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SOCIEDADE EDUCACIONAL RAPHAEL DI SANTO IESCAMP – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E ENSINO SUPERIOR DE CAMPINAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DAVID DE SOUZA MERIN JÉSSIKA AMANTEA RENAN VALENTIM MENDES GERAÇÕES: UMA ANÁLISE DAS GERAÇÕES ATUANTES NO MERCADO DE TRABALHO COM FOCO NA GERAÇÃO Y CAMPINAS 2016 DAVID DE SOUZA MERIN JÉSSIKA AMANTEA RENAN VALENTIM MENDES GERAÇÕES: UMA ANÁLISE DAS GERAÇÕES ATUANTES NO MERCADO DE TRABALHO COM FOCO NA GERAÇÃO Y Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Graduação em Administração de Empresas do Instituto de Educação e Ensino Superior de Campinas como requisito parcial à obtenção do título de Bacharelado em Administração de Empresas. Orientador: Professor Especialista Júlio César Barbosa Lima CAMPINAS 2016 DAVID DE SOUZA MERIN JÉSSIKA AMANTEA RENAN VALENTIM MENDES GERAÇÕES: UMA ANÁLISE DAS GERAÇÕES ATUANTES NO MERCADO DE TRABALHO COM FOCO NA GERAÇÃO Y Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Graduação em Administração de Empresas do Instituto de Educação e Ensino Superior de Campinas como requisito parcial à obtenção do título de Bacharelado em Administração de Empresas. Orientador: Professor Especialista Júlio César Barbosa Lima Aprovação 12, de Dezembro de 2016. ______________________________ ______________________________ ______________________________ DEDICATÓRIA Dedicamos este trabalho a Deus, a todos os professores do curso que foram importantes em nossa vida acadêmica, as nossas famílias e amigos. RESUMO O presente trabalho tem como objetivo demonstrar de forma simples características das gerações presentes no mercado de trabalho atualmente. Entre elas destacamos a Geração Baby Boomer, Geração X, Geração Y que também é o foco deste trabalho, e a Geração Z que são os próximos ingressantes no mundo corporativo. Utilizando pesquisas literárias e de campo, buscamos contribuir com o aprendizado contínuo de todos os níveis hierárquicos das organizações. O instrumento de coleta de dados foi o questionário. Concluímos que saber suas necessidades, seus fatores motivacionais, seus pontos fortes e também os pontos a desenvolver é fundamental para um ambiente de trabalho agradável e produtivo. Porém, o mundo está em constante mudança e essa globalização afeta todos nós, o desenvolvimento de novas tecnologias, escassez de recursos, superpopulação, mudanças climáticas, quebra de paradigmas culturais, entre outros. Tais mudanças influenciam no comportamento das gerações. Problemas como crises econômicas, políticas, sociais e ambientais irão interferir diretamente no comportamento da Geração Y e das futuras gerações, e o nosso papel é tentar reduzir ao máximo que tais problemas aconteçam, é necessário criar ambientes prazerosos e com qualidade de vida, envolver e fazê-los participar de todos os processos, reconhecer imediatamente mesmo que seja por pequenas ações, oferecer atividades novas constantemente, quando a juventude da Geração Y e a experiência das demais Gerações trabalham em equipe a organização só tem a ganhar. Palavras-chave: Gerações, Mercado de Trabalho, Conhecimento. ABSTRACT This paper aims to demonstrate in a simple way characteristics of the generations present in the labor market today. Among them we highlight the Baby Boomer Generation, Generation X, Generation Y that is also the focus of this work, and Generation Z, which are the next entrants in the corporate world. Using literary and field research, we seek to contribute to the continuous learning of all hierarchical levels of organizations. The instrument of data collection was the questionnaire. We conclude that knowing your needs, your motivational factors, your strengths and also the points to develop is fundamental to a pleasant and productive work environment. However, the world is constantly changing and this globalization affects all of us, the development of new technologies, scarcity of resources, overpopulation, climate change, breaking of cultural paradigms, among others. Such changes influence the behavior of generations. Problems such as economic, political, social and environmental crises will directly interfere with the behavior of Generation Y and future generations, and our role is to try to reduce as much as possible such problems, it is necessary to create pleasant surroundings with quality of life, Make them participate in all processes, recognize immediately even small actions, constantly offer new activities, when the youth of Generation Y and the experience of other generations work as a team, the organization has only to win. Keywords: Generations, Labor Market, Knowledge. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: A hierarquia das necessidades elaboradas por Maslow. ........................... 35 Figura 2: James Dean (1931-1945) ........................................................................... 39 Figura 3: Símbolo do movimento Hippie entre os anos 60 e 80 ................................ 40 Figura 4: Exemplo de mídias digitais presentes na vida de jovens da Geração Y .... 44 LISTA DE TABELAS Tabela 1: As Competências Essenciais do Administrador. ....................................... 30 Tabela 2. Classificação Geracional ........................................................................... 54 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Expectativa de vida (Anos) ....................................................................... 55 Gráfico 2: Usuários da internet no mundo (em milhões) ........................................... 56 Gráfico 3: Qualidade de vida ..................................................................................... 59 Gráfico 4: Tempo de empresa ................................................................................... 60 Gráfico 5: Fidelidade ................................................................................................. 61 Gráfico 6: Empreender .............................................................................................. 62 Gráfico 7: Aspectos da liderança ............................................................................... 63 Gráfico 8: Referências de liderança .......................................................................... 64 Gráfico 9: Empresas ao longo da carreira ................................................................. 65 Gráfico 10: Melhores empresas ................................................................................ 66 Gráfico 11: Mudança de empresa ............................................................................. 67 Gráfico 12: Atividades ou programas sociais ............................................................ 68 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12 1.1 O CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO ................................................................. 14 1.1.2 AS EMPRESAS COMO ORGANIZAÇÕES SOCIAIS ................................ 15 1.1.3 A CULTURA ORGANIZACIONAL.............................................................. 15 1.2 A FORMAÇÃO DE UM LÍDER ......................................................................... 19 1.2.1 LIDERANÇA .............................................................................................. 19 1.2.3 AUTOCONSCIÊNCIA ................................................................................20 1.2.4 AUTOGESTÃO .......................................................................................... 21 1.3.5 EMPATIA ................................................................................................... 24 1.3.6 HABILIDADE SOCIAL ............................................................................... 26 1.4 O PAPEL DO ADMINSTRADOR ..................................................................... 28 1.4.1 COMPETÊNCIAS DE UM ADMINISTRADOR ........................................... 29 1.5 A AMIZADE NO AMBIENTE DE TRABALHO .................................................. 30 1.5.1 RELAÇÕES INTERPESSOAIS ................................................................. 31 1.5.2 ENTENDENDO A AMIZADE ..................................................................... 31 1.6 A ABORDAGEM HUMANISTA: A CRENÇA NO PODER DAS ESCOLHAS ... 32 1.6.1 ABRAHAM MASLOW: O PAI DA PSICOLOGIA HUMANISTA .................. 32 2 GERAÇÕES ........................................................................................................... 37 2.1 BABY BOOMERS (1945-1965) ........................................................................ 37 2.2 GERAÇÃO X (1965-1977) ............................................................................... 39 2.3 GERAÇÃO Y (1980-1999) ............................................................................... 42 2.4 GERAÇÃO Z (A PARTIR DO ANO 2000) ........................................................ 44 3 DIFERENTES GERAÇÕES, DIFERENTES VALORES ......................................... 46 3.1 O PERFIL DA GERAÇÃO Y: CARACTERÍSTICAS E VALORES .................... 47 3.2 VALORES E SATISFAÇÃO NO TRABALHO: ELEMENTOS DE RETENÇÃO DOS PROFISSIONAIS QUALIFICADOS ............................................................... 49 3.3 CARACTERÍSTICAS ATRIBUÍDAS À GERAÇÃO Y ....................................... 50 3.4 RECONHECIMENTO ....................................................................................... 50 3.5 INFORMALIDADE ............................................................................................ 51 3.6 INDIVIDUALIDADE .......................................................................................... 52 3.7 RELACIONAMENTOS ..................................................................................... 52 3.8 A GERAÇÃO Y EXISTE E ESTÁ ENTRE NÓS ............................................... 52 3.8.1 MAS, AFINAL, COMO SURGIRAM TANTAS GERAÇÕES? ..................... 53 3.8.2 COMO ACONTECEU NO MUNDO? ......................................................... 55 3.9 PROJETO DE PESQUISA .................................................................................. 57 ESTUDO DE CASO .................................................................................................. 59 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 69 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 71 12 1 INTRODUÇÃO Entender as gerações é e sempre foi um grande desafio para qualquer gestor de pessoas, principalmente no atual momento em que as mudanças tecnológicas e a influência das mídias sociais pressionam e colaboram de forma cada vez mais incisiva em busca de pessoas que consumam seus produtos e serviços. O aumento da expectativa de vida, a redução da natalidade, a ampliação dos meios de comunicação entre as pessoas estão criando momentos únicos na história, pois, nunca tivemos tantas gerações convivendo em uma mesma realidade. É preciso compreender tais aspectos dessa nova ordem cultural para se adaptar com mais serenidade. Na busca de compreender tais gerações e criar novas formas de tratativas principalmente com a Geração Y, temos o objetivo de contribuir com as organizações para elas possam desenvolver ao máximo todas as qualidades das gerações e minimizar os conflitos. De acordo com OLIVEIRA (2010), a geração mais velha em atividade nas empresas atualmente são os Baby Boomers, nascidos no pós-guerra entre 1945- 1960. Geralmente estão em cargos de presidência, diretoria e gerência. São extremamente tradicionalistas por causa da influência da sociedade depois da segunda Grande Guerra, com medo de sofrer novamente os efeitos da guerra os pais tornaram-se rigorosos na educação e sempre pontuavam os filhos em relação à etiqueta e a tratativa com as pessoas. Diante de toda a pressão exercida pelos pais, alguns Baby Boomers deram início a movimentos de revolução e a partir daí nasceu a Geração X, que teve o seu ápice entre os anos de 1960-1980. O movimento hippie nasceu durante esse intervalo de tempo, a presença da TV era cada vez mais forte e fluxo de informações foi ficando cada vez mais intenso. A TV exercia um papel de auxiliar na educação, pois, os pais que eram da geração Baby Boomer viram uma forma de dosar a euforia de seus filhos premiando-os com a TV caso eles se comportassem bem e por boas notas na escola. Ainda de acordo com OLIVEIRA (2010), os nascidos entre 1980-1999 são a Geração Y, jovens que estão atuando de maneira mais direta no mundo coorporativo 13 e ao mesmo tempo interferindo no destino da sociedade. Extremamente informados, porém, não conseguem transformar toda essa informação em produtividade e muito ainda mantém certa cautela na hora da contratação ou do empoderamento para cargos mais estratégicos. Possuem pais mais estruturados financeiramente, porém, menos participativos em relação às gerações Baby Boomers e X, em vez disso, os pais tentam compensar proporcionando a eles melhores oportunidades de estudo e as melhores ferramentas para alcançarem os seus objetivos profissionais e pessoais. De acordo com CATHO (2009), a Geração Z são aqueles nascidos após os anos 2000, e são conhecidos por mudar rapidamente de pensamento, não ficando preso apenas em uma ideia. Eles se adaptam muito rápido ao novo que o mercado apresenta principalmente no que diz respeito à tecnologia. Essa geração utiliza a tecnologia para quase tudo em seu mundo, eles não tem medo de usar a tecnologia porque ela é algo natural em suas vidas desde o momento de seu nascimento, são extremamente imediatistas, e querem alcançar cargos de liderança muito rápido, algumas das quais são fundamentais em suas vidas. 14 1.1 O CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO Podemos dizer que uma organização é uma junção de pessoas, equipamentos e espaço físico que buscam alcançar objetivos coletivos, mas antes mesmos das teorias e modelos de negócios e empresas, as organizações já existiam desde a Revolução Agrícola por volta do século XVIII, onde a base da mercadoria negociada era algodão, milho, soja, sementes e outras commodities onde as pessoas viviam praticamente somente daquilo que eles mesmos produziam. Embora não existiam muitos setores, políticas de cargos e salários, benefícios, eram organizações fazendo trocas, compra e vendas com outras organizações. Com o passar do tempo teve inicio a Revolução Industrial pegando o final do século XVIII e início do século XIX. Foi a partir desse momento que começaram a surgir grandes empresas com produções em grandes escalas, novos produtos, maquinas e carros. Mas ainda na Era Industrial não havia muita preocupação com as pessoas e o que elas podiam agregar para os produtos e serviços das empresas, isso começou a ocorrer na transição da Era Industrial para a Era do Conhecimento ou Era da Informação da década de 1970. Foi durante essa transição que começaram a surgir às gerações. Hoje estamos na Era Tecnológica ou Era Digital onde a globalização e a tecnologia está cada vez mais presente na vida das pessoas e das organizações. Uma vez que “[...] a sociedade moderna tema enorme necessidade de organizações bem administradas, a conclusão é de que os administradores são um recurso social muito importante [...]” (CHIAVENATO, 2010, p. 60). Mas afinal quem são os administradores? Somos nós, as pessoas que estão envolvidas com as organizações, direta e indiretamente e, independente da posição (cargo) que você ocupe em uma empresa de alguma forma você administra algum processo ou atividade de curta, média ou longa execução. Uma vez em uma organização você vai conviver com varias pessoas de diferentes idades, cultura e personalidades. “[...] A organização é um ser vivo. Ela Nasce, cresce e morre, dependendo da maneira como é administrada e impulsionada [...] (CHIAVENATO, 2010, p. 61)”. Por isso tem-se a importância de saber lhe dar com as diferenças e conviver com pessoas, pois em uma organização sempre vão existir pessoas de 15 todas as idades com pensamentos e posições diferentes sobre um determinado assunto. 1.1.2 AS EMPRESAS COMO ORGANIZAÇÕES SOCIAIS Para CHIAVENATO (2010), a maioria de tudo que é produzido no mundo é realizada em um ambiente organizacional. Assim, a sociedade contemporânea e industrializada depende das organizações. Passamos grande parte da nossa vida dentro das organizações, o ser humano é dependente para nascer, viver, aprender, trabalhar, ganhar dinheiro, suprir suas necessidades de saúde, lazer, serviços e produtos. Existem organizações que produzem os mais variados produtos e também aquelas que prestam os mais variados serviços, tudo isso, para atender as necessidades da enorme e crescente população mundial. 1.1.3 A CULTURA ORGANIZACIONAL De acordo com CHIAVENATO (2010), cada organização possui uma particularidade e uma identidade. É preciso que as pessoas tenham ciência da cultura, missão, visão e valores da organização em que ela trabalha. A cultura organizacional apresenta seis características principais: 1. Regularidades nos comportamentos observados: as interações entre os participantes se caracterizam por uma linguagem comum, terminologias próprias e rituais relacionados com condutas e deferências. 2. Normas: são padrões de comportamento e que incluem guias sobre a maneira de fazer as coisas. 3. Valores dominantes: são os principais valores que a organização advoga e espera que seus participantes compartilhem, como qualidade do produto, baixo absenteísmo, alta eficiência. 16 4. Filosofia: são políticas que afirmam as crenças sobre como os empregados ou clientes devem ser tratados. 5. Regras: são guias estabelecidos e relacionados com o comportamento na organização. Os novos membros devem aprender essas regras para serem aceitos no grupo. 6. Clima organizacional: é o sentimento transmitido pelo local físico, como os participantes interagem como as pessoas tratam os clientes, fornecedores etc. (CHIAVENATO, 2010, págs. 128-129). Levando em consideração os princípios citados acima, se dá a devida importância para as pessoas estão inseridas nas organizações. O modo como vai ser mostrado e aplicado à cultura organizacional depende das pessoas que estão inseridas na organização. Empresas multinacionais, por exemplo, tendem a trazer algumas particularidades dos costumes e valores do país de origem para onde será feito a instalação da filial, e embora alguns costumes da cultura do país de destino também sejam levados para dentro da organização, a base ou o real propósito daquela organização dificilmente é alterado, pois as primeiras pessoas que fizeram parte do início daquela empresa, já começaram as atividades dentro de alguns padrões estabelecidos pela matriz daquela organização. Algumas novas tendências de mercado, cultura e clima organizacional que são assimiladas por empresas com uma visão mais abrangente, futurista ou inovadora, muitas das vezes não são compreendidas e existe uma resistência por empresas mais tradicionais e normalmente nacionais de pequeno e médio porte, e muita das vezes seus fundadores ainda se encontram em posições de liderança, diretoria ou presidência. De acordo com CHIAVENATO (2010), existem alguns tipos de culturas e perfis organizacionais que são aplicados ou adotados pelas empresas. Em função de suas pesquisas, Likert definiu quatro perfis organizacionais tomando por bases variáveis como processo decisório, sistema de comunicações, relacionamentos interpessoais e sistema de recompensas e punições. Em cada um dos perfis organizacionais, essas quatro variáveis se apresentam com diferentes características: 1. Sistema 1 – Autoritário Coercitivo: é um sistema administrativo autocrático, forte, coercitivo e altamente arbitrário, que controla rigidamente tudo o que ocorre dentro da organização. É um sistema mais duro e fechado. É encontrado em indústrias que utilizam mão de obra intensiva e 17 tecnologia rudimentar, como a construção civil ou a área de produção. Suas características são: Processo decisório: totalmente centralizado na cúpula da organização. Todas as ocorrências imprevistas e não rotineiras devem ser levadas à cúpula para resolução e todos os eventos devem ser decididos por ela. Sistema de comunicação: é precário, e as comunicações ocorrem verticalmente de cima para baixo, carregando exclusivamente ordens. As pessoas não são solicitadas a gerar informação. Relacionamento interpessoal: é considerado prejudicial ao bom trabalho. A cúpula vê com extrema desconfiança as conversas informais entre as pessoas e procuras coíbem-nas ao máximo. Não há organização informal, e, para evitá-la, os cargos são desenhados para confinar e isolar as pessoas e evitar seu relacionamento. Sistema de recompensas e punições: há ênfase nas punições e medidas disciplinares, gerando um ambiente de temor e de desconfiança. As pessoa devem obedecer à risca as regras e regulamentos internos sob pena de sofrerem punições. 2. Sistema 2 – Autoritário Benevolente: é um sistema administrativo autoritário que constitui uma variação atenuada do Sistema 1. Trata-se de um sistema mais condescendente e menos rígido que o anterior. É encontrado em empresas industriais que utilizam tecnologia mais apurada e mão de obra mais especializada. Suas características são: Processo decisório: centralizado na cúpula, mas permitindo diminuta delegação quanto a decisões de pequeno porte e de caráter rotineiro e repetitivo e sujeito a aprovação posterior, prevalecendo o aspecto centralizador. Sistema de comunicação: relativamente precário, prevalecendo comunicações verticais e descendentes, embora a cúpula se oriente em comunicações ascendentes vindas da base. Relacionamento interpessoal: a organização tolera que as pessoas se relacionem entre si em um clima de condescendência relativa. Mas a interação humana é ainda pequena e a organização informal incipiente. Sistema de recompensas e punições: ainda há ênfase nas punições e medidas disciplinares, mas com menor arbitrariedade. Algumas recompensas materiais e salariais são oferecidas. 3. Sistema 3 – Consultivo: é um sistema que pende mais para o lado participativo do que para o lado autocrático e impositivo. Representa certo abrandamento da arbitrariedade organizacional. É encontrado em empresas 18 de serviços, como bancos e financeiras e em certas áreas administrativas de empresas industriais mais avançadas. Caracteriza-se por: Processo decisório: é do tipo consultivo e participativo. A opinião das pessoas é considerada na definição das políticas e diretrizes da organização. Certas decisões específicas são delegadas e posteriormente submetidas à aprovação. Sistema de comunicação: provê comunicações verticais descendentes e ascendentes, bem como comunicações laterais entre os pares. Sistemas internos de comunicação servem para facilitar o seu fluxo. Relacionamento interpessoal: a confiança depositada nas pessoasé relativamente elevada, embora não completa e definitiva. Criam-se condições relativamente favoráveis a uma organização informal sadia e positiva. Sistema de recompensas e punições: ênfase nas recompensas materiais e simbólicas, embora eventualmente ocorram punições e castigos. 4. Sistema 4 – Participativo: é o sistema administrativo democrático e aberto. É encontrado em empresas de propaganda e de consultoria, ou que utilizam tecnologia sofisticada e pessoal extremamente especializado e capacitado. Suas características são: Processo decisório: as decisões são totalmente delegadas para a base. Apenas em situações de emergência a cúpula assume decisivamente, mas sujeitando-se à ratificação explícita dos grupos envolvidos. Sistema de comunicação: as comunicações fluem em todos os sentidos e a organização faz investimentos em sistemas de informação, pois são básicos para sua flexibilidade e eficiência. Relacionamento interpessoal: o trabalho é realizado em equipes e em grupos espontâneos para incentivar o relacionamento entre as pessoas e a confiança mútua entre elas. Sistema de recompensas e punições: há forte ênfase nas recompensas, notadamente as simbólicas e sociais, embora não sejam omitidas as recompensas salariais e materiais. Raramente ocorrem punições, que são sempre decididas e definidas pelas equipes envolvidas. (CHIAVENATO, 2010, págs. 129-130). Com base nas informações acima sobre os tipos de cultura organizacional, existem pessoas que sentem dificuldade para se adaptar com a cultura de uma determinada organização. O modo como às pessoas foram criadas e aprenderam alguns costumes e valores de seus pais, parentes e amigos, podem influenciar na escolha de uma organização, podendo se identificar ou não com algumas das 19 políticas adotadas por ela. Junto a isso, pessoas que trabalham em empresas com uma cultura rígida e autocrática, tendem a procurar outras organizações onde não exista pressão e sim comprometimento, onde não tenha chefes e superiores centralizadores e sim chefes e superiores que delegam funções e que faz seus colaboradores serem importantes nos processos, deem ouvidos para criticas e sugestões e avaliem de forma democrática cada pessoa. Da mesma forma uma pessoa acostuma com uma cultura organizacional consultiva e participativa, dificilmente vão entrar e se entrar em uma empresa que não tenham essa pratica logo irão procurar outra organização, uma vez que o seu rendimento e crescimento profissional estará sendo retardado ou estagnado, por isso é preciso que as pessoas entendam que “[...] para se conhecer uma organização, o primeiro passo é conhecer sua cultura. Fazer parte de uma organização é assimilar a sua cultura [...]” (CHIAVENATO, 2010, p.125). Por outro lado, as organizações também precisam demonstrar publicamente através de atitudes, site oficial e atividades, qual é o seu propósito, seu valore e sua cultura. 1.2 A FORMAÇÃO DE UM LÍDER GOLEMAN (2015) cita que identificar líderes talentosos é mais arte do que ciência. Isso significa que nem sempre aquele indivíduo com ótimas competências técnicas é um bom líder, por outro lado àquela pessoa menos preparada tecnicamente pode ser um líder de sucesso tudo irá depender de um alto grau de inteligência emocional. 1.2.1 LIDERANÇA De acordo com GOLEMAN (2015) a liderança é hoje fundamental dentro de qualquer organização, ela pode ser desenvolvida e é conhecida pelos “Talentos”, isto é, àquelas pessoas que se destacam dentro da organização, todavia 20 inicialmente o QI (Coeficiente de Inteligência) é fundamental para se destacar, isto é, habilidades técnicas do profissional são de extrema importância para o início das carreiras executivas, porém a IE (Inteligência Emocional) ao longo da carreira, principalmente do líder, tem papel fundamental crucial, ou seja, o Talento pode ter habilidades técnicas incríveis, mas sem a IE jamais será um bom líder. GOLEMAN (2015) menciona a Inteligência Emocional dividindo-a em partes: autoconsciência, autogestão, empatia, e habilidade social. 1.2.3 AUTOCONSCIÊNCIA De acordo com GOLEMAN (2015), a autoconsciência nada mais é do que “conhecer–te a ti mesmo”, isto é, autoconsciência tem um sentido da pessoa que têm uma profunda compreensão sobre si mesma e de suas emoções, quais são suas forças e fraquezas, e até mesmo necessidades e impulsos. Ainda considerando GOLEMAN (2015) vê as pessoas com alto grau de autoconsciência, como sendo pessoas honestas tanto para com elas, como para os outros e ainda não são de gerar muitas críticas e nem mesmo se iludir, sendo assim, essas pessoas conseguem enxergar os seus sentimentos de forma muito clara e como isso afeta o seu dia a dia, ou seu trabalho, sua vida pessoal. (GOLEMAN, 2015, p.14) “Desse modo, uma pessoa autoconsciente, que sabe que não consegue bons resultados sob prazos apertados, planeja seu tempo com cuidado e termina seu trabalho antecipadamente. Outra pessoa com boa autoconsciência será capaz de trabalhar com cliente exigente. Ela entenderá o impacto do cliente sobre seu estado de espírito e as razões mais profundas de sua frustração. “Suas exigências triviais afasta-nos do trabalho real que precisa ser feito”, ela pode explicar. E estará um passo á frente, voltando sua raiva para algo construtivo”. Segundo GOLEMAN (2015) a autoconsciência esta totalmente equiparada aos seus valores e objetivos, ou seja, quando se tem muita autoconsciência o indivíduo sabe aonde quer chegar, e isso traz motivação e o que torna o trabalho 21 normalmente estimulante, em contra partida às pessoas sem autoconsciência tendem a agir de forma impulsiva. De acordo com GOLEMAN (2015) a autoconsciência pode ser facilmente identificada, mas em primeiro momento pode parecer fraqueza, já que ao se autoavaliar pode falar com clareza e muito abertamente do que sente, e parecer diante das outras pessoas alguém fraco no seu âmbito de trabalho. (GOLEMAN, 2015, p.15) “Por exemplo, uma gerente que conheço estava cética sobre um novo serviço de personal-shopper que sua empresa, uma grande rede de lojas de departamentos, estava prestes a lançar. Sem que sua equipe ou chefe pedisse, ela ofereceu espontaneamente uma explicação: “É difícil para mim apoiar o lançamento deste serviço”, ela admitiu, “ porque eu realmente queria dirigir o projeto, mas não fui escolhida, Me tolerem enquanto eu lido com isso”. A gerente realmente examinou seus sentimentos. Uma semana depois, estava apoiando plenamente o projeto. Tal autoconsciência muitas vezes se revela no processo de contratação. Peça a um candidato que descreva uma situação em foi dominado por seus sentimentos e fez algo de que mais tarde se arrependeu. Candidatos autoconscientes serão francos em admitir um fracasso, e com frequência contarão suas histórias com um sorriso. Umas das características da autoconsciência é senso de humor autodepreciativo”. Para GOLEMAN (2015) as pessoas com autoconsciência se sentem muito à vontade ao falar nas suas avaliações de desempenho, pois acreditam que isso seja realmente construtivo para suas vidas e carreiras profissionais, já que as mesmas sabem de suas habilidades ou limitações, entendem o “feedback” como críticas construtivas para melhorarem suas capacidades, em contra partida para àqueles sem autoconsciência encaram como uma ameaça. 1.2.4 AUTOGESTÃO De acordo com GOLEMAN (2015) nós temos Impulsos biológicos os quais dirigem as nossas emoções, não temos como eliminar esses impulsos, porém existem formas de canaliza-los, ou administra-los, isso se chama autocontrole, é 22 como uma conversa consigo mesmo, se trata de mais um dos componentes da Inteligência emocional. GOLEMAN (2015) ainda menciona que as pessoas engajadas, elas também sentem mau humor e impulsos emocionais como qualqueroutra pessoa, entretanto a forma como agem, e conseguem controlar esses impulsos, ou usa-los e conseguir canalizar em algo produtivo e transformar em algo útil para suas vidas é o que torna alguém com tal inteligência emocional. (GOLEMAN, 2015, p.16) “Imagine um executivo que acabou de assistir à apresentação, por uma equipe de seus funcionários, de uma análise malfeita à diretoria da empresa. Desanimado, o executivo pode se ver tentando a socar a mesa com raiva ou chutar uma cadeira. Ele poderia se levantar e dar uma bronca no grupo. Ou poderia manter um silêncio sombrio, fuzilando todos com os olhos antes de se retirar. Mas se tivesse um dom para autocontrole, optaria por uma abordagem diferente. Escolheria suas palavras com cuidado, reconhecendo o mau desempenho da equipe sem fazer nenhum julgamento precipitado. Depois faria uma pausa para analisar as razões do fracasso. Seriam pessoais – falta de empenho? Existem quaisquer fatores mitigantes? Qual foi seu papel no fiasco? Após refletir sobre essas questões, reuniria a equipe, exporia as consequências do incidente e apresentaria seus sentimentos a respeito. Em seguida apresentaria sua análise do problema e uma solução bem fundamentada”. Para GOLEMAN (2015) líderes que possuem autocontrole, primeiramente são mais racionais, isto é, consegue criar ambientes de trabalho onde à produtividade aumentada por conta da confiança e principalmente por serem capazes de reduzir rivalidades entre as equipes. Ainda, bons líderes são capazes de reter talentos, por conta da relação de confiança que estas têm com a organização, outro fator muito importante é o fator multiplicador que o autocontrole do líder exerce sobre as pessoas, fazendo que as mesmas tenham uma postura mais calma, isto significa que basicamente, que o líder é como um espelho á imagem dos seus colaboradores, e sem dúvida as pessoas que tiverem mais autocontrole serão capazes de acompanhar as mudanças do mercado que a cada momento muda, devido à velocidade de informação atualmente. (GOLEMAN, 2015, p.17) “Vejamos o caso de uma gerente em uma grande empresa industrial. Como seus colegas, vinha usando certo software havia cinco anos. O programa determinava como ela coletava e informava os 23 dados e como pensava na estratégia da empresa. Um dia, os altos executivos anunciaram a instalação de um programa novo que mudaria radicalmente como as informações eram coletadas e avaliadas dentro da organização. Enquanto muitas pessoas na organização se queixaram amargamente de quão perturbadora seria aquela mudança, a gerente refletiu sobre as razões do programa novo e se convenceu de seu potencial de melhorar o desempenho. Ela entusiasticamente compareceu ás sessões de treinamento – alguns de seus colegas se recusaram a fazê-lo – e acabou sendo promovida a dirigir várias divisões, em parte por utilizar tão eficazmente a nova tecnologia”. GOLEMAN (2015) coloca o autocontrole como uma característica fácil de ser percebida, normalmente são pessoas mais propensas à reflexão, são mais ponderadas, e são mais abertas às mudanças e ainda conseguem dizer não aos seus impulsos, mas assim como a autoconsciência, o autocontrole pode também não ser reconhecido, ou muita das vezes, pessoas que são capazes de gerir suas emoções são taxadas como frias. (GOLEMAN, 2015, p.18) “Se existe um traço que praticamente todos os líderes eficazes possuem, trata-se da motivação – uma variedade de autogestão pela qual mobilizamos nossas emoções positivas para nos impelir às nossas metas. Líderes motivados são impelidos a realizarem além das expectativas – suas próprias e de todos os outros. A palavra- chave aqui é realizar. Muitas pessoas são motivadas por fatores externos, como alto salário, o status resultante de um cargo notável ou fazer parte de uma empresa de prestígio. Por sua vez, aqueles com potencial de liderança são motivados por um desejo profundamente arraigado da realidade pela realização. Se você está em busca de líderes, como pode identificar pessoas que são motivadas pelo impulso de realizar em vez de recompensas externas? O primeiro sinal é uma paixão pelo próprio trabalho – tais pessoas buscam desafios criativos, adoram aprender e se orgulham de um serviço bem-feito. Elas também exibem uma energia para fazer melhor as coisas. Pessoas com tal energia muitas vezes parecem inquietas com o status quo. São persistentes com suas questões sobre por que as coisas são feitas de uma maneira em vez de outra. Estão ávidas por explorar abordagens novas ao trabalho que realizam”. Para GOLEMAN (2015) as avaliações de desempenho, demonstram claramente como as pessoas motivadas são capazes de pedir para que sejam exploradas, para seu desenvolvimento, isto é, deixam claro em seu feedback que 24 querem desafios maiores, porém, isso não significa que não saibam onde são capazes de chegar, e sim, que têm muita autoconsciência. Em contra partida, pessoas sem motivação ou pouco motivadas, acabam sendo indiferentes perante os resultados. No entanto, as pessoas motivadas geram indicadores, criam formas de ficarem de olho nos números, e mesmo com os resultados não sendo bons, são otimistas e pensam em formas de mudar ou melhorar seu desempenho, mantendo assim o autocontrole, sendo capaz de superar os resultados ruins. 1.3.5 EMPATIA GOLEMAN (2015) a empatia é sem dúvida a inteligência emocional, que é reconhecida com mais facilidade, no mundo corporativo ela parece estranha, em meio às turbulências do mercado, mas não necessariamente significa ser alguém extremamente sentimental, mas sim não ser apático. No caso, do líder significa ponderar e tomar decisões inteligentes. (GOLEMAN, 2015, p.20) “Para um exemplo de empatia em ação, vejamos o que aconteceu quando duas enormes corretoras se fundiram, criando cargos redundantes em todas as suas divisões. Um gerente de divisão reuniu seu pessoal e fez um discurso sombrio enfatizando o número de pessoas que logo se seriam demitidas. O gerente de outra divisão ofereceu ao seu pessoal outro tipo de discurso. Ele foi honesto sobre sua própria preocupação e perplexidade, e prometeu manter o pessoal informado e tratar todos com justiça. O primeiro gerente estava preocupado demais com seu próprio destino para levar em conta os seus sentimentos e de seus colegas apavorados. O segundo sabia intuitivamente o que seu pessoal estava sentindo, e reconheceu seus temores com suas palavras. É de surpreender que o primeiro gerente viu sua divisão afundar quando muitas pessoas desmotivadas, especialmente as mais talentosas partiram? Em contraste, o segundo gerente continuou sendo um líder forte, seus melhores funcionários permaneceram e sua divisão continuou produtiva como sempre”. De acordo com GOLEMAN (2015) aponta a empatia como sendo importante, principalmente em alguns aspectos da liderança, como: o número crescente de nas 25 equipes, isto é, a dificuldade de lidar com pessoas diferentes, o ritmo global, ou seja, a velocidade de circulação da informação atualmente, e muito mais importante ainda à dificuldade em reter os talentos dentro da organização. Ainda considerando GOLEMAN (2015) descreve equipes como sendo caldeirões de emoções fervilhantes, pois quanto maior as equipes as dificuldades de entrar em um consenso aumentam. (GOLEMAN, 2015, p.21) “O líder de uma equipe precisa ser capaz de sentir e entender os pontos de vista de todos ao redor da mesa. Foi exatamente o que uma gerente de marketing de uma grande empresa de tecnologia da informação conseguiu fazer quando foi designada para liderar uma equipe problemática. O grupo estava em tumulto, sobrecarregado de trabalho e não conseguiu cumprir os prazos. Havia grandes tensões entre os membros. Mexer nos procedimentos não era suficiente para voltar a unir o grupo e torna-lo uma parte eficaz da empresa. Assim,a gerente deu diversos passos. Numa série de sessões individuais, dedicou tempo a ouvir todos no grupo – o que vinha frustrando, como classificavam seus colegas, se sentiam que haviam sido ignorados. E depois direcionou a equipe de uma forma que a uniu: encorajou as pessoas a falarem mais abertamente sobre suas frustrações e ajudou as pessoas a fazerem queixas construtivas durante as reuniões. Em suma, sua empatia permitiu que ela entendesse a constituição emocional de sua equipe. O resultado foi não apenas uma maior colaboração entre os membros, mas também novos negócios, já que a equipe foi solicitada por uma faixa maior de clientes internos”. No caso da globalização, outro fator apontado por GOLEMAN (2015) principalmente no que diz respeito à comunicação intercultural, pode ocasionar em erros ou mal-entendidos, e pessoas com grau de elevado de empatia conseguem ter percepções diferenciadas a ponto de ler a linguagem corporal outro, conseguindo assim diminuir as falhas de comunicação. (GOLEMAN, 2015 p.21) “Vejamos o caso de um consultor americano cuja equipe acabara de expor um projeto a um potencial cliente japonês. Ao lidar com americanos, a equipe estava acostumada a ser bombardeada de perguntas após fazer uma proposta, mas dessa vez foi saudada por um longo silêncio. Outros membros da equipe, interpretando o silêncio como desaprovação, ficaram prontos para arrumar as pastas e partir. O chefe dos consultores gesticulou para que parassem. Embora não estivesse particularmente familiarizado com a cultura japonesa, interpretou a 26 expressão e a postura do cliente, e o que percebeu não foi rejeição, mas interesse – até uma consideração profunda. Ele estava certo: quando o cliente enfim falou, foi para passar o serviço à empresa de consultoria”. GOLEMAN (2015) entende que a empatia tem um papel fundamental na retenção dos talentos na organização, pois é necessário para os líderes querer desenvolver seus talentos, para conseguir reter bons colaboradores, pois quando um talento se vai, leva também consigo os conhecimentos da organização, causando muitas das vezes uma perca de processo. (GOLEMAN, 2015, p.22) “É aí que entram em ação o coaching e o mentoring. Repetidamente se demonstrou que o coaching e o mentoring surtem efeito não apenas em termos de um melhor desempenho, mas também de uma satisfação maior no trabalho e menor rotatividade. Mas o que faz o coaching e o mentoring funcionarem melhor é a natureza do relacionamento. Coaches e mentores excepcionais penetram na cabeça das pessoas que estão ajudando. Eles percebem como dar um feedback eficaz. Sabem quando incitar um melhor desempenho e quando se conter. Da maneira como motivam seus pupilos, demonstram empatia em ação. No que provavelmente está soando como um refrão, deixem-me repetir que a empatia não é muito respeitada nos negócios. As pessoas questionam como os líderes vão conseguir tomar as decisões duras se estão “sentindo” por todas as pessoas que serão afetadas. Mas líderes com empatia fazem mais do que simpatizar com as pessoas à sua volta: eles usam seus conhecimentos para aperfeiçoar suas empresas de formas sutis, mas importantes”. 1.3.6 HABILIDADE SOCIAL Segundo GOLEMAN (2015) no que se referem aos componentes da inteligência emocional, os dois primeiros indicam habilidade de autogestão, enquanto que os dois últimos referem-se às relações interpessoais, no âmbito da habilidade social, apesar de parecer simples, não é tarefa fácil dirigir pessoas com o intuito que se almeja, entretanto, dificilmente a pessoa que tem habilidade social mais evidente não será cordial. 27 As pessoas com expertise na habilidade social costumam ter uma rede ampla de amigos, isto é, costumam se relacionar com facilidade e desenvolvem afinidades de maneira simplista, não necessariamente significa que todos os seus contatos mantenham uma constância, mas entendem que sem as pessoas a sua volta não é capaz de realizar nada sozinho. Contudo, estas sabem como controlar as suas emoções e ainda assim serem empáticas para com o outro. (GOLEMAN, 2015, p.23) “Pessoas socialmente hábeis são exímias em gerir equipes – é sua empatia em ação. De forma semelhante, são mestres na persuasão – uma manifestação da autoconsciência, do autocontrole e da empatia combinados. Dadas as habilidades, bons persuasores sabem quando fazer um apelo emocional, por exemplo, e quando um apelo à razão funcionará melhor. Sua paixão pelo trabalho contamina os outros, e elas ficam determinadas a achar soluções”. De acordo com GOLEMAN (2015) A habilidade social pode revelar de forma bem diferente dos demais componentes da inteligência emocional, onde, ás vezes pode parecer que o individuo que não está trabalhando ou desempenhando direito o seu trabalho, por conversar com outras pessoas, que não necessariamente tem alguma relação com a tarefa o qual o mesmo executa, porém este encara que estas relações são saudáveis, até mesmo porque um dia este poderá precisar da ajuda do colega, se desempenhar outro papel dentro da organização, isto é, criar vínculos. (GOLEMAN, 2015, p.23) “Vejamos o caso de um executivo no departamento de estratégia de uma multinacional de computadores. Em 1993, ele se convenceu de que o futuro de sua empresa estava na internet. No decorrer do ano seguinte, encontrou espíritos afins e usou a habilidade social para alinhavar uma comunidade virtual que cobria todos os níveis, divisões e nações. Ele então usou sua equipe real para criar um site corporativo, um dos primeiros de uma grade empresa. E, por sua própria iniciativa, sem nenhum orçamento ou status formal, inscreveu a empresa para participar de uma convenção anual da indústria da internet. Apelando para seus aliados e persuadindo diversas divisões a doarem recursos, recrutou mais de cinquenta pessoas de uma dúzia de diferentes unidades para representarem a empresa na convenção. A alta direção reparou: um ano após a conferência, a equipe do executivo formou a base para a primeira divisão da internet da empresa, e ele foi formalmente posto no comando dela. Para chegar ali, o executivo havia ignorado as fronteiras 28 convencionais, forjando e conservando relações com pessoas em cada canto da organização”. Para GOLEMAN (2015) uma característica básica em um líder é a habilidade social, ainda principalmente se compararmos aos demais itens da inteligência emocional, isto porque, um líder não é capaz de nada sozinho, a sua função é fazer com que as pessoas façam um bom trabalho através de sua orientação, sem contar que um bom líder é capaz de motivar, de incentivar a sua equipe e sem empatia quase é impossível, fazê-lo. (GOLEMAN, 2015, p.24) “Seria tolo afirmar que o bom e velho QI e a habilidade técnica não são ingredientes importantes na liderança forte. Mas a receita não estaria completa sem a inteligência emocional. Quanto aos componentes da inteligência emocional, costumava-se pensar que era “bom estarem presentes” nos líderes empresariais. Mas agora sabemos que, em prol do desempenho, são ingredientes que os líderes precisam ter. É auspicioso, então, que a inteligência emocional possa ser aprendida. O processo não é tão fácil. Leva tempo e, acima de tudo, requer empenho. Mas os benefícios que advêm de uma inteligência emocional bem desenvolvida, tanto para o individuo como para a organização, fazem com que o esforço valha a pena”. 1.4 O PAPEL DO ADMINSTRADOR CHIAVENATO (2007), diz que o papel do administrador é multivariado e contingencial. Um administrador que atual no departamento operacional da empresa precisa estar atendo as rotinas, os manuais de procedimento, o uso de EPI’s, o direcionamento nas linhas produtivas, a alocação de colaboradores para outras funções em caso de absenteísmo, alimentar indicadores, monitorar para que as atividades sejam cumpridasseguindo todas as premissas da empresa e as previstas em leis. Um administrador que ocupa um cargo gerencial tem o papel de criar soluções a partir das informações monitoradas e trazidas pelo administrador operacional, ambos trabalham para alinhar e criar táticas, organizar novas atividades, o gerente tem um papel multiplicador e também é um canal de 29 informação entre o estratégico e o operacional. É um cargo intermediário nas organizações. Um administrador que ocupa um cargo institucional ou de diretoria precisar ter um olhar mais crítico de mercado, observando não só as situações internas, mas também, as externas que interferem diretamente na organização. O diretor tem a responsabilidade de olhar a empresa como um sistema integrado e também seus departamentos, prevendo ameaças, forças não exploradas, necessidades de mercado, situações de instabilidade econômica no ambiente nacional e internacional. Ainda de acordo com CHIAVENATO (2007), quanto mais o administrador em aprender coisas novas e fazer coisas novas, mais preparado ele estará para assumir qualquer função dentro da organização seja operacional, gerencial ou estratégico. 1.4.1 COMPETÊNCIAS DE UM ADMINISTRADOR CHIAVENATO (2007) cita quatro competências necessárias para se atingir resultados: Conhecimento: É o conhecimento de carreira do administrador, umas das maiores riquezas obtidas através da capacidade de aprender com erros, aprender coisas novas, buscar técnico e pro atividade para novas tarefas e desafios. A administração participativa com seus parceiros e a troca de experiências. Habilidades: Significa saber o que fazer, e saber como aplicar o conhecimento adquirido, para melhorar as rotinas, inovar, solucionar problemas, agregar valor a rotina da empresa tornando-a mais produtiva e rentável. Julgamento: Significar alisar cada situação de maneira individual e sistêmica, ter senso crítico para definir prioridades, tomar decisões, saber o que fazer, como fazer, quando fazer e por que fazer. Atitude: Significa sair da zona de conforto, buscar novos desafios, assumir riscos calculados. A atitude define a personalidade do administrador, ele se torna um formador de opinião e agente da mudança. 30 Ainda de acordo com CHIAVENATO (2007), as competências de um administrador são duráveis, acumuladas ao longo do tempo. Porém, elas se fundamentam em habilidades. CONHECIMENTO HABILIDADE JULGAMENTO ATITUDE Know-how Aplicar o conhecimento Avaliar a situação Atitude empreendedora Aprender a aprender Visão global e sistêmica Obter dados e informação Inovação Aprender continuamente Trabalho em equipe Ter espírito crítico Agente de mudança Ampliar conhecimento Liderança Julgar os fatos Assumir riscos Transmitir conhecimento Motivação Ponderar com equilíbrio Foco em resultados Compartilhar conhecimento Comunicação Definir prioridades Autorrealização Tabela 1: As Competências Essenciais do Administrador. Fonte: (IDALBERTO, 2007, p.69) 1.5 A AMIZADE NO AMBIENTE DE TRABALHO COSTA, et al (2011) menciona que o mundo corporativo é muito exigente e mesmo sem dar conta convivemos mais com nossos amigos de trabalho do que com nossos familiares em casa. E ainda quando estamos em casa, não desligamos totalmente do ambiente de trabalho. O tempo de lazer é cada vez mais reduzido e não existe muita disponibilidade para criar e fortalecer novos laços de amizade, então nos apegamos as pessoas mais próximas e que temos mais convivência. A amizade no ambiente corporativo é muito importante considerando a longa jornada diária de trabalho e o pouco tempo para criar novos ciclos de amizade. 31 Amigos são sempre bem vindos, no ambiente organizacional isso não é exceção diante da pressão exercida pelo atingimento de metas cada vez maiores. Pessoas em que podemos confiar aliviam a pressão diária e aumentam os níveis de produtividade. A amizade no ambiente de trabalho consiste em relações de longo prazo, quanto mais tempo de convivência dentro da organização mais forte é o elo e a confiança. COSTA, et al (2011) cita os ambientes estressantes de trabalho, e amizade é muito benéfica considerada como uma ferramenta que possibilita algumas vezes a sobrevivência no trabalho desenvolve a capacidade de lidar com situações peculiares na organização. Os laços de amizade podem se romper por motivos de traição, promoções entre outros. 1.5.1 RELAÇÕES INTERPESSOAIS Os seres humanos possuem em sua natureza afinidades para aproximação com outras pessoas, COSTA, et al (2011) menciona que para se manter e desenvolver um relacionamento, uma pessoa precisa possuir um conjunto de comportamentos que serão utilizados conforme as situações sociais aparecem. As relações interpessoais visam principalmente à relação ganha-ganha, onde, todos os elos procuram otimizar e maximizar os ganhos e reduzir ao máximo as perdas. Manter relações com outras pessoas não é uma tarefa fácil, considerando as diferentes maneiras de pensar das pessoas. 1.5.2 ENTENDENDO A AMIZADE Segundo COSTA, et al (2011) vários filósofos da antiguidade estudavam a questão da amizade procurando as qualidades necessárias para se encontrar um amigo ideal. No período Renascentista foi estudado muito pouco sobre essa 32 questão, em meados do Séc. XX os estudos foram retomados com mais intensidade principalmente por psicólogos, psicanalistas e sociólogos. Ainda considerando COSTA, et al (2011) não existe uma “receita de bolo” para a amizade ideal, isso varia de acordo com a sociedade, o período e a “geração”. As relações interpessoais e seus benefícios têm sido estudados por muitos cientistas, e a amizade é uma das maneiras mais comuns de relações interpessoais. A amizade se caracteriza pela troca de sentimentos, é uma relação muito íntima e existe uma preocupação de todos os elos envolvidos. Ninguém consegue de fato explicar o momento exato em que se inicia uma amizade, acontecimentos marcantes na vida de um indivíduo podem significar apenas uma afirmação ou reafirmação do vínculo afetivo, por exemplo: Em uma situação de doença onde pessoas próximas a nós acompanham todo o processo de tratamento. Diante dessa situação existe uma tendência para uma aproximação e estreitamento dos vínculos afetivos, porém, não se caracteriza de fato o início de uma amizade. 1.6 A ABORDAGEM HUMANISTA: A CRENÇA NO PODER DAS ESCOLHAS COSTA, et al (2011) cita que a psicologia humanista é muito utilizada na gestão de pessoas principalmente no processo de desenvolver o potencial humano. Sua origem é filosófica, ela enseja a reflexão, autoanálise e a autoavaliação. A abordagem humanista trabalha com a possibilidade de crescimento e aprendizado contínuo. Essa situação é muito útil na gestão de pessoas na administração de pessoas, possibilita trabalhar o desenvolvimento do potencial humano não só com situações externas, mas também, trabalhar suas motivações e necessidades internas. 1.6.1 ABRAHAM MASLOW: O PAI DA PSICOLOGIA HUMANISTA 33 Abraham Maslow nasceu em 1908, nos Estados Unidos na cidade de Nova York. Falecido em 1970, tinha descendência judia, formado Wisconsin University. Trabalhou como gestor no departamento de psicologia do Brandeis University e também foi presidente da Associação Americana de Psicologia. Maslow desenvolveu a teoria holística-dinâmica das motivações em 1950, baseado em diversos estudos de psicólogos, psicanalistas e filósofos. De acordo com COSTA, et al (2011) esse teoria é conhecida como “Hierarquia das Necessidades de Maslow”. O princípio básico é que o comportamento de uma pessoa é acionado de acordo com sua necessidade de buscar a satisfação no momento em que a necessidade for mais intensa, mesmo existindo outras necessidades. Segundo MASLOW (1954), as necessidadeshumanas são oito: Necessidades Fisiológicas: São as necessidades mais fortes, e são exercidas pelo corpo como saciar a fome, sede, sono. Mesmo diante das outras necessidades o indivíduo irá saciar primeiro as necessidades fisiológicas, mesmo que as outras não foram satisfeitas não serão priorizadas. Quando a necessidade fisiológica está se manifestada com mais intensidade do que as outras ela altera completamente a percepção, a memória, pensamento, concentração. Ainda segundo MASLOW (1954) quando o indivíduo consegue satisfazer as necessidades fisiológicas ele está apto a saciar sua próxima necessidade. Necessidades de Segurança: Essa categoria aborda a necessidade de manter-se seguro em qualquer ambiente, ou situação. Por exemplo: estabilidade financeira, dependência e proteção de outro indivíduo como pais ou tutor, segurança propriamente dita como segurança pública, leis, não ter medo. São necessidades preservadoras em longo prazo, ou seja, estabilidade para o amanhã. A necessidade de segurança pode tornar o indivíduo menos competitivo, menos produtivo devido ao medo de assumir determinados riscos planejados, não apresenta facilidade para lidar com a tensão e frustração por exemplo. Necessidade de Pertencer e ser Amado: É a chamada necessidade social e se manifestam quando as necessidades citadas anteriormente são saciadas. Essa necessidade quando não saciada acarreta sentimentos ruins como solidão, 34 desampara, rejeição. O processo de realizar as necessidades de pertencer e ser amado consiste em dar e receber amor sentir-se valorizado em um determinado grupo de trabalho ou grupo social, ter amigos e estar entre amigos ou familiares, ter suas ideias ouvidas e aceitas e comunicar-se. Necessidade de Estima: As necessidades de estima ou autoestima se dividem em duas categorias; a primeira menciona as necessidades de desejo do conhecimento do indivíduo, independência, força, liberdade e desenvolvimento. A próxima categoria está associada aos desejos da boa reputação, prestígio e reconhecimento social, por exemplo: glória, status, fama entre outros, são importâncias atribuídas pelos outros. Necessidade Cognitiva: Necessidade do conhecer o mundo ao seu redor, as pessoas e a natureza. Necessidade de Estética: Essa necessidade está relacionada a beleza, a simetria e a arte em geral. O ser humano necessita estar sempre belo e em harmonia com os padrões de beleza vigentes. Necessidades de autorrealização: Essa necessidade diz respeito às diferenças individuais. Essa necessidade é saciada de diferentes maneiras para cada indivíduo, por exemplo: para uma determinada pessoa o comportamento sexual pode atender as mais variadas necessidades como fisiológicas, sociais entre outras. Para outro indivíduo a necessidade de autorrealização pode ser atendida através da arte, do trabalho social, esporte, viagens. Autotranscendência: Diz respeito à espiritualidade, qual o sentido da vida e da morte, ajuda ao próximo. 35 Figura 1: A hierarquia das necessidades elaboradas por Maslow. Fonte: A hierarquia das necessidades elaborada por Maslow, p. 139, O Livro da Psicologia. Ainda de acordo com COSTA, et al (2011) o surgimento das necessidades não estão conectadas diretamente a satisfação da necessidade anterior, elas podem variam de acordo com sociedade, por exemplo, indivíduos que vivem em países onde existe conflitos civis, perseguições culturais, as necessidades de segurança AUTOTRANSCENDÊNCIA Ajudar os outros, ligar-se a lgo além de nós mesmos NECESSIDADES DE AUTORREALIZAÇÃO Alcançar o seu potencial pessoal NECESSIDADES ESTÉTICAS Ordem, beleza, simetria NECESSIDADES COGNITIVAS Conhecer, compreender NECESSIDADE DE AUTOESTIMA Conquista, reconehcimento, respeito, competência NECESSIDADE DE AMOR E PERTENCIMENTO Aceitação, amizade, intimidade, relacionamentos NECESSIDADES DE SEGURANÇA Segurança, estabilidade, saúde, abrigo, dinheiro, emprego NECESSIDADES FISIOLÓGICAS Ar, comida, bebida, sono, calor, exercício 36 predominam mais do que as outras. Ao contrário de indivíduos que vivem em países desenvolvidos com estabilidade política e cultural, as necessidades estéticas predominam. 37 2 GERAÇÕES 2.1 BABY BOOMERS (1945-1965) A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) teve seu fim principalmente com explosão da bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki. O período pós-guerra (1945- 1960) foi caracterizado pela volta dos saldados remanescentes para seus respectivos países e famílias, e isso deu início a um grande número de nascimentos o que caracterizou a geração Baby Boomers. Segundo OLIVEIRA (2010), esse foi o período dos “Anos Dourados” e era considerado como um privilégio, pois a sociedade estava sendo reconstruída e todos os nascidos poderiam usufruir um tempo muito melhor do que aquele durante a Segunda Grande Guerra. O principal foco da sociedade na época era transformar e moldar a educação de crianças e jovens de uma maneira rígida e disciplinada, e qualquer comportamento fora do padrão dos pais não era tolerado e aceito pela sociedade que ainda sofria com os impactos e as lembranças da guerra. As crianças e adolescentes aprendiam os valores da família e da disciplina, tanto em casa quanto no trabalho, escola ou em qualquer outro lugar. Era extremamente proibido contestar qualquer autoridade, e quando isso acontecia às crianças ou adolescentes eram severamente punidos pelos mais velhos no caso pais e chefes dentro das organizações. Isso era visto nos aspectos culturais que estavam sendo transformados para atender à nova ordem disciplinar, exemplo: os cabelos eram sempre curtos e bem alinhados, enquanto as moças usavam fitas de seda nos cabelos e vestidos ou saias longas sempre abaixo dos joelhos. As crianças e jovens que se adequavam aos novos padrões eram bem aceitos pela nova cultura social, partindo dos valores de disciplina, ordem e obediência. Assim, poderiam e eram bem aceitos e recompensados nos círculos sociais, indicações para os melhores empregos e aprovação para as melhores universidades. 38 É claro que esse comportamento radical imposto pelos pais professores e chefes começou a ficar insustentável diante da nova geração que surgia com o pós- guerra. A imposição das novas ordens culturais não era bem aceita por alguns jovens e adolescentes e as manifestações começaram a ganhar força e destaque. O principal canal de manifestação era a música, os artistas em seu refúgio se beneficiaram desse recurso para expor toda sua insatisfação com atual realidade. Ainda de acordo com OLIVEIRA (2010) as maiores manifestações começaram com o surgimento do rock and roll, principalmente com as baladas e danças atrevidas de Elvis Presley. Também o som incrível do piano de Jerry Lee Lewis, as músicas incríveis de Bob Dylan e os alucinados Beatles e Rolling Stones. Os chamados “Anos Dourados”, com suas regras rígidas e toda disciplina, foram a principal causa para o surgimento de jovens mais rebeldes e contestadores que buscavam por conhecimento a fim de se tornarem submissos a dura cultura social na época. Comportamentos que temos até hoje como fumar, sexo antes do casamento, cabelos compridos e roupas justas forma manifestações muito vistas também nessa época. Os jovens eram mais suscetíveis às influências musicais e cinematográficas, e um dos principais personagens era James Dean (1931-1955). Esse jovem era o principal articulador do novo tempo que estava por vir, os chamados “Anos Rebeldes”, e sua frase: “Não confie em ninguém com mais de 30 anos!”. 39 “Do not trust anyone over thirty years!” “Não confie em ninguém com mais de trinta anos!” James Dean Figura 2: James Dean (1931-1945) Fonte: Google Os jovens dessa época desenvolveram fortes expectativaspor gratificações e crescimentos a partir do seu próprio potencial de crescimento. Preocupações com o bem-estar e a saúde surgiram na maturidade dessa geração e é cultivada até hoje entre os jovens. 2.2 GERAÇÃO X (1965-1977) A época das revoluções entre os anos de 1960 e 1980, a Geração Baby Boomer está na fase adulta, e se rebelando contra tudo o que eles achavam que era autoritarismo. Assassinatos de ícones importantes como os irmãos John e Bob Kennedy, Martin Luther King e Malcom X, cujo novo batizou essa nova geração. A nova 40 geração estava sobre as pressões da Guerra do Vietnã e os escândalos políticos contribuíram para decretar a vulnerabilidade da política. No Brasil inclusive, houve muitas revoluções políticas extremas e agressivas, com várias perseguições a líderes das mais diferentes ordens como políticos, professores, jornalistas, religiosos e também a qualquer um que se opusesse aos movimentos. Os chamados hippies e as rebeliões estudantis passaram a ser frequente em grande parte do mundo, a música tinha cada vez mais poder e voz ativa juntamente com as roupas coloridas, cabelos longos e experiências intensas, principalmente com drogas álcool e sexo. Tudo era excessivo, inclusive as rebeliões contra o convencional modelo familiar. Figura 3: Símbolo do movimento Hippie entre os anos 60 e 80 Fonte: Google Com o surgimento da TV, as relações familiares foram muito afetadas, porque o aparelho tornou um auxiliar na educação dos filhos, era como ter uma babá eletrônica em casa. A partir da aí se começou a utilizar brinquedos e diferentes passatempos, os pais ofereciam as novas formas de entretenimento e educação para seus filhos. Com a TV, os momentos familiares começaram a ser na frente do aparelho, as rotinas tradicionais como o horário das refeições, dever de casa, conversas entre casais e filhos passaram a ser determinados pelo televisor. Existia todo um conforto e comodidade que era oferecido pela televisão e sua vasta programação, foi aceito rapidamente pelos pais (Geração Baby Boomer) que viram como uma moeda de troca na educação de seus filhos (Geração X). 41 Segundo OLIVEIRA (2010), a TV é um prêmio por notas altas na escola ou bom comportamento, assim era usado também para punir ações que não condiziam com as normas impostas pelos pais. Palmadas e chineladas foram substituídas pelo controle ao acesso de programas que seus filhos gostavam deixar de assistir o seu desenho favorito era castigo. No Brasil, “Os Flintstones”, “Speed Racer”, “National Kid” e “Ultraman” são alguns exemplos de programas mais assistidos pela Geração X na época. Esses programas integravam os jovens a nova ordem social e cultural, gerava conversa na escola ou no parque apesar de todo o conflito com os pais devidos o fato de que alguns programas eram no mesmo horário do jornal da noite por exemplo. Jovens dessa época não se identificam com os agressivos movimentos políticos e acabaram por ficar mais omissos, evitando se envolver em muitos movimentos. As manifestações musicais era a principal forma de expressar suas ideias, com isso queriam a liberdade para escolher seus próprios relacionamentos principalmente aqueles superficiais que se iniciam nas danceterias. Como existiam vários estilos musicais os jovens se agrupavam de acordo suas próprias escolhas, e assim começaram a nascer produtos como o “walkman” e o “iPod” em seguida, que mantém seu grande sucesso até os dias atuais devidos aos jovens da Geração X. Vários pais foram muito felizes na transferência de seus valores para seus filhos e isso permitiu que esses jovens alcançassem sua estabilidade financeira, maturidade e independência rapidamente construindo suas famílias e seguindo o exemplo de seus pais. O jovem da Geração X sempre foi mais cuidadoso e não gostava de se expor suas opiniões se isso afetaria sua estabilidade familiar ou profissional, a velocidade do avanço tecnológico da época e os movimentos sociais estavam mudando completamente a formação dos jovens. Existiam alguns conflitos em casa causados pela grande sede de libertação da Geração Baby Boomer o que afetava os seus filhos muitas vezes na questão física, e essa geração começou a aceitar que quando o relacionamento não anda bem o melhor caminho é a separação, foi quando o divórcio deixou de ser algo vulgar e motivo de escândalo entre famílias. A Geração X, diante de todos esses aspectos buscava levar suas vidas de acordo com as fantasias que viam nas novelas, desenhos e filmes, sabiam que os 42 problemas existiam, mas, o final era sempre o feliz. Seu desenvolvimento financeiro precoce e maturidade os levaram a priorizar seus empregos, usando as suas próprias famílias para mascarar seu forte desejo pela autorrealização. 2.3 GERAÇÃO Y (1980-1999) O batismo dessa geração é bem curioso. Em um período onde a União Soviética tinha forte influência sobre os países comunistas, os nomes dados aos bebês tinham que ser iniciados com uma determina letra que era definida de acordo com períodos. Nos anos de 1980 e 1980 a principal letra era o y, o que não tinham muita importância no mundo, porém, os estudiosos definiram o y usado pela União Soviética para designar essa geração. Os jovens da Geração Y estão chegando agora à vida adulta e ao mercado de trabalho, interferindo de maneira mais aguda no destino da sociedade. São extremamente informados, porém, não sabem ou não conseguem lidar com toda essa rede de informação para gerar produtividade. De acordo com OLIVEIRA (2010) a Geração Y nasceu em um modelo mais estruturado e mais flexível com os pais, muito diferente do convívio das gerações anteriores. Casais separados não são mais uma raridade e nem vergonha, irmão de pais diferentes é muito comum e também sua formação pode vir de várias fontes como tios e avós, não seguindo a tradicional estrutura familiar. É preciso considerar os casos de pais que trabalham não apenas o pai, mas, a mãe também que passou a priorizar mais sua carreira profissional. Diante desse novo cenário em que as mães trabalham fora elas tentam compensar sua ausência oferecendo diversos instrumentos que possam tornar seus filhos mais competitivos no futuro, apesar da ausência materna nunca houve tantos cuidados e estímulos à qualificação dos jovens. Os pais passaram a se empenhar para proporcionar sempre a melhor educação, curso de línguas, informática, natação, futebol e outras atividades de lazer. 43 O curso de línguas é um fato muito curioso porque essa nova geração não é atrelada apenas ao inglês que é básico nos dias atuais e sim a outras línguas principalmente as mais exóticas como o chinês. Tudo isso não porque o inglês está fora de moda e sim porque a Geração Y desenvolveu uma grande intimidade com a língua inglesa através dos vídeos games, músicas e filmes além dos eletroeletrônicos em casa e os portáteis. Ainda de acordo com OLIVEIRA (2010) os pais que possuem uma vida financeira sadia sempre vão buscar expandir ao máximo as capacidades mentais e físicas de seus filhos, entre as mais comuns temos as atividades multidisciplinares como judô, natação, musculação etc. Para a grande maioria dos pais o único objetivo na vida é preparar seus filhos para o futuro proporcionando todas as melhores e mais sadias oportunidades. A tecnologia reflete e influencia na educação da Geração Y de modos diferentes, como é o exemplo da TV que não é mais o centro das atenções dessa geração, a programação oferecida nos dias atuais mesmo com a enorme variedade de canais principalmente os oferecidos pelas companhias de TV por assinatura não corresponde mais as expectativas dos jovens. A necessidade de integração com as novas tecnologias deu espaço para o surgimento de novos nichos de mercado, como exemplo os vídeos games que apesar de toda a qualidade gráfica e variedade dejogos e plataformas precisam atualizar-se e inovar com uma velocidade muito grande. Poucos pais da Geração Y tiveram contato com a tecnologia dos jogos eletrônicos e os que conseguiram esse privilégio consideraram com uma novidade passageira. Diante do novo cenário dos jogos eletrônicos dois fatores foram fundamentais para contagiar a geração y: fases do jogo e placar de recordes. Tais novidades deram início a toda estrutura dos jogos eletrônicos que temos hoje com infinitas maneiras de integração entre pessoas do mundo todo onde, é possível jogar, compartilhar, conversar, fazer chamadas de vídeos entre outras atividades. Com o desenvolvimento da tecnologia da computação e melhoria da rede mundial de computadores (internet), os vídeos games fazem as mesmas tarefas computadores potentes, além dos recursos de filmes online como é o exemplo da “NETFLIX”, uma nova maneira de assistir TV através de uma assinatura mensal o usuário tem acesso a toda de filmes e séries que estão em alta na atualidade. 44 Figura 4: Exemplo de mídias digitais presentes na vida de jovens da Geração Y Fonte: Google 2.4 GERAÇÃO Z (A PARTIR DO ANO 2000) De acordo com CATHO (2009) a Geração Z é extremamente conectada e imediatista, não tem medo da internet e da tecnologia, pois, nasceram em um momento em que elas já eram algo comum e desenvolvido no mundo atual. Eles expressam muito bem o termo “sempre online”, suas necessidades são atendidas muitas vezes pela internet através das redes sociais, vídeos, músicas, bate papo online, e até mesmo para buscar conhecimento. A Geração Z tem um perfil muito benéfico para as organizações por possuírem afinidades com muitas tecnologias, buscam o conhecimento diante da necessidade, priorizam o novo e mudanças, tais comportamentos destacam a Geração Z no mercado de trabalho, em contra partida é preciso instruí-los pela ausência de paciência. Para essa geração a paciência significa “lerdeza”, quando na verdade significa deixar maturar, por exemplo: um projeto, um negócio um estudo. O comportamento precoce e imediatista da Geração Z os torna imaturos em alguns processos. O processo de educação da Geração Z deve baseado na paciência, é necessário conscientiza-los que o processo de escolarização é necessário para criar 45 valores sociais, de relacionamento, conhecimento letrado, ou seja, faz parte de sua existência. E isso dará suporte para uma boa educação que caminhará com eles pelo resto da vida. Ainda de acordo CATHO (2009) a Geração Z tem muitas dificuldades com a hierarquia dentro das organizações, sua ansiedade e imediatismo não dão suporte a pirâmide hierárquica e assim valorizam muito mais o líder que está sempre presente e trabalha no mesmo nível que os demais parceiros dentro da organização, o conhecimento os torna auditadas o que dificulta a gestão do líder principalmente aquele das gerações anteriores que às vezes é do tipo conservador e que gosta de delegar ordens. Atualmente as organizações mais ágeis no que diz respeito às mudanças e a participação de seus parceiros nos processos, empresas que priorizam a administração participativa, terão mais chance de sucesso nas relações com a Geração Z, em contra partida as organizações que priorizam o sistema autoritário e rígido com caráter de repressão enfrentaram grandes dificuldades em todos os aspectos. 46 3 DIFERENTES GERAÇÕES, DIFERENTES VALORES No livro de (COSTA, et al, 2011, págs.154 a 155) existe a “oração da Geração Y”, a mesma é um e-mail de autor desconhecido. Pai nosso que estais no céu, tem um tempo que venho pensando numas coisas e queria te fazer algumas perguntas, rola? Qual é seu plano de desenvolvimento de carreira caso eu decida ir para aí? Os anjos têm subsídios para treinamento, desenvolvimento etc. e tal? Poderei visitar minha família na terra de vez em quando ou o trabalho é em tempo integral? Não curto muito essa história de wokaholic. Tem mais, estou cansado de só eu falar, falar, falar e não ter um feedback direto do senhor. Esse lance de mandar um sinal é sutil demais para mim. Por favor, seja claro: Estou no caminho certo ou não? F E E D B A C K. Hellooooo... Aproveitando a oportunidade para entender como consigo um mentoring com o senhor, soube que em outras épocas seu subordinado direto J.C.,chegou a ter 12 coachees abaixo dele. Acredito ter as habilidades que o senhor procura em um mentorando... Terei a oportunidade de ser expatriado e viver novas experiências? Vocês têm filiais em algum outro lugar? Falando em filiais, devo deixar claro que estudo outras propostas antes de aceitar a sua. Um concorrente seu tem atraído muita gente. Dizem que o trabalho lá é pesado, mas que pode ir com a roupa que quiser, não tem dessa de ficar cantando em coro e rolam umas festas na empresa... que pegam fogo! Parece que o pacote de benefícios não é tão bom, mas lá eles permitem relacionamento entre os colaboradores e posso utilizar a internet para visitar o site que eu quiser. Onde me vejo em cinco anos? Essa é fácil: no seu lugar. Sacrilégio? De forma alguma. O senhor fez um ótimo trabalho, mas estamos em outros tempos... eu trago renovação e umas ideias muito iradas! Veja bem, eu tenho minhas ambições, meus objetivos e pretendo alcança-los no tempo que eu determinei. Não quero ficar igual à minha avó, que lhe dedicou a vida inteira e o senhor nem para dar uma folginha pra ela nessa altura do campeonato! Se quiser me encontrar, estou no facebook, me procura no Google. Obrigado! Amém. Ah! Me fallow no Twitter! E divulga para os amigos, hein! Amém de novo. 47 Ainda considerando COSTA, et a, (2011) a Geração Y não tem característica de fidelidade em apenas uma ou duas organizações ao longo de sua carreira, eles buscam sempre as melhores oportunidades em conjunto com a qualidade de vida. Estudos recentes apontam que 63% da Geração Y troca de empresa com frequência, um desafio e tanto para as organizações principalmente aquelas que possuem equipes formadas pela Geração Y em sua maioria, essa situação nos leva a deduzir o motivo pelo qual essa geração procura as empresas que possuem novos métodos de gestão, lideranças mais flexíveis horários mais flexíveis, ambiente de lazer no horário de trabalho entre outros. A Geração Y já ocupa cargos de liderança nas organizações, em poucos anos será a maioria absoluta dentro do ambiente organizacional. De acordo com COSTA, et al (2011) as empresas que não se adaptarem aos modelos de gestão e benefícios da Geração Y encontram sérios problemas de turnover de colaboradores, e não apenas isso, mas também, dificuldades na captação de novos talentos. Entender os fatores que cativam essa geração é como fazer uma pesquisa de mercado para novos clientes, é preciso inovar sempre frente aos seus concorrentes. Para se obter sucesso na gestão das gerações é necessário principalmente o conhecimento, quanto maior o conhecimento sobre as gerações existentes dentro de sua organização, maior será o sucesso na retenção de talento e captação de talentos futuramente. 3.1 O PERFIL DA GERAÇÃO Y: CARACTERÍSTICAS E VALORES A Geração Y é considerada a geração do milênio, pelo simples fato de terem nascidos em marcos importantes da globalização e da tecnologia. Esses dois marcos criou um ambiente empresarial de constante mudanças no recebimento e envio de informações, novos aspectos comportamentais. Considerando COSTA, et al (2011) a Geração Y é acostuma com as rápidas mudanças, e o grande fluxo de informações. Após 1980, modelos tecnológicos 48 obsoletos começaram a ser substituídos por modelos novos e com mais recursos. À medida que novos produtos eram lançados a Geração Y foi evoluindo paralelamente, tornado-se mais consumistas. Com o avanço da internet as informações podem ser compartilhadas
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