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LIPÍDEOS AS FUNÇÕES BIOLÓGICAS E OS ÁCIDOS GRAXOS Os lipídeos biológicos são um grupo bioquímico que apresenta como semelhança a insolubilidade em água. Encontramos esse grupamento químico de maneira diversa no meio em que vivemos. Por exemplo, as gorduras e óleos em nosso corpo e de outros organismos funcionam como armazenamento de energia, assim como o glicogênio. Quando abordamos a função de armazenamento dos lipídeos, estamos lidando com os ácidos graxos. Os ácidos graxos (AG) são ácidos carboxílicos com cadeias hidrocarbonadas de comprimento variando de 4 a 36 carbonos (C4 a C36). Podemos classificá-los de acordo com a presença ou ausência de ligações duplas, em AG insaturados e AG saturados, respectivamente. Figura 1 – AG Saturado e AG Insaturado Para identificação dos AG, utilizamos como nomenclatura simplificada a proporção do número de carbonos na cadeia e o número de ligações duplas. Podemos exemplificar usando o ácido palmitoleico, que possui 16 carbonos e apenas 1 ligação dupla, em 16:1. Devemos também atentar para a discriminação de qual ligação dupla estamos falando, e para isso utilizamos o símbolo ∆. No caso, o nosso exemplo ficaria 16:1 (∆9), pois a única ligação dupla está contida no carbono 9. Ainda dentro da identificação, vale ressaltar um grupo importante de AG poli- insaturados, que são os ácidos graxos com ligação dupla entre os carbonos 3 e 4 (ômega-3), entre os carbonos 6 e 7 (ômega-6) e entre os carbonos 9 e 10 (ômega-9), observando da extremidade contrária a carboxila, ou seja, a extremidade do carbono do grupo metila. Voltando ao ácido palmitoleico 16:1 (∆9): observamos que existem 16 carbonos, com a ligação entre o nono e o décimo carbonos do grupo carboxila ao grupo metila. Para avaliar a presença de um carbono ômega, devemos olhar ao SATURADO INSATURADO contrário, então pegamos 16 e subtraímos por 9, resultando em 7. Ou seja, do grupo metila ao grupo carboxila, temos uma ligação dupla entre os carbonos 7 e 8, e dessa forma o ácido palmitoleico não possui nenhum carbono ômega. Agora vamos avaliar o ácido oleico 18:1 (∆9): cadeia contendo 18 carbonos com 1 ligação dupla entre o carbono 9 e 10, do grupo carboxila ao grupo metila final. Assim como no outro exemplo, iremos ver “de trás para frente”, ainda assim a ligação dupla fica entre 9 e 10. Dessa forma, podemos falar que o ácido oleico é um AG ômega-9! Figura 2 – Ácido oleico Veremos mais sobre os ácidos graxos nas questões no final do capítulo! Como já apresentado, os lipídeos têm como característica principal sua insolubilidade em água. No caso dos ácidos graxos, a cadeia hidrocarbonadas apolar é o fator responsável pela baixa solubilidade, dessa maneira quanto maior for a cadeia e quanto menos ligações duplas, mais insolúvel ela se torna. Outro fator interessante a ser comentado é o estado do ácido graxo sob determinadas temperaturas. Se estamos falando de ácidos graxos saturados entre 12 e 24 carbonos, observamos a consistência de cera, agora se estamos analisando os insaturados com comprimento de cadeia similar, esperamos encontrar líquidos oleosos. Utilizamos dessas características na farmacologia para produção de pomadas, cremes, loções, etc. Por fim, não podemos esquecer que os ácidos graxos são utilizados para formar uma gama de compostos, sendo os triglicerídeos e as ceras as estruturas mais relevantes a serem mencionadas no curso de Medicina.
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