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DIREITO CIVIL II

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FACULDADE SÃO PAULO
CREDENCIADA NO MEC PELA PORTARIA Nº 700, DE 18 DE OUTUBRO DE 2018. 
Coordenação do Curso de Direito
DIREITO CIVIL II
Tema: resenha sobre: Erro e Ignorância, Dolo e Coação dentro do CC/2015.
Professor: Fernando Valdomiro dos Reis.
Aluno: Bruno Nunes
1) DO ERRO OU IGNORÂNCIA
O erro é a falsa representação da realidade, o sujeito engana-se sozinho. Já a ignorância é o completo desconhecimento da realidade, embora tanto o erro como a ignorância acarretem efeitos iguais, quais sejam, a anulabilidade do negócio jurídico, não obstante possuírem conceitos distintos.
O erro e a ignorância são tratados pela lei como situações sinônimas, e em ambos os casos o agente se engana sozinho, podendo ser anulado o negócio jurídico sempre que o erro foi substancial.
O erro é substancial - O erro substancial ocorre quando a falsa percepção de vontade, seja ela em virtude de erro ou de ignorância, influenciar de forma direta na realização do negócio jurídico.
Falso motivo: considerando que o motivo está ligado a circunstancias de caráter pessoal em regra ele não poderá anular o negócio jurídico conforme preceitua o art. 140 do código civil.
Transmissão errônea da vontade - Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta. ” (Ex. telégrafo, rádio, TV, fone, mensageiro (quem transmitiu errado pode vir a responder por perdas e danos.)
- Se houver culpa do emitente prevalece o Negócio Jurídico.
- Se aplica na hipótese do mero acaso e não quando há dolo, neste caso a parte que escolheu o emissário fica responsável pelos prejuízos que tenha causado à outra parte por sua negligência na escolha feita.
O erro pode ser convalescido - havendo a possibilidade de convalescimento do erro conforme se prevê o art. 144 do C.C. em razão do princípio da conservação dos atos e negócios jurídicos e ainda pelo princípio da segurança jurídica. Às vezes o erro surge devido ao meio de comunicação empregado para a transmissão de vontade negocial, assim diante de mensagem truncada, há o vício e, a possibilidade de anulação do negócio jurídico.
2) DO DOLO 
Considera-se dolo todo artifício malicioso empregado por uma das partes ou por terceiro com o propósito de prejudicar outrem, quando da celebração do negócio jurídico, ou seja, utiliza-se de meios ardilosos para emanar alguém. Segundo civis tradicionais, o dolo é a ferramenta de trabalho do estelionatário.
Dolo principal: a vítima do engano não teria concluído o negócio ou o celebraria em condições essencialmente diferentes, se não houvesse incidido o dolo do outro contratante
Dolo acidental: é aquele em que a maquinação empreendida não tem o poder de alterar o consentimento da vítima.
Dolo de terceiro: ocorre quando o artifício ardil é pratica por uma terceira pessoa que não integra a relação jurídica, gerando os seguintes efeitos.
Dolo de Representante; pode ter origem numa representante legal ou convencional. 
Dolo “bonus e malus”
“Bonus” - não induz anulabilidade; é um comportamento lícito e tolerado, consistente em exageros nas boas qualidades, artifício que não tem a finalidade de prejudicar;
“Malus” - consiste no emprego de manobras astuciosas destinadas a prejudicar alguém; é desse dolo que trata o Código Civil, erigindo-o em defeito do ato jurídico, idôneo a provocar sua anulabilidade.
Dolo Bilateral ou recíproco: Se ambas as partes procederam com dolo, há empate, igualdade na torpeza. A lei pune a conduta de ambas, não permitindo a anulação do ato.
Dolo positivo ou negativo: 
Positivos - afirmações falsas sobre a qualidade da coisa;
Negativo - se constitui numa omissão dolosa ou reticente; 
3) COAÇÃO
Entende-se como sendo uma pressão de ordem moral, psicológica, que se faz mediante ameaça de mal sério e grave, que poderá atingir o agente, membro da família ou a pessoa a ele legada, ou, ainda, ao patrimônio, para que a pessoa pratique determinado negócio jurídico.
Ou seja, a coação é a capacidade de viciar o consentimento toda violência psicológica apta a influenciar a vítima a realizar negócio jurídico que a sua vontade interna não deseja efetuar. Para que ocorra de fato a coação deve-se levar em conta alguns elementos:
· Violência psicológica - esta deve ser injusta, pois se o autor da coação moral acena com a possibilidade de exercer regularmente um direito, tal atitude não tem o poder de configurar o vício de consentimento.
· Declaração de vontade viciada seja a causa do negócio: a declaração, sob coação moral, é um ato viciado de vontade.
· Bem ameaçado: este deve ser relevante. Se ordem patrimonial logicamente, o bem ameaçado pode ser valor superior ao do negócio feito.
4) QUESTÕES
1. Segundo consta no art. 138 do Código Civil/2015. São anuláveis os negócios jurídicos, quando:
a) por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.
b) a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.
c) a declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.
d) O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante.
e) as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
2. Sobre o dolo acidental, somente ocorrerá:
a) se o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.
b) se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
c) só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos.
d) só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
e) se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.
3. Segundo a doutrina majoritária, bem como a lei normatiza, haverá vício do negócio jurídico mediante coação exercida por terceiro:
a) há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
b) houver ameaça do exercício normal de um direito ou o simples temor reverencial.
c) se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos.
d) não levar em conta na apreciação da coação o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.
e) sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.

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