Para atender as necessidades dessa nova realidade universitária, é de grande relevância o desenvolvimento de habilidades didáticas eficazes, buscando uma visão de mundo, ser humano, ciência e educação compatível com momento atual; assim estaria um perfil essencial do papel do educando e sua mediação nos processos de elaboração do saber. Muitos professores, ao se colocarem à frente de uma classe, tendem a se ver como especialistas na disciplina que lecionam a um grupo de alunos interessados em assistir a sua as aulas. Dessa forma, as ações que desenvolvem em sala de aula podem ser expressas pelo verbo ensinar ou por correlatos, como: instruir, orientar, apontar, guiar, dirigir, treinar, formar, amoldar, preparar, doutrinar e instrumentar. A atividade desses professores, que, na maioria das vezes, reproduz os processos pelos quais passaram ao longo de sua formação, centraliza-se em sua própria pessoa, em suas qualidades e habilidades. Assim, acabam por demonstrar que fazem uma inequívoca opção pelo ensino. Esses professores percebem- se como especialista em determinada área do conhecimento e cuidam para que seu conteúdo seja conhecido pelos alunos. (NOGUEIRA E OLIVEIRA, 2011, p.8) Este tipo de escolha de metodologia didática não contribui para uma formação crítica dos alunos, pois centraliza todo o conhecimento no professor, e deprecia nos educandos as capacidades e qualidades que deles podem ser desenvolvidas. Mas há professores que vêem os alunos como os principais agentes do processo educativos. Preocupam-se em identificar suas aptidões, necessidade e interesses com vistas a auxiliá-los na coleta das informações de que necessitam no desenvolvimento de novas habilidades, na modificação de atitudes e comportamentos e na busca de novos significado nas pessoas, nas coisas e nos fatos Suas atividades estão centrada nas figura do aluno, sem suas aptidões, capacidades, expectativas, interesses, possibilidades, oportunidades e condições para aprender. (NOGUEIRA E OLIVEIRA, 2011, p.9) Desta forma realizam o papel de mediadores, facilitadores da aprendizagem, conforme linguagem e ideias de Carl Rogeres. Embora controverso, não é difícil ver que o ensino se torna muito mais eficaz quando os estudantes participam. As aulas se tornam muito mais animadas e interessantes quando são participadas com questionamentos feitos pelos alunos, e aos alunos. Eles levam a direções diferentes, de acordo com as respostas dos alunos. Uma resposta gera informações adicionais que levantam outra questão e, por conseguinte, outra resposta. Portanto, as aulas geralmente exigem uma breve revisão, que é realizada com a participação dos alunos. Fonte:https://fce.edu.br Atualmente, existe uma grande necessidade dos professores da educação superior, desenvolverem habilidades profissionais para preparar os alunos a formação crítico social. É necessário, substituir as formas tradicionais de ensino por metodologias ativas de aprendizagem, que podem ser aproveitadas como recurso didático na prática docente do cotidiano. Já foi destacado que o professor universitário precisa ter ciência de que sua prática pedagógica precisa ser revista, se ele deseja formar uma pareceria com sua classe. Portanto, uma das condições é aproximar o conteúdo da vivência dos alunos, comprometendo-os e os envolvendo-os com a disciplina. Ainda segundo Debald (2003). Em muitos casos, fica claro que a dificuldade não está no conteúdo, mas no aspecto metodológico, ou seja, o docente tem propriedade sobre a temática, mas não consegue encontrar uma maneira apropriada de abordá-la, permitindo a aprendizagem. Paulo Freire (1996) defende as metodologias ativas, afirmando que, para educação de adultos, superar desafios, resolver problemas e construir novos saberes a partir de experiências anteriores, são necessários para incentivar as aprendizagens. Para Bastos (2006, p.10) o conceito de metodologias ativas se define como um “processo interativo de conhecimento, análise, estudos, pesquisas e decisões individuais ou coletivas, com a finalidade de encontrar soluções para um problema.” Ainda segundo o autor docente deve atuar como um facilitador, para que o estudante faça pesquisa, reflita e decida por ele mesmo o que fazer para alcançar os objetivos. Metodologias ativas têm a potencialidade de despertar a curiosidade, à medida que os alunos se envolvem em teorizações e trazem novos elementos, ainda não considerados nas aulas ou na perspectiva do professor. (BERBEL 2011). O entendimento do autor é que implementar essas metodologias, pode favorecer uma motivação autônoma quando introduz o fortalecimento da percepção do estudante de ser início da própria ação. A PBL, em seu nível mais essencial, é um método caracterizado pelo uso de problemas do mundo real para incentivar os alunos a desenvolver habilidades de pensamento crítico e resolução de problemas e adquirir conhecimento sobre os conceitos essenciais da área em questão (RIBEIRO, et. al. 2003). A PBL originou, como proposta metodológica, em 1969 na McMaster University, Canadá, no estudo de medicina, porém pode-se encontrar exemplos de implementação da PBL em todo o sistema educacional. Apesar de sua sistematização há pouco mais de trinta anos, a PBL não é uma abordagem nova. Muitos de seus elementos orientadores já foram contemplados e abordados anteriormente por professores e pesquisadores educacionais de todo o mundo, tais como Ausubel, Bruner, Dewey, Piaget e Rogers (DOCHY et al., 2003). A PBL pode ser avaliada inovadora, pois pode incorporar e unificar conceitos de várias teorias da educação e operacionalizá-los na forma de um conjunto sólido de atividades. Segundo MASETTO (1996 p.323-330) colocar o aluno em contato com a realidade profissional desde o primeiro ano; a superação dos requisitos teóricos para começar a prática;adquirir o saber de forma não essencialmente lógica e sequencial; a construção do saber em rede, não linear; e a responsabilização dos estudantes por seu desenvolvimento profissional e por sua conduta ética com relação aos colegas, docentes e sociedade. RIBEIRO, et. al. 2003 apud, GIJSELAERS (1996) acredita que a PBL contempla três princípios fundamentais sobre a aprendizagem, a saber: (1) o aprendizado é um processo construído e não receptivo – o saber é estruturado em redes de conceitos que se relacionam entre si e conceitos novos são aprendidos quando são relacionados a redes preexistentes, portanto, é importante ativar o conhecimento anterior dos alunos sobre o assunto em questão, a fim de alcançar o aprendizado de novos conceitos relacionados a ele; (2) a metacognição afeta o aprendizado – habilidades como o estabelecimento de metas (o que vou fazer?), selecionar estratégias (como vou fazer?) e avaliação dos resultados (funcionou?) são consideradas essenciais ao aprendizado; (3) fatores sociais e contextuais influenciam o aprendizado – o contexto em que o ensino ocorre beneficia ou inibe o aprendizado, desta forma, o aprendizado é otimizado quando o conteúdo ensinado se aproxima do futuro contexto profissional dos alunos e quando os alunos dividem responsabilidades e opiniões diferentes sobre a mesma questão, levando os alunos a aprofundarem seus questionamentos sobre o assunto e a desenvolverem habilidades como senso crítico, construção de consenso e aceitação de opiniões diferentes, etc. Em suas variadas aplicações a PBL têm em comum um processo que pode ser conciso no seguinte conjunto de atividades, que segundo (BARROWS, 2001; SAMFORD UNIVERSITY, 2000) consiste em: um problema é apresentado aos alunos que, em equipes, formam suas ideias, tentam resolve-lo com o saber que já possuem, avaliando seu saber e definindo a natureza do problema; por meio de discussões, os alunos levantam e escrevem perguntas de aprendizagem sobre aspectos do problema que eles não entendem e definem o que sabem e, acima de tudo, o que não sabem sobre o problema; os alunos dão prioridade as questões de aprendizagem alçadas pelo grupo e planejam como, quando, onde e por quem estas questões serão investigadas para posterior compartilhamento com o grupo; quando os alunos se reencontram em sala de aula ou fora dela, eles exploram questões de aprendizagem anteriores, integrando saberes novos ao contexto do problema, definindo novas questões de aprendizagem à medida que prosperam na solução do problema; e após concluir o trabalho, os alunos avaliam seus colegas e a si mesmos desenvolvendo habilidades de auto-avaliação e avaliação construtiva dos colegas, indispensáveis para um aprendizado autônomo e eficaz. Este conjunto de atividades não apenas causa mudanças no processo de ensino aprendizagem, mas também coloca desafios para docentes e alunos. A PBL implica em distintos papéis para estes atores, quando comparados aos associados a educação convencional (RIBEIRO, et. al. 2003). Segundo RIBEIRO, et. al. 2003 apud, GIJSELAERS (1996) o papel principal do professor nesta metodologia é o orientar os grupos, fornecendo suporte para que a interação entre os alunos seja produtiva e ajudando os alunos a identificarem o saber indispensável para solucionar o problema. No entanto, os alunos devem assumir as responsabilidades por seu aprendizado, desenvolvendo- o para atender às suas perspectivas profissionais e necessidades individuais. RIBEIRO, et. al. 2003 apud, BARROWS (2001) acredita que delegar responsabilidade pela aprendizagem, ensina os alunos a aprenderem por toda a vida – uma habilidade muito útil, pois acredita-se que grande parte do saber adquirido na escola estará desatualizado quando os alunos estiverem começando sua vida profissional. Assumir a responsabilidade pelo aprendizado propriamente dito implica, segundo WOODS (2000), que os alunos realizem as oito tarefas a seguir: (1) explorar o problema, levantar hipóteses, identificar e elaborar as perguntas de pesquisa; (2) tentar resolver o problema com o que já se sabe, observando a relevância do seu conhecimento atual; (3) identificar o que não se sabe e o que é necessário saber para resolver o problema; (4) dar prioridade às necessidades de aprendizagem, estabelecer objetivos e metas de aprendizado e destinar recursos de modo a saber o que, quando e quanto é esperado e, para a equipe, determinar quais atividades cada um fará; (5) delegar, planejar responsabilidades para o estudo autônomo da equipe; (6) compartilhar efetivamente o novo saber para que todos os membros aprendam os conhecimentos estudados pela equipe; (7) aplicar o conhecimento para resolver o problema; e (8) avaliar o novo saber, a solução do problema e a eficácia do processo usado, refletindo sobre o processo. Fonte:https://ensinointerativo.com.br https://ensinointerativo.com.br/ RIBEIRO, et. al. 2003 apud, HADGRAFT & PRPIC, 1999 destacam que a principal atividade dos alunos em um ambiente educacional PBL é o aprendizado – identificando o que precisam conhecer, ensinando uns aos outros, investigando e empregando os novos conhecimentos – e não a mera constituição da tarefa. Nesta metodologia os saberes construídos na procura da solução dos problemas e as habilidades e ações desenvolvidas neste processo são mais importantes que a solução em si. Esta é uma das particularidades que tornam a PBL atraente para instituições de educação superior: a possibilidade de se alcançar objetivos educacionais mais vastos, ou seja, não só a aquisição de saberes por parte dos alunos, mas o desenvolvimento de habilidades e ações serão úteis na vida profissional futura. Outra metodologia relevante: Para BASTOS (2010); A técnica de grupo operativo constitui um trabalho com grupos, cujo alvo é gerar um processo de aprendizado para as pessoas envolvidas. Aprender em grupo é o mesmo de fazer uma leitura crítica da realidade, uma ação investigativa, uma abertura para dúvidas e novas inquietações. Segundo Bleger (1998) seu contemporâneo, os membros do “grupo operativo” não apenas aprendem a pensar, mas também a observar e ouvir, a relacionar suas opiniões com as dos outros, a aceitar ideologias e pensamentos distintos das suas, agregando-se no trabalho em equipe. Neste aspecto, podemos dizer que existe uma rede de interações entre os indivíduos, e através das interações, o sujeito pode ter como referência o outro, se encontrar no outro, diferenciar-se do outro, se opor ao outro, assim, transformar e ser transformado por este, na constituição do conhecimento. Para BASTOS (2010) a técnica do grupo operativo conjectura a tarefa explícita (aprendizado, diagnóstico ou tratamento), a tarefa implícita (a maneira como cada membro experimenta o grupo) e a estrutura que são os elementos fixos (a duração, o tempo, a frequência a função do observador e do coordenador). Para Pichon-Rivière (1998), o processo de grupo é caracterizado por um debate que pode ser permeado por contradições, e sua principal tarefa é precisamente analisar essas contradições. O autor usa uma representação para mostrar o movimento de desestruturação, estruturação, e reestruturação de um grupo, que é o cone invertido. O cone invertido é uma ferramenta que visualiza uma representação gráfica na qual seis vetores de análise estão incluídos o que possibilita constatar os efeitos da mudança. Visca (1987, p. 39) explana sobre os vetores de análise do cone invertido: Em poucas palavras, a pertença consiste na sensação de sentir-se parte, a cooperação consiste nas ações com o outro e a pertinência na eficácia com que se realizam as ações. Por outro lado, a comunicação pode ser caracterizada como o processo de intercâmbio de informação, que pode ser entendido desde o ponto de vista da teoria
Compartilhar