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AULA REMOTA – 02 INFORMAÇÕES DOCENTE CURSO: Direito DISCIPLINA: Tópicos Especiais em Direito Penal TURNO M T N PERÍODO/SALA 10º período PROFESSOR (A): Ana Carolina Campos Oliveira DOLO E CULPA - Tipos Dolosos Para configuração do crime é necessário aferir a vontade do agente em atingir o resultado lesivo. - Todos os crimes, em regra, são dolosos, podendo apenas ser punido na modalidade culposa se houver previsibilidade no tipo penal (princ. da legalidade e CTB) - Teorias do Dolo: 1) Teoria da vontade: Age com dolo quem tem como objetivo a prática do resultado lesivo, sendo portanto, representado pela CONSCIÊNCIA + VONTADE - "querer finalístico" 2) Teoria da representação: NÃO é necessário que o agente queira o resultado lesivo, basta apenas que o preveja - nesta teoria não há possibilidade de punição a título de culpa, apenas na forma dolosa. 3) Teoria do assentimento, consentimento ou assunção: Neste teoria, exige que o agente tenha consciência, tenha previsibilidade, mas não queira o seu resultado, basta apenas que o assuma ou aceite. (DOLO EVENTUAL) - O dolo no Código Penal: Teoria da vontade (dolo direto) e Teoria do Assentimento (Dolo Eventual) - art 18. I do CP. - Espécies de Dolo: 1) Dolo Direto (determinado): É aquele que o agente busca alcançar um resultado certo e determinado. -1º grau: EX: A quer matar B - 2º grau: EX: Atentado terrorista para matar um chefe de Estado. 2) Dolo Indireto (Indeterminado): Ocorre quando o agente não se dirige a um resultado certo, preciso e determinado. - Dolo Alternativo: o agente quer um ou outro resultado - Dolo Eventual: o agente não deseja o resultado previsto, mas o aceita. - Tipos Culposos - art. 18, II do CP: crime culposo é quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. - A conduta culposa é aquela voluntária que produz um resultado ilícito NÃO desejado, mas PREVISÍVEL, que podia, com o devido cuidado, ser evitado. Ou seja, o crime é culposo quando o agente NÃO quer, NEM assume o risco de produzir um resultado lesivo que poderia ser prevenido. - ELEMENTOS INTEGRANTES DA CULPA 1) Conduta voluntária: a conduta deve ser voluntária, não destinada ao resultado lesivo, mas com outro fim lícito. Ex: quero chegar mais rápido em casa, acelero o carro e atropelo um pedestre. 2) Produção de um resultado lesivo: O crime culposo não existe se não houver um resultado lesivo. O resultado deve ser consequência da inobservância do dever de cuidado. Sendo assim, se todo cuidado for observado e mesmo assim o resultado lesivo acontecer, não poderá ser atribuído o crime culposo. Ex: Eu fiz tudo que podia para salvar o paciente, mas ainda sim ele veio a óbito. 3) Previsibilidade Objetiva do Resultado: o resultado deve ser sempre previsível (pessoa comum - homem médio deve ser capaz de prever o resultado lesivo) - Caso o resultado seja imprevisível, trata-se de acaso. 4) Tipicidade: apenas poderá haver punição a título doloso se o tipo penal assim o prever. 5) Inobservância do Dever de Cuidado: Todos devemos ter o dever geral de observância ao cuidado para um convívio social harmônico. A manifestação da inobservância desse dever de cuidado se dá nas modalidades previstas no art. 18, II do CP; A) Imprudência: realização de uma conduta positiva (fazer alguma coisa) perigosa ou arriscada. O agente, porém, poderia ter evitado. Ex: Dirigir em alta velocidade em local não permitido. B) Negligência: É a ausência de precaução. Ou seja, deixar de fazer alguma coisa que deveria ter feito, omitir-se, deixar de fazer. Ex: O pai de deixa a arma de fogo municiada a alcance do filho menor. OBS: é possível encontrar numa mesma conduta o ato imprudente e negligente. Ex: Deixar de trocar os pneus do carro, já inaptos e dirigir com velocidade superior a permitida para a via pública. C) Imperícia: É a falta de aptidão ou destreza para o exercício de uma função/profissão - sendo assim, a imperícia é uma modalidade aplicada aos profissionais. Ex: Engenheiro e cabo do elevador Médico e cirurgia - Espécies de Culpa 1) Culpa própria: Tradicional 2) Culpa Consciente: Ocorre quando o agente PREVÊ o resultado e LEVIANAMENTE acredita que ele não vai acontecer. Ex: Regrinha do "F*das X F*deu" (culpa consciente x dolo eventual) - STF e direção alcoolizada 3) Culpa Inconsciente: Ocorre quando o resultado lesivo NÃO é previsto pelo agente, embora fosse previsto pelo "Homem médio" Ex: Vaso de plantas na sacada da varanda no 13º andar do prédio 4) Culpa Imprópria: Descriminante Putativas - art 23 c/c art 20 §1º do CP - A eventual culpa da vítima não exclui da responsabilidade penal do agente (não se compensam). Porém a culpa EXCLUSIVA da vítima afasta a responsabilidade penal do agente. Ex: A) Pedestre atravessa a rua distraído e é atropelado pelo motorista do carro que falava ao telefone celular. B) Ao tentar suicídio, Alfredo se joga do alto de uma passarela e cai por cima do carro de Maria.
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