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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
 NOME DO ADVOGADO, nacionalidade "...", Estado Civil "...", advogado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob o nº "...", endereço eletrônico "...", endereço profissional na Rua "...", Cidade/UF "...", CEP "...", vem à presença de vossa excelência, com fulcro no art. 5º, LXVIII da Constituição Federal e nos artigos 647 e 648 do CPP, para impetrar o presente
HABEAS CORPUS PREVENTIVO COM MEDIDA LIMINAR
pelo procedimento especial, em favor de MATILDE, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da cédula de identidade nº "...", inscrita no CPF sob o nº "...", com endereço eletrônico "...", residente e domiciliado na Rua "...", Cidade/UF, CEP "...", apontando como autoridade coatora o EXCELENTÍSSIMO JUIZ DA 10ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
I - DOS FATOS
Em sentença prolatada pelo Excelentíssimo juiz da 10 vara de família da comarca da capital, no qual Instituiu obrigação de pagar pensão alimentícia no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), divido igualmente aos filhos menores Jane e Gilson Pires.
 Porém, a paciente encontra-se desempregada a aproximadamente 1 ano, não está conseguindo se inserir novamente no mercado de trabalho, fruto da grave situação econômica em que passa o país e nem possui condições financeiras para quitar a dívida alimentar que encontra-se no valor R$ 5.000,00 (cinco mil reais), referente aos últimos cinco meses impagos pela paciente. 
II- DOS FUNDAMENTOS
Com base na Convenção americana sobre direitos humanos e absorvida pela legislação brasileira pelo decreto legislativo 27 de 25/09/1992, a prisão civil por alimentos foi fulcrada nesse determinado momento, sendo o pacto de San José da Costa Rica, que em seu artigo 7º versou a prisão civil do depositário infiel, somente permitindo-a na hipótese de dívida alimentar. A origem do dispositivo no atrigo 5º, LXVII , da CF/88, afirma que será concedido “ habeas corpus”sempre que alguém sofreu ou se sentir ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. 
A execução da prestação alimentícia com a utilização do instrumento coercitivo da ameaça de prisão civil, somente é possível nas hipóteses em que o débito executado seja dos três anteriores ao ajuizamento da ação , quando passa de quatro meses, fica configurada que não justifica mas a excepcionalidade da supressão da liberdade do executado, quando se referir a execução de débitos vencidos, pois o credor já não precisa urgentemente de tal valor para prover a sua subsistência, visto que decorrido prazo razoável. Com isso, a execução por quantia certa contra devedor solvente será procedimento eficaz para a obtenção da satisfação do crédito. 
Ademais, o STJ editou a Súmula 309 que afirma: “O débito alimentar que a autoriza prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores à citação e as que vencerem no curso do processo”.
Nesse sentido é a jurisprudência:
AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO DE ALIMENTOS - PRISÃO CIVIL - INADIMPLEMENTO VOLUNTÁRIO E INESCUSÁVEL DA OBRI- GAÇÃO ALIMENTÍCIA - AUSÊNCIA - DIFICULDADES FORMAIS EM CUMPRIR O ACORDO FORMULADO - CRISE FINANCEIRA E EXISTENCIAL DO ALIMENTANTE - PRISÃO INDEVIDA - DECISÃO REFORMADA. 1. Trata-se a prisão civil de medida excepcional, reservada como meio de coerção para o pagamento da pensão alimentar presente, a dizer, aquela pensão atual e mais a correspondente às três últimas prestações em atraso, decorrente do inadimplemento voluntário e inescusável do responsável pela obrigação. 2. Demonstrando o agravante fundadas razões para o não cumprimento do acordo formulado e, demonstrando ainda, sua crise financeira e existencial, deve ser reformada a decisão agravada, na hipótese específico autos inexistindo inadimplemento voluntário e inescusável por parte do devedor. 3. Dar provimento ao recurso. AGRAVO DE INSTRUMENTO CV No 1.0518.11.001667-3/001 - COMARCA DE POÇOS DE CALDAS - AGRAVANTE (S): L.C.F. - AGRA- VADO (A)(S): M.I.C. POR SI E REPDO FILHO (S) T.C.F.,T.C.F.(TJ-MG:10518110016673001 MG , Relator: Teresa Cristina da Cunha Peixoto, Data de Julgamento: 21/08/2014, Câmaras Cíveis / 8a CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 01/09/2014) 
III - DA LIMINAR
Diante dos fatos mencionados acima, como já é sabido que a concessão de medida liminar fundamenta-se na presença de dois elementos justificantes, quais sejam, o fumus boni iuris e o periculum in mora.
O fumus boni iuris resta claramente demonstrado quando da limitação imposta por lei processual, notadamente quanto ao débito alimentar de três meses e principalmente pelo fato da paciente ter justificado, de modo verídico, a impossibilidade de adimplir sua obrigação alimentar em face de doença e de estar afastada do mercado de trabalho há mais de 1 ano.
Como também, o periculum in mora consiste na possibilidade do decreto prisional ser executado, o que causará grave violação de direito, visto que o mesmo não guarda fundamento que o sustente. Ainda poderá agravar os problemas de saúde suportados pela paciente.
IV - DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer-se:
1) A concessão da medida liminar para sustar o decreto prisional determinado -o recolhimento do mesmo;
2) A notificação da autoridade coatora para que preste informações;
3) A intimação do Ministério Público;
4) A concessão de Habeas Corpus preventivo com posterior expedição de alvará de salvo conduto em favor da paciente;
V- DAS PROVAS 
Requer a análise das provas anexadas na presente ação. 
Nestes termos, pede deferimento.
Local, data
Advogado/UF