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A CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA, ECONÔMICA E SOCIOCULTURAL DOS SUJEITOS DA EJA
Acadêmicos¹
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RESUMO
Este paper tem como objetivo, através de uma revisão da literatura científica,o estudo da trajetória histórica da Educação de Jovens e Adultos no Brasil a partir da decada de 30, trazendo ainda aspectos econômicos,sociais e culturais dos sujeitos que se enquadram dentro desta modalidade de ensino.Os autores utilizados para a realização deste paper foram Brasil (1996) e Silva (2010). Após o levantamento bibliográfico, foi identificada a necessidade de estudos mais apropriados e aprofundados sobre o perfil dos sujeitos da EJA.
Palavras-chave: EJA. História. Sociocultural 
1. INTRODUÇÃO
No Campo desta recente modalidade, a Educação de Jovens e Adultos (EJA), os estudos e pesquisas empreendidos tem enfatizado que o perfil dos sujeitos é um elemento de suma importância para a organização adequada dos processos de ensinar a aprender, sobretudo considerando o compromisso com uma educação desenvolvida com esses sujeitos, em função dos seus interesses emancipatórios.
Assim, a educação de jovens e adultos vem sendo desenvolvida em diversas instâncias educativas, formais, não formais e informais, cujo legado traz uma herança marcada pela busca de reconhecimento de direitos e respeito à diversidade que lhes são inerentes.
No âmbito da legislação, essa modalidade da educação foi inscrita na atual Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional n 9.394/96, constituindo-se como parte da educação básica. Oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas ás suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanecia na escola (BRASIL, 1996).
Por meio de um levantamento bibliográfico prévio, identificamos a necessidade de estudos mais apropriados e aprofundados sobre o perfil dos sujeitos- educados da EJA, de uma educação marcada, principalmente por pessoas adultas, mas, contudo a EJA vem passando por um crescente processo de rejuvenescimento, com implicações imediatas nas compreensões do fazer pedagógico junto a esse público.
Estes reconhecimentos nos leva a questionar quais possíveis mudanças ocorreram neste perfil, desde o inicio da ação de uma educação voltada pra jovens e adultos.
A EJA foi constituída ao longo da historia as margens das políticas publicas. Com um caráter inicialmente emergencial em es paços improvisados e ações de voluntariado. Na década de 60 a EJA recebeu uma contribuição importante com a proposta de educação popular, tendo com colaboradores Paulo freire na qual ocorreram diversas campanhas e movimentos populares em prol da alfabetização do jovem e adulto.
Os movimentos nascidos na segunda metade dos anos de 1950 e inicio dos anos 1960 promovendo um salto qualitativo em relação ás campanhas e mobilizações governamentais contra o analfabetismo de jovens e adultos ou educação do campo da década de 1960 (Silva 2010, p27).
Os movimentos sociais estavam bastantes presentes nessa década, muitaslutas por políticas publicas e uma educação reconhecida para esse público que não teve oportunidade de frequentar a escola na idade regular. 
Mesmo com alguns direitos assegurados a educação de jovens e adultos, esta sempre foi permeada pela ideia de que o essencial para os educandos é aprender a assinar o nome, ler e escrever. Talvez isso seja importante, mas, isso é só o ponto de partida para a aprendizagem dos educandos, pois os jovens, adultos e idosos já chegaram á escola com conhecimentos de mundo e diversas experiências e os mesmos não querem permanecer no ponto de partida, desejam ir além, aprender o que não esta no papel, querem utilizar o que aprendem na escola em várias áreas de sua vida, por isso buscam intenções ou finalidade nos conteúdos socializados na escola.
O adulto e o jovem possuem importante papel representativo na sociedade, por isso sua educação deve também ter um papel representativo promovendo mudanças em suas vidas, respeitando os saberes, tempos e espaços desses sujeitos educandos, coisa que ensino de caráter supletivo não contempla.
O objetivo deste estudo é a analise dos aspectos econômicos, sociais e culturais dos jovens e adultos que frequentam a modalidade de ensino da EJA. Além disto, mensurar a trajetória histórica da Educação de Jovens e Adultos no Brasil.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO EJA
A história do EJA é rodeada de programas e ações para que se consiga fazer com que o analfabetismo se erradique e que haja uma qualificação profissional, preparando assim o educando para o mercado de trabalho e para a vida. Alémdisto, se tem durante todos estes anos a busca para fazer com que o educando além de aprender a ler e aescrever, fazendo assim parte do mundo letrado; fazer com que este sujeito faça parte da sociedade de forma ativa e critica, conseguindo exercer seu direito a cidadania.
O ponto inicial que podemos citar seria o da década de 1930, onde no Brasil estava acontecendo muitas mudanças no setor econômico, onde o capitalismo estava a tona, e com isso as exigências de trabalho e qualificação profissional aumentaram, pois os trabalhadores precisavam estar acostumados ao sistema de fabrica.
Entre 1945 e 1947,houve a implementação do serviço nacional de aprendizagem industrial-(SENAI) e o Serviço de aprendizagem Comercial (SENAC.). Estes serviços estavam sendo ofertados a classe trabalhadora por empresários e em paralelo aos estudos básicos normais.
Os trabalhadores não conseguindo conciliar os estudos básicos a qualificação, gerou que o grau de analfabetismo no Brasil aumentou gradativamente e chegou ao ponto de nos anos de 1940 e 1960 haver campanhas de alfabetização. A primeira campanha de alfabetização que houve foi em 1947, que foi a chamada Campanha Nacional de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA).
Em 1950 a taxa de analfabetismo no Brasil chegou a um ponto bem alto e com isso foi realizado o primeiro Congresso de Educação de Adultos. Em 1952foi feita a Campanha Nacional de Educação Rural( CNER) , que atendia a região do nordeste, que era uma região com um grande numero de analfabetos no Brasil.
[...] a necessidade da mão de obra especializada, surgindo assim escolas
para capacitar os jovens e adultos. Nesse cenário, a população da zona
rural migra para os centros urbanos na expectativa de melhor qualidade de
vida, diante dessa migração surge à necessidade de alfabetização desses
trabalhadores, contribuindo assim para a criação das escolas para adultos e
adolescentes (FREIRAS; SILVA; ARAÚJO, 2017, p. 03).
Com péssimos resultados da primeira campanha, em 1958, decidiu-se fazer um segundo congresso, onde houve muitas criticas aos métodos utilizados de ensino, a não qualificação dos professores e a não frequência dos alunos.Com todas estas criticas, a delegação de Pernambuco, onde Paulo Freire fazia parte, deu sugestões riquíssimas em relação ao melhoramento das questões em pauta.
Então em 1963,o Ministério da Educação oportunizou ao Paulo Freire a criação de um programa nacional de alfabetização e ele conseguiu muitos resultados positivos,produzindo um novo método para o ensino de aprendizagem da EJA.
Em 1960, foi criado o Movimento de Cultura Popular (MCP) e em 1961 o Movimento de Educação de Base (MEB) e neste mesmo ano iniciou uma campanha chamada “De pé no chão também se aprende a ler”. Esta campanha motivou a realização do ensino para jovens e adultos de classes baixas em locais abertos.
Em 1964 o único movimento que estava sendo realizado era o da MEB. Nesta época três ações relacionadas ao EJA, que foram a Cruzada Ação Básica Cristã, que possuía a intenção de manter a distribuição de alimentos para manter a freqüência escolar dos alunos. E o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), mas deu muito certo devida as diversas criticas referentes ao resultado.
A terceira ação do Regime foi o ensino supletivo, regulamentado pela Lei nº 5.692/71. Somente na Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 5.692/1971se estabeleceu, pela primeira vez na história, um capítulo específico para educação de jovens e adultos: o capítulo IV que versava sobre ensino supletivo. Esta lei apesar de reconhecer a educação de jovens e adultos como um direito à cidadania, limitou o dever do Estado à faixa etária de 7 a 14 anos (HADDAD, 2006 apud ALMEIDA E CORSO, 2015)
Em 1985 foi criado a Fundação Educar, com o papel de substituir o MOBRAL que neste mesmo ano foi extinta. E em 1988 com a constituição ficou designado como dever do Estado dar estudo para todos aqueles que não tem a educação básica e destinou ainda 50% dos recursos de impostos vinculados ao ensino para combater o analfabetismo e universalizar o ensino fundamental (HADDAD, 2006).
Em 1990 com a Fundação Educar extinta se criou o Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania ( PNAC). Neste mesmo ano se mudou a idade minima para poder fazer o supletivo, no ensino fundamental com 15 anos e no ensino medio com 18 anos, fazendo com que a EJA seja reconhecida pelo seu ensino supletivo de rapida formação.
De 2003 a 2010 houve a incorporação das matriculas ao FUNDEB criando assim varias iniciativas como o Brasil Alfabetizado,Proeja, ENCEJA dentre outros. Apos 2003 a educação de jovens e adultos passou a ser vista como prioridade, principalmente em relação a parte da qualificação profisisonal. O Projovem por exemplo,tem como objetivo a conclusão do ensino fundamental junto com a formação profissional para o publico que tem de 18 a 24 anos.
Outro programa é o proeja que segundo Almeda e Corso (2015) configura-se como uma proposta inédita no Brasil, no sentido da oferta daEducação de Jovens e Adultos (EJA) integrada à formação profissional. Seus objetivos são deinclusão social por meio da capacitação para o trabalho acompanhada de elevação da escolaridade
2.2 CONTEXTUALIZAÇÃO ECONOMICA E SOCIO-CULTURAL DOS SUJEITOS DA EJA
Os sujeitos da EJA são sujeitos que fazem parte das camadas populares, indivíduos que são excluídos da sociedade, e a EJA tenta corrigir esta questões onde segundo Ribeiro (2001), a alfabetização de adultos é uma pratica de caráter político, pois se destina a corrigir ou resolver uma situação de exclusão, que na maioria das vezes faz parte de um quadro de marginalização maior. 
Estes sujeitos passam por períodos de estabilidade e diversas mudanças durante a vida e estão na EJA a procura de um resgate e a procura de novas oportunidades.
As classes da EJA também recebem sujeitos com nível cultural e educacional
diferenciado, o que faz do espaço da sala de aula um ambiente rico e marcado pela
diversidade. Além disso, os alunos de EJA em função de fracassos anteriores
possuem, muitas vezes, uma baixa autoestima; portanto precisam ser motivados, e o
educador deverá buscar diferentes maneiras de promover e despertar o interesse e o
entusiasmo e acima de tudo mostrar a esses alunos que é possível aprender (SILVA
(2015, p. 26741).
Infelizmente muitos dos sujeitos da EJA acabam desistindo no meio do caminho, por diversos motivos, o que acaba ocasionando um grande numero de evasão escolar, contribuindo assim para um grande número de analfabetismo no Brasil.
É fato que, muitos são os fatores extraescolares que contribuíram para a desistência
desses alunos como: falta de interesse do aluno, situação de risco no percurso que
fazem até a escola trabalha para manter o sustento próprio e da família, falta de
incentivo, migração para outro município à procura de oportunidade de trabalho,
falta de uma relação interpessoal saudável dentro da escola, reprovação escolar,
gravidez (filho), casamento (SILVA, 2015, p. 26747).
O quese pretende com a educação desses jovens e adultos é garantir o desenvolvimentosocial e econômico,promovendo assim uma vida melhor. O que se pretende também é acabar com a figura de que o analfabeto ou o jovem e adulto que ainda se encontram em fase escolar seja visto de forma preconceituosa.
Conhecer a identidade dos sujeitos envolvidos no Ensino Médio, em especial, na Educação de Jovens e Adultos – EJA - é - fundamental para compreender como esses sujeitos se constituem no espaço educativo (SOECK, 2009), pois conhecendo-os poderemos trabalhar encima do perfil deste publico, 
3. MATERIAIS E MÉTODOS
	 A pesquisa foi conduzida em base a revisão de bibliografia científica já existente. Foram utilizados artigos científicos e livros, de modo a tentar entender e compreender a história do EJA no Brasil e de como é a economia, o social e a cultura dos sujeitos que nela se encontram. 
Os critérios utilizados para a escolha dos artigos e livros foramtrabalhos científicos que retratassem sobre o assunto de interesse, sendo uma investigação de caráter exploratório qualitativo.
	
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste campo faça o relato de suas observações após a análise dos elementos elencados na Fundamentação Teórica descrita anteriormente neste documento. Utilize a teoria abordada na Introdução e Fundamentação Teórica para justificar os seus achados e descreva de que maneira os dados encontrados contribuem para ampliar o conhecimento obtido nos materiais consultados.
Por outro lado, quando as informações forem provenientes de uma pesquisa qualitativa, a apresentação dos resultados e discussão dos dados ocorre de forma teórica, 
O artigo ficou disponível pelo período de trinta dias, no intuito de que professores, coordenadores, tutores e acadêmicos tivessem tempo hábil para realizar comentários sobre o material apresentado, conforme consta no quadro a seguir:
QUADRO 1 – COMENTÁRIOS SOBRE O ARTIGO PUBLICADO NA JOIA / 2017.
Fonte: dados institucionais.
O quadro apresenta os comentários realizados acerca do material disponibilizado pelo autor. Levou-se em consideração no momento da análise, a temática estudada, a escrita e a importância deste trabalho para a sociedade acadêmica que está recebendo esta publicação. 
Os resultados apresentados por meio da pesquisa qualitativa, comprova como os dados serão tratados; os esclarecimentos; as observações; as explicações; descrições dos termos, conceitos, variáveis (PEROVANO, 2016).
5. CONCLUSÕES
Após analisar todas as revisões bibliográficas sobre a contextualização histórica, econômica e sociocultural da EJA no Brasil, pode-se perceber que sempre foi uma historia de luta e de persistência. Diversos programas e campanhas sendo incrementados para ver se conseguia –se alcançar estes sujeitos, recuperar o tempo em relação aos estudos. 
Percebeu-se também que a grande maioria dos sujeitos da EJA são desde o principio, sujeitos trabalhadores, empregados que não terminaram seus estudos em idade regular, por diversos motivos, dentre eles a necessidade de ir trabalhar muito cedo para ajudar a família no sustento do lar, falta de oportunidades,dificuldade de aprendizagem e falta de incentivo.
Cada individuo dentro da EJA tem sua historia de vida, suas vivencias e experiências e é imprescindível que se respeite isso. Imprescindível também que se tenha um olhar mais sensível e critico dentro da sala de aula com estes alunoslevando para a sala, as vivencias deles, de forma que a aula seja baseada no mundoda realidade de cada um ,para assim tentar se evitar a evasão e a exclusão, para com isso haver o interesse e o gosto pelo o estudo e por estar na escola. 
Trazendo e conquistando este aluno para dentro da sala de aula, se consegue fazer com que esse individuo faça parte ativamente da sociedade, exercendo o seu direito de cidadania e seu direito ao conhecimento.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto nº 5.840, de 13 de julho de 2006. Institui, no âmbito federal, o Programa
Nacional de Integração Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de
Jovens e Adultos – PROEJA, e dá outras providências. Brasília, DF, 2006.
SILVA, Nilce da. “Ser adulto”: alguns elementos para a discussão deste conceito e para a 36ª
Reunião Nacional da ANPEd. In: Millenium – Revista do ISPV. Educação, Ciência e
Tecnologia, n. 29, jun/2004. p. 281-290. 
RIBEIRO, Vera Maria Masagão (Coord.). Educação para Jovens e Adultos. Ensino Fundamental –propostas curriculares para 1° segmento. São Paulo: Ação Educativa Brasileira/MEC, 2001.

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