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ARTIGO FACULDADE

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FACULDADE XV DE AGOSTO
DIFICULDADE NA APRENDIZAGEM 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CRIANÇAS COM DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NA ESCRITA E LEITURA 
Jamyle dos Santos de Souza 
Orientadora: Professora Vanessa Costa José
Santo André
2016
FACULDADE XV DE AGOSTO
DIFICULDADE NA APRENDIZAGEM 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CRIANÇAS COM DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NA ESCRITA E LEITURA 
Artigo apresentado em cumprimento às exigências para término do Curso de pós-graduação em Dificuldade na
 Aprendizagem sob orientação da Profª. Vanessa Costa José
Santo André 
2016
FACULDADE XV DE AGOSTO
DIFICULDADE NA APRENDIZAGEM 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Jamyle dos Santos de Souza
CRIANÇAS COM DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NA ESCRITA E LEITURA 
Artigo apresentado em cumprimento às exigências para término do Curso de pós-graduação em Dificuldade na Aprendizagem sob orientação da Profª. Vanessa Costa José.
Avaliação em ______/ ______/ ______
Nota Final ( ) __________________
______________________________________________________ Orientadora: Professora Vanessa Costa José
______________________________________________________ Professor Examinador
Santo André 
2016
RESUMO
O presente trabalho de conclusão de curso intitulado “Crianças com dificuldade de aprendizagem na escrita e leitura” se justifica pelo domínio básico da escrita e leitura, sendo necessárias medidas e estratégias para suprir as dificuldades apresentadas por elas.A fundamentação teórica foi baseada na concepção de alguns autores como Freire (1988), Ferreiro e Teberosky (1991), Perrenoud (2000), entre outros, que permitiram o desenvolvimento do estudo proposto, quando discutem a importância do letramento. Utilizou-se como referencial teórico a concepção de vários teóricos sobre o tema, bem como as reflexões pessoais sobre o objeto a ser investigado. Como resultados obtidos destacam-se a importância da intervenção pedagógica nas dificuldades de aprendizagem, a necessidade de estudos mais aprofundados sobre o tema. E ao longo dessa pesquisa buscou-se discutir diferentes posicionamentos teóricos que fomentam o estudo da leitura e escrita, concluindo que geralmente as dificuldades que os alunos apresentam na escrita e na leitura devem as falhas no processo de ensino. 
Palavras-chave: letramento, alfabetização, dificuldade de aprendizagem, 
ABSTRACT
This work completion course entitled "Children with learning difficulties in reading and writing" is justified by basic mastery of reading and writing, being necessary measures and strategies to overcome difficulties presented by them. Freire (1988), Ferreiro and Teberosky (1991), Perrenoud (2000), among others that allowed the development of the proposed study. When discussing the importance of literacy. It was used as a theoretical design of various theorists on the subject as well as the personal reflections about the object being investigated. As results stands the importance of educational intervention. In learning difficulties and the need for further studies on the topic. And throughout this research, discussed different theoretical viewpoints that encourage the study of reading and writing and generally conclude that the difficulties students have in writing and reading, are due to flaws in the teaching process.
Key worlds: literacy, reading, learning difficulti
INTRODUÇÃO
Sendo as ferramentas básicas de introdução ao mundo, a leitura e a escrita são elementos articuladores de diferentes linguagens, os instrumentos para a conquista de diferentes áreas do saber e o meio de demonstração do sentir e do pensar que o indivíduo tem. Trabalhar com esses meio, permite ao indivíduo tornar-se um sujeito crítico e autônomo, tendo assim livres escolhas e responsabilidades pelas mudanças sociais de sua vida.
Optei em trabalhar com o tema “Crianças com dificuldade de aprendizagem na escrita e na leitura”, por acreditarmos na importância do educador em mediar às dificuldades do aluno durante seu processo de aprendizagem.
Com este trabalho, tenho por objetivo refletir sobre as causas das dificuldades de aprendizagem na escrita e na leitura. Sobre como os professores tem lidado com essas dificuldades e como a escola se organiza para atender às diferentes necessidades de cada aluno, pesquisando os meios que a instituição de ensino utiliza para tentar sanar as dificuldades de escrita e de leitura apresentadas pelos alunos que chegam ao Ensino Fundamental I do Ensino Regular, sem aprender a ler e a escrever.
A aprendizagem não é natural, havendo necessidade de intervenção pedagógica e de situações – problema, resultados de uma complexa atividade mental, na qual o pensamento, a percepção, as emoções, a memória, a motricidade e os conhecimentos prévios estão envolvidos e a criança deve sentir o prazer de aprender.
As dificuldades de aprendizagem na escola podem ser consideradas uma das causas que conduzem o aluno a fracassar na escola, não desconsiderando também a responsabilidade da escola por não saber lidar com a diversidade dos seus alunos. É preciso que o professor esteja atento para as diversas formas de ensinar, pois há muitas maneiras de aprender, e o professor deve ser consciente da importância de criar vínculos com os seus alunos por meio das atividades cotidianas, construindo e reconstruindo novos vínculos, sendo mais forte e positivo.
Quando o aluno percebe que tem dificuldade em aprender, começa a apresentar desinteresse, desatenção, irresponsabilidade, agressividade, etc. essas dificuldades acarretam sofrimento e o aluno apresenta baixo rendimento por vontade própria. Cada pessoa é única, cada um tem uma história de vida e é preciso conhecer como nosso aluno aprende e constrói algo, respeitando a bagagem e resgatando o desejo de aprender e dando sentido à aprendizagem.
1- HISTÓRICO DA ALFABETIZAÇÃO
Nesta seção, tratarei do assunto letramento, que consiste no método letrar, ou seja, formar alunos que, alfabetizados, sejam críticos e capazes de viver cientes de todos os aspectos de uma vida em sociedade.
O homem, desde a pré-história, buscou se comunicar por meio de desenhos feitos nas paredes das cavernas. Por meio desse tipo de representação (pintura rupestre), passava mensagens, ideias, desejos e necessidades. Ainda não era um tipo de escrita por não haver organização e padronização das representações gráficas.
Foi na antiga Mesopotâmia, por volta de 4.000 a. C., que a escrita foi criada.
1.1 A HISTÓRIA DA ESCRITA
A escrita é um método de registrar a memória cultural, política, artística, religiosa e social de um povo, instrumentalizando a reflexão, a expressão e a transição de informações entre outras necessidades sociais. Nesse sentido, a invenção do livro e da imprensa são marcas na história da humanidade.
A necessidade de registrar os acontecimentos surgiu com o homem primitivo no tempo das cavernas, quando este começou a gravar imagens na parede.
Segundo relatos do documentário Construção da Escrita (PROFA 2001), as pinturas rupestres foram às primeiras formas do ser humano se expressar, na tentativa de expor seus anseios e necessidades em um suporte fora do seu próprio cérebro, utilizando a pedra. Os desenhos feitos nas pedras estavam muito distantes dos primeiros pictogramas¹, que, muito tempo depois, apareceram em nossa história como uma forma de expressar a comunicação. Séculos depois, foram construídas, por nossos ancestrais, formas diferenciadas e elaboradas de comunicação. Com isso, o pictograma, até então primitivo, evoluiu, onde cada desenho era um significado que possibilitava tornar mais claras as mensagens, tendo como base a língua falada. 
Os pictogramas foram utilizados por diferentes civilizações em diferentes épocas, de acordo com as necessidades de cada povo, utilizando diferentes suportes para formas mais ágeis de escrever, como a argila, os cacos de cerâmica, o papiro e o papel rústico. Uma grande dificuldade da escrita pictográfica era que ela limitava a comunicação, pois só uma parte da linguagem podia ser representada por meio desse sistema. Oprimeiro passo para sair dessa delimitação foi à junção de duas unidades de escrita para, assim, representar uma terceira.
Outro recurso utilizado do sistema pictográfico para o sistema fonográfico da escrita foi o uso da primeira sílaba da palavra representada por um pictograma, sendo este novo sistema adotado por muitos povos.
Tempos depois, com o avanço do intercâmbio comercial, a relação de diferentes povos trouxe para a cultura dos fenícios os pictogramas de origem egípcia, cretenses e de outros povos, utilizando os pictogramas com as primeiras consoantes dos nomes traduzidos. Já os fenícios, assim como os egípcios, escreviam apenas as consoantes que adquiriam um valor silábico, onde as vogais eram subtraídas do contexto em que estava a palavra.Por volta do ano 800 A.C., os gregos, já conhecendo a escrita consonantal fenícia, introduziram a escrita das vogais, representando diferenciadamente todos os elementos que formam uma sílaba. Criaram uma porção de formas de escrever, pois existiam muitas cidades – estado gregos e, assim, muitas formas diferentes de falar. Os gregos se preocupavam com a beleza; assim, eles foram modelando as letras de tal forma que as tornaram mais harmoniosas. Estabeleceram a regra de escrever da esquerda para a direita, ao contrário das outras línguas semíticas. A partir disso, o homem chegou ao alfabeto.
A escrita alfabética participou do nascimento de novas civilizações, sendo basicamente a mesma até os dias de hoje, representando as palavras pelos sons, e também pelas ideias, como nos antigos pictogramas.
Hoje, todas as sociedades civilizadas possuem uma escrita. O mundo precisa da escrita até para as coisas mais simples. Precisa da escrita para desenvolver teorias que levam ao desenvolvimento tecnológico, para a explanação de sistemas filosóficos, para a discussão dos estudos religiosos. E a escrita, que foi, na antiguidade, privilégio de sacerdotes e nobres, hoje é necessidade e direito de todos.
1.2 LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO 
O letramento é uma ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita. O estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter se apropriado da escrita e de suas práticas sociais. Segundo Soares (2001), letramento é uma palavra recém- chegada ao vocábulo da educação e ciências linguísticas, tendo sua primeira aparição em 1986. Há cerca de apenas vinte e seis anos, surgiu em um discurso dos especialistas dessas áreas. Recentemente, a palavra tornou-se bastante utilizada, aparecendo até mesmo em títulos de livros, explicando, de certa forma, o significado e seus porquês. Novas palavras são criadas ou apenas velhas, ganhando um novo sentido, quando surgem novos fatos, novas ideias, e maneiras de compreender os fenômenos. Soares (2001) cita que o termo letramento nos pode causar estranheza, uma vez que não é muito antigo; no entanto, outras palavras do mesmo campo semântico de uso comum, sempre nos foram familiares, como: analfabetismo, analfabeto, alfabetizar, alfabetização, alfabetizado e mesmo letrado e iletrado.
1.3 O QUE É LETRAMENTO 
Para Soares (2001), o letramento é muito mais do que descobrir a si mesmo, pela leitura e pela escrita, é entender-se lendo ou escrevendo, é descobrir alternativas e possibilidades, descobrir o que podemos ser.
O termo atual da palavra letramento provém da palavra da língua inglesa: Literacy vem do Latim littera, que quer dizer letra, com sufixo cy que de nota qualidade, condição, estado, fato de ser. Portanto, literacy é o estado ou condição que assume aquele que aprende a ler e escrever. Sendo implícita, nesse conceito, a ideia de que a escrita traz consequências sociais, culturais, políticas, econômicas, cognitivas e linguísticas, querem para o grupo social em que seja introduzida, quer para o indivíduo que aprenda a usá-la. 
Nessa perspectiva, letramento é o resultado da ação de ensinar o indivíduo a ler e a escrever, ou seja, a pessoa que aprende a ler e a escrever torna-se alfabetizada, ou simplesmente torna-se letrada, sendo diferente de uma pessoa que não sabe ler e escrever, que é analfabeta. Ou, ainda, pode saber ler e escrever, mas não fazer o uso da leitura e da escrita, sendo considerada alfabetizada, mas não é letrada, pois não vive no estado ou condição de quem sabe ler e escrever e pratica a leitura e escrita. Dessa forma, não estão se referindo a índice de alfabetização, mas níveis de Letramento. Enfim, um indivíduo pode não saber ler nem escrever, isto é, ser analfabeto, mas ser, de certa forma, letrado. 
2-TEORIAS QUE SUSTENTAM A PRÁTICA DE ALFABETIZAÇÃO 
Ferreiro e Teberosky (1991) realizam, desde 1970, pesquisas sobre o que pensam as crianças quanto ao sistema alfabético de escrita e o chamam de Psicogênese da Língua escrita.
Por meio das pesquisas, observou-se que, em uma sociedade letrada, as crianças constroem conhecimentos sobre a escrita muito cedo, ou seja, a partir do que observam na interação com o seu meio físico e social. É possível observar também que as crianças que ainda não compreendem, geram hipóteses interessantes sobre a escrita e o fato da criança ter dificuldades na escrita, nem sempre é por sua condição social. O importante realmente é a ação pedagógica do professor, ou seja, a concepção de aprendizagem.
Segundo Ferreira e Teberosky (1991), Piaget desenvolveu a teoria da Epistemologia e Psicologia Genética², ou seja, teoria do conhecimento menos elaborado para um conhecimento mais elaborado, ressaltando que o conhecimento é resultado da interação do sujeito com o meio no qual está inserido, sendo também modificado por esse mesmo meio. Com base nos estudos de Piaget, Ferreiro e Teberosky (1991), o conhecimento se constrói a partir do sujeito cognoscente, servindo de ponte para o conhecimento. Não se trata simplesmente de empregar a “prova piagetiana” para estabelecer novas correlações, mas sim, de utilizar os esquemas assimiladores que a teoria nos permite construir para descobrir novas observáveis. Ouro aspecto a ser considerado nesta nova abordagem é que o conhecimento prévio do aluno é um conjunto de ideias, representações e informações que servem de sustentação para a nova aprendizagem, ainda que não tenham necessariamente uma relação direta com o conteúdo a ser ensinado. É importante investigar e explorar essas ideias e representações prévias, porque permitem saber de onde vai partir a aprendizagem que se quer que aconteça. Conhecer essas ideias e representações prévias ajuda muito na hora de construir uma situação na qual o aluno terá de usar o que já sabe para aprender o que ainda não sabe.
Após obter esses conhecimentos prévios, o professor precisa utilizar instrumentos para verificar como os alunos estão progredindo, pois o conhecimento não é construído igualmente, ao mesmo tempo e da mesma forma por todos. Esse instrumento é a avaliação de percurso formativo ou processual, feita durante o processo de aprendizagem, permitindo ao professor avaliar se o trabalho que está desenvolvendo com os alunos está sendo produtivo e se os alunos estão aprendendo com as situações didáticas propostas. Faz-se importante que os profissionais se dediquem e procurem entender qual o problema que vem acontecendo com o aluno e quais as dificuldades que ele vem apresentando. Professor precisa ser investigador do processo de aprendizagem, sondando, identificando a dificuldade do aluno para poder intervir.
Ferreiro e Teberosky (1991) estudaram o próprio sujeito: o sujeito cognoscente, procurando compreender o mundo que o rodeia e resolver as interrogações que esse mundo provoca. Partindo do interesse em descobrir qual era o processo de construção da escrita, ao planejar situações experimentais, procuraram fazer com que a criança colocasse em evidencia a escrita, tal como ela a vê, como acontece a sua leitura, como entende os problemas e como os propõe para si.
Ferreiro e Teberosky (1991) abordam as características formais que o texto deve possuir para permitir um ato de leitura. Para as autoras, o fato de uma criançanão saber ler, não representa obstáculo para ter ideias precisas sobre as características que deve possuir um texto escrito, para que permita o ato de leitura. Quando apresentados às crianças diferentes textos escritos, em cartões, pedimos para dizer se servem ou não para ler e observamos dois critérios primordiais utilizados: que existe uma quantidade suficiente de letras e que haja variedades de caracteres.
Ferreiro e Teberosky (1991), também abordam as hipóteses criadas pelas crianças em relação à escrita. Nesse sentido, a representação icônica (imagem) funciona como expressão de seu pensamento através de desenhos, sem a noção de escrita no sentido propriamente dito. Escrever é a mesma coisa que desenhar. Por outro lado, a representação não icônica (sem imagem) vai além do desenho, funcionando como expressão do pensamento da criança através de rabiscos, daí o termo “não icônico”. A criança inicia o conceito de escrita, mas ainda não reconhece as letras do alfabeto e seu valor sonoro.
De acordo com a Psicogênese da língua escrita, toda criança passa por quatro fases até que esteja alfabetizada. A psicolingüística nos permite introduzir a escrita enquanto o objeto de conhecimento, e o sujeito da aprendizagem, como sujeito cognoscente. A concepção da aprendizagem inerente à psicologia genética supõe necessariamente que existam processos de aprendizagem, do sujeito que não depende dos métodos. A obtenção de conhecimento é um resultado da própria atividade do sujeito. De acordo com a concepção construtivista, a compreensão de um objeto de conhecimento aparece estreitamente ligada à possibilidade de o sujeito reconstruir este objeto por ter compreendido quais são suas leis de composição.
Ferreiro e Teberosky (1991), estudando esse processo evolutivo, definiram os estágios de sua evolução, que tem sido comprovados por diversos pesquisadores. Os níveis de escrita, segundo a Psicogênese da língua escrita são:
Nível 1: Pré – Silábico (a criança não estabelece vínculo entre fala e escrita e tem leitura global, individual e instável do que escreve: só ela sabe o que quis escrever); 
Nível 2: Intermediário Silábico (a criança começa a ter consciência de que existe alguma relação entre o que se fala e a escrita);
 Nível 3: Hipótese Silábica (a criança tenta fonetizar a escrita e dar valor sonoro às letras);
 Nível 4: Hipótese Silábico – Alfabética ou Intermediário II  (a criança consegue combinar vogais e consoantes numa mesma palavra, numa tentativa de combinar sons, sem tornar, ainda, sua escrita socializável);
 Nível 5: Hipótese Alfabética (a criança compreende o modo de construção do código da escrita). Portanto, Ferreiro (1991), demonstrou que a criança, desde cedo, tem hipóteses sobre a leitura e a escrita, que necessitam ser conhecidas pelo professor e exploradas em seus vários níveis, para uma maior eficiência no processo ensino – aprendizagem. A passagem de um nível a outro, no processo de alfabetização, origina – se da tomada de consciência pelo aluno da insuficiência das hipóteses até então por ele formuladas para explicar a leitura e a escrita. Concluí que Ferreiro e Teberosky (1991), no decorrer das suas investigações, puderam acompanhar a evolução desse processo e descrever as hipóteses infantis a respeito dos processos cognitivos relativos à aquisição da escrita. Os estudos de Ferreiro proporcionaram aos teóricos, educadores e estudiosos do assunto, conceberem a alfabetização sob outro prisma, na perspectiva da criança, ao contrário de algumas escolas com modelos de alfabetização tradicional, em que os docentes se prendem a cartilhas e metodologias mecanicistas. A percepção dos professores que comungam do pensamento construtivista é demonstrada por meio das diversas formas de apropriação da teoria psicogenética no cotidiano da sala de aula. Escrita livre, leitura silenciosa, poesias, arte, entre outras, são exemplos de formas de apropriação que estão presentes no fazer pedagógico dessas docentes. 
2.1 AVALIAÇÃO FORMANDO CIDADÃOS.
Luckesi (2000) relata que a avaliação é o ato pelo qual decidimos o que construir, é o ato crítico que nos auxilia na verificação do desenvolvimento escolar dos nossos alunos, sendo um julgamento dos valores relevantes da realidade na qual estão inseridos, visando a uma tomada de decisão. 
Para Luckesi (2000), a avaliação é, em primeiro lugar, um juízo de valor, que significa uma afirmação da natureza dos objetos, partindo de critérios estabelecidos previamente. Quanto mais o objeto se aproximar do resultado esperado e estabelecido previamente, mais satisfatório ele será. Obviamente, quanto mais longe estiver do ideal, mais insatisfatório ele será. Esse julgamento baseia – se nos aspectos relevantes da sociedade, que delimitam a qualidade esperada do objeto; a seleção dos sinais que baseiam o juízo do valor depende da finalidade do objeto a ser avaliado. A avaliação é, assim, uma postura adotada pelo educador, resultando em uma conduta altruísta, em relação à aprendizagem. Segundo o autor, isso compreende na constituição da avaliação que resulta atualmente na autoridade do professor, gerando, assim, uma prática de avaliação que visa à classificação, onde as médias são obtidas por números, que podem ser somados e/ou divididos. Esse sistema é prejudicial ao aluno por estagnar sua produção, fazendo com que não exista possibilidade de alcançar níveis mais altos. 
Luckesi (2000) relata que o ato de avaliar acontece da seguinte forma: o professor trabalha o conteúdo planejado, verifica a aprendizagem dos educandos e lhes atribui conceitos e notas, que devem simbolizar o nível atingido, terminando assim a avaliação. Avaliação essa que não deve ser vista como um ponto final na aprendizagem, mas sim um momento para práticas e pensamentos a serem revisados, objetivando o saber dos alunos.
Luckesi (2000) ressalta que a mudança de avaliação diagnóstica para avaliação classificatória foi nociva à prática pedagógica,pois tende a estigmatizar o educando com anotações e registro​​s que ficarão marcados definitivamente em seus arquivos escolares. Isso ocorre com mais frequência nos sistemas de médias de aprovação e médias de reprovação, onde o aluno que for considerado inferior não terá subsídios para alcançar um nível superior, e, mesmo que isso aconteça, suas médias continuarão de reprovação nos registros escolares
Para Perrenoud (2000), ter um grupo homogêneo de alunos pode ser considerado adequado, estimulante, interessante em relação à didática, mas, para outros, inadequada, desestimulante, monótona. Mesmo que a situação esteja adequada ao nível de desenvolvimento cognitivo dos alunos, alguns podem não ver o menor sentido em realizá – la, outros podem julgá – la irrelevante, a ponto de que dela não resulte qualquer atividade intelectual significativa e, portanto, não se promova a construção de conhecimentos novos. Por isso, verifica – se a importância do ensino diferenciado, o que não quer dizer que se tenha que criar um programa especial para cada aluno, nem que todos tenham que ser expostos aos mesmos conteúdos, no mesmo ritmo, da mesma forma, pois podem atingir os mesmos objetivos por diversos caminhos. O professor, como mediador, é responsável em auxiliar o grupo a trabalhar cooperativamente, a tomar consciência de suas diferenças e desigualdades e a agir de acordo com as mesmas.
Para pôr em prática o ensino diferenciado, é preciso vencer o preconceito de que alguns alunos são mais inteligentes do que outros, ou seja, rejeitar a ideia, às vezes cômoda, às vezes desanimadora, de que o fracasso escolar é uma fatalidade. É preciso aceitar, ao contrário, a ideia de que nem tudo está definido no momento em que o indivíduo nasce ou até os primeiros seis anos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo desta pesquisa foram apresentei diferentes posicionamentos teóricos que fomentaram o estudo da aquisição da leitura e escrita e concluí que geralmente, as dificuldades que os alunos apresentam na escrita e na leitura se devem às falhas no processo de ensino, nas estratégias inadequadasescolhidas pelos docentes ou por desconhecimento do problema ou por despreparo. Compreendo que a realidade é dura e árdua nas escolas, pois boa parte dos educadores querem uma homogeneização na aprendizagem. Mas é preciso que haja colaboração entre todos os sistemas; pois só teremos educação de qualidade para todos, se os sujeitos do sistema lutarem para transformá-la; haja visto que, o processo de ensino e aprendizagem está centrado diretamente na busca da transformação do meio social, cultural e profissional com vista em adquirir conhecimento para sua formação e construir sua própria história de vida. O professor precisa ver seu aluno com outro olhar, acreditando que o mesmo é capaz de superar as dificuldades de aprendizagem da escrita e leitura, desde que seja feito um trabalho em conjunto, de interação entre ambos. Percebendo que cada aluno é único e tem seu próprio ritmo em relação ao desenvolvimento e aprendizagem. O educador deve estar sempre observando os avanços ou até mesmo as dificuldades de seus alunos para que possa intervir sempre que julgar necessário. Não só as ações do professor em sala de aula garantirão o desenvolvimento das competências leitoras e escritoras dos estudantes. Assim como aulas de apoio se faz importante, o trabalho em conjunto com a família e a sociedade e intensificar a gestão democrática procurando envolver toda a comunidade no processo de ensino-aprendizagem.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988/ organização dos textos, notas remissivas e índices por Juarez de Oliveira. Ed. 10. São Paulo: Saraiva. 1994. 
FERREIRA, A. B. de H. Mini Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. 7.ed. Curitiba: Positivo, 2008. 
FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Trad. de Diana Mryriam Lichenstein, Liana Di Mário Corso. Porto Velho: Artes Médicas, 1991. 
FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. 22ª ed. São Paulo: Cortez, 1988. 
PERRENOUD, Philippe. Pedagogia diferenciada: das intenções à ação. Trad. Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000
PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES ALFABETIZADORES. Sobre o controle: avaliar a leitura e ensinar a ler. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Profa/col_2.pdf>. Acesso em: 19 de junho de 2016.
RAMOS, Fábio Pestana. A História do analfabetismo infantil. Disponível em: <http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/search?q=alfabetiza%C3%A7%C3%A3o+no+brasil>. Acesso em: 06 de junho de 2016.
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 4ª ed., 2001.
LETRAR É MAIS QUE ALFABETIZAR. In: Nossa língua – nossa pátria. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 26/11/2000a. Entrevista. Disponível em: <http://intervox.nce.ufrj.br/~edpaes/magda.htm> Acesso em: julho de 2016 
LUCKESI. Cipriano Carlos. A Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 10. Ed. São Paulo: Cortez, 2000.