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1 NOME DA REVISTA Vol. , Nº. 0, Ano 2015 AUTOR Antonio,Reginaldo Silva da RA:2298449305 Curso:MBA Gestão de Projetos Data:15/12/2015 reginaldo.sistemas@gmail.com coautor1 Araujo,Alex Macedo de alexgeofelix@gmail.com LIDERANÇA EM GESTÃO DE PROJETOS RESUMO Este artigo analisa conceitos de equipes e liderança como um dos fatores indispensáveis nos projetos das organizações. O levantamento foi feito junto a uma amostragem de livros, artigos e periódicos que abrangem o tema no trabalho em grupo e no papel do líder com ênfase no gerenciamento de projetos. Em inúmeros conceitos e fontes de informações encontradas nas obras dos autores citados neste artigo sobre liderança, podemos constatar a presença de dois elementos fundamentais: O fator humano e o conjunto de influências interpessoais realizadas em situações variadas. Palavras-Chave: Gestão de projetos, liderança, equipe. ABSTRACT This article examines concepts of team and leadership as one of the indispensable factors in the projects of organizations. The survey was conducted with a sample of books, articles and journals covering the subject in group work and the leader's role, with an emphasis on project management. In many concepts and sources of information found in the works of the authors mentioned in this article on leadership, we note the presence of two key elements: The human factor and the set of interpersonal influences carried out in various situations Keywords: Project Management, Leadership, Team. Anhanguera Educacional S.A. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 rc.ipade@unianhanguera.edu.br Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Artigo Original / Informe Técnico / Resenha Recebido em: 16/12/2015 Avaliado em: 30/12/2015 Publicação: de dezembro de 2015 2 Liderança em Gestão de Projetos Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 1. INTRODUÇÃO O cenário mundial de negócios mudou muito nas últimas décadas, a evidência é que as organizações estão passando por uma importante mudança, a passagem da Era Industrial para a “Era da Informação”, fato esse que exigem estruturas mais flexíveis e novos modelos de gestão. No início do século – na administração chamada clássica – ainda se dava ênfase ao ambiente, ou seja, as organizações eram tratadas como sistemas fechados, onde o ditador das regras era feito pelo poder individual. Por isso, a alteração da forma de executar as atividades profissionais, de mecânica para orgânica, requer adaptações na forma de gerenciar as pessoas. O gerente, que antes acompanhava passo a passo cada etapa do processo produtivo, supervisionando “tempos e movimentos” dos trabalhadores de acordo com o estabelecido pelos planejadores, agora concentra seus esforços nos resultados, controlando a qualidade do produto final. O modo como a atividade é realizada passa a ser de inteira responsabilidade do seu executor. Este assume também o planejamento do seu trabalho, vislumbrando os objetivos finais da sua atividade relacionados com os demais objetivos e atividades em todos os setores da organização. O individualismo é coisa do passado e as organizações contemporâneas exigem as novas formas de gestão empresarial que vêm destacando o estímulo à cooperação e à formação de equipes de trabalho, que atuem de forma integrada na obtenção de resultados. Esta realidade exige desenvolvimento interpessoal e intrapessoal que aumentem a conscientização para a inevitabilidade dos processos de mudança, enfatizando a conduta empreendedora e o alinhamento com os valores e crenças da organização. Em outras palavras, trabalhar com Desenvolvimento de Equipes / Líderes é importante para que uma empresa possa alcançar seus objetivos e se diferenciar no mercado. Isso representa investir e valorizar o potencial humano. Na prática, significa que um dos principais desafios de uma organização é conseguir atrair, desenvolver e manter uma força de trabalho talentosa, comprometida e disposta a desenvolver um trabalho árduo. Em decorrência dessas grandes transformações no contexto das organizações e diante da competitividade, da flexibilidade e adaptabilidade exigidas, é necessário rever as formas de trabalho e os estilos de gestão até então praticados. A hierarquia Antonio, Reginaldo Silva da, Araujo,Alex Macedo de 3 Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 verticalizada e decrescente e a departamentalização por funções reestruturam-se, convergindo para a formação de equipes ou células de trabalho constituídas interdisciplinarmente, proporcionando o intercâmbio de informações e o enriquecimento das atividades desenvolvidas. Nas equipes, emerge a polivalência ao invés da especialidade. Os conhecimentos aprofundados dos especialistas são válidos na mesma proporção em que estão interligados à complexa realidade em que estão inseridos. Assim, o gerenciador desse novo processo de trabalho é responsável pelo desenvolvimento de um trabalho eficiente e eficaz, na medida em que cria um clima de coesão e respeito entre os membros da equipe, fazendo com que realmente se sintam parte do processo de trabalho. Ao adquirirem consciência da sua importância e possibilidade de exercer suas atividades com maior autonomia, os indivíduos passam a desenvolver a autodisciplina, o autocontrole e a auto-liderança, sem que haja a necessidade de um controle supervisionado. Os resultados finais são o parâmetro para a mensuração do desempenho de cada membro do grupo, independentemente da maneira, do horário e de onde foram realizadas as atividades. A nova cultura de incentivo horizontal emprega o trabalho em equipe e diminui níveis hierárquicos, motivando seus colaboradores e comprometendo-os com os resultados do grupo. Em função disso, o mercado passou a buscar profissionais cujas características pessoais incluam a facilidade de relacionamento interpessoal e exercer atividades em grupo. Não basta contratar talentos, eles precisam atuar em sinergia. Para isso, a ordem que vêm o trabalho em equipe é o empowerment, onde nem sempre essas mudanças serão lideradas por uma equipe situada no topo da administração, aliás, a alta administração poderá ajudar a geração das equipes que vão colaborar para que suas organizações atinjam bons desempenhos. Para as organizações, as equipes podem romper as tradicionais barreiras interdepartamentais e facilitar as comunicações, melhorando a coordenação e integração e, acarretando um tempo de reação mais rápido. Para as pessoas, as equipes trazem mais envolvimento social e emocional, mais participação nas decisões, nos assuntos, nos compromissos e na motivação consequentemente. responder o seguinte problema de pesquisa: Quais são os conceitos e os tipos básicos de líderes /equipes nas organizações? O tema no qual este problema está envolvido é LIDERANÇA EM GESTÃO DE PROJETOS, o fulcro da investigação consiste em analisar na área de projetos organizacionais como deve ser um líder e uma equipe. 4 Liderança em Gestão de Projetos Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 1.1. Objetivo O objetivo geral que direcionou esta pesquisa foi desenvolver com base na literatura disponível os aspectos básicos para o desenvolvimento de líderes e equipes de forma a serem bem sucedidas e se tornem uma ferramenta efetiva na gestão de projetos. Por tudo isso, um estudo que dê aos gerentes e líderes de projeto que, além de cumprir prazos, custos e padrões de qualidade, liderar a equipe de forma eficaz. A maneira como ela será conduzida pode afetar diretamente no sucesso da execução do projeto. Uma boa liderança associada a uma boa inteligência emocional podem ser pré- requisitos essenciais a um bom gerente. Este trabalho deve explorar como eles devem utilizá-laspara garantir o sucesso do seu portfólio. 1.2. Justificativa Para compreender o impacto sobre o papel do Gestor de Projetos dentro dos projetos e a interação entre a liderança com a equipe para atingir os resultados esperados dentro de todo o processo e expectativas de resultados da organização e seus financiadores que esperam resultados e retorno de seus investimentos. Enquanto local de produção do conhecimento, a Universidade precisa responder às necessidades da sociedade diante de situações aflitivas. A responsabilidade de produzir, acumular e socializar o conhecimento vem em benefício das demandas atuais, como também ocorre com a utilização desse conhecimento pelas gerações futuras, para a melhoria das condições de vida do ser humano. Este documento pretende contribuir para a unificação dos temas equipes, líderes e projetos servindo como uma referência, já que resgata as práticas do tema. 1.3. Metodologia Empregada A coleta de dados para o desenvolvimento da pesquisa foi tratada em obter um estudo sobre atitudes, avaliação, aprendizado, mudanças e repercussões que a criação de uma equipe de gerenciamento de projetos e o seu líder acarreta na organização. Foram pesquisados em livros periódicos, páginas de internet, teses e dissertações. Com o resultado dessa pesquisa, espera-se uma compreensão maior do fenômeno da relação líder e equipe, para proporcionar uma melhor gestão dos objetivos organizacionais atuais. Antonio, Reginaldo Silva da, Araujo,Alex Macedo de 5 Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 Os dados trabalhados são essencialmente levantados por terceiros e trazem reflexões, argumentações, interpretações, análise e conclusão desses autores. As limitações pertinentes à pesquisa, já previstas em quaisquer de suas modalidades, quantitativa ou qualitativa, estão relacionadas, primeiramente, à escolha do tema. Liderança é um conceito que reflete uma concepção dinâmica e que pode ser utilizado em diversas ocasiões com significados diferentes – o sentido desse termo foi limitado no início deste capítulo. As características que povoam a liderança são relativas, influenciadas pela cultura, pelo momento histórico, pelo ambiente em que é praticada e pelos personagens envolvidos. Desse modo, mesmo com a identificação de grandes categorias, elas sofrem variações bruscas de situação para situação. A delimitação dessas categorias, no entanto, não se traduz por um agrupamento de peculiaridades definitivo e completo, mas sujeito a adaptações e atualizações constantes. Isso também pode ser visto não como uma limitação, mas como uma possibilidade, uma vantagem pela existência de grande diversidade. O tratamento dos dados empíricos e teóricos pode sofrer algumas distorções, haja vista a presença de interpretações subjetivas a que estão submetidos. Tais interpretações decorrem, sobremaneira, da racionalidade, instrumental e substantiva, do olhar e da sensibilidade da pesquisadora, o que de modo algum pretende imperar sobre outro olhar. A metodologia escolhida apresenta as seguintes dificuldades e limitações quanto à coleta e ao tratamento dos dados: a) O método estabelecido estará limitado pela seleção dos autores principais para pesquisa, devido ao grande número de bibliografias envolvidas com o assunto; b) Outro fator é a comparação entre as organizações passadas com as da atualidade, onde não dará ênfase na transformação de Pós-Industrial para a era da Informação; c) E o que diz respeito a criação de equipes que estará correlacionada com todos tipos de organizações, onde terá apenas alguns exemplos individuais; d) O quarto fator é a subjetividade dos autores que vão passar suas visões. 6 Liderança em Gestão de Projetos Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 2. A DIFERENÇA ENTRE GRUPOS, EQUIPES E TIMES Os autores que estudam essa temática no âmbito organizacional estabelecem uma diferenciação entre grupos e equipes, colocando os primeiros como associações de pessoas, não necessariamente com objetivos comuns. Inclusive, utiliza este aspecto como diferença principal: a equipe seria um grupo desenvolvido, que passa a ter objetivos claros e comuns a todos os seus membros. Fonte: Katzenbach e Smith (apud MUNCK, 1999, p.39) Quadro 1 - Diferença entre Grupo de Trabalho e Equipe. As pessoas ao trabalharem em grupo se titulam em Time, ou ainda usam o termo equipe e grupo como sinônimos. O autor esclarece que há distinção entre os mesmos, onde sob seu ponto de vista, é mais que um conjunto de pessoas que precisam umas das outras para agir, que é mais que uma reunião de pessoas com o mesmo propósito. Citando que para os gerentes das organizações, qualquer conjunto de trabalhador é um Time, apesar de a denominação Times ser bastante simpática e a empregarem como uma espécie de elogio ou distinção ao esforço de acertar, aplica-se o termo em situações bastante específicas. (GOLDBARG, 1995). Citado que um time é uma equipe com alto desempenho, neste caso a distinção estabelecida é menos uma questão de natureza e mais uma diferença de desempenho. GRUPO DE TRABALHO EQUIPE 1. Há um líder explícito; 2. A responsabilidade é do líder; 3. A responsabilidade é de apenas alguns dos membros do grupo; 4. Há grupos de especialistas; 5. “As reuniões são “racionais” e chegam logo a conclusões; 6. Mensura-se sua efetividade indiretamente em outros grupos; 7. As decisões ocorrem pelo voto da maioria; 8. A decisão final é do líder; 9. Os objetivos são “clarificados” ou sugeridos pelo líder. 1. Papéis de liderança compartilhados; 2. Comprometimento mútuo; 3. Responsabilidades compartilhadas; 4. Multiplicidade de funções (Produção, Marketing, Recursos Humanos e Finanças); 5. Encorajamento da aparição de divergências de opiniões e conflitos construtivos; 6. Mensuração de seus resultados pelo desempenho de cada indivíduo do grupo; 7. Decisões por consenso; 8. Decisão final do grupo; 9. Objetivos aceitos e incorporados por todos os membros do grupo. Antonio, Reginaldo Silva da, Araujo,Alex Macedo de 7 Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 3. A EQUIPE 3.1. A Origem das Equipes e suas Características Uma das prováveis explicações para a origem da palavra equipe viria do francês antigo, esquif, que designava originariamente uma fila de barcos amarrados uns aos outros e puxados por homens ou cavalos, seja devido à imagem dos barqueiros puxando a mesma corda ou a imagem dos barcos amarrados juntos, o fato é que um dia falou-se em equipe de trabalhadores para realizar uma obra comum e, mais tarde, em equipe de esportistas para ganhar uma partida. Há nessa palavra, portanto, um vínculo, um objetivo comum (MUCHIELLI, 1980). As equipes existiam bem antes de ter esse nome. Grupos que possuíam vínculo,unidade e mesmo a solidariedade para realizar um trabalho comum já são conhecidos e relatados em muitos livros antigos e até bem antigos. Mas deve-se acrescentar a orientação dos esforços coletivos no sentido da realização de um trabalho ou da consecução de um objetivo claro e desejado por todos (MUCHIELLI, 1980). Caminhando para as suas características, podem-se destacar oito características básicas quando se fala em formação de equipes (MUCHIELLI, 1980; CHIAVENATO, 1996): a) Pequeno Número Possui uma formação reduzida e essa limitação é necessária para facilitar a eficácia da mesma. Grandes equipes exigem estruturas complexas, assim, dificultando a dispersão e a confusão. b) A Qualidade do Vínculo Interpessoal Uma equipe é formada com apenas dois componentes e acaba no momento (n-1) em que um de seus membros não a segue mais. Onde não adianta rotular uma equipe que não existeuma co-operação mútua. c) Importância da Relação Inter-Humana A equipe é um conjunto de pessoas ligadas por inter-relações, que têm certa consciência de pertencimento e certa forma de cultura comum. Não há apenas uma adesão,há uma aceitação e uma vontade de adesão. d) Engajamento Pessoal Cada um traz a ciência, competência e técnica, mas também sua pessoa. Esse engajamento pessoal produz uma participação de qualidade específica. Cada membro da equipe participa dele inteiramente, o que implica que nenhum de seus membros deva ser considerado de segunda importância. e) Unidade Toda modificação de um elemento ou de uma relação acarreta a modificação dos outros elementos ou relações. 8 Liderança em Gestão de Projetos Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 f) Intencionalidade Comum Dirigida Para um Objetivo Coletivo Aceito e Desejada. Cada um concorre ora por si mesmo, ora com os outros, ora pelos outros. Não há equipe sem trabalho de equipe, sem a preocupação com a eficácia. É ela que ao mesmo tempo exige, permite e limita a pluralidade dos papéis, das competências e dos conhecimentos. Sem o objetivo comum não existe a equipe, é apenas um aglomerado. g) Obrigações Reunir-se para atingir um bem comum é renunciar a certo grau de liberdade, é aceitar uma estratégia comum, uma coordenação dos esforços, enfim, uma disciplina deve ser seguida e internalizada. h) Organização A estruturação em equipes é flexível e variável conforme o tipo de ação e o contexto de seus objetivos, mas é necessária uma organização dos papéis assim como uma distribuição do trabalho. 3.2. Tipos de Equipes a) Equipes Funcionais A equipe funcional clássica é formada por um “chefe” e seus subordinados diretos. Esse chamado modelo militar tem sido a marca da empresa moderna. Apesar de tudo que falam sobre mudança, a maioria dos organogramas das empresas ainda tem forma de uma pirâmide. Questões como autoridade, relações, tomada de decisões, liderança e gerenciamento demarcado são simples e claras. b) Equipes Funcionais Cruzadas Consistem de empregados de vários departamentos funcionais, responsáveis por resolver problemas mútuos ou de interdependências entre esses departamentos. Os membros geralmente respondem a seus departamentos funcionais, mas também reportam à equipe, da qual um membro é o líder. As equipes bem sucedidas combinam conjuntos de habilidades que nenhum indivíduo isolado possui. c) Equipes Autogerenciáveis Grupo íntegro de colaboradores responsáveis por todo um processo ou segmento de trabalho que oferece um produto ou serviço a um cliente interno ou externo. Em diferentes instâncias, os membros da equipe trabalham em conjunto para melhorar as suas operações, lidar com os problemas do dia a dia e planejar e controlar as suas atividades. Ou seja, são responsáveis não apenas pela execução do trabalho, mas também por gerenciar a si próprio. Como nesse segmento de trabalho todos os membros da equipe compartilham responsabilidades iguais, as equipes autogerenciáveis representam o conceito oposto da linha de montagem, na qual cada operário é responsável por uma função técnica restrita. d) Equipes Permanentes Apesar de trabalharem juntos, os empregados são localizados no mesmo local e reportam-se ao mesmo supervisor. Em algumas organizações as equipes permanentes começam do topo, onde dois ou três executivos de topo trabalham em equipe. Nos níveis mais baixos da organização, a abordagem de equipe permanente lembra a abordagem divisional, a não ser quando as Antonio, Reginaldo Silva da, Araujo,Alex Macedo de 9 Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 equipes são muito pequenas (20 a 30 membros), cada um em sua especialidade funcional. Algumas empresas chegam a 75 participantes por equipe. Apesar do tamanho, os empregados pensam e agem como uma equipe. Embora diante desta visão conceitual pareça simples a formação de equipes, não é bem assim, apesar de serem aparentemente palpáveis e necessárias, reuniões de pessoas deixam explícitas em suas discussões as enormes diferenças de personalidades e objetivos,que precisam ser fortemente trabalhadas e administradas pelos coordenadores e/ou líderes. O trabalho em equipe não será eficaz, a menos que promova um resultado desejado e desejável. Mover-se rumo a um propósito e uma meta comum dentro do objetivo de transformação da organização são requisitos permanentes para eficácia das equipes. 3.3. Tamanho da Equipe Quanto maior o número de membros, mais pode atrapalhar uma equipe. Para algumas empresas o maior parece mesmo dar a sensação de ser melhor. Em seguida podemos citar alguns autores que relacionam este ponto: Existem diversas razões que dificultam o desempenho, agir em conjunto sem esmagar a individualidade de cada um, despertar o comprometimento necessário para a missão, negociar e alcançar consenso, encontrar as pessoas certas na hora certa, resistir às pressões internas e externas despertadas pelo processo de mudança, enfim, não é fácil ser persistente o suficiente. (GOLDBARG, 1995). Os autores Katzenbach e Smith (1994) afirmam que um grande número de pessoas – devido ao seu tamanho – já tem problemas para interagir construtivamente como grupo, quanto mais para entrar em acordo sobre cursos de ação específicos. Um número de dez pessoas apresenta maior probabilidade do que o de cinquenta de poder trabalhar com sucesso suas diferenças individuais, funcionais e hierárquicas para a obtenção de um plano comum, e também de poder manter-se conjuntamente responsáveis pelos resultados. Entretanto, outros dizem que a chave é ser flexível, e sugerem a consideração de alguns fatores para se descobrir o tamanho certo de um grupo, estabelecendo o propósito da equipe, as aptidões que cada pessoa traz ao grupo e o tempo disponível para a comunicação vital. (HOFFHERR; YOUNG, 1995) Como se vê em tais apontamentos, quanto maior a equipe, mais probabilidade de conflitos. Por isso, faz-se a necessidade de definir uma equipe com as funções de cada membro bem definida, para não prejudicar no desempenho. 10 Liderança em Gestão de Projetos Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 3.4. A Seleção dos Membros de uma Equipe Um dos segredos do sucesso na escolha de pessoas para compor uma equipe é o balanceamento entre os membros que já possuem as habilidades necessárias e os que necessitam desenvolvê-las. Assim, os líderes enfatizam o processo de seleção, acreditando que precisam ter as pessoas certas para poder iniciar. (GOLDBARG, 1995). Um ponto importante na escolha dos componentes está associado exatamente à disposição de aprender e ensinar. Todos os membros de uma equipe deverão possuir vontade e tempo para auxiliar no crescimento dos demais componentes. Os autores Katzenbach e Smith (1994) relatam que uma equipe não poderá ser iniciada sem que haja um mínimo de complementaridade de conhecimentos, especialmente conhecimentos técnicos e funcionais. E nenhuma equipe conseguirá alcançar seu propósito sem desenvolver todos os níveis de conhecimentos necessários. Hoffherr e Young (1995) relatam que a parte mais difícil em trabalhar em equipes é o aprendizado para valorizar a diversidade. Cada um de nós precisa aprender a aceitar e até mesmo buscar as diferenças, ter respeito mútuo e focalizar na contribuição para um propósito comum. Nota-se que ao escolher um membro de uma equipe, os fatores conhecimento técnico, vontade de aprender e ensinar estão como itens essências. Por isso, a fase de planejamento (escolha) dos membros de uma equipe é essencial que elabore um processo eficiente. Antonio, Reginaldo Silva da, Araujo,Alex Macedo de 11 Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 3.5. Vantagens e Desvantagens das Equipes 3.5.1 Vantagens Diante dos objetivos específicos da dissertação em identificar as vantagens das equipes nas organizações e suas implicaçõesquanto à viabilidade, apresenta-se a seguir a exposição de autores. Pode-se destacar seis vantagens principais, que melhor se identificam com as equipes interfuncionais, embora algumas delas possam se aplicar a quaisquer outros tipos de equipes. (PARKER, 1995): a) Velocidade Um ponto que deve ficar bem claro para empresas que pretendem implantar o conceito de velocidade é que o trabalho antes realizado parte a parte por grupos estranhos, agora é realizado de forma conjunta, onde todos expressam as melhores condições de otimização do serviço, ou seja, reduzem o tempo necessário para a execução de tarefas. b) Complexidade Para que as equipes interfuncionais sejam eficientes na resolução de problemas complexos, devem apresentar as seguintes características: líder com visão criativa, isenção de proibições desnecessárias, inclusive liberdade para falhar; ampla gama de opiniões diversas e abertura por parte dos membros da equipe, a novas ideias, ou seja, capacidade de resolver problemas complexos. c) Enfoque no Cliente Para que o cliente seja colocado em primeiro lugar a equipe deve apresentar alguns fatores básicos: compreensão clara de quem é o cliente da equipe; envolvimento máximo com o cliente quer diretamente como membro da equipe, ou indiretamente, com uma comunicação adequada; treinamento em técnicas de melhoria de processo e dinâmica de equipe para os membros da equipe; Empowerment da equipe, para tomar decisões que satisfaçam às necessidades do cliente, e formas de reconhecimento que apóiem e incentivem a colaboração. d) Criatividade As equipes interfuncionais proporcionam a base para um mosaico criativo de pessoas com diferentes perfis, orientações, valores culturais e estilos. Embora possa parecer dificílimo administrar essa diversidade, as possibilidades de ocorrerem novas ideias e inovações são enormes. e) Melhor Uso dos Recursos A equipe é a ideia do just-in-time aplicada à estrutura organizacional; ou seja, nada pode ser desperdiçado. 12 Liderança em Gestão de Projetos Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 f) Aprendizagem Organizacional Pode-se dizer que as empresas que pretendem desfrutar das vantagens da implantação de equipes devem ter como premissas básicas o apoio da alta administração em forma de recursos concretos, tais como empowerment, incentivo ao risco e autoridade para agir de acordo com suas responsabilidades; estabelecimento de metas que transcendam as individualidades características da atual cultura e comandem o compromisso da equipe; incentivo e gratificação para a colaboração, pois estas, juntamente com um treinamento formal, ajudam estranhos a trabalhar juntos eficazmente, como também criam um ambiente favorável ao aprendizado; e, por último, a equipe deve ser formada por pessoas capazes e inteligentes, incluindo o papel fundamental do líder que comanda sutilmente toda essa heterogeneidade. 3.5.2 Desvantagens As desvantagens no trabalho em equipe estão associadas à natureza humana. Tais desvantagens podem e devem ser sanadas, a fim de não comprometer algo maior: o bem comum. A questão, portanto, não é ignorar ou descartar o indivíduo considerado “desviante”, mas procurar compreendê-lo dentro de suas necessidades, assim como adaptá-lo ao processo, pois deve prevalecer o senso crítico e este, nem sempre, é a maioria absoluta dentro da equipe. Segundo Beebe e Masterson (1997) podemos citar desvantagens no trabalho em equipe: a) A Equipe pode Pressionar o Indivíduo Os indivíduos que tiverem opiniões diferentes da equipe podem ser pressionados a aceitar a da maioria. Nesta situação, pode ocorrer que tais indivíduos acatam a maioria apenas para evitar conflitos. b) Alguém pode Dominar a Discussão Um membro da equipe pode, devido às suas características, dominar a discussão por simplesmente falar demais, não dando espaço ao restante das pessoas para emitirem as suas posições. c) Alguém pode Sobrecarregar-se de Tarefas Apesar de tarefas repartidas, compartilhadas e mesmo delegadas, alguns membros podem passá-las a um indivíduo, sobrecarregando-o. d) O Tempo Gasto para Trabalhar em Equipe é Maior Quando Comparado ao Trabalho Individual Devido as diferentes posições /opiniões dos membros da equipe, uma mesma atividade pode ter um tempo maior para ser concretizada se comparada ao tempo gasto, caso a mesma atividade fosse feita por um indivíduo. Antonio, Reginaldo Silva da, Araujo,Alex Macedo de 13 Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 3.6. Como é Sua Equipe? O fato é que as empresas devem aprender por que as equipes não funcionaram e mudar tendências e expectativas de forma que as mesmas atinjam todo o seu potencial competitivo. Robbins e Finley (1997) mostram alguns problemas, sintomas e soluções que podem diferenciar uma equipe bem estruturada e sucedida de outra fracassada. PROBLEMA SINTOMA SOLUÇÃO Necessidades mal combinadas Pessoas com agendas ocultas, trabalhando com propósitos contraditórios. Faça com que os planos particulares sejam revelados, perguntando às pessoas o que desejam, pessoalmente, da formação de equipes. Metas confusas, objetivos embolados As pessoas não sabem o que se espera que façam, ou as metas não fazem sentido. Esclareça a razão pela qual a equipe existe; defina seu propósito e resultados esperados. Papéis não resolvidos Os membros de uma equipe não sabem ao certo qual é o seu trabalho. Informe aos membros da equipe o que se espera deles . Tomada de decisões ruim. Equipes podem estar tomando as decisões, mas da forma errada. Escolha uma abordagem de tomada de decisões apropriada para cada decisão. Políticas ruins, procedimentos obtusos. A equipe está à mercê de um infernal manual do funcionário. Jogue fora o manual e comece a fazer sentido. Conflitos de personalidades Os membros da equipe não se entendem ; Tome conhecimento das expectativas dos membros da equipe e o que desejam uns dos outros, o que preferem, em que são diferentes; Comece a valorizar e usar essas diferenças. Liderança ruim A liderança é tímida, incoerente ou obtusa O líder deve aprender a servir a equipe e manter sua visão viva ou deixar a liderança para outra pessoa. Visão embaçada A liderança impingiu uma lista pronta de tarefas à equipe Arranje uma visão melhor ou vá embora. Cultura ante equipe -A organização não está realmente comprometida com o ideal de equipes crie equipes pelas razões certas ou não as 14 Liderança em Gestão de Projetos Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 crie de forma alguma; nunca force as pessoas a participarem de equipes. Feedback e informações insuficientes o desempenho não está sendo medido; os membros da equipe estão tateando no escuro. Crie um sistema de livre fluxo de informações úteis para todos os membros de equipe Sistemas de recompensas. As pessoas estão sendo remuneradas pelas coisas erradas. Projete remunerações que façam as equipes sentirem-se seguras em fazer seu trabalho; recompense a união em equipe tanto quanto os comportamentos individuais. Falta de confiança na equipe. A equipe não é uma equipe porque os membros são incapazes de se comprometer com ela. Deixe de ser indigno de confiança, ou dissolva ou reforme a equipe Falta de vontade de mudar. A equipe sabe o que fazer, mas não o faz. Descubra qual é o bloqueio; use dinamite ou vaselina para tirá-lo do caminho Ferramentas erradas : A equipe foi enviada para frente de batalha com uma atiradeira. Forneça à equipe as ferramentas certas para suas tarefas, ou dê-lhes liberdade para serem criativos Fonte: ROBBINS, H. e FINLEY, M. Porque as equipes não funcionam. O que deu certo e como torná -las criativas e eficientes. Rio de Janeiro: Campus, 1997. Os itens relatados permitem observar vários tipos de problemas nas equipes, tais como: liderança metas ferramentas vontade confiança conflitos e outros. Antonio, Reginaldo Silva da, Araujo,Alex Macedo de 15 Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 3.7. Itens que uma Equipe Necessita de sua Organização Parker (1995) aborda o papel da Administração na construção de uma Organização baseada em Equipes, enfatizando que os líderes das empresas devem sempre mencionar as equipes em seus discursos e também em suas apresentações escritas. Hardingham (1995) relaciona alguns itens básicos que uma equipe necessita de sua empresa para se tornar uma equipe de sucesso: 1. Ter um conjunto de objetivos claramente definidos; 2. Passar uma mensagem consistente sobre o que se espera que cumpram; 3. Basear o sistema de premiações no desempenho da equipe, bem como no desempenho individual ("sistema de premiações" significa os prêmios menos tangíveis, como elogios, perspectivas de promoção e a oportunidade de exercer influência, assim como dinheiro); 4. Dar retorno sobre o desempenho da equipe - o tempo todo, de modo honesto e positivo; 5. Levar em conta o impacto no funcionamento da equipe antes de deslocar ou substituir as pessoas; 6. Garantir que a equipe mais experiente - como a diretoria e o quadro administrativo - dê bons exemplos de trabalho em grupo; 7. Fornecer os recursos solicitados pela equipe para atingir suas metas; 8. Apoiar os líderes de equipe. 16 Liderança em Gestão de Projetos Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 4. LIDERANÇA 4.1. Conceitos de Liderança Como um conceito geral e simplificado, podemos dizer que Liderança é o processo de conduzir um grupo de pessoas, transformando-o numa equipe que gera resultados. É a habilidade de motivar e influenciar os liderados, de forma ética e positiva, para que contribuam voluntariamente e com entusiasmo para alcançarem os objetivos da equipe e da organização. Os líderes auxiliam os membros de equipe e os demais a escolher os caminhos certos e estabelece as prioridades certas. Juntos, eles focalizam seus esforços nas atividades altamente promissoras e nos resultados esperados, direcionando a energia para as oportunidades de sucesso. Propiciam a ligação entre tarefas, expandindo a capacidade de visão das pessoas para que possam ver além de sua tarefa limitada, influenciam a ação cooperativa e apoiam a criatividade. O primeiro elemento que é preciso levar em consideração é que o desempenho das atividades do líder depende do compartilhamento dos resultados com as pessoas que fazem parte de sua equipe de trabalho. É preciso um envolvimento com a equipe, no sentido de impulsionar os esforços em uma mesma direção, fazendo com que todos possam atingir um mesmo objetivo. Hoje a liderança efetiva é normalmente vista como crucial para o sucesso organizacional, sendo atribuída cada vez mais importância ao desenvolvimento de lideranças. Levando isto em conta, o objetivo deste tópico não é rever toda a literatura sobre liderança, ao contrário, o objetivo será uma breve passagem de vários autores que descrevem ou complementam o estado de desenvolvimento de liderança atualmente: Peter Drucker (1997) ressalta que: “Em crise não há liderança partilhada, quando o barco está afundando o capitão não pode convocar uma reunião para ouvir as pessoas, tem de dar ordens. Esse é o segredo da liderança partilhada: saber em que situações deve agir como chefe e em que situações atuar como parceiro”. Para ele “a tarefa do líder é desenvolver líderes”, pois toda empresa necessita deles, ainda que muitas negligenciem o seu desenvolvimento. Antonio, Reginaldo Silva da, Araujo,Alex Macedo de 17 Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 4.2. Liderança e Motivação Liderança é o processo de influenciar as atividades de um indivíduo ou de um grupo para a consecução de um objetivo numa dada situação. É um processo do líder, do liderado e de variáveis situacionais (BARTLETT; GHOSHAL, 1997). Coerência no líder - Se um líder trata todos seus subordinados da mesma forma, ele não é coerente. Um líder deve conhecer seu pessoal e a maturidade de cada um para saber como tratar cada um de seus colaboradores. Respeito ao indivíduo – Essa é a dimensão primordial da liderança. Tratar todos com respeito, percebendo as diferenças individuais. Até mesmo as medidas mais desagradáveis podem e devem ser feitas com respeito. As pesquisas apoiam que todos os estilos básicos de um líder podem ser eficazes ou ineficazes, dependendo da situação (DECIDIR, 1995). Em estudos independentes realizados por mais de dezesseis anos concluíram que tanto os líderes diretivos (orientados para a tarefa/estrutura) como os não diretivos (orientados para as relações/ pessoas) são bem sucedidos em certas condições (DECIDIR, 1995). Ou seja, situações diferentes de liderança exigem estilos diferentes de líderes. Quando uma empresa possui uma liderança ruim, pode resultar em efeitos negativos em seus colaboradores, sendo assim, qualquer melhora por menor que seja deverá ter um efeito positivo (LOPES, 1980). Liderança não é sinônimo de gerência, embora cada gerente deva ser um líder. Infelizmente, muitos sabem pouco do que a liderança exige. Um líder, entretanto, não precisa necessariamente gerenciar coisa alguma (MARCHETI, 1997). Motivação é sinônimo de liderança. O sucesso de um líder pode depender quase que exclusivamente de sua capacidade de motivar outras pessoas (MARCHETTI, 1997). 4.3. Liderança e Poder Poder sempre foi considerado tabu nas organizações, assunto pouco estudado, pouco divulgado e quase nunca discutido abertamente por ser visto como moralmente indesejável. Poder é a capacidade de influenciar outra pessoa ou grupo a aceitar ideias diferentes e a se comportar de maneira diversa do que usualmente faria. O poder existe em todas as relações sociais, conforme as qualidades e recursos de um indivíduo ou grupo, com relação a outros. Entretanto, o poder adquire maior importância na vida organizacional, pois nela se preestabelecem relações de imposição e dependência para o desempenho de papéis e funções. Contudo, as relações de dependência, baseadas na 18 Liderança em Gestão de Projetos Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 racionalidade burocrática, tornam-se cada vez mais insuficientes para a obtenção da influência necessária ao direcionamento de ações coletivas. O poder nas organizações está ligado diretamente à liderança. Liderança é um processo no qual o indivíduo influencia outros a se comprometerem com a busca de objetivos comuns. O líder é o indivíduo capaz de canalizar a atenção dos participantes e dirigi-la para ideais comuns. Contrasta com a atividade política tradicional de articular interesses setoriais para vê-los prevalecer no processo decisório. Desse modo, o líder trabalha a fim de ajustar interesses setoriais e individuais em conformidade com os objetivos centrais da organização. Sua influência é mantida através do reforço do comprometimento com ideais comuns. Na prática há uma confusão entre influenciar e motivar. O poder não é bom nem mau, o que pode estar errado é como se obtém e se usa o poder. Enquanto que para algumas pessoas é algo natural, inerente à vida das empresas; outras pessoas consideram como algo ilegítimo, não nobre e prejudicial. Num ambiente que exige decisões de qualidade em alta velocidade, os líderes precisam influenciar outras pessoas de maneira rápida e eficiente, e para isso recebem, obtêm e utilizam poder. Nesse contexto sua utilização é legítima e positiva. A autoridade é o direito de exercer o poder, é o reconhecimento social de que o poder poderá ser exercido pela pessoa. Pode-se perceber que não é pelo fato de uma pessoa estar autorizada a exercer o poder que o fará de forma eficiente ou eficaz. Cada vez mais é necessário aproximar a autoridade da liderança. Antonio,Reginaldo Silva da, Araujo,Alex Macedo de 19 Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 4.4. O Surgimento de um Líder de Projetos O processo de surgimento de um líder não se dá segundo regras lógicas e absolutamente previsíveis. O líder é sempre aquele que representa melhor a necessidade comum e revela maiores condições para auxiliar o grupo a satisfazer essa necessidade dentro do projeto (VIEIRA, 1994). Para Vieira (1994), a primeira responsabilidade de um líder é definir a realidade dentro do projeto. A última é dizer obrigado, portanto o líder é um servidor na equipe. Os sinais de liderança encontram-se refletidos nos liderados. Eles estão atingindo o seu potencial? Estão se desenvolvendo e aprendendo? Estão conseguindo os resultados desejados? Os líderes não infligem sofrimento, eles o aliviam, respeitam as pessoas. A liderança é feita de relacionamentos que contam mais que a estrutura. Uma boa comunicação com seus liderados que diz respeito pelo indivíduo é uma questão de ética. De acordo com Vieira (1994), o líder firma-se como tal no grupo através das pessoas mais próximas dele. Primeiro conquista a sua atenção. Ele ouve atentamente o que seus liderados em potencial dizem a respeito do que precisam ou desejam, e mostra- se interessado, eles se engajam no processo pois receberam aquilo que todos almejam: respeito. Ao seguir essa estratégia de ouvir com atenção, o líder comporta-se de forma manipuladora, mas os líderes imbuídos de postura moral e eficiência ouvem seus liderados porque os respeitam e porque acreditam honestamente que o bem estar dos liderados é o objetivo da liderança. O líder tem uma visão clara dos desejos da equipe e passa a criar uma energia motivadora, empurrando-lhes ao objetivo final. Ele age de acordo com as necessidades da equipe nas diferentes circunstâncias, sendo carismático, criando um clima de respeito e admiração pelos seus liderados e daí tendo poder sobe eles (VIEIRA,1994). 4.5. O Líder nas Fases do Projeto A fase de INICIAÇÃO é quando uma determinada necessidade é identificada e transformada em um problema estruturado a ser resolvido. Consequentemente define-se a missão, o objetivo, as estratégias do líder e aonde vai aplicar suas técnicas, competências, influências, adaptabilidade, empatia, autocontrole, trabalho em equipe, entre outros. (VIANA,2005) 20 Liderança em Gestão de Projetos Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 A fase de PLANEJAMENTO é a que tem mais processos e nas quais muitas decisões precisam ser tomadas. É quando são definidos e refinados os objetivos e quando há a seleção do melhor curso de ação entre várias alternativas .Por isso o líder do projeto deve se preocupar em relação às melhores práticas de gerenciamento de projetos como: preocupação com o escopo de projeto, elaboração de uma estrutura analítica – WBS -– e detalhamento de cronograma, que são atividades nas quais os líderes demonstram suas habilidades. Na fase de EXECUÇÃO é quando ocorre a coordenação de pessoas e de outros recursos visando à execução do planejado. Isso reflete a exigência de que um bom líder se adapte às condições existentes, muitas vezes não planejadas, aliadas à existência de iniciativa para aproveitar as oportunidades que aparecem. É onde o líder se conhece, tem capacidade de orientar e motivar e contribui para que a execução dos trabalhos ocorra de maneira eficiente. Nesta fase, chegar ao resultado é o que importa aonde pode ocorrer conflitos entre o que se prega como política da empresa e o que se faz para atingir resultados. É interessante também notar que nesta fase deveria ocorrer o processo de desenvolvimento da equipe, que pode utilizar ferramentas como atividades de integração, sistemas de reconhecimento, premiação, agrupamento e treinamento, sendo que este último não necessariamente precisa ser formal e pode ser feito mediante feedbacks recebidos de outros membros da equipe. Na fase de MONITORAMENTO E CONTROLE, na qual se garante que os objetivos do projeto serão alcançados por meio do monitoramento e da mensuração regular do progresso, visando à identificação de variações do plano de maneira a implementar ações corretivas eventualmente necessárias, é aonde o líder tem a capacidade de escutar e enviar mensagens convincentes para obter o sucesso, além de auxiliar no processo de comunicação do relatório de desempenho. A fase de ENCERRAMENTO, que se refere à formalização da aceitação do projeto ou da fase, permitindo que haja um fechamento organizado, como já comentado, se destacou pela existência de poucas respostas. Em geral, os projetos de desenvolvimento elaborados dentro de uma empresa, passam do projeto para o processo de melhoria contínua, sem que o projeto seja formalmente encerrado. Antonio, Reginaldo Silva da, Araujo,Alex Macedo de 21 Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 4.6. Liderar ou Gerenciar Projetos A liderança é exercida pelos vários membros do grupo, dependendo da circunstância e a necessidade presente. Portanto é situacional, onde parte-se do pressuposto de que não somente a emergência, como também a manutenção de um líder eficaz que deva considerar aspectos que fazem parte do ambiente dentro do qual o líder esteja agindo. Ou seja, há a necessidade cada vez maior de contextualizar as teorias de liderança. Por outro lado, surge outro ponto de vista que há estudos da personalidade do líder como valor fundamental em toda situação de liderança. Cada pessoa pode, conforme a possibilidade, ser líder por determinado período e retornar ao seu lugar de seguidor. Líder, contudo, cria oportunidades para que os seguidores atuem na liderança, isto pode ocorrer em virtude dos traços de cada líder, da característica dos subordinados e das características do contexto interno e externo e, inclusive, os prepara para um dia darem prosseguimento às atividades organizacionais. Nesta perspectiva, ao se ter a pessoa como figura central na vida da organização, surge novo desafio a ser observado: o gerenciamento. Eis aqui outra forma erronia de se considerar a liderança, que não deve ser entendida como uma posição para administrar seus processos. A definição para o gerenciamento que é compreendido pelo seu foco nos resultados, ou seja, um programa aplicativo que permite criar, modificar e controlar o conteúdo e os relacionamentos na informação, que é vista a partir do planejamento, do orçamento, da organização, da direção, do controle, da produção, da venda e da estabilidade organizacional. Por outro lado, a liderança estratégica, cujo foco está nas pessoas, é observada pela criação de visão e estratégias, geração de cultura e valores comuns, colaboração quanto ao crescimento, inspiração e motivação dos colaboradores e na criação das mudanças. Esta distinção clara entre liderança e gerenciamento tem causado dificuldade exacerbada quanto a sua prática cotidiana. Afirma-se que a liderança deve substituir o velho modelo de gestão gerencial, pautado agora em um modelo coletivo e isso se torna muitas vezes impossível, haja vista a necessidade de se manter as vistas voltadas para o resultado. Cria-se um impasse: Focar as pessoas através da liderança ou dos resultados? A liderança não é capaz de substituir o gerenciamento, ela deve ser agregada a ele. É um desafio, do qual se percebe que muitos gerentes já possuem algumas habilidades e qualidades, e outras que podem ser desenvolvidas para exercer uma liderança eficiente. 22 Liderança em Gestão de Projetos Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo se desenvolveu considerando aspectos importantes das equipes e da liderança nos projetos, pois expressa que as equipes são à base de apoio às organizações. Sendo os funcionários da base, ser aonde as transformações acontecem, melhorando a performance individual, energizandoa hierarquia e a estrutura organizacional e valorizando os processos gerenciais básicos, de forma que existe uma relação de trabalho em equipe e o desempenho da organização. Os fundamentos conceituais e metodológicos foram identificados no que tange as definições e conceitos de equipes e líderes. Acentuaram-se as diferenças entre grupos, equipes, times, liderança e gerenciamento, permitindo um melhor esclarecimento sobre estas definições. Constatou-se a importância das equipes e dos líderes nos projetos das organizações devido o quadro organizacional atual apontar para a abertura de caminhos voltados para o crescimento responsável, participativo e com enfoque estratégico na qualidade de vida. Estes caminhos são percorridos por meio de participação compartilhada, envolvimentos individuais e do grupo na qualidade de decisões, busca de eficácia e capacitação nas tarefas, maior compreensão dos objetivos organizacionais, mobilização na implementação de projetos, realização de necessidades psicológicas e até mesmo maior pressão social para mudança e abordagem construtiva dos conflitos. Para que isso aconteça, há necessidade de melhor conhecimento do outro e de si mesmo. Enfim, parece predominar entre os teóricos da administração a premissa de que existem vantagens inquestionáveis do trabalho em equipe em relação ao trabalho individual nas organizações. 5.1. Críticas A partir das categorias identificadas, os líderes devem estar aptos a proporcionar um crescimento pessoal em seus colaboradores, mas, em primeiro lugar, os líderes devem ser pessoas ávidas pela transcendência pessoal, pela superação, buscando melhorar a si mesmo como pessoa e como profissional, para que possam disseminar e florescer tais características nos seus colaboradores, para que todos sejam estimulados a serem líderes facilitadores. Por isso é fundamental desenvolver as habilidades interpessoais. Os relatos revelaram a importância que os indivíduos dão a um convívio saudável no ambiente de trabalho. O estímulo ao desenvolvimento das habilidades técnicas e cognitivas pode Antonio, Reginaldo Silva da, Araujo,Alex Macedo de 23 Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 surgir de um interesse pessoal do indivíduo, de estímulos externos vindos, por exemplo, do líder ou mesmo a partir das imposições do mercado. As antigas teorias preconizam o privilégio das tarefas em detrimento dos relacionamentos e vice-versa, mas o momento atual vem conciliando essas duas esferas, sem que uma ou outra saia prejudicada. Na prática, há muitas barreiras para se investir no desenvolvimento pessoal. Essa situação agrava-se quando as filas de desemprego engrossam as estatísticas e a qualificação profissional fica a desejar. Entretanto, desencadear esse movimento é uma responsabilidade primeira do indivíduo. 5.2. Sugestões Todos os indivíduos são líderes. Em algum aspecto ou circunstância da vida já desempenharam ou irão desempenhar o papel da liderança. Mas em que nível? Em que grau de profundidade? Serão líderes autocráticos, centralizadores ou facilitadores? Depende. Depende da consciência e da maturidade de cada um. Os ousados, os pioneiros podem ser censurados, ridicularizados, mas também podem ser idolatrados e glorificados. O que define um ou outro adjetivo é a coragem de transpor os limites, de propor algo novo que leve em conta algo mais que a lógica de mercado e os fins utilitários. Suas vantagens realmente são diversas, sobrepondo as desvantagens, no qual a presente pesquisa procurou abordar alguns procedimentos para que as mesmas fossem bem implantadas e, sobretudo, com processos que melhor a desenvolvessem. Assim finaliza-se, relatando o fato de extrema importância é que as equipes e ou líderes não tornam as coisas melhores num piscar de olhos. Exigem, coragem, persistência, e capacidade de lidar simultaneamente com ambiguidade comercial e organizacional. A organização e seus integrantes devem ser capazes de obter unidade da diversidade, devem ter a capacidade de transcender as diferenças dos tipos cognitivos e otimizá-las nas situações e ambientes mais adequados. E conclui-se após a finalização deste trabalho, que existe uma possibilidade de melhora nos projetos organizacionais como um todo, a partir do desenvolvimento de equipes e líderes. 24 Liderança em Gestão de Projetos Nome da Revista Vol. , Nº. 0, Ano 2015 p. 1-25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AQUINO, Cléber Pinheiro D. G. Administração de Recursos Humanos: Uma introdução. São Paulo. Atlas, 1981. AZEVEDO, Ivayr T. Recursos humanos nas Organizações. In: Executivo. Porto Alegre: v.1, n.3, p.7-12, 1990. BARTLETT, Chistopher; GHOSHAL, Sumantra. Novas Formas de Gerências. HSM Management, mar/abril 1997. BEEBE, S.A.: MASTERSON, J. T: Communicating in small groups. 5th Edition, New York : Logman, 1997, p. 3. BENNIS, Warren, NANUS, Burt. 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