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Segundo trimestre do desenvolvimento motor

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
CURSO: FISIOTERAPIA
PROFESSORA: CLARISSA NIERO MORAES
Desenvolvimento motor – 2 ͦtrimestre
Acadêmica: Thais Ribeiro Duarte
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Desenvolvimento motor
(SHORT, 1988)
O desenvolvimento humano é um processo que ocorre durante toda vida e resulta de uma interrelação complexa de fatores biológicos, psicológicos, culturais e ambientais. 
É definido como “mudanças que acontecem na vida de um indivíduo desde a concepção até a morte”
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O desenvolvimento físico normal é caracterizado pela 
maturação gradual do controle postural pelo desaparecimento dos reflexos primitivos, em torno de 4 a 6 meses de idade, como o reflexo de moro; o reflexo tônico cervical assimétrico (RTCA); o reflexo de galant; os reflexos plantares; os reflexos orais e pela 
indução das reações posturais (retificação e equilíbrio). 
(Schwartzman, 2007)
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Baseia-se na percepção
Movimento
Sensório-motora
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A sensório motricidade pode ser compreendida como o sistema regulador do externo e percepção mediante conexões entre a pele (tátil), os tendões, os músculos, as articulações, os ossos e o aparelho vestibular. Todos estes sentidos externos têm relação com a estimulação ambiental e a criação que esta gera na criança. 
As aquisições e o desenvolvimento de habilidades motoras ocorrem com ritmos diferenciados entre os indivíduos, observando-se grande variabilidade entre desempenhos ainda na primeira infância, a qual é decorrente da maturação neurológica, das especificidades da tarefa e oportunidades do ambiente.
(Saccani & Valentini, 2010; )
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O estágio se subdivide em cinco etapas: 
(Lopes et al. 2010)
Uso de reflexos 
Reação circular primária 
Reação circular secundária 
Coordenação de esquemas secundários 
Reação circular terciária 
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Uso de reflexos
A criança exerce os reflexos durante o primeiro mês de vida. Depois ela coordena reflexos e reações, surgindo além dos reflexos instintivos, como por exemplo, a sucção, as primeiras tendências imitativas. Esse período tem duração do zero aos dois meses. Os reflexos motores e sensoriais inatos (sucção, preensão, acompanhamento visual) são utilizados para interagir e se acomodar com o mundo exterior. 
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Reação circular primária
A criança coordena as atividades do próprio corpo e dos cinco sentidos. O bebê não procura estímulos fora do ambiente; mostra curiosidade e imitação. Esse período se inicia com poucas semanas de vida e vai até o quarto mês. Nessa etapa acontece a assimilação. 
O fato primitivo geralmente é admitido como o mais elementar da vida psíquica: a repetição. 
Inicia-se a organização da visualização, na qual a criança segue com os olhos os objetos que passam por ela. Os sons percebidos e produzidos apresentam uma organização interna. A mão é um dos instrumentos mais essenciais de que se vai servir a inteligência uma vez constituída. A conquista definitiva dos mecanismos de preensão marca o início das condutas complexas que caracterizam as formas de ação intencional.
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Reação circular secundária
O bebê procura por novos estímulos no ambiente; começa a prever as conseqüências do próprio comportamento, agindo propositadamente a fim de modificar o mesmo; início do comportamento intencional. 
Os movimentos centram -se num resultado produzido no meio exterior e a ação tem com o objetivo manter esse resultado. 
A original idade das reações circulares do presente estágio é que constituem as manifestações intelectuais mais avançadas de que a criança é capaz, depois passarão a ter uma posição cada vez mais derivada. 
A duração desse estágio é do quarto ao sexto mês .
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Coordenação de esquemas secundários
Esse estágio tem duração do sétimo ao décimo segundo mês. 
A criança mostra os sinais preliminares da constância de objeto; possui uma vaga idéia de que os objetos têm um a existência independentemente dele próprio; e imita comportamentos novos . 
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Reação circular terciária
O bebê procura novas experiências e produz novos conhecimentos. 
A descoberta de novos meios por experimentação ativa é utilizada pela criança para a solução de novos problemas. 
Ela começa a experimentar ao invés de repetir as experiências; diferencia o “eu” e o objeto, e esse de um ato ou ação. 
Há a formação de estruturas através de deslocamento de objetos, de posições e de relações causais ligados à ação. 
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Maturação do SNC
Entende-se por maturação: o desenvolvimento do organismo como função do tempo ou da idade; refere -se a transformações neurofisiológicas e bioquímicas que tem lugar desde a concepção até à morte. 
A maturação do SNC é a expansão do esquema reflexo pela incorporação de um novo elemento que determina a formação de um esquema de ordem superior, o hábito, no qual se integra o esquema inferior, o reflexo. 
(BARROS, 1997; Piaget 1975)
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No desenvolvimento motor, a maturação tanto na vida pré-natal quanto após o nascimento, segue duas direções: direção céfalo-caudal ou craniocaudal, onde o controle da cabeça precederia ao do tronco e direção próximo distal, onde o desenvolvimento se processa de dentro para fora. Ou seja, as partes centrais do corpo amadurecem mais cedo (tronco e ombro) antes dos braços e pés (periferia) e, por último, há controle das mãos e dedos. Isso revela que os primeiros movimentos dos bebês são globais (movimentos grosseiros ) e indiferenciados. Só mais tarde realizam movimentos com habilidades finas. 
Maturação do SNC
Todo desenvolvimento motor realiza- se sempre sob uma ideal adaptação aos estímulos externos. 
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Reflexos
Os reflexos são reações automáticas desencadeadas por estímulos, que tendem a favorecer a adequação do indivíduo ao ambiente. As respostas reflexas dependem das necessidades fisiológicas, do momento em que são solicitadas, do estado emocional da criança e do contexto ambiental.
As reações involuntárias resultam de alterações na pressão, visão, sons e estímulo tátil. Tais estímulos formam uma base para o estágio de reunião para informações, ou estágio de codificação. Nesse estágio da vida da criança, os reflexos servem como equipamento primário para reunião de informações , que são armazenadas no córtex em desenvolvimento. 
(BARROS, 1997)
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Reflexo de Moro
Desencadeia-se sempre no decurso de um sobressalto, de uma reação tônica brusca, consecutiva a um estímulo nociceptivo. Pode ser considerado uma reação defensiva que tende para uma melhor adequação do corpo no espaço, assim que se altere o equilíbrio numa posição determinada. 
O quarto mês é a idade habitual de sua extinção; o Moro inferior persiste algumas semanas após a extinção do Moro superior, o que constitui mais um dado aos exemplos que assinalam o sentido céfalo -caudal da maturação. Nas crianças que crescem em ambientes estimulantes, seu desaparecimento se acelera. Enquanto persiste durante longos meses quando a exercitação postural é escassa.
(CORIAT, 2001)
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Reflexo tônico-cervical assimétrico (RTCA)
O RTCA resulta da tendência em manter a cabeça voltada para um dos lados no decúbito ventral ou dorsal. A assimetria postural cefálica provoca mudanças tônicas assimétricas nos músculos do pescoço, que são percebidas pelas terminações proprioceptivas correspondentes às raízes posteriores dos três primeiros nervos cervicais. Deles parte a via aferente até centros subcorticais ligados ao labirinto. A resposta motora que fecha o arco reflexo determina a extensão dos membros para os quais se orienta a face, membros mandibulares, e a reflexão dos opostos, membros nucais, sendo normal do primeiro ao terceiro mês de vida. Some por volta dos 5 meses. 
(FLEMIGH, 2002)
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Reflexo de Landau
O reflexo descrito por Landau resulta de uma complexa interação de reações labirínticas e tônico-cervicais . Para observá-lo deve-se manter a criança suspensa horizontalmente, dorso para cima, posição na qual a cabeça da criança se eleva espontaneamente, em dorsiflexão, impulsionada por reflexos de retificação cefálica de origem labiríntica. Tal atitude determina que o tronco e os quatro membrosse estendam dando ao eixo do corpo a disposição de um arco tenso côncavo para cima. Com isso, quando se flexiona passivamente a cabeça, a criança imediatamente flexiona o tronco e os membros. 
A partir dos 4 ou 5 meses de idade o bebê normal reage a suspensão ventral com extensão de cabeça e tronco; por volta dos 6 a 8 meses ele também reage nos membros inferiores. Essa resposta normal pode faltar em bebês com paralisia cerebral ou retardo mental acentuado.
 
(CORIAT, 2001; SHEPHERD, 2002)
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Preensão palmar
O estímulo é a preensão sobre a região palmar e a resposta é a flexão dos dedos. Some por volta dos 5-6 meses.
Preensão plantar
Pode estar presente desde o nascimento até o 3º trimestre, desaparecendo com 01 ano de vida. 
Tocando a planta do pé abaixo do grande artelho, o reflexo de preensão plantar, assume os demais artelhos com a posição em garra. Quando cessa o toque estendem-se os artelhos. Persistindo este reflexo, não é possível manter-s e o pé plano, nem a marcha normal (apoio alternado no calcanhar e artelhos).
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Reação cervical de endireitamento
Pode ser testada com o bebê em supino, segurando-o delicadamente pelo occipital e rodando sua cabeça para o lado. O restante do corpo move-se reflexivamente na mesma posição da cabeça; primeiro, os quadris e pernas alinham-se, seguidos pelo tronco. Com faixa de normalidade do quarto ao sexto mês de vida, é a única reação que irá desaparecer, dando lugar à reação corpo sobre corpo. 
Reações
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Reação de anfíbio
Com a criança na postura prona, essa reação é testada levantando-se um lado da cintura pélvica. Com o resposta, haverá flexão de tronco e do membro inferior do mesmo lado. Essa reação permite o desenvolvimento do arrastar e do engatinhar, sendo normal a partir do sexto mês.
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Reações protetoras
Pode ser testada nas posturas prona, prona para os lados, supina e sentada. Na postura prona, o bebê é posicionado com os braços para frente, respondendo com apoio de mãos e elevação da cabeça; reação normal a partir do terceiro mês. O teste da reação em supino, normal a partir do sexto mês, é realizado posicionando-se a criança sobre o rolo e deslocando-a para um dos lados; como resposta ao estímulo, ela realizará apoio do membro superior do lado do deslocamento e tentará a verticalização da cabeça. Com a criança sentada, o examinador a desloca anterior, posterior e lateralmente; a resposta, normal dos sexto ao nono mês, será sempre o apoio dos braços e mãos espalmadas protegendo o corpo e livrando a face com a verticalização da cabeça.
Reações de equilíbrio
Testada da mesma forma que a reação anterior, nessa reação busca-se observar a procura da criança pela verticalização e aumento da base, através do afastamento. Sua faixa de normalidade é do sétimo ao décimo oitavo mês, nas posturas prona, supina, sentada, gatas, de joelhos e de pé.
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Resumidamente, o desenvolvimento motor no segundo trimestre de vida, do quarto ao sexto mês: 
Nesta fase a criança já possui total controle da cabeça, leva os braços na linha média, toca joelhos e pés. Aos 6 meses inicia o sentar, mas ainda não apresenta controle total nesta posição. Tende a inclinar o tronco para frente, não possuindo controle nas posições laterais. 
As reações ao mundo exterior são mais ativas. O bebê vira a cabeça quando ouve barulho, procura com o olhar os rostos, usa os reflexos de equilíbrio. Brinca com o corpo e olha, frequentemente, as mãos.
No 4º mês, a criança é capaz de virar para os lados; mantém a cabeça em linha média com o pescoço alongado; quando levantado para sentar, utiliza o abdômen com bom controle da cabeça. A cabeça está alinhada com o corpo. As mãos movimentam -se voluntariamente, levando brinquedos à boca.
No 5 º e 6º mês o bebê empurra-se para trás com o membro superior, isto é, com as mãos abertas . 
Nesse mesmo período, (5º mês ) as mãos vão para os joelhos, e os pés são colocados na boca. 
Já no 6º mês, o bebê rola de um lado para o outro. E, quando sentado, o esforço é mínimo, o tronco inclina-se para frente, contando com o apoio das mãos. Nesse período inicia-se a lordose lombar. 
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FLEMIG, Inge. Texto e atlas do desenvolvimento motor normal e seus desvios no 
lactente: diagnóstico e tratamento precoce do nascimento até 18 mês. São Paulo: Athen eu, 2002 . 
BOBATH & BOBATH, K. Desenvolvimento motor nos diferentes tipos de paralisia cerebral. 2.ed. São Paulo: Manole, 1989. 
CO RIAT, Lydia F. Maturação psicomotora: no primeiro ano de vida da criança. São Paulo: Centauro, 2001 
SHEPHERD, Roberta B. Fisioterapia em Pediatria. 3.ed. São Paulo: Ed. Santos , 2002.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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