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SÍNDROME PRÉ MENSTRUAL A síndrome pré-menstrual (SPM), ou, como é muito conhecida, tensão pré-menstrual (TPM), é caracterizada por um conjunto de sintomas físicos, emocionais e comportamentais, que se iniciam na semana anterior à menstruação e que aliviam com o início do fluxo menstrual SILVA, A. C. J. S. R. et al. Tensão Pré-Menstrual: Critérios para diagnóstico. FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). 2018 O ciclo menstrual mensal representa um dos muitos ritmos fisiológicos essenciais para a vida. Existem o ritmo dos hormônios sexuais que impulsionam o ciclo menstrual e outros que regulam o crescimento e o metabolismo. Esses ritmos também interagem entre si por meio da sincronização das atividades celulares com o ambiente externo, por meio de mecanismos de feedback que promovem a estabilidade dinâmica, como a interação entre os ritmos circadianos, o sono e o ciclo menstrual. DRAPER, C. F. et al. Menstrual cycle rhythmicity: metabolic patterns in healthy women. Scientific reports, v. 8, n. 1, p. 14568, 2018. A VIDA É FEITA DE CICLOS Somente em mulheres que ovulam O CICLO MENSTRUAL DURA EM MÉDIA 28 DIAS E É DIVIDO EM TRÊS FASES: Fase folicular: começa com o término do período menstrual, com os níveis de estrogênio aumentado. Dura de 10 a 15 dias. Mais disposição; Melhora do humor; Menor estresse. Ovulatória: pico do hormônio FSH (Hormônio Folículo Estimulante) e LH (Hormônio Luteinizante). Dura de 1 a 3 dias. Mais libido. Lútea: nível de estrogênio sobe, termina com o início do sangramento menstrual e o pico de progesterona. Dura em média 14 dias. Pode ser dividida em duas fases: • Lútea inicial: uma semana antes da menstruação; - Sem muitos sintomas da TPM • Lútea tardia: segunda semana da fase lútea, com o maior nível de sintomas de TPM. Ciclo menstrual e os níveis hormonais: Níveis hormonais de acordo com a fase do ciclo menstrual. Alterações nas concentrações dos hormônios sexuais femininos (progesterona, hormônio luteinizante, hormônio folículo - estimulante, estradiol) que caracterizam as 5 fases (ciclo menstrual, folicular, periovulatório, lútea e pré-menstrual) do ciclo menstrual. Alterações na concentração de hormônio estimulante folicular sobrepostas. 34 mulheres saudáveis Avaliação de 397 metabólitos e micronutrientes testados no plasma e urina A VARIAÇÃO DOS METABÓLITOS DURANTE A FASE DO CICLO MENSTRUAL: Este mapa de calor com gradientes de cor indica a ritmicidade ao longo do ciclo menstrual. Onde quanto mais baixas as concentrações dos componentes mais avermelhado estará 208 metabólicos foram significativamente alterados (<p 0,5) O TRATAMENTO DA SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL É INDIVIDUALIZADO! DEVE-SE APLICAR A CONDUTA DE ACORDO COM OS SINTOMAS APRESENTADOS PELO PACIENTE Até 90% das mulheres experimentam alguma forma de TPM ao longo dos seus anos reprodutivos. Essa etiologia não é clara ainda, mas um dos fatores que pode estar relacionado é a baixa concentração de vitamina B, vitamina D, cálcio e magnésio, visto que são vitaminas essenciais para a síntese de neurotransmissores e para garantir um equilíbrio hormonal. Magnésio: essencial para a síntese dopaminérgica do cérebro. Vitamina B: está envolvida em várias etapas do metabolismo da serotonina, incluindo na conversão do aminoácido triptofano em serotonina e na geração das substâncias ativas necessárias para o metabolismo da serotonina. Cálcio e vitamina D: Uma pesquisa observou que a deficiência de cálcio durante a fase lútea entre mulheres com TPM era secundária à perturbação dos hormônios reguladores de cálcio que acompanham o aumento das concentrações de hormônios esteroides ovarianos e deficiência de vitamina D. Outro estudo mostrou que mulheres que tinham um alto consumo de vitamina D e cálcio tinham menor risco de desenvolver a TPM A incidência de TPM é baixa entre mulheres que se alimentam com dietas ricas em vitaminas e minerais. KAEWRUDEE, Srinaree et al. Vitamin or mineral supplements for premenstrual syndrome. Cochrane Database of Systematic Reviews, n. 1, 2018. A TPM também pode agravar os sintomas da depressão. Por isso, na fase lútea pode-se utilizar substâncias que ativam a produção de serotonina ou que favorecem a inibição da recaptação de serotonina na fenda sináptica. Ex. de aplicativo para baixar: O DIU não impede a ovulação, mas como não ocorre a menstruação na maioria delas, as mulheres tendem a não sabem que tem TPM, porém os sintomas existem. Por isso, deve-se sugerir que o paciente utilize diários emocionais para saber os dias em que ela sente os sintomas de TPM. CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO Diagnóstico da TPM 1º A presença de pelo menos um dentre vários sintomas afetivos (depressão, explosões de raiva, irritabilidade, ansiedade, confusão, isolamento social) e pelo menos um sintoma somático (sensibilidade nos seios, inchaço abdominal, dor de cabeça, inchaço extremidades) durante os cinco dias anteriores à menstruação em cada um dos três ciclos menstruais anteriores; 2º A regressão espontânea desses sintomas em até quatro dias após o início da menstruação. (American College of Obstetricians and Gynecologists. Guidelines for Women’s Health Care: A Resource Manual. 4th ed. Washington, DC: American College of Obstetricians and Gynecologists; 2014:607-613.) Atualmente, há um total de 150 sintomas conhecidos de SPM que podem ser variáveis e inconstantes. Diagnóstico da TDPM Existe também, além da TPM, uma síndrome conhecida como TDPM (Transtorno Disfórico Pré-Menstrual). A TDPM é um subtipo de TPM, porém de uma forma mais grave, a prevalência do TDPM é de 3% a 8% e os sintomas estão relacionados ao humor, PODENDO CAUSAR IMPACTO NA VIDA PROFISSIONAL, SOCIAL E FAMILIAR. Os critérios utilizados para diagnosticar o TDPM são aqueles estabelecidos pelo Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiátrica Americana (DSM IV). Deve ser feito por um Médico Psiquiatra. Devem estar presentes cinco ou mais sintomas na maioria dos ciclos menstruais durante a última semana da fase lútea, sendo que estes começam a diminuir após o início da fase folicular. Dentre os cinco ou mais sintomas relatados, deve estar presente pelo menos um dos quatro primeiros listados a seguir: Humor deprimido, sentimentos de falta de esperança ou pensamentos autodepreciativos; Acentuada ansiedade, tensão, sentimento de estar com “nervos à flor da pele”; Instabilidade afetiva acentuada; Raiva ou irritabilidade persistente e acentuada ou conflitos interpessoais aumentados; Diminuição do interesse pelas atividades habituais; Sentimento subjetivo de dificuldade em concentrar-se; Letargia, fadiga fácil ou acentuada, falta de energia; Acentuada alteração do apetite, excessos alimentares ou avidez por determinados alimentos; Hipersônia ou insônia; Sentimento subjetivo de descontrole emocional; Outros sintomas físicos, como sensibilidade ou inchaço das mamas, cefaléia, dor articular ou muscular, sensação de “inchaço geral” e ganho de peso. SILVA, A. C. J. S. R. et al. Tensão Pré-Menstrual: Critérios para diagnóstico. FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). 2018 Arab, A., Golpour-Hamedani, S., & Rafie, N. (2019). The Association Between Vitamin D and Premenstrual Syndrome: A Systematic Review and Meta-Analysis of Current Literature. Journal of the American College of Nutrition, 1–9.QUESTIONÁRIO DE TDPM Na semana anterior ao período menstrual e/ou logo após o fim da menstruação você se sente: ( ) deprimida, sem esperança ou com pensamentos autodepreciativos ( ) ansiosa, tensa, com os “nervos à flor da pele” ( ) com significativa instabilidade afetiva ( ) irritada, com raiva e tem os conflitos interpessoais aumentados ( ) com menos interesse pelas atividades habituais ( ) com dificuldade de concentração ( ) sem energia ( ) com alteração acentuada do apetite ou avidez por determinados alimentos ( ) com hipersonia ou insônia ( ) em descontrole emocional ( ) com sensibilidade ou inchaço das mamas, dor de cabeça, dor articular ou muscular, sensação de inchaço geral “e ganho de peso” RESULTADO: Se você marcou 5 sintomas e pelo menos um está entre os quatro primeiros da lista acima e você teve estes sintomas em dois ciclos seguidos ou mais, procure um especialista para avaliar se você pode estar em risco de sofrer de TDPM. Fonte: Programa de Estudos em Sexualidade da Universidade de São Paulo (USP) e Associação Psiquiátrica Americana As mulheres devem buscar aceitar essas mudanças e entender que isso faz parte da nossa natureza. “Aquilo que não podemos mudar, aceitamos e ressignificamos. ” Por que as mulheres têm mais desejos de comer doce no período pré-menstrual? Açúcar Glicose Insulina Diminui a competição de triptofano com os aminoácidos de cadeia ramificadas, como o BCAA Serotonina O período menstrual influencia o tamanho das refeições e do apetite, podendo levar ao desenvolvimento de compulsão por certos tipos de alimentos. É muito comum acontecer uma ingestão maior de carboidratos na fase lútea, que pode ser explicada pela diminuição dos mediadores de serotonina nessa fase do ciclo. Uma modificação na dieta de modo que se priorizem alimentos ricos em carboidratos faz com que aumente a produção de 3-fosfoglicerato, um metabólito da glicólise que gera a síntese de aminoácidos aromáticos, entre eles, o triptofano. Este através da enzima triptofano hidroxilase, transforma-se em serotonina, aumentando sua concentração. Costa, Y.R.; Fagundes, R.L.M.; Cardoso, R.B. Ciclo Menstrual e Consumo de Alimentos. Rev Bras Nutr Clin, Vol. 22. Num. 3, 2007. p. 203-209 CAUSAS Sensibilidade à oscilação dos hormônios Vulnerabilidade e suscetibilidade ao efeito dos hormônios sexuais; Sensibilidade - cerebral – circuitos no córtex pré-frontal (que tem vários receptores hormonais, como no útero, pele, nos neurônios e entre outros); ETIOLOGIA GENÉTICA O córtex pré-frontal é a região filogeneticamente mais moderna do cérebro humano, desempenha um papel essencial na formação de metas e objetivos, e no planejamento de estratégias de ação necessárias para a consecução destes objetivos, selecionando as habilidades cognitivas requeridas para a implementação dos planos, e coordenando as mesmas para aplicá-las na ordem correta. Além disso, ele é o responsável pela avaliação do sucesso ou fracasso das ações dirigidas a objetivos estabelecidos. MOURAO JUNIOR, Carlos Alberto; MELO, Luciene Bandeira Rodrigues. Integração de três conceitos: função executiva, memória de trabalho e aprendizado. Psic.: Teor. E Pesq., Brasília, v. 27, n. 3, p. 309-314, Sept. 2011. A sensibilidade adaptativa, bem como o desenvolvimento de sintomas de TDPM, é provavelmente baseada na interação entre alterações hormonais, vulnerabilidade individual (isto é, genética) e processos neuroquímicos. A relação entre genes, hormônios, comportamento e TDPM não foi realmente explorada. Em relação a vulnerabilidade, por conta da influência do estradiol e da progesterona na circulação podem levar a expressão do RNA mensageiro. Esse RNA pode alterar as atividades da rede cerebral relacionados a problemas cognitivos, comportamentais e afetivos, levando os sintomas da TPM. Comasco, E., & Sundström-Poromaa, I. (2015). Neuroimaging the Menstrual Cycle and Premenstrual Dysphoric Disorder. Current Psychiatry Reports, 17(10). TRATAMENTO DA TDPM Há necessidade de intervenção médica para o tratamento da TDPM! Tratamento padrão: Os Inibidores da Recaptação de Serotonina (IRSS) inibem a receptação pré-sináptica da receptação da serotonina, levando ao aumento da disponibilidade da serotonina sináptica. Ex. Fluoxetina Eficazes em até 85% das mulheres com TDPM Outros tratamentos: Utilização de contraceptivo oral – monofásico; Ovariectomia – retirada dos ovários. TRATAMENTOS PARA A TPM O nutricionista consegue ter mais eficácia para o tratamento. Paciente deve melhorar o estilo de vida: Qualidade do sono; Exercício físico; Meditação; Yoga. Trabalhos sobre os benefícios da yoga: Nutrientes chave na TPM Magnésio; B6; Cálcio; Vitamina D. MAGNÉSIO Mais de 50% da população em média possuem deficiência de magnésio. Estudos mostraram a diminuição das concentrações circulantes de magnésio durante a fase lútea entre mulheres com Síndrome Pré Menstrual. Consequência: cólica, enxaqueca, depressão, redução da serotonina e do receptor de serotonina O magnésio é fundamental para: Formação da serotonina; Aumento da expressão de BDNF (fator de crescimento); Redução de ACTH; Ativação do Eixo HHA; Ação anti-inflamatória. Por isso, na deficiência de magnésio, é muito comum as pessoas apresentarem alteração de humor, como ansiedade, irritabilidade, nervosismo, depressão, insônia e hiperatividade. Também participa para a síntese de dopamina (neurotransmissor do prazer), GABA e noradrenalina. Wang, J., Um, P., Dickerman, B., & Liu, J. (2018). Zinc, Magnesium, Selenium and Depression: A Review of the Evidence, Potential Mechanisms and Implications. Nutrients, 10(5), 584. DRAPER, C. F. et al. Menstrual cycle rhythmicity: metabolic patterns in healthy women. Scientific reports, v. 8, n. 1, p. 14568, 2018. SANT’ANNA, V. MARQUES, N. PASCHOAL, V. Nutrição clínica funcional: Suplementação. 2d. São Paulo: VP editora. 2012. 416 p. WANG, Jessica et al. Zinc, magnesium, selenium and depression: A review of the evidence, potential mechanisms and implications. Nutrients, v. 10, n. 5, p. 584, 2018. Magnésio Dose usual 250mg Dose mínima 100mg Dose máxima 700mg PUJOL, Ana Paula. Manual de formulações: para a prática clínica. SC: Ed. do autor. 2019, p 577 Secreção de serotonina: Nutrientes essenciais: Vitamina B6, Vitamina B3, zinco, ácido fólico e magnésio. Nutrientes essenciais: Vitamina B6, Vitamina C, zinco, ácido fólico e magnésio. Triptofano 5- hidroxitriptofano Serotonina Secreção de dopamina e noradrenalina: Tirosina L-Dopa Dopamina Noradrenalina Nutrientes essenciais: Vitamina B6, ácido fólico e ferro. Nutrientes essenciais: Vitamina B6 e magnésio. Nutrientes essenciais: Vitamina C e cobre. ATIVIDADE DA SEROTONINA Ela possui papel importante em diversas funções no nosso corpo, principalmente nos processos do SNC, como na depressão, no trato gastrointestinal, na regulação mediada pelo sistema nervoso entérico e entre outros. No SNC, ela participa na regulação do sono, apetite, temperatura corporal, ansiedade, atividade motora, ritmo biológico, aprendizagem e memória. No trato gastrointestinal, ela aumenta a secreção de eletrólitos (Cl-, Na+ e K+), água na luz intestinal e estimula a secreção de HCO3- nas criptas do íleo. A serotonina também modifica a absorção intestinal de nutrientes. Sendo também importante para a contração e o relaxamento do músculo liso presente no intestino, através da estimulaçãoda liberação de acetilcolina e do óxido nítrico., respectivamente, e pela sinalização molecular, participando na transdução sensorial da mucosa do estômago, estimulando as fibras nervosas aferentes intrínsecas, dando origem ao reflexo peristáltico. Sua deficiência pode causar doenças neuropsiquiátrica como desordens afetivas, conduta compulsivo-obsessiva, síndrome do pânico e depressão. Também pode causar ansiedade, mau humor, agressividade, nervosismo, problema no sono, fadiga e compulsão alimentar. NAVES, Andréia. Nutrição clínica funcional: Modulação Hormonal. São Paulo: VP editora. 2010. 272 p. BDNF O fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) pertence à superfamília da neurotrofina e tem um papel essencial na neurogênese e neuroplasticidade do cérebro. A sinalização do BDNF apoia a sobrevivência dos neurônios existentes e encoraja a proliferação e diferenciação de novos neurônios e sinapses no sistema nervoso central e periférico. No cérebro, o BDNF é altamente expresso no hipocampo, no córtex e no prosencéfalo basal e tem um papel importante em regiões vitais para a aprendizagem e a memória. TOH, Yi Long et al. Impact of brain-derived neurotrophic factor genetic polymorphism on cognition: A systematic review. Brain And Behavior, [s.l.], p.1-14, 1 jun. 2018. CÓLICA Durante a cólica ocorre: Uma hipertrofia do miométrio e vasoconstrição arteriolar; Aumento da quantidade de marcadores da inflamação. Na fase lútea inicial: há aumento da progesterona e acúmulo e Ômega 6 e AA nas membranas celulares. No pré-menstrual: há redução brusca da progesterona e libera esse Ômega 6 e AA. Essa liberação inicia a cascata de prostaglandinas e leucotrienos no útero que por sua vez induzem uma resposta inflamatória e à cólica e ao aparecimento de cãibras e outros sintomas sistêmicos, como náuseas, vômitos, inchaço e dores de cabeça atividade antagonista do cálcio sobre o músculo liso. Magnésio é antagonista do cálcio no musculo liso atuando na diminuição das cólicas e é um importante modulador da inflamação Parazzini F, Di Martino M, Pellegrino P. Magnesium in the gynecological practice: a literature review. Magnes Res 2017 ; 30(1) : 1-7. ENXAQUECA Estudos estimam que cerca de 50% das mulheres sofrem de enxaquecas relacionadas ao ciclo menstrual Enxaqueca pré-menstrual está associada a alteração dos hormônios (quedas naturais nos níveis de estrogênio durante a fase lútea tardia do ciclo menstrual) Parazzini F, Di Martino M, Pellegrino P. Magnesium in the gynecological practice: a literature review. Magnes Res 2017 ; 30(1) : 1-7 doi:10.1684/mrh.2017.0419 Peikert et al, realizaram um ensaio controlado por placebo para avaliar a eficácia do magnésio oral diário por 12 semanas e encontraram uma redução de 41,6% na frequência de crises de enxaqueca no grupo que consumiu magnésio em comparação com uma redução de 15,8% no grupo placebo. A suplementação de magnésio também foi avaliada em combinação com a vitamina B6 e os resultados mostraram ser mais eficaz do que o magnésio sozinho e placebo na diminuição dos sintomas da TPM. Na fase lútea ocorre redução de B6. O risco de desenvolver TPM é menor em mulheres com alta ingestão de vitamina B6 do que naquelas com baixa ingestão (CHOCANO; BEDOYA, 2011). VITAMINA B6 A piridoxina (B6) é uma vitamina hidrossolúvel que atua como cofator em mais de 100 reações enzimáticas, incluindo reações do metabolismo de aminoácidos e proteínas como hemoglobina, serotonina, dopamina, hormônios e prostaglandinas. Sua deficiência causa baixa produção de dopamina, com consequência, leva ao aumento de prolactina. A deficiência também pode causar depressão, distúrbios do sono, inflamação dos nervos, síndrome pré-menstrual, letargia, diminuição da concentração, mobilidade alterada, homocisteína elevada, náuseas, vômitos, dermatite seborreica, eczema em boca, nariz e ouvidos, estomatite angular, glossite e queilose. Também foi associada a alterações de marcadores inflamatórios, como a PCR (proteína C reativa) e com a ocorrência de doenças inflamatórias. SANT’ANNA, V. MARQUES, N. PASCHOAL, V. Nutrição clínica funcional: Suplementação. 2d. São Paulo: VP editora. 2012. 416 p; KAEWRUDEE, Srinaree et al. Vitamin or mineral supplements for premenstrual syndrome. Cochrane Database of Systematic Reviews, n. 1, 2018. Piridoxina (B6) Dose usual 40mg Dose mínima 30mg Dose máxima 200mg PUJOL, Ana Paula. Manual de formulações: para a prática clínica. SC: Ed. do autor. 2019, p 577 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6491313/ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6491313/ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6491313/ Fontes alimentares de B6: farelo de arroz, alho, fígado de boi, semente de girassol, melado de cana, farinha de soja, atum fresco, banana, amendoim, abacate, castanha- de-caju e entre outros. Resultados: o grupo da Vitamina B6 e placebo tiveram a maior e menor eficiência em melhorar o escore médio da síndrome pré-menstrual. Suplementação de magnésio Fontes alimentares: Folhas verdes*, nozes, legumes e feijões. Avaliar os efeitos do magnésio e vitamina B6 sobre a gravidade da TPM 126 mulheres 3 grupos (magnésio, vitamina B6 ou placebo) Magnésio dimalato* – 200 a 400mg *Elementar *Folhas verdes concentram mais magnésio biodisponível, quando comparado as leguminosas e grãos, pois os oxalatos das folhas verdes escuras prejudicam menos a absorção do que os fitatos. Dica: deixar as leguminosas e cereais de molho FONTES ALIMENTARES DE MAGNÉSIO E MEDIDA CASEIRA: Alimento Medida caseira Magnésio (mg) Arroz integral 6 colheres de sopa (90g) 99 Grão-de-bico 3 colheres de sopa cheias (60g) 88 Feijão preto 1 ½ concha pequena (120g) 84 Castanha do Brasil 4 unidades (16g) 58 Ervilha em vagem 7 colheres de sopa cheias (120g) 50 Espinafre (cozido) 4 ½ colheres de sopa (50g) 44 Semente de abobora (seca) 2 colheres de sopa cheias (8g) 43 Cacau em pó 1 colher de sopa rasa (8g) 40 Amêndoa (torrada e salgada) 14 unidades (16g) 36 Aveia 2 colheres de sopa (30g) 36 Amendoim 2 colheres de sopas rasas (20g) 34 Nozes 5 unidades (22g) 34 Mandioca (cozida) 4 pedaços pequenos (100g) 27 Couve (refogada) 4 colheres de sopa cheias (89g) 23 Lentilha (cozida) 5 colheres de sopa (100g) 22 Camarão (cozido) 1 colher de servir cheia (100g) 19 Rúcula 6 folhas (40g) 19 Banana-nanica 1 unidade média (60g) 17 Beterraba (cozida) ½ unidade média (100g) 17 Abacate ¼ de abacate pequeno (100g) 15 Quiabo (cozido) 2 colheres de sopa rasa (35g) 13 Leite de vaca (integral) 1 copo americano (100g) 10 Semente de girassol 1 colher de sopa cheia (5g) 6 Uva passa (sem semente) 1 colher de sopa cheia (17g) 5 Figo 1 unidade média (19g) 2 CÁLCIO Confira o Plano Alimentar Magnésio no Material Complementar do curso! O estradiol influencia no metabolismo do cálcio e da vitamina D ao longo do ciclo menstrual, induzindo flutuações nas concentrações de cálcio e desencadeando os sintomas da fase lútea. E2 representa estradiol; PTH - hormônio paratormônio; Ca ++ - cálcio ionizado. Cálcio e TPM O cálcio pode ajudar a prevenir e reduzir os sintomas da TPM porque o cálcio afeta o comportamento celular normal e o desenvolvimento da serotonina, o último dos quais afeta o humor. O cálcio também está ligado à absorção da vitamina D, e altos níveis de vitamina D têm sido associados à diminuição do risco do desenvolvimento de TPM. Dado que muitas pessoas são deficientes em (ou ambos) vitamina D ou cálcio.Nos pacientes diagnosticados com SPM, a suplementação de cálcio mostrou diminuir a gravidade dos sintomas, como depressão e fadiga. De maneira semelhante, um estudo mostrou que aqueles com alto consumo de cálcio podem ser menos propensos a desenvolver TPM. VITAMINA D E ABSORÇÃO DO CÁLCIO O cálcio depende de vitamina D para a sua absorção. O efeito da 1,25 (OH)2D no transporte ativo de cálcio ocorre nas células intestinais. A ,25 (OH)2D se liga ao receptor da vitamina D regulando o transporte ativo através da célula. A vitamina D também exerce efeitos em órgãos alvo como ossos, intestinos e rins, auxiliando no transporte de cálcio desses órgãos na circulação. Sem a vitamina D, somente 10% a 15% do cálcio dietético é absorvido. SANT’ANNA, V. MARQUES, N. PASCHOAL, V. Nutrição clínica funcional: Suplementação. 2d. São Paulo: VP editora. 2012. 416 p Resultados: Houve diferenças significativas foram notadas entre os dois grupos de intervenção no primeiro (P = 0,01) e no segundo ciclo menstrual (P = 0,001) após a intervenção. As diferenças foram significativas em subgrupos de ansiedade, depressão, alterações emocionais, retenção de água e alterações somáticas no grupo de cálcio em comparação com grupo placebo no ciclo menstrual antes da intervenção e dois ciclos menstruais após a intervenção e entre ciclos menstruais (0, ciclo 1, ciclo 2) no grupo de cálcio (P = 0,01). No geral, os resultados do presente estudo sugerem que o tratamento com suplementos de cálcio é um MÉTODO EFICAZ para reduzir os transtornos de humor durante a TPM. Ensaio clínico, randomizado e duplo-cego 66 alunas diagnosticadas com TPM, distribuídos aleatoriamente em dois grupos (experimental e controle) 500mg de cálcio por dia ou placebo por dois meses Sugestão de formulação: Vira oral: Cálcio quelato – 500mg Aviar X doses em cápsulas* *(1 dose rende em média 5 cápsulas) Ou Cálcio Taste free – 500mg Aviar X doses em bombom Duplo-cego randomizado controlado 76 estudantes 76 estudantes Resultados: O resultado mostrou que, embora a gravidade dos sintomas tenha diminuído em ambos os grupos, essa redução foi mais significativa no grupo combinado de cálcio e vitamina B6. VITAMINA D Durante a fase lútea: Dois grupos, grupo de intervenção 1, cálcio (500 mg) e vitamina B6 (40 mg) e grupo 2, apenas vitamina B6 2x por dia durante 2 meses. Cálcio e Vitamina D Paratormônio Deve-se prestar atenção no período menstrual em que a paciente está quando for avaliar os níveis de vitamina D sérica Estudos mostraram que existe redução no nível de vitamina D durante a fase lútea e que essa deficiência pode estar associada à gravidade dos sintomas pré-menstruais. Essa redução se dá pela presença de receptores de vitamina D que é expresso em tecido ovariano, no endométrio e no SNC. A vitamina D reduz a produção de prostaglandinas, substâncias inflamatórias e melhora o humor por atuar na síntese de serotonina (agindo na Triptofano hidroxilase 2). Papel da vitamina D na síntese de serotonina: A importância da Vitamina D: A Vitamina D bloqueia a conversão de triptofano em 5-HTP no intestino Aumento da absorção do triptofano no intestino Via circulação sanguínea ultrapassa a barreira hematoencefálica Chega nos neurônios da rafe Vitamina D TRPH 1 (GLUT) TRPH 2 (cérebro) Triptofano 5-HTP Serotonina BH4 Fe Vit B6 Converte triptofano em 5-HTP com a expressão da TRPH 2 (precisa de vitamina D) Sua interferência no humor: A vitamina D é um neurosteróide com a capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica. Os receptores de vitamina D são distribuídos em áreas do cérebro associadas ao desenvolvimento de depressão e transtornos de humor. Portanto, a vitamina D pode exercer significância clínica efeitos sobre sintomas como ansiedade, depressão ou resposta emocional exagerada. Arab, A., Golpour-Hamedani, S., & Rafie, N. (2019). The Association Between Vitamin D and Premenstrual Syndrome: A Systematic Review and Meta-Analysis of Current Literature. Journal of the American College of Nutrition, 1–9. Análise transversal sobre os níveis de vitamina D e alguns sintomas 998 mulheres entre 20 e 29 anos Recrutadas no campus da Universidade de Toronto de 2004 a 2010 Resultados: Comparado com participantes com o nível adequado de vitamina D, aqueles com status inadequado de vitamina D (<20) tiveram um risco aumentado de apresentar os seguintes sintomas leves: confusão e desejo de estar sozinho, assim como os seguintes sintomas moderados/ graves: cãibras, fadiga, ansiedade, confusão e desejo sexual. O status da vitamina D não foi associado a outros sintomas pré-menstruais (acne, inchaço, alterações de humor, aumento do apetite, dor de cabeça, falta de jeito, insônia, depressão ou náusea). Revisão sistemática e meta-análise sobre a relação da vitamina D com a SPM Embora nossa meta-análise de estudos observacionais não tenha mostram qualquer associação significativa entre a vitamina D sérica e SPM, evidências atuais de estudos clínicos indicam que a terapia com vitamina D pode ser proposta como segura, eficaz e método conveniente para melhorar a qualidade de vida mulheres com TPM. 2019 Como modular as alterações do período pré-menstrual pela nutrição e fitoterapia? A conduta deve ser baseada nos sintomas do paciente! SINTOMAS: SPM: depressão, explosões de raiva, irritabilidade, ansiedade, confusão, isolamento social TDPM: Instabilidade afetiva acentuada (oscilação importante humor, sentimentos repentinos de tristeza e vontade de chorar, aumento da sensibilidade à rejeição); acentuada irritabilidade, raiva ou aumento de conflitos interpessoais; acentuado humor deprimido, sentimentos de desesperança ou pensamentos autodepreciativos; acentuada ansiedade, tensão e/ou sentimentos de estar tenso ou no limite. Principal: EMOCIONAL Controlam a ansiedade, tristeza, irritabilidade, desejos por doce e entre outros. Ehring T. Et al. Emotion regulation and vulnerability to depression: spontaneous versus instructed use of emotion suppression and reappraisal. Emotion 10(4), 563–572 (2010). Principal causa das alterações é a flutuação de: Esses dois hormônios reprodutivos podem ter um impacto na amígdala e no córtex pré- frontal e, portanto, podem ter efeitos no processamento e na regulação das emoções. No período menstrual ocorre: Exacerbação do sistema límbico; Maior ativação das amígdalas; Maior ativação do eixo HHA. Focar no que controla as emoções: NEUROTRANSMISSORES Estrógeno Progesterona Amígdala A amígdala ou complexo amigdaloide, é um aglomerado heterogêneo de núcleos neurais localizados no lobo temporal. Considerada o centro emocional cerebral, acredita-se que a amígdala desempenhe um papel chave no planejamento comportamental baseado na integração de informação íntero e exteroceptiva. Tem-se atribuído uma grande variedade de funções para o complexo amigdaloide, incluindo memória, atenção, interpretação do significado emocional dos estímulos sensoriais e gênese dos aspectos emocionais dos sonhos. A amígdala parece desempenhar um papel crítico no aprendizado sempre que este envolver o condicionamento a um reforço com valor emocional, independente de se tratar de recompensa ou punição, e estudos em humanos, roedores e primatas não humanos sugerem que a atividade neural nessa estrutura é diferencialmente afetada pela valência emocional do estímulo. ALBUQUERQUE, Fabíola da Silva;SILVA, Regina Helena. Amygdala and the slight boundary between memory and emotion. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, v. 31, n. 3, p. 0-0, 2009. SAIBA MAIS Estruturas do cérebro relacionadas à emoção: ESPERIDIÃO-ANTONIO, Vanderson et al. Neurobiology of the emotions. Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo), v. 35, n. 2, p. 55-65, 2008. Confira o artigo na íntegra no Material Complementar do curso: Neurobiologia das emoções Síntese do estradiol: Inibe Os neurônios produtores de serotonina são sensíveis à presença ou ausência de estrogênio e durante a fase lútea, ocorre uma queda do estrogênio e uma predominância de progesterona. Estrogênio: Conversão do triptofano em serotonina; Inibição da MAO (monoamina oxidase); Inibição de COMT (Catecol O- Metiltransferase). Progesterona: Estimula MAO (monoamina oxidase); Estimula COMT (Catecol O- Metiltransferase); Reduz GABA; Reduz Beta endorfinas. MAO degrada serotonina, dopamina e noradrenalina COMT degrada dopamina, adrenalina e noradrenalina “Como aumentar a serotonina no cérebro humano sem drogas” Como aumentar a serotonina: É uma via de mão dupla: Sorriso Bom humor Filmes de comédia Boas companhias Rir Exercício físico Luz solar BOM HUMOR SORRISO SEROTONINA Aumenta Aumenta Aumenta o triptofano no cérebro Exercício e síntese de serotonina: “Evidências indicam que o exercício físico atua no sistema serotoninérgico através de medidas de triptofano sanguíneo e concentrações de ácido 5- Hidroxiindolacético, que é o metabólico da serotonina no fluido cérebro-espinhal. Durante o exercício físico, a distribuição do triptofano, aminoácido precursor da serotonina seria alterado pela lipólise, já que uma concentração crescente de ácidos graxos livres no plasma deslocaria o triptofano de seus sítios de ligação da albumina elevando, assim, os níveis de triptofano livre. Por outro lado, ocorreria um aumento da captação e oxidação dos aminoácidos de cadeia ramificada pelos músculos que estão sendo submetidos ao exercício, e, consequentemente, a concentração desses aminoácidos na circulação seria reduzida. Todo esse processo estimularia a capacidade de captação do triptofano livre e promoveria tanto a síntese quanto a liberação de serotonina centralmente. ” LESSA, Patrícia; OSHITA, Tais Akemi Dellai. A Influência do exercício físico para tratamento do portador de transtorno afetivo bipolar. Unimontes científica, v. 7, n. 1, p. 87-94, 2008. Outros cofatores para a síntese de serotonina: Triptofano - 5HTP; Zinco; Cobre; Ferro; Magnésio; B6; B9; Ácido fólico; B12; SAME (S adenosilmetionina). Fluxo muito intenso possível deficiência de ferro AVALIAR HEMOGLOBINA, HEMATÓCRITO E FERRITINA! Na inflamação pode ocorrer a conversão do triptofano em outros compostos, gerando aumento de Radicais Livres *Indoleamina-2,3-dioxigenase (IDO) **Quinureninase, 3-hidroxi-antranilato, 3,4-dioxigenase Como está o intestino do seu paciente? Triptofano Inflamação * Quinurenina Ácido quinolínico ** 3-hidroxi-quinurenina PRESENÇA DE NEUROTRANSMISSORES NOS ALIMENTOS SEROTONINA (HUMOR) Mamão Banana Banana- da-terra Maracujá Abacaxi Ameixa Romã Morango Feijão de veludo Espinafre Tomate Arroz selvagem Chicória Repolho chinês Café Avelã Urtica Cebola verde Alface Páprica Batata GABA (RELAXAMENTO) Crucíferas Soja Feijão comum Feijão azuki Ervilha Tomate Espinafre Cogumelos Trigo sarraceno Aveia, trigo e cevada Arroz Batata e batata doce Apium Passiflora Pilosella officinarum Phytolacca Erva de São João Castanha DOPAMINA (PRAZER) Espinafre Banana Banana-da-terra Abacate Laranja Maçã Berinjela Espinafre Ervilha Feijão de veludo Feijão comum Tomate NO PERÍODO PRÉ MENSTRUAL OCORRE AUMENTO DO APETITE Causa: Redução do estrogênio (menor ativação do núcleo da saciedade) e aumento da progesterona; Redução da serotonina, GLP1 e PYY (peptídeos da saciedade); Aumento da grelina (hormônio da fome). Menor sensibilidade à CCK. Geary N. Estradiol, CCK and satiation. Peptides 22: 1251–1263, 2001; MCKIE, Greg L. et al. Characterizing the appetite-regulatory response throughout the menstrual cycle. The FASEB Journal, v. 32, n. 1_supplement, p. 756.2-756.2, 2018. Influência do apetite na SPM NO PERÍODO PRÉ MENSTRUAL OCORRE AUMENTO DO DESEJO POR ALIMENTOS COM MISTURA DE GORDURA E AÇÚCAR Para aumentar os peptídeos da saciedade, consumir boas fontes proteicas e melhorar a microbiota intestinal e consumir fontes de fibras para ocorrer a produção de AGCC (ácidos graxos de cadeia curta). AÇÚCAR GORDURA DOPAMINA Será que o desejo do chocolate na TPM é fisiológico ou cultural? É cultural! Yen, J.-Y., Chang, S.-J., Ko, C.-H., Yen, C.-F., Chen, C.-S., Yeh, Y.-C., & Chen, C.-C. (2010). The high-sweet-fat food craving among women with premenstrual dysphoric disorder: Emotional response, implicit attitude and rewards sensitivity. Psychoneuroendocrinology, 35(8), 1203–1212; Hormes, J. M., & Niemiec, M. A. (2017). Does culture create craving? Evidence from the case of menstrual chocolate craving. PLOS ONE, 12(7), e0181445. NO PERÍODO DA FASE LÚTEA TARDIA OFCORRE UM MAIOR DESEJO DE DOCES O esvaziamento gástrico é mais rápido; A fome e o consumo de energia são maiores (167kcal) (possivelmente pelo maior gasto de energia desta fase); Maior nível de insulina e menor sensibilidade à insulina. Resultados: Quase dois terços das mulheres com diabetes tipo 1 experimentam um fenômeno do ciclo menstrual, atribuível a um aumento nas excursões hiperglicêmicas durante a fase lútea. Estudos em ambiente controlado com mulheres magras e saudáveis Resultados: Aumento na frequência de hiperglicemia durante a fase lútea; Mulheres com diabetes tipo 1 nas duas fases do ciclo menstrual devem ser levado em consideração ao planejar a terapia com insulina. Resultados: Inflamação na fase lútea reduz a sensibilidade à insulina em diabéticas tipo 2. Progesterona aumentaria mediadores inflamatórios e estrogênio reduziria. ALTERNATIVAS Não cortar carboidrato, para não prejudicar a síntese de serotonina; Fornecer o carboidrato em horários estratégicos; Carboidrato com carga glicemica moderada; Doces ofertados pontualmente, em pequenas quantidades; Ou se o paciente tem muita vontade, ofertar em maiores quantidades, mas que sejam nutritivos. Escolher carboidratos que irão promover a entrada do triptofano na barreira hematocefálica e que não gere picos de glicemia ex. grão de bico, batata salsa, batata doce, batata inglesa e entre outros. Sempre ofertar proteínas, a partir do café da manhã, que irá trazer mais saciedade ex. panquequinhas de ovos com banana, shake com whey e cacau. Em todas as refeições, principalmente no café da tarde, ofertar carboidrato + proteínas irá diminuir a compulsão noturna. Ofertar chás de camomila ou maracujá efeito calmante. Ofertar CHOCOLATE meio amargo. Mas abacate, nozes, semente de gergilim, semente de girassol e azeite de olivasão uma boa opção para uma ingestão saudávelde gordura. Aumentar o aporte proteico. Durante a fase lútea inicial ocorre maior utilização de gordura para a síntese esteroide. Nessa fase, pode ocorrer redução de TGL em até 30% e redução de colesterol também. Por isso, pode-se consumir mais gordura nessa fase. Durante a fase lútea inicial ocorre maior necessidade de proteína. Por conta da síntese de hormônio, ocorre maior necessidade de nitrogênio e uma queda de aminoácidos no plasma. SAIBA MAIS Sugestão de suplementos de proteína MOUSSE DE CACAU Ingredientes: 1 abacate médio maduro ou 3 avocados; 5 colheres (sopa) de cacau em pó sem açúcar, 4 colheres (sopa) de açúcar demerara ou açúcar de coco; 2 colheres (sopa) água ou leite amêndoas; 1 pitada de canela em pó; Macadâmias picadas para decorar Modo de preparo: Coloque tudo no processador ou liquidificador e bata até adquirir consistência de mousse. Distribua em potinhos ou taças e leve para geladeira por no mínimo 16 horas. Distribua as macadâmias picadas quando for servir. SMOOTHIE DE CACAU EM PÓ Ingredientes: 200 ml de bebida vegetal de arroz; 1 banana prata congelada; 1 colher de chá de cacau em pó; 1 colher de sobremesa de semente de linhaça. Modo de preparo: Bater todos os ingredientes listados no liquidificador até formar uma mistura homogênea. Leve para gelar e sirva Confira algumas receitinhas de doces nutritivos no Material Complementar Filme orodispersível para reduzir a vontade de doces Formulação via oral: Gymnena silvestre, extrato seco padronizado a 75% de ácidos gimnêmicos, folhas -25mg; Strip oral/filme orodispersível – 90 unidades Posologia: Colocar o filme sobre a língua e deixar dissolver. Usar 03 vezes ao dia antes das refeições. Não requer água para ser administrado. Apenas profissionais habilitados em fitoterapia podem prescrever essa formulação. Formulação via oral: Garcinia camboja, extrato seco padronizado a no mínimo de 50% de ácido hidroxicítrico – 25 mg Strip oral/filme orodispersível – 90 unidades. Posologia: colocar o filme sobre a língua e deixar dissolver. Usar 03 vezes ao dia antes das refeições. Não requer água para ser administrado. Melissa officinalis Estudo duplo-cego randomizado e controlado por placebo Efeito da cápsula de M. officinalis sobre a intensidade da SPM em meninas do ensino médio Efeito da cápsula de M. officinalis sobre a intensidade da SPM em meninas do ensino médio 100 meninas do ensino médio Grupo de intervenção (n = 50) recebeu 1.200 mg de extrato de M. officinalis diariamente desde o primeiro até o último dia do ciclo menstrual por três ciclos consecutivos O segundo grupo (n = 50) recebeu o placebo Efeito da cápsula de M. officinalis sobre a intensidade da SPM em meninas do ensino médio Resultados: Os resultados do estudo revelaram uma diferença significativa entre os dois grupos quanto à intensidade total média dos sintomas físicos, psicológicos e sociais da SPM no primeiro, segundo e terceiro mês após a intervenção. M. officinalis pode reduzir os sintomas da TPM através dos neurotransmissores GABA (ácido gama-aminobutírico, sistema GABAérgico). Os neurotransmissores do GABA têm grandes efeitos inibitórios no sistema nervoso central Cúrcuma Longa Para prescrever esse extrato ou tintura é necessário ter habilitação em fitoterapia Pode ser utilizado um chá de M. officinalis mais concentrado 1 a 2 c/ sopa cheia para cada xícara Ofertar 2 a 3 vezes ao dia Ensaio clínico, duplo-cego, randomizado e controlado por placebo Resultados: demonstram que a curcumina reduz a gravidade dos sintomas da TPM pode ser através do aumento dos níveis séricos de BDNF. Estudos sugeriram que os níveis circulantes de BDNF sérico têm correlação com a ocorrência de sintomas da TPM e podem desempenhar um papel na fisiopatologia da TPM. Existem evidências de que em mulheres com SPM, o nível sérico de BDNF é diferente do que mulheres sem TPM e que a curcumina aumenta o BDNF. Fanaei, H., Khayat, S., Kasaeian, A., & Javadimehr, M. (2016). Effect of curcumin on serum brain-derived neurotrophic factor levels in women with premenstrual syndrome: A randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Neuropeptides, 56, 25– 31.doi:10.1016/j.npep.2015.11.003 Avaliaram o efeito da curcumina sobre o nível sérico de BDNF e a gravidade dos sintomas da SPM em mulheres com SPM. Efeito da cápsula de M. officinalis sobre a intensidade da SPM em meninas do ensino médio Cada amostra nos grupos placebo e curcumina recebeu duas cápsulas por dia durante sete dias antes da menstruação e durante três dias após a menstruação durante três ciclos menstruais sucessivos. Crocus sativus Profissionais sem habilitação põem prescrever alguns nutracêuticos, que na ANVISA é classificado como alimento: Saffrin®, Saffron®, Satiereal®. Funções C. sativus: Melhora da glicemia Prevenção de DCV; Modulação da inflamação; Diminuição do apetite e sintomas do período pré-menstrual. Princípios ativos do C. sativus: Crocina, crocetina e safranal. As crocinas atuam como inibidores de recaptação de dopamina e noradrenalina. A noradrenalina é antagônica à adrenalina é uma catecolamina um dos que mais influencia o humor, ansiedade, sono e alimentação. O safranal atua principalmente na receptação de serotonina e protege contra a inflamação e o estresse oxidativo. Kell, G., Rao, A., Beccaria, G., Clayton, P., Inarejos-García, A. M., & Prodanov, M. (2017). Affron ® a novel saffron extract (Crocus sativus L .) improves mood in healthy adults over 4 weeks in a double-blind, parallel, randomized, placebo-controlled clinical trial. Complementary Therapies in Medicine, 33, 58–64. Fitoterápico Estudo duplo-cego e controlado por placebo Resultados: Consumo oral de 15 mg de C. sativus duas vezes ao dia por dois ciclos levaram a uma diminuição de 50% da gravidade dos sintomas da TPM em 75% dos indivíduos e uma diminuição em 50% dos sintomas de depressão em 60% dos indivíduos no grupo de intervenção. Investigar se o Crocus sativus L. poderia aliviar os sintomas da síndrome pré- menstrual (TPM) Mulheres entre 20 e 45 anos As mulheres foram aleatoriamente designadas para receber 30 mg/dia de Crocus sativus L. ou placebo cápsula Duas vezes ao dia (15mg de manhã e à noite) Aswhaganda – Whitania somnifera Obs. Se tiver tendência à acne, a Whitania somnifera pode agravar o quadro por aumentar testosterona. Para o nutri que não pode prescrever fitoterápico: KSM-66 é o extrato de Whitania somnifera que no Brasil está classificado como alimento e, portanto, pode ser prescrito por nutricionistas sem habilitação em fitoterapia. Alívio da insônia e a depressão induzida pelo estresse Melhora a insônia e disposição Redução significativa das concentrações de cortisol e do efeito imunossupressor do estresse Redução da PCR Aumento da testosterona Melhora a libido Estudo mostrou que o C. sativus também reduz a frequência das “beliscadas” Snacking é um comportamento alimentar descontrolado, que predispõe ao ganho de peso e obesidade. Ela afeta principalmente a população feminina e é frequentemente associada ao estresse. 1 capsula de Saiereal (176.5mg de extrato/ dia) Resultados: Houve redução dos snackings e perda de peso.JANA 2008; 11:50–6; Indian J Psychiatry 2000, 42:295–301; Indian J Psychol Med 2012, 34:255–62; J Int Soc Sports Nutr 2015, 12:43. Resultados: Melhora na qualidade do sono; Redução da depressão, ansiedade e PCR. Pode ser utilizado: 1 dose de 300mg pela manhã e outra antes de dormir OU 600mg antes de dormir Uma queima comum na SPM é a alteração do sono, que ocorre pela redução de melatonina e do sono REM Levando a diminuição da leptina e grelina, fazendo com que a mulher tenha mais apetite durante o dia. Na fase tardia Redução de progesterona e GABA. SHECHTER, Ari; VARIN, France; BOIVIN, Diane B. Circadian variation of sleep during the follicular and luteal phases of the menstrual cycle. Sleep, v. 33, n. 5, p. 647-656, 2010; DRAPER, C. F. et al. Menstrual cycle rhythmicity: metabolic patterns in healthy women. Scientific reports, v. 8, n. 1, p. 14568, 2018. 600mg à noite, 2 horas antes da ingestão de alimentos com água. Magnésio e sono O magnésio pode melhorar o sono, através do aumento da secreção de melatonina da glândula pineal, estimulando a atividade da serotonina N-acetiltransferase, a enzima chave na síntese de melatonina, e sendo um agonista do ácido gama-aminobutírico (GABA). O GABA é o principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central, e está bem estabelecido que a ativação dos receptores GABA favorece o sono. Triptofano e o sono Possíveis mecanismos de influência dos componentes da dieta na síntese de serotonina e melatonina. A dieta como fonte de triptofano (TRP): TRP é metabolizado no cérebro ao longo de diferentes vias para a serotonina, melatonina e niacina e parcialmente usado como um fonte de síntese de proteínas. B influência dietética no transporte de TRP para o cérebro: outros componentes da dieta, como carboidratos e outros grandes aminoácidos neutros (LNAAs) afetam a intensidade do TRP no cruzamento da barreira hematoencefálica. C Estimulando a síntese de serotonina e melatonina: o 5-HTP é convertido em serotonina por uma enzima, L-aminoácido aromático descarboxilase (AADC), que necessita de piridoxina (vitamina B6) e enzima arilalquilamina-N-acetiltransferase (NAT) que necessita de ácidos graxos D Disponibilidade de TRP para a síntese de serotonina e melatonina: triptofano 2,3- dioxigenase (TOD) é uma enzima que catalisa a reação química do TRP à formilquinurenina, que é rapidamente convertida em quinurenina e, finalmente, a niacina. A niacina (vitamina B3) suprime a atividade do TDO, deixando assim mais TRP para ser usado na síntese de serotonina. Peuhkuri, K., Sihvola, N., & Korpela, R. (2012). Diet promotes sleep duration and quality. Nutrition Research, 32(5), 309– 319.doi: 10.1016/j.nutres.2012.03.009 TRIPTOFANO NO CAFÉ DA MANHÃ V Jantar e o sono Não seja um jantar pesado; Jantar com baixa ingestão de fibra e alta ingestão de gordura saturada e açúcar está associada a um sono mais leve e menos restaurador com mais excitação. WIRZ-JUSTICE, A.; KRAUCHI, K.; WERTH, E. et al. Carbohydrate-rich meals: a zeitgeber in humans. J Sleep Res. v. 7, 69, 308, 1998. Consumir carboidrato entre as 17h até 19h para dar tempo do CHO favorecer a entrada do triptofano e poder garantir os níveis de melatonina à noite; Jantar de alto IG aumenta o triptofano plasmático e leva a um pico de serotonina e melatonina imediato, mas leva a uma queda desses hormônios durante o sono REM, prejudicando a qualidade do sono. Semente de Abóbora 10g – 58 mg Aveia em flocos 30g – 100 mg Chia 10g – 44 mg Amêndoas 10g – 21 mg Ovo cozido 100g – 150 mg Pistache 50g – 125 mg Advances in Nutrition: An International Review Journal,, 7 5, 938-949, 2016; WIRZ- JUSTICE, A.; KRAUCHI, K.; WERTH, E. et al. Carbohydrate-rich meals: a zeitgeber in humans. J Sleep Res. v. 7, 69, 308, 1998; KRAUCHI, K.; CAJOCHEN, C.; WERTH, E. et al. Alteration of internal circadian phase relationships after morning versus evening carbohydrate-rich meals in humans. J Biol Rhythms. v. 17, n. 4, p. 364-376, 2002. Consumir 2 kiwis antes de dormir diminui os distúrbios do sono por conter serotonina e fitomelatonina. LIN, Hsiao-Han et al. Effect of kiwifruit consumption on sleep quality in adults with sleep problems. Asia Pacific journal of clinical nutrition, v. 20, n. 2, p. 169- 174, 2011; B ARNAO, Marino; HERNÁNDEZ-RUIZ, Josefa. The potential of phytomelatonin as a nutraceutical. Molecules, v. 23, n. 1, p. 238, 2018. Formulação via oral: Magnésio dimalato – 300 mg Piridoxal 5 fosfato – 20 mg Nicotinamida – 10 mg Associar com: Fórmula Fitoterápica: Griffonia simplicifolia*, extrato seco padronizado a no mínimo 90% de 5-hidroxitriotofano – 100mg Aviar 30 doses em cápsulas qsp. Posologia: Consumir 1 dose à noite 2 horas longe das refeições. Apenas profissionais habilitados em fitoterapia podem prescrever a segunda formulação REGULAÇÃO DE FLUIDOS CORPORAIS A retenção de líquidos ocorre por conta da progesterona, que é o principal hormônio que causa flacidez na parede venosa e prejudica a drenagem e a retenção de água. A progesterona também estimula a aldosterona (hormônio antidiurético) que aumenta a retenção de sódio e excreção de potássio, levando a retenção de líquidos. TACANI, Pascale Mutti et al. Characterization of symptoms and edema distribution in premenstrual syndrome. International journal of women's health, v. 7, p. 297, 2015. Estratégia nutricional Reduzir o consumo de sódio; Reduzir o consumo de glutamato monosódico; Utilizar chás diuréticos, como: cabelo de milho ou cavalinha. Cavalinha Quisetum arvense L., A presença de altas concentrações de flavonóides, compostos fenólicos e sais minerais são responsáveis pela ação diurética. A atividade diurética também pode ser causada pela Cavalinha devido à irritação do epitélio renal causada pela equisetonina e saponina presente na Cavalinha. SAIBA MAIS Chá diurético Ingredientes: • 2 colheres de sopa de hibisco (12,6g) (Hibiscus sabdariffa) (flor); • 3 colheres de sopa (3,9g) de cavalinha (Equisetum arvense L.) (planta inteira e partes aéreas); • 1 colher de sobremesa (0,4g) de cabelo de milho (Zea mays L) (estigmas); • 1 litro de água. Modo de fazer: Colocar 1 litro de água para ferver, quando as bolhas começarem (100°C) desligue. Após a água atingir 85°C adicione as ervas e abafe. Deixe em infusão por 10 minutos. Consumir 1 xícara (200ml) antes de dormir. Fitoterápicos Estimulantes do Metabolismo, Destoxificante e Diurético Formulação via oral: Equisetum arvense L, Cavalinha, extrato seco padronizado a 2,0/2,5% de flavonóides – 100mg Cynara scolymus L., Alcachofra, extrato seco padronizado a 0,5% cinarina – 100mg Baccharis trimera, carqueja, extrato seco padronizado a 1% taninos totais – 100mg Aviar X doses em cápsulas. Posologia: Consumir uma dose, três vezes ao dia, antes das principais refeições. Apenas profissionais habilitados em fitoterapia podem prescrever essa formulação Para quem não tem habilitação em fitoterápico, é interessante utilizar: Cacti-Nea® Nome científico: Opuntia fícus indica (L.) Estudos in vivo apresentam o efeito diurético de Cacti-Nea. Resultados mostraram que Cacti-Nea dobrou o volume da urina ao mesmo tempo em que preservou os minerais, prevenindo quadros de hipotensão. Confira essa e outras formulações no livro Manual de Formulações para Prática Clínica O consumo de Cacti-Nea induziu uma redução de ganho de peso de quase 20% comparando-se com ogrupo controle. FEUGANG, J.M.; KONARSKI, P.; ZOU, D.; STINZING, F.C.; ZOU, C. Nutritional and medicinal use of Cactus pear (Opuntia spp.) cladodes and fruits. Frontiers in Bioscience, v.11, p.2574-2589, set.2006. Resultados: Não foram observadas diferenças significativas nas concentrações de sódio, potássio e ácido úrico na urina em comparação com o grupo controle. Os efeitos diuréticos crônicos do Cacti-Nea® foram comparáveis aos do medicamento padrão hidroclorotiazida. Seu uso é contraindicado na gravidez e lactação! Comparou a eficácia da Cactínea vs. Hidroclorotiazida Estudos em animais 500 a 1000mg/dia SPM E INFLAMAÇÃO Durante a fase lútea ocorre o aumento dos marcadores inflamatórios, como: Prostaglandinas 2; PCR; Acilcarnitinas; IL 1 Beta; Redução da conversão de ácido linoleico (w-6) em ácido gama linolênico (w-3). Exacerbando os sintomas relacionados da SPM. DRAPER, C. F. et al. Menstrual cycle rhythmicity: metabolic patterns in healthy women. Scientific reports, v. 8, n. 1, p. 14568, 2018. Estratégia nutricional para ser utilizada principalmente esse período: ALIMENTAÇÃO ANTI-INFLAMATÓRIA E ANTIOXIDANTE Rica em polifenóis; Muita fruta; Muita verdura; Chás variados; Temperos antioxidantes; Oleaginosas. Suplementos indicados: Alimentos fontes de antocianinas: Como repolho roxo, mirtilo, groselha preta, amora, cereja, sabugueiro preto, soja preta, chokeberry e jaboticaba. Smoothie Super Skin Ingredientes: 2 col. (sopa) mirtilos desidratados 2 col. (sopa) aveia em flocos 1 col. (sobremesa) chia 150mL de suco de laranja gelado Modo de Preparo: Deixe os mirtilos e a aveia de molho, por 2 horas, após isso descarte a água da aveia, bata no liquidificador todos os ingredientes e sirva em seguida! Smoothie de Chá Verde Ingredientes: ½ xícara de Chá Verde (já preparado) ½ xícara de Iogurte Grego Zero 1 xícara de Manga em cubos 3-5 cubos de gelo Modo de Preparo: Bata todos os ingredientes no liquidificador e beba imediatamente. MASTALGIAS As três principais causas de dor periódica de mama são: Diminuição da progesterona; Aumento da prolactina; Aumento do processo inflamatório + retenção de líquido que deixa o ceio com aspecto duro, pesado e causa dor. JAAFARNEJAD, Farzaneh et al. Compare the effect of flaxseed, evening primrose oil and Vitamin E on duration of periodic breast pain. Journal of education and health promotion, v. 6, 2017. Ocorre redução na proporção de ácidos graxos insadurados para saturado em membranas, levando ao aumento dos níveis de biomarcadores inflamatórios, como interleucina 6 e TNF alfa também têm sido propostos. A progesterona diminui a conversão de ácido linolênico para ácido gama linolênico; Metas para atingir: Diminuir a prostaglandina 2 inflamatória; Inserir o ácido gama linolênico. Fontes de GLA: Óleo de borragem e óleo de prímula São classificados na ANVISA como alimento! GAMA, Carlos Romualdo Barboza et al. Clinical Assessment of Treatment Outcomes Following Borago officinalis Extract Therapy in Patients Presenting with Cyclical Mastalgia. International Journal of Clinical Medicine, v. 6, n. 06, p. 363, 2015. Exemplos de suplementos: O ácido gama linolênico (GLA) é um ácido graxo ômega-6 insaturado, que inibe o ácido áraquidônico e age como um precursor na síntese de prostaglandinas 1. Levando ao equilibrio com a prostaglandina 2. É importante que o suplemento tenha uma maior quantidade de DGLA (ácido gama linolênico) *O Gamaline-V é o que mais contém DGLA, porém este produto é registrado como medicamento Consumo: Consumir de 3 a 4 cápsulas por dia durante a fase lútea Outra opção para diminuir a mastalgia: Chá de Hamamelis Ingredientes: • 1 xícara de água (250ml) • 2 colheres de Hamamelis (20g) Preparação: Ferver um copo de água e, quando estiver a ferver, adicione as colheres de sopa de Hamamelis. Deixe a bebida repousar por 20 minutos, ou até atingir uma temperatura adequada para uso Modo de uso: Mergulhe um pano ou algodão na infusão e aplique sobre os seios. Deixe atuar por 10 minutos, massageando continuamente para manter uma leve sensação de calor. Repita sua aplicação até que a dor alivie. Hamamelis diminui prolactina Água de linhaça Ingredientes: • 1 colher de sopa de linhaça (10g) • 1 xícara de água (250ml) Preparação: Coloque uma colher de sopa de sementes de linhaça em uma xícara de água morna. Cubra a bebida e deixe-a repousar durante a noite. No dia seguinte, coe e aproveite o líquido gelatinoso. Rica em Lignana que possui efeito estrogênico, leva a diminuição do efeito da progesterona. Além de ser fonte de fibras, que gera a produção de AGCC e modulam o processo inflamatório. SAIBA MAIS Confira no material de apoio o artigo: Vitex agnus castus na saúde feminina Chá de cavalinha Retenção de líquidos Ingredientes: • 1 colher de chá de cavalinha (5 g); • 1 xícara de água (250 ml). Preparação: Coloque a colher de chá de cavalinha em um copo de água fervente. Cubra a bebida e deixe-a repousar até atingir a temperatura ambiente por 10 minutos. Coe e beba. Modo de uso: Beba um copo de infusão duas vezes ao dia, 3 ou 4 dias antes do período menstrual. Promove a eliminação de líquidos , restaura a circulação para uma oxigenação correta dos tecidos mamários. MASTALGIA E CAFEÍNA Atualmente, o Congresso Americano de Obstetrícia e Ginecologia, Associação de Profissionais de Saúde Reprodutiva e outros grupos recomendam que as mulheres que sofrem de TPM evitem totalmente a cafeína, particularmente mulheres que sofrem de sensibilidade mamária. Porém, estudos prospectivos de consumo de cafeína e café e síndrome pré-menstrual não encontraram evidências que sugerissem que a ingestão total de cafeína ou o consumo de café estivessem associados ao aumento da probabilidade de sintomas específicos da TPM, como sensibilidade nos seios, irritabilidade e fadiga, mesmo em mulheres que relataram ingestão de café com cafeína. Purdue-Smithe, A. C., Manson, J. E., Hankinson, S. E., & Bertone- Johnson, E. R. (2016). A prospective study of caffeine and coffee intake and premenstrual syndrome. The American Journal of Clinical Nutrition, 104(2), 499–507.doi:10.3945/ajcn.115.127027 Sugestão: FAÇA UMA AVALIAÇÃO CLÍNICA COM O SEU PACIENTE! https://melhorcomsaude.com.br/10-frutas-e-verduras-para-tratar-retencao-de-liquidos/ VITAMINA E Resultados: Demonstrou ser efetivo em reduzir a gravidade da dor após quatro meses do tratamento, em comparação com o grupo placebo. Sugere-se que o mecanismo envolvido seja o efeito anti-inflamatório da vitamina E em inibir os eicosanoides mediados por ciclo-oxigenases 1 e 2 (COX-1 e COX-2) além de suprimir as vias de sinalização de NF-kB. Pode estimular síntese de PTG1 e regulação de neurotransmissores. JIANG, Q. Natural forms of vitamin E: metabolism, antioxidant, and anti-inflammatory activities and their role in disease prevention and therapy. Free Radical Biology and Medicine, v. 72, p.76-90, 2014 Fonte de Vitamina E: GERME DE TRIGO: magnésio, zinco, cálcio, selênio, sódio, potássio, fósforo, cromo, antioxidantes, incluindo betacaroteno (para vitamina A), vitamina E, vitamina C, vitamina B12, vitamina B6, tiamina, riboflavina, niacina, ácido fólico, ferro, aminoácidos e enzimas, e tem um alto valor dietético e medicinal. O ferro no germe de trigo é um cofator necessário para o triptofano hidroxilase.Além disso, o papel do ferro tem sido relatado no metabolismo da serotonina e do GABA. Os sintomas da deficiência de ferro incluem depressão, distúrbio Mulheres iranianas que sofriam de mastalgia 200mg de vitamina E, duas vezes ao dia de atividade física e problemas cognitivos, e a relação entre o recebimento de ferro e a redução dos sintomas da TPM tem sido relatada. ATAOLLAHI, Maryam et al. The effect of wheat germ extract on premenstrual syndrome symptoms. Iranian journal of pharmaceutical research: IJPR, v. 14, n. 1, p. 159, 2015. Ensaio clínico triplo-cego Dois meses consecutivos, cápsulas de 400 mg de extrato de germe de trigo ou placebo foram usadas três vezes ao dia, do dia 16 até o dia 5 do próximo ciclo menstrual. Resultados: O germe de trigo reduziu significativamente os sintomas físicos (63,56%), os sintomas psicológicos (66,30%) e o escore geral (64,99%). DESCONFORTO INTESTINAL “Estudos já apontam que mulheres que possuem Síndrome do Intestino Irritável (SII) tendem a ter piora das intolerâncias durante o período da SPM. Tanto a SII-D (com diarreia) ou SII-C (com constipação) ” Resultados: Uma revisão de estudos publicada em 2015 concluiu que as flutuações hormonais (especialmente estrogênio e progesterona) em mulheres em idade reprodutiva influenciam a função gastrointestinal (GI). Progesterona e motilidade intestinal O musculo do cólon tem receptores de progesterona. Quando ela cai, estimula a motilidade intestinal. Por isso, mulheres que usam remédios anticoncepcionais com progestógenos (Ex. DIU) tendem a ter piora da constipação intestinal. Alterando a função motora do cólon, tendo sintomas como: constipação, inchaço e exacerbação dos sintomas intestinais. As prostaglandinas 2 (PTG 2) geram relaxamento da musculatura lisa, gerando uma diminuição da contração e com isso levando a constipação pré-menstrual. Mulak, A. (2014). Sex hormones in the modulation of irritable bowel syndrome. World Journal of Gastroenterology, 20(10), 2433.doi:10.3748/wjg. v20.i10.2433 Estratégias para melhorar a constipação: Avaliar a retirada de leite e derivados; Lactose: fermenta mais nesse período Betacaseomorfina 7: opioide derivada da Betacaseína A1, causa inibição da motilidade intestinal, que pode levar à constipação e estimular a produção de muco através das vias mediadas pelo receptor de opiáceos. Avaliar a retirada fontes de metano e enxofre, como: ovo cozido, brócolis, couve flor, repolho, leguminosas, alho, cebola e entre outros; Há evidências experimentais e clínicas de que o metano provavelmente é capaz de retardar o trânsito intestinal, implicando que ele pode ser responsável pela constipação. Suplementar probióticos: Probióticos – 1 a 10 bilhões de UFC: Lactobacillus reuteri Bifidobacterium longum/lactis Bifidobacterium infantis (melhora do humor). Crowley, ET, Nutrients, 2013, 5, 253-266); (Zoghbi, S., Am. J. Physiol. Gastrointest. Liver Physiol., 2006, 290 (6): G1105-13); SHAH, Ayesha; MORRISON, Mark; HOLTMANN, Gerald. A novel treatment for patients with constipation: Dawn of a new age for translational microbiome research? 2018. Suco laxativo Low FODMAPs Ingredientes: 2 colheres (sopa) de sementes de chia deixadas de molho em 200 ml de água de um dia para o outro 1 sachê (5g) de glutamina 1 cápsula de probiótico* (abrir a cápsula e misturar o conteúdo no suco) ½ mamão papaia ou 1 fatia de abacaxi 1 kiwi Água e gelo à gosto. Modo de preparo: Bater os ingredientes no liquidificador e consumir 1 vez ao dia. Glutationa na fase lútea Ocorre redução da Glutationa durante o período lúteo, diminuindo a capacidade antioxidante e destoxificante. Por isso, deve-se aumentar o consumo de alimentos antioxidantes, principalmente nesse período! DRAPER, C. F. et al. Menstrual cycle rhythmicity: metabolic patterns in healthy women. Scientific reports, v. 8, n. 1, p. 14568, 2018. SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO (SOP) A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é um distúrbio endócrino ginecológico comum, de etiologia desconhecida, com prevalência variando de 8,7 a 17,8% em mulheres em idade reprodutiva. Evidências sugerem que o fenótipo da SOP pode variar amplamente e é mais comumente observado no período pós-puberal. Apesar da diversidade de fenótipos, as mulheres com SOP são caracterizadas por ovários policísticos, anovulação crônica, hiperandrogenismo e anormalidades gonadotróficas. Além das características inerentes à SOP, é comum a ocorrência de anormalidades metabólicas e hormonais associadas à obesidade, diabetes mellitus tipo 2 e dislipidemia. Uma combinação dessas características leva à SÍNDROME METABÓLICA. A variedade de distúrbios metabólicos na SOP pode estar relacionada a um maior risco de desenvolver doença cardiovascular. Esse fato pode explicar uma predisposição à hipertensão arterial em mulheres que sofrem da síndrome. Embora a associação entre alterações na pressão arterial e SOP ainda não tenha sido totalmente elucidada, o aumento do risco de estado hipertensivo pode ser explicado pela resistência à insulina e pelo hiperandrogenismo, mesmo quando ajustados pela idade, índice de massa corpórea e outros parâmetros antropométricos. ANDRADE, VICTOR HUGO LOPES DE et al. Current aspects of polycystic ovary syndrome: A literature review. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 62, n. 9, p. 867-871, 2016. SINAIS E SINTOMAS CARACTERÍSTICOS: • Hirsutismo; • Acne; • Alopecia; • Obesidade – Síndrome metabólica; • Dificuldade para perder peso; • Oligo ou anovulação: ovários não liberam um óvulo durante um ciclo menstrual (28 dias); • Oligomenorreia ou amenorreia: a ausência da menstruação (por períodos de três a seis meses). DIAGNÓSTICO Critérios Diagnósticos de SOP PROTOCOLO CRITÉRIO CONDIÇÃO NIH (1990) Hiperandrogenismo Clínico e/ou Laboratorial (HA) Oligo-amenorreia Critérios Ultrassonográficos HA e oligo-amenorreia obrigatórios, US opcional Rotterdam (2003; 2012) Hiperandrogenismo Clínico e/ou Laboratorial (HA) Oligo-amenorreia Critérios Ultrassonográficos Presença de pelo menos 2 dos 3 critérios, nenhum obrigatório AE-PCOS Society (2009) Hiperandrogenismo Clínico e/ou Laboratorial (HA) Oligo-amenorreia Critérios Ultrassonográficos Obrigatório, HA associado a mais um dos 2 critérios, nenhum obrigatório HA – hiperandrogenismo; US - ultrassonografia O mais indicado e usado é o critério de ROTTERDAM (2003; 2012). O histórico menstrual de oligo-amenorreia será caracterizado como a ausência de menstruação por 90 dias ou mais, ou a ocorrência de menos de 9 ciclos menstruais em um ano. FISOPATOLOGIA É muito comum a doença aparecer já na adolescência, evidências mostram que a doença pode ter sua origem no ambiente intrauterino, indicando envolvimento genético. Alguns estudos demonstraram uma influência definitiva dos polimorfismos dos genes da interleucina-6 e interleucina-10, do interferon-c e do fator de crescimento transformador-beta1 no desenvolvimento da SOP, embora nenhum padrão claro de herança tenha sido identificado. Outros fatores causais são exposições epigenéticas, destacando a associação entre exposição intrauterina e andrógenos maternos e fenótipos relacionados à síndrome. Variações étnicas na SOP podem estar associadas a fatores ambientais, como condições socioeconômicas e estilo de vida. A patogênese da SOP ainda precisa de maior elucidação. No entanto, alguns mecanismos fisiopatológicos são conhecidos, por exemplo, alterações na secreção do hormônio liberador de gonadotrofinas, defeito na síntese de andrógenos e desenvolvimento de resistência à insulina. Uma outra proposta é a perturbação do eixo hipotalâmico-hipofisário, resultandona secreção desordenada de gonadotrofinas pelo hipotálamo com consequente elevação dos níveis de hormônio luteinizante (LH) e níveis normais e/ ou baixos de hormônio folículo-estimulante (FSH). ANDRADE, VICTOR HUGO LOPES DE et al. Current aspects of polycystic ovary syndrome: A literature review. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 62, n. 9, p. 867-871, 2016. ESTÁGIOS PROPOSTOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA SOP ESTÁGIO 1: A primeira etapa dessa abordagem é examinar a produção de esteroides sexuais, particularmente o estradiol, no folículo ovariano. Ovário secreta hormônios Na embriogênese (barriga da mãe) ocorre o desenvolvimento dos óvulos/ovócitos – folículos Folículo é a unidade produtora de hormônios O Hipotálamo estimula a hipófise a produzir FSH e LH. Esses hormônios agem nas células ovarianas, conhecidas como TECA e GRANULOSA. GRANULOSA: produz estradiol e progesterona sob a estimulação do hormônio folículo estimulante (FSH). TECA: desenvolvimento do folículo, ovulação e a produção de androgênio (ex. testosterona) sob o estímulo do hormônio luteinizante (LH). Duncan, W. C. (2014). A guide to understanding polycystic ovary syndrome (PCOS). Journal of Family Planning and Reproductive Health Care, 40(3), 217– 225.doi:10.1136/jfprhc-2012-100505 O folículo possui duas camadas de células esteroidogênicas: a camada de células externas da teca e a camada de células da granulosa interna, separadas por uma membrana basal. São as células da granulosa responsáveis pela síntese e secreção do estradiol. Eles fazem isso inicialmente sob o estímulo do hormônio folículo-estimulante (FSH) da glândula hipófise anterior, que se liga e ativa seus receptores de FSH. O estradiol é um esteroide sexual e todos os esteroides são derivados do colesterol. Portanto, o colesterol tem que ser transformado em estradiol por modificação enzimática através de uma série de esteroides intermediários. Na via, as células da granulosa contêm grandes quantidades de aromatase, mas não expressam proteínas e enzimas que são necessárias para a conversão do colesterol em andrógenos e eles não podem produzir andrógenos. Como eles não podem sintetizar o substrato de andrógeno para fazer o estradiol, as células da granulosa precisam obter andrógeno de outra fonte. O androgênio é produzido em células de teca e convertido em estrogênio nas células da granulosa. As células de teca produzem androgênio sob estimulação do hormônio luteinizante (LH) da glândula hipófise anterior, que ativa seus receptores de LH. Assim, para facilitar a secreção de estradiol folicular, a produção de andrógeno e LH a partir de células de colesterol e FSH promove a conversão desses andrógenos em estrogênios em células da granulosa. Os hormônios são fisiologicamente equilibrados (Figura abaixo). ESTÁGIO 2: O desenvolvimento de um ovário policístico está associado ao aumento da exposição aos andrógenos (testosterona), já que estes têm seus próprios efeitos no crescimento e desenvolvimento folicular. Um ovário policístico contém um número aumentado de pequenos folículos antrais que são os pequenos folículos cheios de líquido. Eles não são "cistos", pois contêm um oócito potencialmente saudável e podem ser estimulados a crescer normalmente com FSH administrado exogenamente. Os "cistos" ovarianos na SOP são, portanto, folículos essencialmente em pausa, com crescimento celular reduzido, bem como redução da morte celular (atresia). O androgênio inibe o crescimento de folículos antrais maiores, mas estimula o crescimento de folículos antrais menores. Clinicamente, a morfologia da SOP está associada ao aumento dos andrógenos endógenos. E a resposta do ovário ao aumento de andrógenos é, portanto, o desenvolvimento de uma morfologia policística e inibição do crescimento folicular posterior. Isso resulta em um aumento da incidência de anovulação. ESTÁGIO 3: O terceiro ponto é entender os mecanismos pelos quais o ovário pode ser exposto a concentrações locais aumentadas de andrógenos. Está claro que as mulheres com SOP têm maior probabilidade de ter concentrações basais de LH aumentadas, bem como aumento da amplitude e frequência do pulso de LH. E é provável que o desequilíbrio LH: FSH seja algo com o qual nascem mulheres com tendência à SOP e que isso cause anovulação. Há evidências crescentes de modelos humanos e animais de que a SOP pode ser programada pelo aumento da exposição fetal ao andrógeno antes do nascimento. Isso pode programar permanentemente o aumento da secreção basal de LH, bem como aumentar a quantidade de LH liberada em resposta ao hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) e, portanto, a amplitude dos pulsos de LH. Uma maneira pela qual o ovário pode ser exposto a um aumento de androgênio é, portanto, uma razão aumentada de LH: FSH, que pode ser programada no período pré-natal. ESTÁGIO 4: Deve-se entender que há um regulador da biodisponibilidade androgênica. Isso poderia ser imaginado como uma "esponja" que pode absorver o excesso de andrógeno, a fim de evitar que ele afete o crescimento e o desenvolvimento folicular. Essa “esponja” existe na forma de globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG), que se liga e inibe os andrógenos e, em menor grau, os estrogênios. Se essa esponja for pequena, não absorverá completamente o excesso de andrógenos, podendo haver aumento na biodisponibilidade de andrógenos na presença de concentrações normais de LH e se houver um aumento na relação LH: FSH, uma pequena esponja aumentaria a exposição aumentada de andrógenos. A SHBG está inversamente relacionada ao peso. Ou seja, a medida em que o peso aumenta, o SHBG da mulher diminui e a disponibilidade de andrógenos irá, portanto, aumentar levando a piora do quadro da SOP. O peso é, portanto, um controlador da ação do LH no ovário e, portanto, os efeitos do LH serão exagerados pela obesidade ESTÁGIO 5: Deve-se focar na regulação molecular da síntese de androgênio dependente de LH pelas células da teca. A chave aqui é imaginar o efeito que um multiplicador de ação de LH teria no nível da célula teca. A presença de um multiplicador aumentaria a produção de androgênio para uma dada concentração de LH. Isso significa que o androgênio ovariano pode ser aumentado na presença de concentrações normais de LH. Esse multiplicador é a insulina, que é um cofator que aumenta a secreção de androgênio induzida por LH. Na presença de resistência à insulina periférica (RI) são necessárias concentrações aumentadas de insulina para promover a captação de glicose em tecidos com um papel metabólico chave, como músculo e gordura. Embora estes possam ser resistentes aos efeitos metabólicos da insulina, o ovário permanecerá sensível aos efeitos da insulina. A hiperinsulinemia associada à RI, portanto, significa que mais androgênio será produzido no ovário. À medida que a RI se agrava e as concentrações de insulina aumentam, os andrógenos ovarianos aumentam e a SOP piora. E se ocorrer ao contrário, a SOP melhorará. ESTÁGIO 6: Esse último congrega as informações obtidas nos cinco primeiros estágios. O grau de manifestação da SOP pode ser modificado tanto pelo aumento do peso e quanto pelo fator da resistência à insulina. E há um ciclo vicioso onde à medida em que o peso aumenta, a RI aumenta e os níveis circulantes de insulina aumentam. E a insulina em si pode inibir a síntese de SHBG hepática. Há, portanto, três impulsionadores para o aumento da produção de andrógenos ovarianos: aumento de LH, hiperinsulinemia e aumento de peso. Mulheres magras com SOP têm mais elevação do que mulheres obesas com SOP. Enquanto algumas mulheres com SOP têm principalmente uma alta relação LH: FSH, algumas são principalmente resistentes à insulina e algumas têm um grande problema de peso. A consequênciacomum é o aumento de andrógenos que resulta em SOP. Na realidade, a maioria das mulheres com SOP terá cada um desses fatores em diferentes graus. Duncan, W. C. (2014). A guide to understanding polycystic ovary syndrome (PCOS). Journal of Family Planning and Reproductive Health Care, 40(3), 217– 225.doi:10.1136/jfprhc-2012-100505 Estima-se que entre 50 e 90% das mulheres com SOP manifestem resistência à insulina. RESISTÊNCIA À INSULINA Estima-se que entre 50 e 90% das mulheres com SOP manifestem resistência à insulina. Como uma resposta compensatória à resistência à insulina, desenvolve-se hiperinsulinemia que, por sua vez, interage sinergicamente com o hormônio luteinizante (LH) nas células da teca. Levando a ativação de uma enzima chave na biossíntese de andrógenos ovarianos: aumentando a geração e liberação de andrógenos, piorando a SOP. RESUMINDO... Visão geral da resistência periférica à insulina em SOP: DHEA= dehidroepiandrosterona BARBER, T. M. et al. Polycystic ovary syndrome: insight into pathogenesis and a common association with insulin resistance. Clinical Medicine, [s.l.], v. 15, n. 6, p.72-76, 1 dez. 2015 Resistência à insulina Hiperinsulinemia Dislipidemia Mudanças no colesterol e metabolismo Fígado ↓ SHBG ↑ testosterona livre Disglicemia ↓ transporte de glicose Hipófise ↑ amplitude do pulso de LH Ovário ↑ testosterona ↑ androstenediona Ovário Adrenal ↑ atividade P450c17α Adrenal ↑ DHEA Andrógenos aumentados SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO Fatores de risco para Resistência à Insulina: Obesidade abdominal; História familiar de Diabetes tipo 2; Predisposição genética; Envelhecimento; Drogas (ex. esteroides); Estilo de vida. ESTRATÉGIAS O indicado é melhorar sensibilidade à insulina desse paciente, por meio: Perda de peso; Terapia medicamentosa; Manejo dietético. Irá melhorar as características reprodutivas, hiperandrogênicas e metabólicas envolvidas com a SOP. SINTOMAS DA SOP Uns dos sintomas que os pacientes vão apresentar são a acne e hirsutismo, devido a sua relação com a enzima 5 alfas redutase, que na unidade pilossebácea e na pele, ela irá converter a testosterona em diidrotestosterona (DHT) pela enzima 5α redutase. Causando hirsutismo, acne, seborreia e alopecia. O hirsutismo é definido como crescimento excessivo de pelos terminais em áreas andrógeno- dependente das mulheres. É um dos critérios clínicos mais utilizados para o diagnóstico do excesso de andrógeno, sendo observado em 50-80% das pacientes que apresentam hiperandrogenismo. A acne é uma desordem da unidade pilossebácea, com lesões na face, pescoço, dorso e região peitoral. A alopecia androgenética na mulher é caracterizada pela perda de cabelo na região central do couro cabeludo, com repercussão psicossocial importante. A dermatite seborreica é uma inflamação na pele que causa descamação e vermelhidão principalmente em algumas áreas da face, como sobrancelhas e cantos do nariz, além de afetar couro cabeludo e colo. Formação da acne: MOURA, Heloisa Helena Gonçalves de et al. Síndrome do ovário policístico: abordagem dermatológica. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro, v. 86, n. 1, p. 111-119, Feb. 2011. http://dx.doi.org/10.1590/S0365-05962011000100015. IGF-1 Os receptores de insulina estão presentes nos ovários humanos normais e nos policísticos. Um outro receptor também presente no ovário, chamado IGF-1, compartilha características estruturais e funcionais com o receptor de insulina. E o ligante do IGF-1 é sintetizado pelo ovário. No entanto, os dímeros α e β do receptor de insulina e IGF-1 podem reunir-se e formarem receptores híbridos, que podem ligar a insulina e o IGF-1 com afinidade semelhante. Assim, algumas ações da insulina no ovário podem ser mediadas pelo IGF-1 ou receptores híbridos de insulina- IGF-1. A hiperglicemia irá ocasionar: ↑ a concentração circulante de insulina e IGF-1; ↓proteína ligadora IGF-I do tipo 3 (IGFBP-3); Contribui para ↑ da biodisponibilidade plasmática de IGF-1. Tanto a insulina quanto o IGF-1 estimulam a síntese de andrógenos ovariano e testicular. E esses androgênios ↑ o nível de IGF-1 gera um círculo vicioso que contribui para o ↑ da proliferação de sebo. Além disso, esses hormônios inibem a síntese hepática de SHBG, e, portanto, ↑ a biodisponibilidade dos andrógenos teciduais circulantes. O IGF-1 potencializa a sinalização androgênica pela ativação da 5α-redutase e do receptor de androgênio. Ocorrendo: Também promove a proliferação do Propionibacterium acnes e inflamação dérmica, aumento ainda mais a acne. ↑ andrógenos ↑ insulina ↑ IGF-1 Ativar a via mTORC/SREBP1c que ↑ a comedogênese e a inflamação. HISURTISMO O hirsutismo, como já mencionado, é definido como crescimento excessivo de pelos terminais em áreas andrógeno-dependente das mulheres. Afeta 5-10% das mulheres. É um dos critérios clínicos mais utilizados para o diagnóstico do excesso de andrógeno, sendo observado em 50-80% das pacientes que apresentam hiperandrogenismo. É resultado do ↑ da produção de andrógenos e/ ou aumento da sensibilidade dos folículos pilosos aos andrógenos. O que pode transformar o pelo velos em pelos terminais em áreas andrógeno-sensíveis da pele de maneira irreversível. SAIBA MAIS Qual a diferença entre pelo Velus x Terminal? É o pelo que substitui a lanugem após o nascimento. É macio, fino (<0,1 mm), curto (< 2 cm) e pouco pigmentado. Pode ser encontrado normalmente nas faces das mulheres ou na área de calvície dos homens. Velus É o pelo que substitui o velos. É mais comprido (> 2cm), mais grosso (até 0,6 mm), pigmentado, visível e medulado. Encontrado nas axilas, regiões pubianas, pernas, sobrancelhas, cílios, barba, bigode e cabelos do couro cabeludo. Terminal A presença é determinada pelo Sistema de Pontuação Ferriman-Gallwey modificado para o hirsutismo. Cada uma das nove áreas do corpo é classificada como: 0 (ausência de pelos terminais) a 4 (crescimento extensivo de pelos terminais) os números em cada área são adicionados para obter a pontuação total. Uma pontuação ≥ 6 – 8 geralmente define o hirsutismo. Yildiz, B. O. (2008). Assessment, diagnosis and treatment of a patient with hirsutism. Nature Clinical Practice Endocrinology & Metabolism, 4(5), 294–300.doi:10.1038/ncpendmet0789 EXAMES LABORATORIAIS *Na SOP normalmente a relação LH/FSH é maior que 3 Resumindo... Pacientes com SOP apresentam altos níveis de andrógenos, IGF-1 e baixa concentração de SHBG. Tanto a insulina quanto o IGF-1 estimulam a síntese de andrógenos ovariano. O ↑ da insulina provoca queda na síntese hepática de SHBG levando ao aumento da testosterona livre, provocando com isso hiperandrogenismo. Os níveis de andrógeno podem ser minimizados pela diminuição da RI, seja pela perda de peso, seja pelo uso de medicamentos associado ao manejo dietético. Glicemia em jejum Insulina em jejum TGL HDL LDL Vit. D Colesterol total LH e FSH* Hormonais: DHEA, testosterona, 17- hidroxiprogesterona MANEJO DIETÉTICO Passo 1: Manejo Dietético Exemplos: Fazer o controle de CG e IG; Low Carb; Mediterrânea; Outras estratégias. Artigos que correlacionam a SOP com tratamento dietético: Ácidos graxos monoinsaturados (MUFA; 17% energia) ou pobres em carboidratos (baixa CHO; 43% energia Dieta de Baixo CHO, que era relativamente baixa em carboidratos (43%) e colesterol, rica em fibras e composta por 45% de gordura (18% de gordura monoinsaturada e <8% de gordura saturada), melhorou perfil metabólico de mulheres com SOP em 16 dias.Revisão sistemáticas Maior perda de peso para dieta rica em gorduras monoinsaturadas; Melhora da regularidade menstrual em uma dieta de baixo IG; Aumento no índice de andrógeno livre associado a uma dieta rica em CHO; Maiores reduções na RI, fibrinogênio, LDL e colesterol total associados a uma deita de baixo teor de CHO ou baixo IG. Dieta pobre em gordura: 55% de CHO, 18% de PTN e 27% LIP Dieta pobre em carboidratos: 41% de CHO, 19 % de PTN e 40% de LIP ↓ da insulina e glicemia em jejum; ↑ da sensibilidade à insulina; Melhora da resposta “dinâmica” de células Beta pancreáticas; Perderam tanto tecido adiposo intra-abdominal; Gordura intermuscular; Tecido adiposo intra-abdominal foi positivamente associado com a mudança no TNF- alfa (um marcador da inflamação). 60% de CHO; 15% de PTN e 25% de LIP 40% de CHO; 15% de PTN e 45% de LIP (<7% de gordura sat), 200mg de colesterol e 20g de fibras. ↓ concentração de insulina durante o dia todo na dieta baixa em CHO e maior em gordura; Mudanças benéficas no perfil lipídico também foram observadas. Comparar uma dieta de baixo índice glicêmico com uma dieta com índice glicêmico normal 24,6% (14/57) dos ciclos foram ovulatórios na dieta de baixo IG; Apenas 7,4% (4/54) dos ciclos foram ovulatórios (p = 0,014) na dieta de IG normal; Pode estar relacionada a uma diminuição nos níveis séricos de andrógenos circulantes, secundária a uma melhora na resistência à insulina. O excesso de glicose nas células mononucleares (MNC) gera um grande número de metabólitos oxidados em mitocôndrias, levando a um aumento na produção de espécies reativas de oxigênio (EROs). As ERO podem atuar como um potencial ativador de receptores Toll-like (TLR), mediando a ativação e expressão de NF-κB, uma família de fatores de transcrição que controlam a apoptose e expressão de citocinas pró-inflamatórias, com liberação aumentada de citocinas pró- inflamatórias na corrente sanguínea. As citocinas pró-inflamatórias estimulam o fígado a produzir uma variedade de proteínas conhecidas como reagentes de fase aguda, incluindo os níveis de proteína C-reativa (PCR). A inflamação, quando presente na síndrome dos ovários policísticos (SOP), contribui para o desenvolvimento de resistência à insulina e hiperinsulinemia compensatória, embora com peculiaridades diferentes, ligadas à contribuição fundamental do hiperandrogenismo, uma das características marcantes da SOP. Por sua vez, a hiperinsulinemia e o hiperandrogenismo atuam como promotores da inflamação na SOP. Por outro lado, a inflamação induzida por nutrientes, por si só, poderia estimular a produção de andrógenos ovarianos, independente do excesso de adiposidade e da resistência à insulina. Nesse cenário complexo, a nutrição pode atuar como um elemento aditivo na representação de um novo "quarteto mortal" de fatores de risco metabólicos, juntamente com hiperinsulinemia, hiperandrogenismo e inflamação de baixo grau, no ciclo vicioso que opera na fisiopatologia da SOP, onde o hiperandrogenismo pode agir como o progenitor da inflamação induzida por dieta na doença. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - SAIBA MAIS Carga e índice glicêmico O IG expressa o aumento da glicose no sangue após o consumo de um alimento fonte de CHO, comparando com o consumo de um alimento controle, em geral glicose ou pão branco, e foi proposto com a finalidade de classificar os alimentos a partir das respostas glicêmicas, ou seja, capacidade que o alimento tem de aumentar a glicemia. Cálculo: Área da curva glicêmica do alimento / área da curva glicêmica do alimento controle x 100 A CG indica a qualidade e quantidade de CHO dentro de uma porção consumida de nutrientes pela dieta. Esse parâmetro fornece o resultado do efeito glicêmico da dieta como um todo, pois avalia a porção de CHO disponível nos alimentos e o IG. Dessa forma fornece uma noção mais real do efeito glicêmico de diferentes porções alimentares. Cálculo: porção de CHO disponível x IG /100. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - MEDITERRÂNEA A dieta mediterrânea possui efeito benéfico em vários fatores de risco cardiovascular relacionados à obesidade. Tolerância à glicose alterada; RI; Função vascular endotelial; Metabolismo lipídico. Consiste na alta ingestão de: Cereais; Leguminosas; Nozes; Vegetais e frutas; Gorduras fornecidas principalmente pelo azeite de oliva; Consumo moderado de peixe, aves e produtos lácteos; Baixa ingestão de carne vermelha (1x na semana); Baixo consumo de álcool, geralmente na forma de vinho tinto. Como a SOP é atualmente considerada um estado de risco cardiovascular, a dieta mediterrânea pode ter esse feito benéfico para o tratamento da SOP. COMO POSSO REDUZIR O IG E A CG DA DIETA? FIBRAS Existem dois tipos de fibras: solúveis e as insolúveis Fibras solúveis: Maior impacto na resposta glicêmica; Aumentam a viscosidade do bolo alimentar; Diminuem a atividade de algumas enzimas digestivas influenciando na taxa de digestão e absorção de nutrientes. Essa influência está diretamente ligada à glicemia pós-prandial e resposta insulínica, redução do colesterol e regulação do apetite. Exemplos: farinha de casca de berinjela, farinha de casca de maracujá, casca de maçã e laranja (pectina); goma guar (mucilagens); Psyllium; farelo de aveia e cevada (beta- glucana). AMIDO RESISTENTE Existe muito interesse no papel fisiológico dos amidos resistentes, que dizem ser similar ao das fibras ↓ concentrações séricas de triglicerídeos e colesterol - mediados pelo ↑ da secreção de ácidos biliares, ↓ na absorção de colesterol e ↑ na expressão do receptor de LDL hepático. Associado ao melhor controle da glicose e como prebiótico. Exemplos: grãos, farinhas e leguminosas. Outros alimentos e chás que podem modular a resposta glicêmica: Vinagre de maçã; Canela; Chá verde; Sementes de chia; Biomassa de banana verde. Incluir gorduras mono e poli-insaturadas: Abacate; Óleo de abacate; Óleo de gergelim; Azeite de Oliva; Óleo de macadâmia; Óleo de semente de Uva; Oleaginosas (Noz, noz-pecan, castanhas, amêndoas, pistache, macadâmia, linhaça, chia, semente de abóbora, azeitonas, sementes de girassol). DICAS PARA ESCOLHER UMA ESTRATÉGIA Se o paciente apresentar: SOP + RI Low carb do tipo mediterrânea. Se o paciente apresentar: SOP + RI alta Cetogênica por 15 dias e uma manutenção com a Low Carb. Se o paciente apresentar: SOP sem RI (HOMA IR 1.5 a 2.0) Mediterrânea. SAIBA MAIS Confira no material de apoio exemplo de plano alimentar Passo 2: suplementação adequada. A suplementação deve ser feita após uma avaliação correta dos exames do paciente, após analisar seu recordatório, sinais e sintomas para suplementar somente se for necessário. MIOINOSITOL Alimentos com maior concentração de mioinositol: frutas, feijões, milho e nozes. Inositol foi definido no passado como "açúcar miometrial", no entanto, não é uma substância pertencente ao grupo de carboidratos. Porém definir o inositol como uma vitamina B também está sendo discutido de forma controversa, pois o inositol não é uma substância essencial e pode ser produzido em células humanas a partir da glicose. De fato, vários estudos provaram que a molécula de inositol está diretamente envolvida na sinalização celular da insulina. Em relação à SOP, vários estudos mostraram que a deficiência de inositol nos inositolfosfoglicano (IPG) é responsável pela resistência à insulina. E foi demonstrado que a administração deD-chiro-inositol (convertido intracelularmente a partir de mio- inositol) reduz a resistência à insulina. Regidor, P.-A., Schindler, A. E., Lesoine, B., & Druckman, R. (2018). Management of women with PCOS using myo-inositol and folic acid. New clinical data and review of the literature. Hormone Molecular Biology and Clinical Investigation, 0(0). Doi:10.1515/hmbci-2017-0067 Meta-análise para avaliar a eficácia e segurança do mioinositol para pacientes com SOP. Resultados: verificaram que pode melhorar a RI (melhora o índice HOMA e hiperinsulinemia) e ter um certo efeito no eixo hipotalâmico-pituitário-ovariano (↑ estradiol e SHBG e ↓ o LH). Conclusão: O mioinositol pode ser recomendado para o tratamento de SOP com RI, para melhorar os sintomas causados pela diminuição do estrogênio na SOP. Mas os estudos clínicos atuais têm limitações: Inclui pequenos tamanhos de amostra; Curta duração. Necessários mais estudos. Dica de formulação: VITAMINA D O status da vitamina D é um dos fatores nutricionais está relacionado à SOP. Doses de 500mg a 2g x controle Mioinositol – 500mg a 1g Utilizar por 30 dias e reavaliar Mulheres com SOP particularmente obesas têm uma alta prevalência de deficiência de vitamina D, porque a vitamina D é lipossolúvel e seu acúmulo de tecido adiposo em pessoas obesas reduz sua biodisponibilidade. Muitos estudos indicaram que concentrações insuficientes de 25 (OH) D circulante estão associadas à: Hiperandrogenismo; Síndrome metabólica; RI; ↑ do IMC; ↑ percentual de gordura corporal e circunferência da cintura. Os receptores da vitamina D (VDR) estão expressos em vários tecidos humanos, como o esqueleto, glândulas paratireoides e os ovários. Distúrbios nos efeitos da atividade da VDR sobre o hormônio luteinizante (LH), concentrações de SHBG, níveis de testosterona, RI e níveis séricos de insulina podem ser notados como a etiologia da SOP. Tanto a suplementação de vitamina D quanto a dieta para perda de peso são potencialmente benéficas para o hiperandrogenismo. JAFARI-SFIDVAJANI, S. et al. The effect of vitamin D supplementation in combination with low-calorie diet on anthropometric indices and androgen hormones in women with polycystic ovary syndrome: a double-blind, randomized, placebo-controlled trial. Journal Of Endocrinological Investigation, [s.l.], v. 41, n. 5, p.597-607, 6 nov. 2017. Resultados: A suplementação de vitamina D (4 000 UI), comparada com a vitamina D (1000 UI) e placebo, levou à: ↓ da glicose em jejum; ↓ das [] séricas de insulina e HOMA-IR; ↓ triglicerídeos, VLDL, LDL e relação colesterol total/ HDL. No geral, a suplementação de vitamina D na dose de 4.000 UI teve efeitos benéficos do metabolismo da glicose e perfis lipídicos em comparação com 1.000 UI / dia de vitamina D e grupos placebo. COMO PRESCREVER A VITAMINA D? 1) Analise o nível sérico por meio de exame 25(OH) D 2) Se abaixo de 30ng/ ml, está insuficiente. O valor ótimo é entre 40-45 a 75ng/ ml. Hipóteses para uma baixa vitamina D: 3 grupos suplementados com vitamina D 1) 4000UI (n= 30) 2) 1000UI (n= 30) 3) Placebo (n= 30) Durante 12 semanas Baixa exposição ao sol; Fototipo de pele (pessoas afrodescendentes e morenas possuem maior dificuldade de converter a vitamina); Obesidade (tecido adiposo "sequestra" a vitamina); Doenças autoimunes; Envelhecimento; Polimorfismos genéticos. 3) Quanto suplementar: A cada 1000 UI de vitamina D suplementada diariamente, em 8 semanas é esperado um aumento sérico de 6 a 10ng / mL; Então, se você deseja aumentar o nível sérico de 25 para 40, por exemplo, você vai precisar de no mínimo 1500 UI por dia; Esse cálculo pode não dar certo, pois há pessoas que necessitam de doses maiores de vitamina D devido às características genéticas. 4) Se a vitamina for manipulada, solicite sempre em base oleosa. Se não for manipulada, consuma com uma fonte de gordura, pois ela atuará como transportador da vitamina. Pode ser prescrita na forma de vitamina D2 ou D3. 5) A dose máxima que o nutricionista pode prescrever é de 2000UI/dia Doses superiores são liberadas para médicos e farmacêuticos. 6) Conversão de unidades: 1 micrograma (mcg) de Vitamina D3 é equivalente a aproximadamente 40 UI. A vitamina do suplemento já está na forma ativa. Não precisará da exposição ao sol para "ativá-la". A suplementação de vit. D é na forma de 1,25dihidroxi D3 Vitamina D Dose usual 200UI Dose mínima 800UI Dose máxima 2000UI Exame bioquímico: deve-se solicitar a 25hidroxi D (a mais circulante com meia vida de 3 semanas); se ela estiver baixa deve-se suplementar a 1,25dihidroxi D3 Segundo a Instrução normativa n° 28 de julho de 2018: 2000UI A intoxicação pode ocorrer em níveis séricos maiores de 372nmol/L de 25-OHD e resulta em hipercalcemia, favorecendo o depósito de cálcio em tecidos moles como rins, artérias, coração, ouvido e pulmões. Sinais de toxicidade incluem: enxaqueca, fraqueza, náusea, vômitos e obstipação. A solicitação do exame: 25hidroxi D3 - a mais circulante com meia vida de 3 semanas. Vitamina D – Prática clínica DEVO ASSOCIAR A VITAMINA D COM CÁCIO E VITAMINA K? Randomizado, duplo-cego e controlado por placebo Resultados: a co-suplementação de cálcio com vitamina DK resultou: ↓ da testosterona livre de soro e DHEAS; ↑ significativo na capacidade antioxidante total no plasma (TAC); Diferença significativa nas concentrações plasmáticas de malondialdeído (MDA); A tendência para uma maior ↓ no hormônio LH. Os participantes foram alocados aleatoriamente em dois grupos para ingerirem 200 UI de vitamina D + 90 μg de vitamina K + 500 mg de cálcio (n = 30) ou placebo (n = 30) Duas vezes ao dia por 8 semanas Podendo ser interessante a suplementação para mulheres com SOP Vitamina K Dose usual 1mg Dose mínima 1mg Dose máxima 25mg Por apresentar efeitos coagulantes, o uso por indivíduos submetidos a tratamentos anticoagulantes, visando a prevenção de trombos, deve ser evitado, isso por que o uso em excesso de vitamina K pode induzir a agregação plaquetária e favorecer a formação de trombos. Cálcio Dose usual 100mg Dose mínima 500mg Dose máxima 1500mg A suplementação de cálcio sem a suplementação de vitamina D tem sido associada a incidência de infarto do miocárdio. Por isso deve-se ter atenção e nunca fazer a suplementação de cálcio de forma isolada. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - SAIBA MAIS Malondialdeído Os produtos da peroxidação lipídica, como o malondialdeído (MDA, C3H4O2), podem ser utilizados como indicadores da ação dos radicais livres no organismo, ele possui ação citotóxica e genotóxica, encontrando-se em níveis elevados em algumas patologias associadas ao estresse oxidativo. A quantificação de MDA nos sistemas biológicos é um parâmetro importante para avaliação do estresse oxidativo celular. ANTUNES, Marina Venzon et al. Estudo pré-analítico e de validação para determinação de malondialdeído em plasma humano por cromatografia líquida de alta eficiência, após derivatização com 2, 4-dinitrofenilhidrazina. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v. 44, n. 2, p. 279-287, 2008. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - CÁLCIO Randomizado, duplo cego e controlado por placebo Resultados: O co-suplementode cálcio-vitamina D resultou em níveis mais elevados de cálcio sérico e vitamina D em comparação com outros grupos. ↓ níveis séricos de insulina e HOMA-IR. ↑ índice quantitativo de verificação da sensibilidade à insulina (QUICKI). ↓ significativa nos níveis séricos de triglicerídeos e VLDL-colesterol. Não teve efeitos significativos nos níveis de glicemia total, colesterol total, LDL, HDL e colesterol não-HDL. Exame bioquímico: cálcio iônico. Segundo a Instrução normativa n° 28 de julho de 2018: 1534,67mg O excesso de cálcio pode provocar calcificação vascular e aumentar o risco de mortalidade para DCV. Pode ocasionar nefrolitíase, síndrome da Os participantes foram distribuídos aleatoriamente em 4 grupos para receber: 1) 1000 mg / d de cálcio + placebo de vitamina D; 2) 50.000 UI / semana vitamina D + placebo de cálcio; 3) 1000 mg de cálcio /d + 50.000 UI / semana de vitamina D; 4) Placebo de cálcio + placebo de vitamina D; Durante 8 semanas. Cálcio – Prática clínica Biodisponível: cálcio quelato hipercalcemia e insuficiência renal com ou sem alcalose. Atenção a interação entre ferro e zinco. ZINCO A administração de zinco é proposta para melhorar as características clínicas e bioquímicas dos pacientes com SOP. Pois ele está envolvido como um elemento básico para muitas funções vitais, incluindo fertilidade e reprodução, inflamação e estresse oxidativo. O zinco é um nutriente essencial, sendo componentes de muitas enzimas; ele está envolvido na síntese, armazenamento e liberação de insulina. Tendo efeito benéfico sobre os resultados endócrinos, biomarcadores de inflamação e estresse oxidativo. A deficiência de zinco pode ser um fator predisponente para: RI; Tolerância à glicose diminuída; ↑ do perfil lipídico; Diabetes mellitus; Aterosclerose e DCV; Podendo também promover os mecanismos subjacentes e características metabólicas da SOP, causando RI, diminuindo a capacidade antioxidante e induzindo a apoptose. (JAMILIAN, Mehri et al. Effects of Zinc Supplementation on Endocrine Outcomes in Women with Polycystic Ovary Syndrome: a Randomized, Double- Blind, Placebo-Controlled Trial. Biological Trace Element Research, [s.l.], v. 170, n. 2, p.271-278, 28 ago. 2015). (Foroozanfard, F., Jamilian, M., Jafari, Z., Khassaf, A., Hosseini, A., Khorammian, H., & Asemi, Z. (2015). Effects of Zinc Supplementation on Markers of Insulin Resistance and Lipid Profiles in Women with Polycystic Ovary Syndrome: a Randomized, Double-blind, Placebo-controlled Trial. Experimental and Clinical Endocrinology & Diabetes, 123(04), 215–220. Doi:10.1055/s-0035-1548790). Mas como o ZN pode contribuir para a melhora da RI? 1 - Este mineral estimula a fosforilação da subunidade β do receptor de insulina e promove a ativação de fosfatidilinositol 3 quinase e proteína quinase B ou Akt, aumentando assim o transporte de glicose para dentro das células. 2 - Autores demonstraram a presença de sítios de ligação do zinco na proteína tirosina fosfatase (PTPase) 1B, uma enzima que regula a ação da insulina, catalisando a desfosforilação da subunidade β de seu receptor. Assim, o nutriente desativa esta enzima, aumentando assim a fosforilação do receptor de insulina. 3 - O zinco também inibe a ação da fosfatase e do homólogo da tensina (PTEN), uma enzima que promove a desfosforilação do fosfatidilinositol 3,4,5-trifosfato (PIP3) e inibe a ativação da via de sinalização da proteína Akt. 4 - Além disso, esse mineral induz diretamente a ação das enzimas fosfatidilinositol 3 quinase e proteína Akt. Assim, o zinco promove a translocação de GLUT4 e a subsequente captação de glicose pelas células. 1 5- O zinco age sobre os componentes estruturais envolvidos no transporte de glicose e assegura sua responsividade à molécula de aminopeptidase regulada por insulina (IRAP), que é necessária para manter a concentração de GLUT4 em quantidades adequadas nas células adiposas e musculares. 6 - O zinco estimula a fosforilação do glicogênio sintase quinase 3 (GSK-3) e da proteína O1 (FoxO1), semelhante à ação da insulina. A fosforilação dos resíduos de serina GSK-3 inibe sua ação, favorecendo a desfosforilação e a ativação do glicogênio sintase, envolvida na síntese de glicogênio. A fosforilação de FoxO1 induz a translocação do núcleo para o citoplasma e inibe sua ação de estimular a expressão de genes gliconeogênicos. Assim, o zinco induz o armazenamento de glicose como glicogênio e inibe a produção desse monossacarídeo, contribuindo para a homeostase da glicose. Cruz, K. J. C., de Oliveira, A. R. S., Morais, J. B. S., Severo, J. S., Mendes, P. M. V., de Sousa Melo, S. R., … Marreiro, D. do N. (2018). Zinc and Insulin Resistance: Biochemical and Molecular Aspects. Biological Trace Element Research.doi:10.1007/s12011-018-1308-z 52 mulheres diagnosticadas com SOP Os participantes foram divididos aleatoriamente em 2 grupos para receber 1x ao dia durante 8 semanas: 220mg de suplementos de sulfato de zinco (contendo 50mg de zinco) (n = 26) ou Placebo (n = 26) por dia durante 8 semanas. Resultados: Após 8 semanas de intervenção: ↑ significativamente os níveis séricos de zinco em comparação com o placebo; ↓ da glicemia de jejum; ↓ níveis séricos de insulina; ↓ HOMA-IR; ↓ HOMA-B; ↑ do índice quantitativo de verificação da sensibilidade à insulina (QUICKI) em comparação com o placebo; ↓ triglicerídeos séricos; ↓ VLDL. Conclusão: Em conjunto, a suplementação de 220mg de sulfato de zinco por dia durante 8 semanas entre mulheres com SOP teve efeitos benéficos nos perfis metabólicos. Randomizado, duplo-cego e controlado por placebo 48 mulheres com SOP: 220 mg de sulfato de zinco (contendo 50 mg de zinco) (grupo 1; n = 24); Ou placebo (grupo 2; n = 24) por 8 semanas. Resultados: ↓ alopecia, ↓ hirsutismo (escores modificados de Ferriman-Gallwey), ↓ níveis plasmáticos de malondialdeído, uma tendência ↓ níveis da proteína C reativa de alta sensibilidade (PCR-as) Não foi observada mudanças significativas na suplementação de zinco em perfis hormonais, citocinas inflamatórias e outros biomarcadores de estresse oxidativo. ZINCO E ACNE O zinco é um micronutriente essencial para o bom funcionamento de vários processos no corpo humano. Entre estes, o zinco parece desempenhar um papel em vários distúrbios da pele. O Zn auxilia na manutenção da replicação celular adequada, atividade imunológica e reparo de feridas; Manutenção da resposta imunológica, preservando a função dos macrófagos e neutrófilos e estimulando a atividade das células NK e do complemento; Regulação inflamatória por inibição da produção de IL-6 e TNF-a; Inibição da produção de mediadores inflamatórios, como o óxido nítrico (devido à sua presença em grupos protéticos Zn-Cu na SOD); Inibição da expressão do receptor integrina e TLR pelos queratinócitos, agindo assim como um agente anti-inflamatório (Nota: P. acnes induz a produção de citocinas através de uma via dependente do TLR); Inibição direta da proliferação de P. acnes. Inibição da 5a-redutase, bloqueando assim a conversão da testosterona em diidrotesterona (DHT) e suprimindo a atividade das glândulas sebáceas (Nota: DHT desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da acne, uma vez que estimula a atividade das glândulas sebáceas.) CERVANTES, Jessica et al. The role of zinc in the treatment of acne: A review of the literature. Dermatologic Therapy, [s.l.], v. 31, n. 1, p.1- 17, 28 nov. 2017. ZINCO Dose usual 7mg Dose mínima 15mg Dose máxima 30mg Exame bioquímico: zinco eritrocitário Segundo a Instrução normativa n° 28 de julho de 2018:29,59mg O excesso de Zn pode induzir a deficiência de cobre, que prejudica o metabolismo do Fe, podendo causar anemia e diminuir a atividade da SOD, ceruloplasmina e da enzima citocromo C oxidase. MAGNÉSIO Regula funções fundamentais, como contração muscular, condução neuromuscular, controle glicêmico, contração miocárdica e pressão arterial. Ele desempenha um papel vital na produção de energia e no desenvolvimento ósseo. O magnésio é um cofator importante para enzimas envolvidas no metabolismo de carboidratos. O magnésio é necessário para a secreção de insulina e a reposição de magnésio em pessoas com deficiência de Mg restaura a secreção de insulina. Além disso, a deficiência de magnésio reduz a sensibilidade dos tecidos à insulina e em adultos, baixa tolerância à glicose sérica e intracelular e aumento do risco de DM2. Zinco – Prática clínica Biodisponível: zinco quelato Sua deficiência está relacionada a hipertensão, arritmias, pré-eclampsia, RI e diabetes, e DCV, inflamação, estresse oxidativo. A deficiência de magnésio e vitamina D tem sido cotada como principal fator de risco para DCV. Sharifi, F., Mazloomi, S., Hajihosseini, R., & Mazloomzadeh, S. (2011). Serum magnesium concentrations in polycystic ovary syndrome and its association with insulin resistance. Gynecological Endocrinology, 28(1), 7–11.doi:10.3109/09513590.2011.579663 Resultados: A co-suplementação de magnésio e zinco ↓ PCR; ↑capacidade antioxidante total (TAC) no plasma significativamente aumentados; ↓ a expressão gênica IL-1; 60 indivíduos com SOP com idade entre 18 e 40 anos Foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos: 250mg de suplementos de óxido de magnésio mais sulfato de zinco (contendo 50mg de zinco) (n= 30) ou Placebo (n= 30) Duas vezes ao dia por 12 semanas ↓ TNF-α; Em geral, a suplementação de magnésio e zinco, entre as mulheres com SOP teve efeitos benéficos sobre a PCR sérica do soro, TAC e expressão gênica de IL-1 e TNF- α. Resultados: ↓ hirsutismo; ↓ PCR e malondialdeído plasmático; ↑ significativo no plasma concentração total de capacidade antioxidante; Não encontramos nenhum efeito significante da suplementação de magnésio-zinco- cálcio-vitamina D no índice de androgênio livre, e outros biomarcadores de inflamação e estresse oxidativo; Em geral, a suplementação de magnésio-zinco-cálcio-vitamina D por 12 semanas entre mulheres com SOP teve efeitos benéficos Mulheres com SOP randomizadas em dois grupos: 100 mg de magnésio, 4mg de zinco, 400mg de cálcio mais 200UI de suplementos de vitamina D (n=30) ou Placebo (n= 30) Duas vezes ao dia por 12 semanas Limitações: Não conseguiram avaliar os efeitos da co-suplementação com magnésio-cálcio- vitamina D na expressão gênica relacionada à inflamação e ao estresse oxidativo. Também é difícil concluir quando quatro produtos (magnésio-zinco-cálcio-vitamina D) estão sendo usados contra o placebo. Portanto, mais estudos são necessários com a suplementação única para cada comparação com co-suplementação para determinar os efeitos benéficos de cada um sobre os perfis hormonais, biomarcadores de inflamação e estresse oxidativo. MAGNÉSIO Dose usual 100mg Dose mínima 250mg Dose máxima 700mg Vários estudos mostraram que pelo menos 300 mg de magnésio devem ser suplementados para estabelecer concentrações séricas de magnésio significativamente aumentadas. Mostrando que a maioria das pessoas precisam de um adicional de 300 mg de magnésio por dia, a fim de reduzir o risco de desenvolver inúmeras doenças crônicas. Exame bioquímico: magnésio eritrocitário Segundo a Instrução normativa n° 28 de julho de 2018: 350mg Magnésio – Prática clínica Biodisponível: Magnésio Quelato OU dimalato OU L-treonato Atenção em pacientes com insuficiência hepática e em cardíacos descompensados, pois o rim, quando tem sua função alterada, perde a capacidade de controlar a homeostase de magnésio, podendo ocorrer sobrecarga. COQ10 É uma benzoquinona lipossolúvel que desempenha um papel antioxidante importante na (eliminação ERO e na inibição da oxidação de lipídios). Essa enzima diminui o estresse oxidativo e participa do metabolismo endotelial, o que, por sua vez, pode resultar em aumento da lipólise dos triglicerídeos. Sugerem-se a importância da administração de CoQ10 em indivíduos com SOP. SAMIMI, Mansooreh et al. The effects of coenzyme Q10 supplementation on glucose metabolism and lipid profiles in women with polycystic ovary syndrome: a randomized, double-blind, placebo- controlled trial. Clinical Endocrinology, [s.l.], v. 86, n. 4, p.560-566, 10 jan. 2017. 60 mulheres com SOP divididas aleatoriamente em dois grupos: 100 mg de suplementos de CoQ10 (n= 30) Placebo (n= 30) Uma vez ao dia por 12 semanas Marcadores do metabolismo da insulina e perfil lipídico foram avaliados na primeira e 12 semanas após a intervenção. Resultados: ↓ significativamente a glicose plasmática em jejum; ↓ as concentrações séricas de insulina; ↓ HOMA-IR; ↓ HOMA-beta; ↑ o índice quantitativo de verificação da sensibilidade à insulina (QUICK); Além disso, as alterações nas concentrações séricas de colesterol total e LDL nas mulheres suplementadas foram significativamente diferentes daquelas das mulheres no grupo placebo. Teve efeito benéfico no metabolismo da glicose, níveis séricos de colesterol total e LDL, mas não afeitou outros perfis lipídicos. Isto sugere que a suplementação com CoQ10 pode conferir um potencial terapêutico vantajoso para indivíduos com SOP. Mais pesquisas são necessárias em outros pacientes e por períodos mais longos para determinar a segurança dessa abordagem suplementar. Coenzima Q10 Dose usual 100mg Dose mínima 90mg Dose máxima 200mg CARNITINA A carnitina desempenha um papel importante na perda de peso, tolerância à glucose, função da insulina e metabolismo dos ácidos graxos. Alguns estudos relataram que os níveis circulantes de L-carnitina livre e total foram significativamente menores em mulheres com SOP. Sua suplementação indica uma melhoria nos parâmetros da homeostase da glicose, particularmente durante um estado de RI. Ubiquinol é a forma mais ativa. Recomenda-se suplementar em base lipossolúvel (TCM) Resultados: ↓ significativa no peso, IMC, circunferência da cintura (CC) e circunferência do quadril (HC) em comparação com placebo. ↓ significativa na glicose plasmática em jejum, ↓ nos níveis séricos de insulina, ↓ HOMA IR e DHEA. No entanto, não afetou os perfis lipídicos ou a testosterona livre. 60 mulheres com SOP divididas randomizadas em dois grupos: 250 mg de suplementos de carnitina (n= 30) ou Placebo (n= 30) Por 2 semanas Concluíram que como um todo, os resultados deste estudo de revisão sistemática mostraram que a carnitina pode levar à perda de peso e melhorar o status glicêmico, e pode reduzir a RI em pacientes com SOP. No entanto, os efeitos da carnitina no perfil lipídico foram contraditórios. Ela possui efeito na melhora da função dos folículos e o tamanho das células do ovário, mas não tem efeito significativo sobre os hormônios sexuais. Mais estudos são necessários para determinar os mecanismos exatos dos efeitos da carnitina em pacientes com SOP. CARNITINA Dose usual 1g Dose mínima 500mg Dose máxima 2g ÔMEGA 3 Estudos têm mostrado que os distúrbios metabólicos em pacientes com SOP podem ser melhorados pela intervenção de fatores dietéticos, como alimentos anti-inflamatórios. Entre os fatores dietéticos, os ácidos graxos ômega-3 desempenham um papel importante na regulação imunológica,na sensibilidade à insulina, na diferenciação celular e na ovulação. Podendo ser usado para melhorar a desordem da foliculogênese causada por estresse oxidativo excessivo e a hiperinsulinemia em mulheres com SOP. A suplementação de ácidos graxos ômega-3 também tem efeito benéfico sobre alguns fatores de risco cardiometabólico em mulheres com SOP, o que é conseguido através da: Redução da síntese de prostaglandinas pela inibição competitiva da ciclooxigenase 2 (COX-2); Aumento da atividade de enzimas antioxidantes. Revisão sistemática e meta-análise fornecem evidências de que o ácido graxo ômega-3 pode ser um novo medicamento para pacientes com SOP. E com base nas evidências atuais, o ômega 3 pode ser recomendado para o tratamento de SOP com resistência à insulina, bem como altos níveis de CT (especialmente LDL-C) e TG. No entanto, os estudos controlados, randomizados, atuais têm limitações, incluindo pequenos tamanhos de amostra e curta duração. Estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo Resultados: ↓ significativa da insulina; ↓ HOMA IR; ↓ HOMA Beta; ↑ significativo QUICK; ↓ significativas na testosterona sérica total e testosterona livre; Não observamos efeito significativo sobre a glicose plasmática em jejum e outros efeitos hormonais. 68 mulheres com SOP divididas em dois grupos: 1g de ômega-3 do óleo de linhaça contendo 400mg de ácido α-linolênico + 400UI de vitamina E (n= 34) ou Placebo (n= 30) Durante 12 semanas Randomizado, duplo-cego e controlado por placebo Resultados: Melhora significativa no Inventário de Depressão de Beck, questionário geral de saúde e escala de ansiedade e estresse depressivos; ↓significativamente os níveis séricos de insulina; ↓ HOMA IR; ↓ testosterona total; ↓ hirsutismo; ↑ QUICK; ↓ PCR; ↓ malondialdeído; ↑ glutationa total no plasma. 60 mulheres com SOP divididas em dois grupos: 1g de ômega-3 do óleo de peixe ômega 3 contendo 400mg de ácido α- linolênico + 400UI de vitamina E (n= 34) ou Placebo (n= 30) Durante 12 semanas após o almoço Ômega 3 Dose usual 3g Dose mínima 1g Dose máxima 6g QUERCETINA A quercetina é um flavonoide, um composto natural bem reconhecido com funções antioxidantes e anti-inflamatórias. Efeitos benéficos na síndrome metabólica, inflamação, obesidade, diabetes e resistência à insulina têm sido estudados. Este flavonol é encontrado em alguns alimentos, como maçã, cebola, chá e vinho tinto. Objetivo: observar o efeito terapêutico da quercetina na RI em um modelo de rato SOP e explorar o mecanismo subjacente. Resultados: ↓ significativamente os níveis de insulina no sangue; ↓ IL-1b, IL-6 e TNF-alfa; ↓ a translocação nuclear de NF-kB da célula granulosa no modelo de rato SOP resistente à insulina. O tratamento inibiu a expressão de genes relacionados à inflamação, a LDL e TLR4, no tecido ovariano; Melhorou a RI e demonstrou um efeito terapêutico favorável nos ratos SOP. Mecanismo: O mecanismo subjacente da quercetina envolve potencialmente a inibição da via de sinalização do TLR/ NF-kB e a melhora da resposta inflamatória no microambiente do tecido ovariano do modelo de rato SOP. Objetivo: Determinar o efeito da quercetina sobre a sensibilidade à insulina mediada por adiponectina em pacientes com SOP. 84 mulheres com SOP distribuídas aleatoriamente em dois grupos: 1g de quercetina (duas cápsulas de 500mg) ou Placebo Durante 12 semanas Além das avaliações antropométricas, os níveis séricos de adiponectina em jejum, adiponectina de alto peso molecular (HMW), glicose, insulina, testosterona, LH e SHBG também foram medidos no início e no final do estudo. Resultados: ↑ adiponectina; ↓HOMA-IR; ↓ testosterona; ↓ LH; ↓ glicose em jejum; ↓ insulina. A suplementação oral de quercetina foi eficaz na melhora da RI mediada pela adiponectina e do perfil hormonal de mulheres com SOP. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ADIPONECTINA É uma adipocitocina secretada principalmente pelos adipócitos e apresenta efeitos anti- inflamatórios e ateroprotetores no tecido vascular. Apresenta ainda ação sensibilizadora para a insulina nos tecidos musculares esquelético e cardíaco bem como no tecido adiposo, com ação importante no controle dos valores glicêmicos e lipídicos. PETTO, Jefferson et al. Adiponectin: Characterization, Metabolic and Cardiovascular Action. International Journal of Cardiovascular Sciences, [s.l.], v. 28, n. 5, p.424-432, 2015. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - QUERCETINA Dose usual 200mg Dose mínima 200mg Dose máxima 500mg CROMO O cromo é um elemento essencial que está envolvido no metabolismo de carboidratos e lipídios. 1- Aumenta a atividade da subunidade B do receptor de insulina para aumentar a atividade dos efetores da cascata PI3K e Akt para aumentar a translocação do GLUT4 para a superfície da célula. 2- Regula negativamente TIROSINA FOSFATASE (PTP-1B), o regulador negativo da sinalização de insulina e melhora o estresse do RE nas células 3- Regulação positiva transitória de AMPK leva ao aumento da captação de glicose 4- Cromo medeia o efluxo de colesterol das membranas causando translocação do GLUT4 e melhorando a captação de glicose. 1 2 3 4 Estudo prospectivo, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo Resultados: ↓ significativas nos níveis séricos de insulina; ↓ HOMA IR; ↓ HOMA B e no índice QUICKI em comparação ao placebo; Além disso, foi observada uma tendência a um efeito significativo na diminuição das triglicérides séricos, VLDL e colesterol total. Conclusões: A suplementação de cromo é favorável sobre os marcadores do metabolismo da insulina. 64 mulheres com SOP distribuídas aleatoriamente em dois grupos: 200mg de suplementos de picolinato de cromo (n= 32) ou Placebo (n=32) Durante 8 semanas CROMO Dose usual 200g Dose mínima 100g Dose máxima 1g Segundo a Instrução normativa n° 28 de julho de 2018: 250mg A administração de cromo deve ser feita preferencialmente com CHO e os horários também são importantes (de manhã tem maior pico de insulina, se não houver o consumo com CHO o paciente pode sentir tontura, indisposição e até desmaiar). FOLATO A síndrome do ovário policístico é uma das condições associadas a níveis elevados de homocisteína. A homocisteína pode causar efeitos citotóxicos no endotélio vascular. Sendo um fator de risco para aterosclerose, tromboembolismo, hiperinsulinemia e, consequentemente, doença cardiovascular. O ácido fólico é um dos suplementos que tem um efeito fisiológico bem conhecido na redução da Hcy. Por isso, pode melhorar a função endotelial. Cromo – Prática clínica Biodisponível: picolinato de cromo Ciclo da homocisteína 1. Ácido fólico entra na dieta e é convertido, através da MTHFR, em 5-MTHF. 2. Quando há polimorfismos genéticos, a MTHFR estará alterada e não funcionará da forma correta. 3. A MTHFR depende da vit. B12, Vit. D, colina, betaína e Vit. B6 4. O 5-MTHF irá metilar a homocisteína em metionina 5. A metionina irá se transformar em SAME 6. O SAME pela reação de metilação será responsável por formar DNA, RNA, proteínas, lipídios, hormônios… A reação de metilação de DNA é vital para diversos processos patológicos. 7. Esse ciclo também se correlaciona com o ciclo da Biopterina, o qualé responsável por formar vários neurotransmissores (serotonina, dopamina…) 8. E o SAME participa desse processo. 9. Estudos já tem mostrado relação com mutação da MTHFR com distúrbios psiquiátricos/ psicológicos. 1 4 5 6 7 8 A suplementação com Folato, através da ↓ da RI e dos níveis séricos de Hcy, pode ter um efeito benéfico em pacientes com SOP. Estudos mostram melhora da função do endotélio vascular e à redução da Hcy sérica entre as mulheres. Amini, L. et al. Antioxidants and management of polycystic ovary syndrome in Iran: A systematic review of clinical trials. Iran J Reprod Med Vol. 13. No. 1. Pp: 1-8, January 2015 ASEMI, Zatollah; KARAMALI, Maryam; ESMAILLZADEH, Ahmad. Metabolic response to folate supplementation in overweight women with polycystic ovary syndrome: A randomized double-blind placebo- controlled clinical trial. Molecular Nutrition & Food Research, [s.l.], v. 58, n. 7, p.1465-1473, 15 maio 2014. Randomizado, duplo-cego e controlado por placebo Resultados: A suplementação de folato (5 mg), em comparação com folato 1 e placebo, resultaram: ↓ da homocisteína no plasma; 81 mulheres obesas (peso: 65-110kg) com SOP distribuídas aleatoriamente em três grupos: Folato-1: 1mg/ dia de suplemento de folato (n= 27); Folato-5: 5mg/ dia de suplemento de Folato (n=27) ou Placebo (n= 27) Durante 8 semanas ↓ HOMA IR, e proporção de colesterol total / HDL-C. Conclusão: 5 mg/ dia de suplementação de folato por 8 semanas entre mulheres com SOP tiveram efeitos benéficos nos perfis metabólicos. Randomizado, duplo cego e controlado por placebo Resultados: A suplementação com 5mg/ d de folato resultou: 69 mulheres com SOP distribuídas aleatoriamente em três grupos: Folato-1: 1mg/ dia de suplemento de folato (n= 23); Folato-5: 5mg/ dia de suplemento de Folato (n=23) ou Placebo (n= 23) Durante 8 semanas Todos os participantes forneceram três registros dietéticos (um dia de final de semana e dois dias de semana) e três registros de atividade física ↓ Hcy; ↓ HOMA-B; ↓ PCR; ↓ MDA em comparação com os grupos folato-1 e placebo; ↑TAC e GSH. As doses dos estudos são geralmente muito altas. Deve-se ficar atento, pois o limite máximo que o nutricionista pode prescrever é de 1mg FOLATO Dose usual 400µg Dose mínima 400µg Dose máxima 1mg Exame bioquímico: ácido fólico Segundo a Instrução normativa n° 28 de julho de 2018: 614,86mg Magnésio – Prática clínica Biodisponível: 5-MTHF Passo 3: modulação intestinal. As bactérias intestinais fornecem benefícios ao hospedeiro: Modulação do sistema imunológico; Inibição da colonização do patógeno; Liberação de nutrientes dos alimentos. A Disbiose intestinal tem sido implicada em muitos estados de doença, incluindo diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares. Estudos demonstram que os níveis de hormônios sexuais exerceram influências específicas na composição da microbiota. É interessante explorar o papel da microbiota intestinal na SOP, pois o nível de andrógenos nas mulheres com SOP sempre são elevados. Alguns autores sugerem que a disbiose da microbiota intestinal trazida por uma dieta rica em açúcares gordurosos em pacientes com SOP leva a um aumento na permeabilidade intestinal. O LPS produzido por bactérias gram-negativas atravessa a parede do intestino “leaky gut" para a circulação, levando a um estado crônico de inflamação de baixo grau – envolvido em vários processos patológicos A ativação do sistema imune interfere no receptor de insulina, elevando o nível de insulina, o que aumenta a produção de testosterona no ovário levando à SOP. GUO, Yanjie et al. Association between Polycystic Ovary Syndrome and Gut Microbiota. Plos One, [s.l.], v. 11, n. 4, p.1- 0, 19 abr. 2016. A teoria do dogma para criação de SOP O estudo relatou que a modificação do equilíbrio bacteriano do cólon através do uso de prebióticos e probióticos tem o potencial de ser um tratamento efetivo da SOP, trazendo várias vantagens sobre os tratamentos tradicionais, pois tem como alvo a Disbiose e o “leaky gut''. Objetivo: revisar sistematicamente ensaios clínicos randomizados (ECR) para esclarecer os efeitos da suplementação pró / simbiótica em medidas antropométricas e bioquímicas em mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP). Pesquisa em artigos indexados até setembro de 2018. Oito ensaios clínicos randomizados (nove braços de tratamento) foram incluídos. A suplementação pró/ simbiótica reduziu significativamente a glicose no sangue em jejum, insulina, HOMA IR, proteína C- reativa e testosterona total em mulheres com SOP. No entanto, mudanças na diferença média de peso e índice de massa corporal não atingiram um nível estatisticamente significativo. Os achados sugerem que a suplementação pró/ simbiótica pode melhorar os parâmetros de homeostase da glicose, os índices hormonais e inflamatórios em mulheres com SOP. O manejo da microbiota deve conter: Probióticos: L. plantarum; L. acidophilus; L. rhamnosus - Alterações na composição corporal, aumento do HDL-C e modificação na microbiota intestinal B. breves -Alteração na composição corporal e diminuição da insulina, da fosfatase alcalina e da proteína C-reativa de alta sensibilidade L. salivarius -Redução do LDL-c e do colesterol total, e da glicemia em jejum B. longum; L. bulgaricus - Diminuição da glicose plasmática em jejum e da Proteína C-reativa e aumento da glutationa em pacientes diabéticos L. gasseri – perda de peso Prebióticos: Aspargos: FOS e Inulina; modo de preparo: frescos e crus, ou ligeiramente cozidos no vapor. Alho-poro e Cebola: Maiores concentrações de FOS e Inulina; Modo de preparo: frescos e crus, ou ligeiramente cozidos. Alho: FOS e Inulina; estimula o crescimento de Bifidobacteria e promover um ambiente de pH baixo (ácido) no cólon, o que é favorável para bactérias benéficas. Raiz de Chicória e Alcachofra: Inulina. Leguminosas: Galacto-oligossacarídeos (GOS), Rafinose-oligossacaídeos (ROS) e Amido resistente; (CUIDAR COM O PRÉ-PREPARO) Banana verde - Amido resistente; Batata Inglesa Cozida e Refrigerada: Amido resistente; Modo de consumo: Cozida e Refrigerada (Amido resistente) Cogumelo Ganoderma lucidum: 200 a 500mg. Capacidade de reverter a disbiose intestinal induzida por dietas ricas em gorduras; mantém a integridade da barreira intestinal; reduz a endotoxemia metabólica; - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - SAIBA MAIS Pré-preparo: deixar a leguminosa em remolho por 12 horas em água e substância ácida (limão ou vinagre de maçã), trocando a água no mínimo 3 vezes e incluir substância ácida (soro do iogurte, limão ou vinagre de maçã). Cozinhar normalmente após esse preparo. ATENÇÃO PARA A DISTENSÃO ABDOMINAL: pode-se utilizar Digeliv ou ervas carminativas (erva-doce, gengibre e cominho). - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Pacientes com distensão: utilizar Fibregum B® é uma fibra prebiótica bifidogênica ou Fibersol® HORA DA RECEITA Biomassa de banana verde Modo de preparo: Retire as bananas do cacho com cuidado, preservando os talos (não pode ter abertura na banana); Higienize as bananas com água e sabão; Coloque no fogo uma panela de pressão com água até a metade e deixe ferver; Assim que a água ferver, coloque as bananas higienizadas na água quente da panela de pressão para que levem choque térmico Tampe e deixeem fogo alto até começar a chiar Quando começar a apitar, abaixe o fogo e deixe na pressão por 10 minutos Desligue e espere a pressão sair normalmente, sem forçar Abra a panela e com a ajuda de um pegador, retire as bananas e vá retirando a casca da banana. Coloque as polpas em um liquidificador ou processador e bata com um pouco de água, sem colocar água demais Não deixe esfriar, bata a polpa quente até formar uma pasta bem espessa, a biomassa Guarde em porções pequenas, cubos para sucos e 1/2 xícara e 1 xícara para pratos culinários. DEFICIÊNCIA DO CONSUMO DE FIBRAS NO NOSSO INTESTINO: A erosão do muco pode causar: Risco para absorção de bactérias patogênicas; Risco para permeabilidade intestinal; Inflamação da mucosa; Risco para câncer de cólon. PERMEABILIDADE INTESTINAL GLUTAMINA Evidências sugerem a glutamina como sendo a principal fonte de nutrição dos enterócitos, desempenhando assim, importante papel na manutenção das atividades metabólicas do intestino. A mucosa do intestino apresenta grande concentração de Se o paciente tem um consumo de alimentos industrializados + Baixo consumo de fibras Terá uma erosão do muco, uma permeabilidade intestinal aumentada e consequentemente um aumento da RI, favorecendo ainda mais a SOP. RECOMENDAÇÃO DE FIBRAS: De 25 a 20g no mínimo. NA PRÁTICA CLÍNICA: 40g no mínimo. Ex. Psyllium e aveia glutaminase em suas células epiteliais, demonstrando compatibilidade com as taxas de captação e consumo da glutamina. CHÁ VERDE Os polifenóis do chá verde são metabolizados pela microbiota intestinal e apresentam efeitos prebióticos, podendo inibir o crescimento de bactérias patogênicas como Clostridium difficile e Staphylococcus spp, e estimular o crescimento de bactérias benéficas como Bifidobacterium spp. ENZIMAS DIGESTIVAS Digestão de proteínas. CURCUMINA Redução da permeabilidade intestinal. RAIZ DE ALCAÇUZ Redução da permeabilidade intestinal, aumento da mucosa gástrica e da acidez do estômago; 500mg, 3 vezes ao dia. QUERCETINA Atua nas proteínas de junção. VITAMINA D Induz a expressão de vários peptídeos antimicrobianos e é importante na manutenção da formação de tight junctions adequadas. OUTRAS DICAS: Associar os probióticos com os prebióticos e os polifenóis; A microbiota torna o polifenol biodisponível por transformar da forma glicosídica para a forma aglicona. Behav Brain Res. 2014; 268: 1–7 Int Immunopharmacol. 2008; 8: 484–494 Behav Brain Res. 2012; 228: 359–366 Efeitos dos polifenóis na microbiota intestinal: Bifidobactérias Lactobacilos Bacteroides Clostridia Salmonella typhimurium Staphylococcus aureus Polifenóis ↑ ↑ ↓ ↓ ↓ ↓ Journal of Translational Medicine. 2017; 15; 73 Alimentos fontes em polifenóis: TRATAMENTO CONVENCIONAIS NA SOP: Anticoncepcionais; Progestogênios; Antidiabético/Antiandrogênico: Metformina; Antiandrogênios: Espironolactona. METFORMINA: RENA, Graham; HARDIE, D. Grahame; PEARSON, Ewan R.. The mechanisms of action of metformin. Diabetologia, [s.l.], v. 60, n. 9, p.1577-1585, 3 ago. 2017. Efeitos colaterais: Deficiência de B12; Diarreia; Flatulência; Indigestão; Síndrome de má absorção; Náuseas; Astenia; Cefaleia; Acidose lática; Interações: O cromo e a coenzima Q-10 podem causar aumento nos efeitos hipoglicêmicos. Passo 4: utilização de fitoterápicos Ganoderma lucidum: Em um estudo de pesquisa que explora os efeitos antiandrogênicos de 20 espécies de cogumelos, os cogumelos reishi tiveram a ação mais forte na inibição da testosterona. Esse estudo descobriu que os cogumelos reishi reduziram significativamente os níveis de 5-alfa redutase, impedindo a conversão da testosterona em DHT mais potente. Altos níveis de DHT são um fator de risco para condições como hipertrofia prostática benigna (BPH), acne e calvície – preferência pela pele, folículo piloso, próstata…. GRANT, Paul; RAMASAMY, Shamin. An Update on Plant Derived Anti-Androgens. International Journal Of Endocrinology And Metabolism, [s.l.], v. 10, n. 2, p.497-502, 1 dez. 2012. Glycyrrhiza glabra O alcaçuz é considerado uma planta medicinal há milhares de anos. Os autores investigaram o efeito do alcaçuz no metabolismo de andrógenos em nove mulheres saudáveis entre 22 e 26 anos, na fase lútea do ciclo. Elas receberam 3,5 g de uma preparação comercial de alcaçuz (contendo 7,6% W.W. de ácido glicirrízico) diariamente por dois ciclos. Eles não estavam em nenhum outro tratamento. A testosterona sérica total diminuiu de 27,8 +/- 8,2 para 19,0 +/- 9,4 no primeiro mês e para 17,5 +/- 6,4 ng / dL no segundo mês de terapia (p <0,05). Ele retornou aos níveis pré-tratamento após a descontinuação. CONCLUSÕES: O alcaçuz pode reduzir a testosterona sérica provavelmente devido ao bloqueio da 17-hidroxiesteróide desidrogenase e 17-20 liase. O alcaçuz pode ser considerado uma terapia adjuvante do hirsutismo e da síndrome do ovário policístico. ARMANINI, Decio et al. Licorice reduces serum testosterone in healthy women. Steroids, [s.l.], v. 69, n. 11-12, p.763-766, out. 2004. Dose usual 300mg Dose mínima 50mg Dose máxima 1500mg Ensaio clínico e randomizado Mostrou que beber chá de hortelã duas vezes ao dia por 30 dias (vs. Chá de camomila, que foi usado como controle), pode ocasionar: ↓ níveis plasmáticos de gonadotrofinas e andrógenos. Houve uma mudança significativa nos índices de qualidade de vida relacionados à dermatologia auto-relatados pelos pacientes, mas nenhuma mudança objetiva na escala de Ferriman-Gallwey. É possível que o uso diário de chá de hortelã possa resultar em redução adicional do hirsutismo. Resumo dos efeitos dos anti-andrógenos derivados de plantas: Momordica charantia (Melão amargo) Houve melhora da condição hiperglicêmica em animais experimentais ALAM, Md Ashraful et al. Beneficial Role of Bitter Melon Supplementation in Obesity and Related Complications in Metabolic Syndrome. Journal of Lipids, [s.l.], v. 2015, p.1-18, 2015. Mecanismos: (a) prevenção da absorção de glicose no tubo digestivo; (b) aumento da captação de glicose pelos tecidos; (c) aumento do metabolismo da glicose; (d) aumento da ação semelhante à insulina e estimulação das células beta pancreáticas. Efeito do melão amargo em vários órgãos e prováveis alvos moleculares para melhorar a obesidade e diabetes: ALAM, Md Ashraful et al. Beneficial Role of Bitter Melon Supplementation in Obesity and Related Complications in Metabolic Syndrome. Journal of Lipids, [s.l.], v. 2015, p.1-18, 2015. Dose usual 500mg Dose mínima 250mg Dose máxima 1000mg Cinnamomum verum (Canela) O cinamaldeído, capacidade de prevenir o desenvolvimento do diabetes e suas complicações. Como um líquido amarelo e viscoso, o cinamaldeído constitui 98% do óleo essencial de casca de canela Zhu, R., Liu, H., Liu, C., Wang, L., Ma, R., Chen, B., … Gao, S. (2017). Cinnamaldehyde in diabetes: A review of pharmacology, pharmacokinetics and safety. Pharmacological Research, 122, 78– 89.doi: 10.1016/j.phrs.2017.05.019 O cinamaldeído pode ter ação no tecido adiposo através da estimulação de Tecido Adiposo Marrom, lipólise e oxidação, absorção de glicose e também pela libertação de moléculas inflamatórias. Como mostra a figura a seguir: Também pode atuar no musculo esquelético através de alterações no teor de glicogênio, biogênese mitocondrial, absorção de glicose esinalização de insulina. Como mostra na próxima imagem: O cinamaldeído exerce atividade fígado, pâncreas, trato gastrointestinal, hipotálamo e rim: Zhu, R., Liu, H., Liu, C., Wang, L., Ma, R., Chen, B., … Gao, S. (2017). Cinnamaldehyde in diabetes: A review of pharmacology, pharmacokinetics and safety. Pharmacological Research, 122, 78–89. Doi:10.1016/ j. phrs.2017.05.019 Zhu, R., Liu, H., Liu, C., Wang, L., Ma, R., Chen, B., … Gao, S. (2017). Cinnamaldehyde in diabetes: A review of pharmacology, pharmacokinetics and safety. Pharmacological Research, 122, 78–89.doi: 10.1016/j.phrs.2017.05.019 CINAMALDEÍDO TGI: inbição Ingestão de alimentos cumulativa e taxa de esvaziamento gástrico Rim: Redução do peso do rim; Prevenção dahiperplasia e hipertrofia celular e inibição da hipertensão Tecido adiposo: Estimulação do tecido adiposo marrom; promoção da lipolise e da oxidação de ácidos graxos; aumento da captação de glicose; melhora na sensibilidade à insulina. Fígado: Promoção da síntese de glicogênio; Inibição da gluconeogenese; normalização da enzima hepática. M. esquelético: Aumento do teor de glicogênio e captação de glicose; Melhora da sensibilidade a insulina; promoção da biogênese mitocondrial. Outros: melhora da disfunção cognitiva; inibição da α-PTP1B Pâncreas: promoção da secreção de insulina e regeneração celular Resultados: O cinamaldeído foi o principal constituinte (92,06%); ↓ Insulina em jejum (p = 0,024) e HOMA IR foi reduzida após 12 semanas no grupo canela em comparação com o placebo; ↓ significativa do LDL no grupo canela; No entanto, mudanças em outras medições de resultados não levaram a diferença estatisticamente significativa com o placebo. A suplementação de canela com a dose diária de 1,5 g por 12 semanas em combinação com a terapia com progesterona foi bem tolerada e melhorou significativamente a sensibilidade à insulina e diminuiu o nível de insulina e LDL. Dose usual 125mg Dose mínima 112mg Dose máxima 550mg TODAS as 66 mulheres com SOP estavam tomando acetato de progesterona 10mg/ dia durante os últimos 10 dias de seus ciclos menstruais. Foram divididas em dois grupos aleatoriamente: Com cápsulas de canela em pó de 1,5g/ dia; Com cápsulas de placebo semelhantes. Em 3 doses divididas durante 12 semanas Dentre suas aplicações destaca-se o tratamento da amenorreia, diretamente relacionado com a ocorrência de abortos. Não utilizar em gestantes, altas doses podem provocar irritação das mucosas e hematúria. Bauhinia foficata (pata-de-vaca) É amplamente utilizada por suas propriedades hipoglicemiantes e antidiabéticas, atribuídas ao flavonoide kaempferitrina presente nas folhas; O mecanismo hipoglicemiante exercido pela kaempferitrina possui um efeito semelhante à insulina no consumo da glicose periférica, a inibição da reabsorção de glicose no rim, um atraso no catabolismo da insulina e/ou potenciação do efeito da insulina residual; O flavonoide kaempferitrina também apresenta ação antioxidante, contribuindo para a prevenção de complicações associadas ao diabetes. Dose usual 150mg Dose mínima 150mg Dose máxima 250mg RESUMO: A SOP tem uma relação muito forte com RI, por isso, deve-se atentar a redução dessa condição no tratamento; Minimizar os sinais e sintomas; avaliando exames e realizando a suplementação de forma certa e efetiva; Modular a microbiota intestinal, visto que um intestino integro e funcionando de forma adequada favorece a metabolização e absorção de nutrientes de forma eficiente; Utilizar os fitoterápicos no manejo dos sinais e sintomas de forma responsável. ESTUDO DE CASO Paciente M. C., 27 anos, psicóloga Motivo da consulta: procura o nutricionista para emagrecimento (obesidade) e controle da SOP. Diagnóstico de SOP: Há 1 ano atrás pelo médico ginecologista. Medicamento: Faz uso de anticoncepcional e Metformina – prescrição médica. Histórico: Mãe hipertensa e pai obeso. Outras informações: Já iniciou outros acompanhamentos nutricionais, mas sem sucesso, e atribui isso ao estresse e rotina. Está disposta a mudar, pois seu corpo a incomoda. É sedentária. Bebe socialmente. A ingestão hídrica é de aproximadamente 500ml/ dia – não gosta, diz que a água tem um “gosto ruim”. Dorme tarde. Deita e demora para pegar no sono, e o sono é agitado durante a noite. Intestino é irregular. As vezes fica um dia inteiro sem ir ao banheiro. Relata cefaleia, náuseas, indigestão e flatulência. Unhas frágeis e queda de cabelo. Demonstra hirsutismo leve e acne na região das mandíbulas. Não tem exames recentes, apenas: Insulina em jejum = 20; Glicose em jejum = 190. Rotina alimentar: Avaliação da alimentação: Leite e derivados - ↑IGF1; Baixo consumo de folhas; Baixo consumo de frutas; Chás adoçados - ↑ insulina/glicose; Alimentos com farinha refinada (pão) - ↑ insulina/glicose; Embutidos; Margarina; Jantar e ceia de alto IG. Avaliação dos exames: Exame: insulina em jejum = 20; Glicose em jejum = 190 Conduta: Iniciar com uma cetogênica (5 – 10% de CHO) mediterrânea por 15 dias – reavaliar; Manutenção: LOW CARB moderada (26 – 44% de CHO). Para conseguir a redução dessa glicemia e da insulina e com que a paciente enxergue resultados e se anime mais. Low carb: Fazer uma educação nutricional acerca do consumo de folhas verdes; ensinar receitas, ex: charutinhos de couve folha recheados (sãos ricos em Folato); Alternar o consumo de carne – deixar a vermelha para apenas 1x na semana; Aumentar o consumo de peixes; Inserir frutas nos lanches; Estimular o consumo de chá verde ou hortelã, por exemplo. Reduzir o consumo de carboidratos no almoço – orientar para escolher apenas 1 tipo. Para substituir os lanches: passar receitas que tenham densidade nutritiva, como: crepioca recheada, muffin de atum, quiche de brócolis, etc. Aumentar a ingestão hídrica, ensinar receita de água saborizada (de acordo com o gosto do paciente); Orientar a utilização de app para o celular que fica notificando para lembrar do consumo de água (estabelecer metas quanto a isso); Aumentar o consumo de fibras (aveia, psyllium) – alertar sobre a importância do consumo hídrico; Trocar a margarina por outras opções: azeite de oliva temperado, patês saudáveis, tahine ou hommus; Estimular a prática de exercício físico – estabelecer metas alcançáveis. Cefaleia: reduzir cafeína, industrializados, embutidos, enlatados, álcool, queijos. Inserir fontes de B12, B6, magnésio, ác. Fólico; Náuseas, indigestão: gengibre – água saborizada. Água com limão. Volumes menores de refeição, evitar alimentos gordurosos; Flatulência: orientar o consumo de ervas carminativas – erva-doce, cominho, gengibre, orientar o molho das leguminosas (molho de 12 a 16h, com limão, não usar a mesma água para cozinhar). Exames para solicitar (verificar a possibilidade): Insulina em jejum Glicose em jejum Hemoglobina glicada Estradiol SHBG FSH LH Estradiol 17-OH-Progesterona Colesterol Total Triglicerídeos Colesterol LDL Colesterol HDL TSH 25(OH) D Homocisteína Vitamina B12 Hemograma completo PCR Ferritina Formulações: Disbiose com constipação: Lactobacillus acidophilus - 2 bilhões de UFC Bifdobacterium bifidum- 1 bilhão de UFC Lactobacillus rhamnosus - 1 bilhão de UFC Lactobacillus paracasei - 1 bilhão de UFC Lactobacillus gasseri -1 bilhão de UFC Aviar X doses em cápsulas. Posologia: Consumir uma dose ao dia, 30 minutos antes do almoço. Associar com: Fibregum B®, Acácia gum, caule - 5g Aviar X doses em sachês. Posologia: Diluir o conteúdo em 200ml de água. Consumir uma dose ao dia. Associar com: Glutamina – 5g Aviar X doses em sachê/pó. Posologia: Diluir o conteúdo em 200ml de água. Consumir uma dose ao dia antes de dormir. Realizar a suplementação com base nos exames laboratoriais que serão solicitados, conforme vimos na aula. LIBIDO FEMININA Segundo a Organização Mundial de Saúde, a sexualidade é influenciada pela interação de fatores biológicos, psicológicos, socioeconômicos, políticos, culturais, éticos, legais, históricos, religiosos e espirituais. Constitui um aspecto fundamental do ser humano, envolvendo as identidades de gênero, sexo, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução. A sexualidade é vivida e expressa em pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis e relacionamentos, embora nem todos eles sejam sempre experimentados ou expressos ao longo da vida. A disfunção sexual tem alta prevalência entre as mulheres. Ocorrendo um aumento nas queixas na fase da pré-menopausa, sendo de 40 a 49 anos e uma redução na procura sexual com o avançar da idade, de 70 a 79 anos. A disfunção sexual feminina é um problema de saúde frequente, com um impacto negativo na qualidade de vida e que inclui: disfunção no desejo/ excitação sexual, disfunção do orgasmo e dor genitopélvica. Essa disfunção pode ser multifatorial, incluindo fatores biológicos, psicológicos, relacionais e socioculturais. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. vol.30 no.6 Rio de Janeiro June 2008 Essa disfunção ocorre por conta da libido. Embora ocorra um aumento na disfunçao sexual com a idade, ocorre tambem uma adaptaçao e redução da angustia. A partir dos 30 anos também ocorre uma diminuição do estrogênio e da testosterona. No homem também ocorre essa queda, a partir dos 40. Mas no caso das mulheres a queda da testosterona é suprimida pelo aumento do estrogênio. Diabetes Hiperten- são Psicológico Quimiote- rapia Hormônios Antidepres -sivos BAIXA LIBIDO Desejo sexual: É uma sensação de vontade de ter relação sexual que gera bem-estar físico e mental em relação ao sexo. HORMÔNIOS SEXUAIS Estrogênio: O estrogênio é o principal hormônio sexual feminino, tem função na reprodução, efeitos no sistema no sistema ósseo, cardiovascular e no sistema nervoso central. Existem três tipos de estrogênio, sendo que um pode ser convertido no outro e vice e versa: Estrona (E1): Considerado o estrogênio do “mal”, ele é produzido pelos adipócitos e é o responsável pelo acúmulo de gordura na região abdominal e ao redor dos órgãos. Ele bloqueia os efeitos do estradiol e tem relação com o câncer de mama e de útero. Na mulher jovem os níveis são baixos, pois os ovários convertem a estrona em estradiol. Após a menopausa, o ovário perde essa função e a estrona passa a ser produzida pelo fígado e tecido adiposo. Estradiol (E2): Considerado o estrogênio do “bem”, ele é o hormônio mais forte e prevalente. Responsável pelo acúmulo de gordura na região glúteo femoral, pela lubrificação vaginal e pela libido. Previne infecções urinárias. É importante para a absorção de cálcio, zinco e magnésio para estimular a produção óssea, estimula a produção de óxido nítrico e HDL, tem efeito no sistema nervoso, mantém a saúde da pele e é um potente antioxidante. Estriol (E3): É considerado o mais fraco estrogênio, bloqueia os efeitos deletérios da estrona, parece ter efeitos positivos nas funções autoimunes e é produzido naturalmente durante a gravidez pela placenta. Testosterona: A testosterona é conhecida como o hormônio sexual masculino, é secretado pelas células de Leydig. No plasma, cerca de 2% da testosterona circula livre, aproximadamente 66% circula ligada à globulina ligadora de esteroides sexuais (SHBG) e 33% liga-se à albumina e a outras proteínas. A produção hepática de SHBG é positivamente regulada pelo estradiol e negativamente pela testosterona. Assim, níveis aumentados de testosterona permitem uma maior biodisponibilidade da fração livre e reduz os níveis de SHBG, o que em mulheres pode ser prejudicial por fazer parte de algumas desordens como a Síndroma de Ovários Policísticos. NAVES, Andréia. Nutrição Clínica Funcional: Modulação Hormonal. São Paulo: VP editora. 2010. 272p Fatores associados às disfunções sexuais femininas Lara LA, Lopes GP, Scalco SC, Vale FB, Rufino AC, Troncon JK, et al. Tratamento das disfunções sexuais no consultório do ginecologista. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); 2018. (Protocolo Febrasgo - Ginecologia, nº 11/Comissão Nacional Especializada em Sexologia). Baixa lubrificação Outro sintoma que as mulheres relatam é a diminuição do fluxo vaginal durante o ato sexual. A diminuição dos níveis de estradiol na menopausa provoca uma diminuição da lubrificação vaginal e causa a dispareunia (dor durante o ato sexual). Fatores psicológicos O ciclo de resposta sexual é influenciado negativamente por fatores psicológicos, entre eles a ansiedade, baixa autoestima, distúrbios da percepção da imagem corporal, medo de rejeição, ansiedade do desempenho sexual, experiências sexuais traumáticas passadas, históricos de abuso e qualidade do relacionamento e entre outros inúmeros fatores. Fatores socioculturais Os fatores socioculturais que mais frequentemente causam ou mantém a disfunção sexual são problemas de relacionamento, a disfunção sexual do parceiro (disfunção eréctil). Fármacos Vários fármacos podem ter um efeito inibitório da função sexual, como os inibidores seletivos de receptação de serotonina (ISRS) e os inibidores seletivos da receptação de serotonina e noradrenalina (ISRSN), os antiestrogênicos (tamoxifeno e inibidores da aromatase) e os estrogênios orais (como os contraceptivos hormonais combinados). Consumo alimentar O consumo alimentar também pode alterar a produção de estrogênio. Mulheres que têm uma dieta desequilibrada com o alto consumo de frituras e alimentos gordurosos podem ter uma produção de qualidade ruim de estrogênio. CICLO DE RESPOSTA SEXUAL FEMININA O primeiro ciclo de resposta sexual feminino foi descrito por William Masters e Virginia Johnson em 1966. O modelo foi constituído por quatro fases: excitação, platô, orgasmo e resolução. Em 1979, Kaplan sugeriu um novo modelo, composto por três fases: desejo, excitabilidade e orgasmo, eliminando a de resolução, pois acreditava ser uma ausência de resposta sexual, em vez de parte do próprio ciclo. Excluiu-se também a fase de platô, por imaginar ser essencialmente uma continuação da fase de excitação. Um pesquisador propôs um modelo de resposta sexual diferente e composto por quatro aspectos da sexualidade da mulher: Comparada ao homem, em que a testosterona inicia a estimulação, a mulher tem pouca influência de hormônios para o início do estímulo sexual; A motivação feminina decorre de “recompensas” ou “ganhos” que não são estritamente sexuais, como a proximidade emocional com o parceiro que ativa o ciclo de resposta sexual seguinte; A excitação sexual da mulher é mental e subjetiva, podendo ou não ser acompanhada por alterações vasoconstritoras na genitália e outras manifestações físicas; O orgasmo pode ou não ocorrer, e quando acontece, manifesta-se de formas diferentes, variando de mulher para mulher. MENDONÇA,Carolina Rodrigues de et al. Função sexual feminina: aspectos normais e patológicos, prevalência no Brasil, diagnóstico e tratamento. Femina, v. 40, n. 4, 2012. Plataforma: OMGyes ETILIOGIA DA DISFUNÇÃO SEXUAL O ciclo de resposta sexual é influenciado negativamente por fatores psicológicos, entre eles a ansiedade, baixa autoestima, distúrbios da percepção da imagem corporal, medo de rejeição, ansiedade do desempenho sexual, experiências sexuais traumáticas passadas, histórico de abuso e qualidade do relacionamento, e outros fatores como desequilíbrio hormonal (baixos níveis de andrógenos e hiperprolactinemia), vasculares, fisiológicos, condições médicas específicas (urogenital, neurológicas e distúrbios endócrinos, disfunções do assoalho pélvico, menopausa, gravidez e pós-parto), musculares (lacerações perineais decorrentes do parto, fraqueza muscular e músculos disfuncionais hipertônicos) e ou em virtude de cirurgia ou medicamentos. Deve-se considerar também a bagagem cultural, religiosa e social da pessoa, que pode influenciar o desejo, e expectativas quanto ao desempenho sexual. Outro determinante importante que interfere na capacidade de resposta sexual são os fatores biológicos, incluindo a depressão, que pode inibir a excitação sexual, e a fadiga decorrente de alguma condição médica (como insuficiência renal ou esclerose múltipla) ou por falta de sono. Approbato relata que a libido em mulheres é influenciada por múltiplos fatores: sociais (estabilidade de parceiro e tipo de trabalho), econômicos (renda familiar) e biológicos (cirurgia pélvica, tempo de relacionamento sexual, leucorreia, dispareunia, gestações, idade, dor no hipogástrio, coitos por semana, orgasmo), e são extremamente complexos para avaliação. Dados recentes apontam também uma predisposição genética para a função sexual. Um estudo exploratório correlacionou fatores genéticos e não genéticos da sensibilidade à ansiedade, angústia sexual e disfunção sexual feminina e encontrou um componente genético comum destacando a necessidade da inclusão da angústia na classificação de transtornos do funcionamento sexual feminino. As mudanças que ocorrem em resposta sexual feminina: ÓRGÃOS FASE EXCITATÓRIA FASE ORGÁSTICA FASE DE RESOLUÇÃO Pele Dura de vários minutos a várias horas; excitação elevada antes do orgasmo, de 30 segundos a 3 minutos imediatamente antes do orgasmo; rubor sexual aparece de forma inconsistente; erupções maculopapular se origina no abdome e se espalha para a face e para o pescoço, podendo incluir ombros e antebraços 3 a 15 segundos Rubor bem desenvolvido 10 a 15 minutos; se não houver orgasmo o rubor diminui na ordem inversa do aparecimento; surgimento inconsistente de película de transpiração nas solas dos pés e nas palmas das mãos Mamas Ereção dos mamilos em dois terços das mulheres, congestão venal e aumento aureolar; o tamanho fica um quarto a mais que o normal As mamas podem se tornar trêmulas Retorno normal em cerca de 12 a 24 horas Clitóris Aumento do diâmetro da glande e do corpo do clitóris; imediatamente antes do orgasmo, o clitóris se retrai para dentro do prepúcio Nenhuma alteração O corpo do clitóris retorna à posição normal em 5 a 10 segundos; detumescência em 5 a 30 minutos; se não houver orgasmo, a detumescência leva várias horas Grandes lábios Nulípara: elevam-se e achatam-se contra o períneo; Multípara: congestão e edema Nenhuma alteração Nulípara: aumento ao tamanho normal em 1 a 2 minutos Multípara: diminuição para o tamanho em 10 a 15 minutos Pequenos lábios Tamanho aumenta para duas a três vezes do normal, mudança para rosa, vermelho profundo antes do orgasmo Concentrações dos pequenos lábios proximais Retorno ao normal dentro de cinco minutos Vagina Mudança de cor para roxo escuro, transudato vaginal aparece de 10 a 30 segundos após o início da excitação; alongamento e distensão vaginal; terço inferior da vagina se contrai antes do orgasmo 3 a 15 contrações do terço inferior da vagina a intervalos de 0,8 segundos A ejaculação forma pool seminal nos dois terços superiores da vagina; a congestão desaparece em segundos ou, se não houver orgasmo, entre 20 a 30 minutos Útero Ascende para a pelve falsa; contrações semelhantes às do parto começam na excitação elevada imediatamente antes do orgasmo Contrações durante todo o orgasmo As contrações cessam e o útero volta para a posição normal Outros Miotonia Perda do controle Retorno ao estado de linha de base em segundos há minutos Algumas gotas de secreção mucoide das glândulas de Bartholin durante o aumento da excitação Colo incha literalmente e se eleva passivamente com o útero muscular voluntário Reto: contrações rítmicas Hiperventilação e taquicardia Cor e tamanho do colo retornam ao normal e o colo baixa sobre o pool seminal MENDONÇA, Carolina Rodrigues de et al. Função sexual feminina: aspectos normais e patológicos, prevalência no Brasil, diagnóstico e tratamento. Femina, v. 40, n. 4, 2012 Resultados: A prevalência de DSF aumentou de acordo com a idade e o baixo nível educacional. Pelo menos uma disfunção sexual foi relatada por 49,0% das mulheres; 26,7% afirmaram falta de desejo sexual; 23,1% dor durante o intercurso sexual; 21% disfunção orgástica. J Impot Res. 2004;16(2): 160-6. DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS Estudou-se o comportamento sexual 7 estados brasileiros 1.219 mulheres maiores de 18 anos Estão cada vez maiores, principalmente a SÍFILIS Sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser humano, causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior. A sífilis pode ser transmitida através da relação sexual sem o uso da camisinha com uma pessoa infectada, ou para crianças durante a gestação ou parto. A Sífilis é dividida em quatros tipos: Sífilis primária: Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias. Normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha. Sífilis secundária: Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial. Pode ocorrer manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias. Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo corpo. Sífilis latente – fase assintomática: 1. Não aparecem sinais ou sintomas. 2. É dividida em sífilis latente recente (menos de dois anos de infecção) e sífilis latente tardia (mais de dois anos de infecção). 3. A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária. Sífilis terciária: Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção. Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte. Além disso, ainda existe a sífilis que é transmitida durante a gestação: Sífilis congênita: É transmitida para a criança durante a gestação (transmissão vertical). Por isso, é importante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado for positivo (reagente), tratar corretamente a mulher e seu parceiro sexual, para evitar a transmissão. Recomenda-se que a gestante seja testada pelo menos em 3 momentos: Primeiro trimestre de gestação Terceiro trimestre de gestação Momento do parto ou em casos de aborto Sinais e sintomas Pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois anos de vida da criança. São complicações da doença: aborto espontâneo, parto prematuro, má- formação do feto, surdez, cegueira, deficiência mental e/ou morte ao nascer. BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Sífilis. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-sao- ist/sifilis> Data de acesso: 13 de jun. 2019. http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-sao-ist/sifilis http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-sao-ist/sifilis Estágios da sífilis: ORGASMO Orgasmo: “São múltiplas contrações prazerosas na genitália, sendo a primeira mais intensa e as demais vão ficando mais fracas até que cessam, então, levando a uma sensação de relaxamento geral. O clitóris fica ereto, os batimentos cardíacos e o ritmo da respiração aceleram-se. O orgasmo ocorre com o movimento do pênis dentro da vagina, por estímulo no clitóris ou pela combinação de ambos. Essa estimulação pode ser causada pela atividade sexual, pela masturbação, pelo sexo oral, por vibrador e outros modos. É possível que todas as mulheres consigam atingir o orgasmo, mas algumas delas, que não o conseguem espontaneamente, podem sentir orgasmo mediante técnicas fornecidas pela terapia sexual (TS). ” Lara LA, Lopes GP, Scalco SC, Vale FB, Rufino AC, Troncon JK, et al. Tratamento das disfunções sexuais no consultório do ginecologista. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); 2018. (Protocolo Febrasgo - Ginecologia, nº 11/Comissão Nacional Especializada em Sexologia). “O sexo é uma dança e quando se dança muito com o mesmo parceiro, vocês ficam muito bom nisso. Mas se cada vez que você sair, você dançar com um parceiro diferente, vocês dançarão músicas diferentes e terão um descompasso. “ Fatores que influenciam: A música que está tocando no momento, o ambiente, o cheiro do local e entre outras coisas vão influenciar se a mulher vai conseguir ter orgasmo ou não. É preciso que os parceiros se conheçam muito bem, por um bom tempo, para a mulher poder ter o orgasmo. TRATAMENTO 21% das mulheres tem dificuldade de chegar ao orgasmo O orgasmo não ocorre da mesma maneira para todas as mulheres. A mulher deve se conhecer para entender seus próprios gostos e o saber que dá certo para ela Bupropiona (depressão) Mostrou ser eficaz na terapia do distúrbio de desejo sexual hipoativo. A maioria dos remédios para depressão, atuam diretamente nos hormônios do prazer, causando uma maior diminuição da libido. Acta Obstet Gynecol Scand. 2000;79(7):598-603. Estrogênio vaginal Pode ser usado no tratamento de distúrbios de excitação sexual feminina. Fisioterapia Eletroterapia, exercício com o treinamento dos músculos do assoalho pélvico aumentam a força muscular e melhoram a função sexual de mulheres com incontinência urinária. Estrogênio em capsula Terapia de reposição hormonal Funcionamento do orgasmo feminino Os eventos psicogênicos e hemodinâmicos do ciclo sexual feminino normal. As respostas psicossexuais da excitação, orgasmo e pós-orgasmo aproximam as pressões vaginais e labiais, bem como o volume do clitóris. O aumento da excitação que culmina no orgasmo demonstra aumentos nas pressões vaginais e labiais e no enchimento do clitóris. Os dados são compilados de várias fontes referenciadas no texto. PRESSÃO LABIAL PRESSÃO VAGINAL VOLUME DE SANGUE CLITORIANO EXCITAÇÃO ORGASMO PÓS ORGASMO Atualmente, existem poucas opções farmacológicas disponíveis no tratamento da Disfunção Sexual Feminina (FSD). Historicamente, os pacientes com FSD foram tratados através de terapia psicológica; no entanto, à medida que passamos a compreender a extensão do distúrbio, mais pesquisas científicas básicas e reconhecimento clínico foram desenvolvidos para abordar o problema. Várias iniciativas farmacológicas estão em desenvolvimento visando aumentar o fluxo sanguíneo para os genitais, melhorando as deficiências androgênicas e aumentando a estimulação do sistema nervoso central. A tabela acima resume as opções de tratamento atuais e potenciais disponíveis para FSD. ALLAHDADI, Kyan J.; TOSTES, Rita CA; WEBB, R. Clinton. Female Sexual Dysfunction: Therapeutic Options and Experimental Challenges. Cardiovasc Hematol Agents Med Chem, v. 7, n. 4, p. 260-269, 2009. A ingestão de gorduras de má qualidade afeta o mecanismo das prostaglandinas O que são prostaglandinas? As prostaglandinas (PG) são encontradas em praticamente todos os tecidos e órgãos. São moléculas lipídicas autócrinas e parácrinas, que são rapidamente metabolizadas e participam de uma variedade de eventos fisiológicos, incluindo a regulação do fluxo sanguíneo. Especificamente, a isoforma PG do PGE1 (sinalizando através do seu receptor EP2) causa relaxamento do músculo liso no músculo liso vaginal, uterino e peniano. A ativação de PGE1 / EP2 conduz a aumentos no AMPc resultando na ativação da proteína quinase A, que causa relaxamento do musculo liso (olhar a figura). As prostaglandinas têm sido usadas na disfunção sexual masculina, especialmente disfunção erétil (administrada por injeção peniana), por algum tempo e têm mostrado resultados positivos para certas mulheres com distúrbio da excitação sexual genital, provavelmente através do aumento da secreção vaginal e relaxamento da musculatura lisa. Mecanismo de relaxamento do músculo liso e locais de inibição periférica. Abreviaturas: óxido nítrico (NO), NO sintase neuronal (nNOS), NOS endotelial (eNOS), prostaglandina (PGE1), receptor PGE1 (EP2), trifosfato de guanosina (GTP), guanilato ciclase (GC), monofosfato de guanosina cíclico (cGMP), fosfodiesterase tipo 5 (PDE5), trifosfato de adenosina (ATP), proteína quinase dependente de cGMP tipo I (cGKI), proteína quinase A (PKA), monofosfato de adenosina cíclico (cAMP), peptídeo intestinal vasoativo (VIP), receptor VIP (VIPR) e endopeptidase neutra (NEP). ALLAHDADI, Kyan J.; TOSTES, Rita CA; WEBB, R. Clinton. Female Sexual Dysfunction: Therapeutic Options and Experimental Challenges. Cardiovasc Hematol Agents Med Chem, v. 7, n. 4, p. 260-269, 2009. Resultados: As mulheres exibiram aumentos estatisticamente significativos na sensibilidade do clitóris, satisfação sexual, aumento da frequência de relações sexuais e diminuição da secura vaginal, em comparação a mulheres no grupo controle. A L-arginina atua no aumento da produção de (óxido nítrico) Estudo de 4 semanas controlado por placebo Mulheres no período pré, peri ou pós-menopausa que tinham falta de desejo sexual ArginMax® 200mg As disfunções sexuais femininas apresentam natureza multifatorial e está sob o controle de fatores psicológicos, hormonais (testosterona e estrogênio + lubrificação + fluxo sanguíneo) neurológicos, vasculares (arginina, oxido nítrico) e musculares. Acta Obstet Gynecol Scand. 2000;79(7):598-603. Produtos homeopáticos para o tratamento da disfunção sexual JAYNE, Christopher J. et al. New developments in the treatment of hypoactive sexual desire disorder–a focus on Flibanserin. International journal of women's health, v. 9, p. 171, 2017. Nutricionista não trabalha com a homeopatia, mas pode indicar para um médico especializado SEROTONINA Asalterações na regulação da transmissão, ligação e metabolismo da serotonina, são induzidas por estrogênios em áreas do cérebro implicadas na regulação do afeto e cognição. Inversamente ao estrogênio, a progesterona atua aumentando a atividade da MAO, resultando em diminuição dos níveis de serotonina e produzindo efeito depressivo. Rev. psiquiatr. clín. vol.33 no.2 São Paulo 2006 Estratégias: Usar alimentos fontes de triptofano O triptofano (Trp) é um aminoácido essencial que deve ser consumido através da dieta. Depois que o Trp é ingerido, a albumina se une a ele no sangue e é transportada através da barreira hematoencefálica por um transportador específico para aminoácidos, atinge o Sistema Nervoso Central (SNC), é convertido em neurotransmissor serotonina (5- hidroxitriptamina, 5-HT). Estas reações são limitadas pela disponibilidade de triptofano no soro. Sendo que apenas 2% do triptofano da dieta é utilizado para a síntese de serotonina. A serotonina modula alguns eventos de desenvolvimento, como migração de neurônios, diferenciação celular, divisão celular ou sinaptogênese. Também está envolvido em uma ampla variedade de funções do SNC, incluindo o controle do apetite, sono, memória e aprendizagem, regulação da temperatura, humor, comportamento (incluindo sexual), cognição ou transtornos mentais, entre outros. NAVES, Andreia. Nutrição clínica funcional: Modulação hormonal. VP editora: São Paulo. 272 p. BRAVO, Rafael et al. Tryptophan and hops: Chrononutrition tools to improve sleep/wake circadian rythms. 2018. Maca peruana (Lepidium meyenii Walp) Dose usual 500mg Dose mínima 500mg Dose máxima 1500mg PUJOL, Ana Paula. Manual de formulações: para a prática clínica. SC: Ed. do autor. 2019, p 577. É uma planta andina da família das brássicas (mostarda). As preparações da raiz da maca foram relatadas para melhorar a função sexual. Anos 60 Surgiram as primeiras pesquisas científicas sobre as ações e o efeito desta espécie na área da fertilidade Anos 80 Surgiu estudos sobre as propriedades químicas da maca e seus efeitos sobre a reprodução. Identificaram a presença de benzilisotiocianato e premetoxibelzil isotiocianato. A partir da década de 90 duas classes de compostos, as macaenas e as macamidas, foram identificadas, utilizando padrões purificados (conhecido como MacaPure-01 e MacaPure-02), como também os fitoesteróis, isotiocianatos, ácido cetoacíclico e macaridina. Atualmente esses padrões isolados e purificados são patenteados pela indústria farmacêutica americana. Não foi comprovada toxicidade mesmo em altas doses como de 1g/kg. Anos 90 Houve a identificação de ácidos graxos, aminoácidos e fitoesteróis São encontrados na maca: alcaloides, fitoesteróis, compostos fenólicos, flavonoides, taninos, glicosídeos, saponinas, aminas secundárias alifáticas, aminas terciárias, antocianidinas, dextrinas e glucosinolatos. Possuem: 5 a 9% de benzil-isotiocianato, 1 a 3% de fitoesterol, 20 a 30% de ácidos graxos e cerca de 10% ou mais de macamida, 50 a 70% de carboidratos, 8 a 9% de fibras solúveis, 23% de fibras insolúveis e 8 a 18% de proteínas. (MUHAMMAD, et al., 2002; WANG et al, 2007) Suplementação: 2,5 mg/kg MUHAMMAD et al, 2002 Resultados: A maca foi bem tolerada e a raiz da maca pode aliviar a disfunção sexual induzida por SSRI, principalmente em mulheres na pós-menopausa. Maca peruana x infertilidade De uma forma geral, os compostos presentes na maca (glucosinolatos e fitoesteróis) modulam os mecanismos que garantem o equilíbrio hormonal Outros compostos com teores elevados no extrato de maca contribuem somatoriamente para o efeito do fitocomplexo: A L-arginina é precursora direta do óxido nítrico (NO), que coordena o mecanismo da vasodilatação, responsável pela ereção peniana. A histidina está indiretamente envolvida no processo da ejaculação e do orgasmo; O zinco participa da espermatogênese e consequentemente da fertilidade. Os antioxidantes presentes na maca protegem o espermatozoide e o seu DNA dos danos oxidativos, responsáveis por grandes prejuízos à fertilidade, pelo aumento da incidência de abortos e pelos possíveis danos ao embrião; O betacarboline é um inibidor da monoaminoxidase (MAO), qualificando o humor, que é fundamental para otimização do desejo sexual. WANG et al, 2007 Suplementação: 25 a 100 mg/kg 45 pacientes ambulatoriais deprimidos com idade entre 18 a 65 anos (média de 41,5 anos) que sofria dos efeitos dos antidepressivos no momento. Era necessário que os pacientes estivessem em remissão de qualquer transtorno depressivo ou de ansiedade. Maca 1,500 – 3,000 mg (ZHENG, 2000) Outros artigos relatando os benefícios da maca peruana: INOSITOL É um componente essencial de fosfolipídios da membrana celular. Tem fraca atividade lipolítica e pode remover a gordura do fígado e células do intestino delgado. O inositol é um constituinte do sistema mensageiro secundário intracelular fosfatidil-inositol, relacionado à serotonina, noradrenalina e receptores colinérgicos. Ele possui uma variedade de estereoisômeros, incluindo o mio-inositol e D-inositol. O mio-inositol é a forma mais abundante no sistema nervoso central (SNC). Ajudando a mulher na excitação. Suplementação: 4g Altern Med Rev. 2002 Jun;7(3):244-8. Ainda não possui muitas pesquisas TRIBULUS TERRESTRIS Dose usual 500mg Dose mínima 750mg Dose máxima 1500mg PUJOL, Ana Paula. Manual de formulações: para a prática clínica. SC: Ed. do autor. 2019, p 577. É uma erva rasteira, da família Zygophyllaceae, usada há muito tempo pela medicina tradicional na Grécia, China e Índia (medicina ayurvédica) para o tratamento de infertilidade, impotência, disfunção erétil e libido baixa. GAUTHAMAN, 2008 Dissertação mostrando a eficácia do Tribulus: Houve melhora: Na lubrificação vaginal durante o ato sexual ou na preliminar; Na sensação nas genitálias durante a relação sexual ou em outros estímulos; Nas relações sexuais e outras estimulações sexuais; Na capacidade de ter o orgasmo. POSTIGO, 2016 Foi aplicado um questionário 74 mulheres pós-menopausa 250mg oral 3x/dia por 90 dias Mostrou que: As mulheres que receberam T. terrestris tiveram níveis aumentados de testosterona livre e biodisponível. O T. terrestres pode ser uma alternativa segura para o tratamento de mulheres na pré-menopausa quando na menopausa, uma vez que foi eficaz na redução dos sintomas, provavelmente devido a um aumento nos níveis séricos da testosterona livre e biodisponível. Gynecol Endocrinol. 2018 May;34(5):442-445. LADY PRELOX® 2018 Avaliado o Índice de Função Sexual Feminina (FSFI) 100 mulheres saudáveis (37 a 45 anos) com disfunção sexual moderada, submetidas a um programa de controle de estilo de vida, dieta, exercício e controle do estresse. Resultados: Houve melhora significativa na função sexual em todos os domínios avaliados pelo FSFI em mulheres saudáveis em idade reprodutiva tardia. A melhora no FSFI também está associada a uma diminuição significativa no estresse oxidativos. PANAX GINSENG Dose usual 200mg Dose mínima 100mg Dose máxima 600mg PUJOL, Ana Paula. Manual de formulações: para a prática clínica. SC: Ed. do autor. 2019, p 577. Houve uma melhora significativa na função sexual das mulheres. Evid Based Complement Alternat Med. 2015; 2015: 913158; J Sex Med. 2010 Apr;7(4 Pt 1):1469-77. 20 mg de picnogenol® 200 mg L-arginina 200 mg de L-citrulina50 mg de extrato de roseta rosvita® Durante 8 semanas Produto facilmente encontrado nas farmácias Administração oral do extrato de Korean Red Ginsend 500mg por 20 semanas Mulheres na pré-menopausa O ginseng é um produto patenteado Extrato G115® Efeitos colaterais: (WHO, 1999; Nocerino et al., 2000; Coon e Ernst, 2002; Cunha e Roque, 2005; Cunha et al., 2009). O Ginseng é comumente administrado em indivíduos saudáveis, como estimulante ou tônico, em estados de fadiga e de stress. No entanto, pode ser prescrito como adjuvante no tratamento de patologias como neurose, depressão, alcoolismo, tuberculose e cancro. (PANOSSIAN, 2003) Não pode ser utilizado por mulheres grávidas ou em fase de amamentação A sintomatologia do excesso de Ginseng se assemelha aos efeitos originados pelos corticosteroides, que inclui: insônia, tensão nervosa e irritabilidade por conta da excitação do sistema nervoso central. Causando também hipertensão, erupções cutâneas, edema e diarreia matinal. DEVEMOS TAMBÉM: SAIBA MAIS Prescrição Libido Feminina • Lepidium meyenii, Maca Peruana - 2g a 5g/dia (5 cápsulas contendo 400mg cada - 25 a 100mg/kg peso). Tomar por 90 dias. • Inositol - 50mg/dia. Tomar por 90 dias. Junto a refeição. • Ω-3 - 2g/dia. Tomar por 90 dias. Junto a refeição. • Vitamina E - 200mg/dia. Tomar por 90 dias. Junto a refeição. • L-Arginina – 200mg/dia. Tomar por 60 dias. • Vitamina B6 (piridoxina) - 15mg/dia. • Panax ginseng, Ginseng, extrato seco - 200 a 600mg/dia (vasodilatador), não usar em hipertensos ou portadores de Rosacea. • Pinus pinaster, Pycnogenol - 40mg/3x dia (120mg). • Triptofano - 500mg/dia. • Tribulus terrestres, Tribulus - 250mg/2x dia. Tomar por 90 dias. Conversar ao longo da consulta CLIMATÉRIO E MENOPAUSA O período do climatério é uma fase biológica do ciclo vital feminino que tem início normalmente por volta dos 40 anos de idade, podendo se estender até os 65. É determinado pela queda de produção dos hormônios estrogênio e progesterona pelos ovários. Os sintomas do climatério podem ser desde leves a muito intenso dependendo de vários fatores. Alguns dos sintomas: Ondas de calor ou fogachos; Insônia; Nervosismo; Depressão; Hipertensão arterial; Incontinência urinária; Dor de cabeça; Alterações sexuais; Dor durante o ato sexual. A dor durante o ato sexual pode ser consequência do ressecamento vaginal, devido ao hipoestrogenismo, que é um dos principais causadores do desconforto sexual que pode causar alterações sexuais na vida da mulher. Florianópolis, 2015 Jan-Mar; 24(1): 64-71. Duração de 1 a 5 anos Os sintomas climatérios mais prevalentes foram: Nervosismo 82% Fogachos 70% Cefaleia 68% Irritabilidade 67% Sudorese 59% Pode ser dividido em três aglomerados: O primeiro fator incluiu as ondas de calor, sudorese (aglomerado vasomotor); O segundo incluiu depressão, nervosismo e irritabilidade (aglomerado psicológico); O terceiro, tontura e palpitação (aglomerado atípico). PEDRO, Adriana Orcesi et al. Síndrome do climatério: inquérito populacional domiciliar em Campinas, SP. Revista de Saúde Pública, v. 37, p. 735-742, 2003. A frequência e a intensidade variam de acordo com Fluxo sanguíneo As vezes as mulheres podem apresentar os três, como também podem não apresentar nenhum CLIMATÉRIO SINAIS E SINTOMAS Alterações de pele, cabelo e unha; Perda de massa muscular e óssea; Aumento do risco de doenças cardíacas; Aumento da resistência periférica à insulina; Modificação na distribuição da gordura corporal; Fogachos; Insônia; Mudança de humor. FASES DA MENOPAUSA Pré-menopausa Em geral, ocorre entre os 35 e 48 anos, mas o período ainda gera debates entre os especialistas que nem sempre concordam com essa idade. As taxas de estrogênio e progesterona começam a sofrer alterações, ainda que nem sempre perceptíveis. A característica mais marcante da pré-menopausa é efetivamente a queda na fertilidade, que pode reduzir para 20% após a faixa da idade entre 35 e 40 anos. Perimenopausa (climatério) A perimenopausa, ou conhecida, de modo mais popular, como climatério, em geral, começa entre os 45 e 50 anos, sendo que essa é a fase de transição para a menopausa (peri = em torno). Também é o período em que os sintomas relacionados ao fim da menstruação estão mais presentes e acentuados. Para a maioria das mulheres, a perimenopausa começa cerca de 2 anos antes da última menstruação e se estende até 1 ano após ela. Menopausa É de fato a última menstruação. No entanto, apenas após 1 ano é possível determinar que o sangramento foi a menopausa. Portanto, ela é, na verdade, um evento bastante pontual. Uma margem ampla considera que a menopausa ocorre entre 45 a 55 anos, mas a média das brasileiras fica em 51 anos. Aproximadamente 5% das mulheres sofrem a menopausa tardia, que acontece após os 55 anos e outros 5% das mulheres vivenciam a menopausa precoce, que ocorre antes dos 45 anos. Pós-menopausa Vai da última menstruação até os 65 anos, quando a mulher atinge a terceira idade. No entanto, após a menopausa, por aproximadamente 1 ano, a paciente se encontra ainda na perimenopausa, sendo que as fases ocorrem juntas. Sinais de irritação na região intima, mucosas ressecadas, infecções e incontinência urinárias, redução de interesse sexual, dificuldade de lubrificação vaginal, dores e desconforto durante o sexo tendem a ocorrer com mais predominância nessa fase. É nesse período que as manifestações tardias tendem a aparecer. Entre elas: Alterações na pele: rugas, perda de elasticidade e da resistência da pele; Problemas íntimos: secura vaginal, infecções, irritação e dificuldade de lubrificação; Disfunções urinárias: cistite e incontinência urinária; Problemas neuromentais: aumento do risco das doenças de Alzheimer, AVC, déficit de concentração, dificuldade de concentração e redução de memória; Doenças cardiovasculares: aumento de risco de enfarte agudo do miocárdio; Disfunções ósseas: maiores riscos de osteoporose*. Manual de Atenção à Mulher no Climatério / Menopausa 2008 *A diminuição do estrogênio, diminui a absorção e a reabsorção de cálcio. Ou inserir o consumo de leite em pó na rotina. Suplementação de citrato de cálcio A suplementação tem que ser fracionada em 2 a 3x por dia ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO CLIMATÉRIO O consumo inadequado de alimentos pode contribuir para agravos, como a osteoporose, e o consumo em excesso podem comprometer a saúde como surgimento da obesidade que, além de ser uma doença crônica, pode aumentar os riscos para o desenvolvimento de hipertensão arterial e de diabetes mellitus. Manual de Atenção à Mulher no Climatério / Menopausa 2008 Para realizar o diagnóstico nutricional em mulheres adultas (≥ 20 e < 60 anos) o profissional de saúde deve calcular o IMC (índice de Massa Corporal): Controle de peso Diminuição do valor energético Seleção de CHO de baixo índice glicêmico Diminuição de industrializado Para complementar o diagnóstico nutricional do adulto, o profissional poderá utilizar a medida da circunferência da cintura. Este indicador correlaciona-se com o IMC e avalia o tecido adiposo visceral. Deve-se manter uma alimentação saudável, associada à prática de atividade física e modos de vida saudáveis são os principais elementos para promover saúde e melhoria da qualidade de vida. Manual da Atenção à Mulher no Climatério / Menopausa 2008 Principalmente a musculaçãoafim de preservar a massa muscular e prevenir a sarcopenia O consumo excessivo de sódio e de carne vermelha (devido ao seu elevado teor de aminoácidos sulfurados) está relacionado ao maior risco de osteoporose TERAPIA NO CLIMATÉRIO Manual da Atenção à Mulher no Climatério / Menopausa 2008 CONTRA-INDICAÇÕES ABSOLUTAS À TERAPIA HORMONAL: Câncer de mama; Câncer de endométrio; Doença hepática grave; Sangramento genital não esclarecido; História de tromboembolismo agudo e recorrente; Porfiria (purpuras); Entre as contraindicações relativas estão a hipertensão arterial e o Diabetes mellitus não-controlados, a endometriose e miomatose uterina. Site de indicação: Associação brasileira do climatério Aborda sobre: Terapia Hormonal; Alimentação; Menopausa e climatério; Entre outros. DA TPM AO CLIMATÉRIO Menopausa: é caracterizada pela ausência da menstruação por um período de 12 meses. Geralmente ocorre entre 40 e 60 anos. Pós – menopausa: compreende o período após a menopausa e perdura por 10 anos. A menopausa é a fase na vida da mulher caracterizada pelo término da menstruação. Ela é parte de um processo biológico que começa, na maioria das mulheres, por volta dos 35 anos. Durante esse período, os ovários gradualmente produzem menos quantidades de hormônios sexuais: estrogênio e progesterona. Estrogênio: promove o desenvolvimento dos seis femininos e útero, controla o ciclo de ovulação e afeta muitos aspectos da saúde física e emocional da mulher. Progesterona: controla a menstruação e prepara o revestimento do útero para receber o óvulo fertilizado. SINAIS E SINTOMAS DA MENOPAUSA Ondas de calor Suores noturnos Taquicardia Variação de PA Aumento do FSH e LH LH vem para compensar Estrogênio FSH vem para compensar Progesterona Deve-se sempre solicitar e monitorar os exames de FSH e LH MENOPAUSA PRECOCE Em mulheres que retiraram o útero, a menopausa ocorre artificialmente, embora os ovários mantenham seu funcionamento. Já nas situações de retirada dos ovários, a menopausa pode ser acompanhada das manifestações clínicas do hipoestrogenismo – diminuição do estrogênio, ocorrendo com mais frequência e intensidade do que na menopausa natural. Sintomas: 1º aumento do fluxo sanguíneo e período maior; Alteração de humor: irritada, triste, alegre. Ansiedade; Depressão; Sudorese. O anticoncepcional ajuda na prevenção desses sintomas do climatério. Anticoncepcional e reposição hormonal Não aparecem no exame de sangue Aparecem o hormônio natural E1 e E2 Fitoterápicos no climatério Morus alba L. (Amoreira branca) Calendula officinalis L. (Calêndula) As plantas medicinais podem ser consideradas um recurso para o auxílio do tratamento o climatério (antecede a menopausa) (ROCHA, 2018). MENOPAUSA E SEXUALIDADE Uma das áreas afetadas na menopausa é a sexualidade. As repercussões hormonais no organismo da mulher se somam às transformações biológicas, psicológicas, sociais e culturais. A sexualidade da mulher no climatério é carregada de muitos preconceitos e tabus. Isso porque existem vários mitos que reforçam a ideia de que, nesse período, a mulher fica assexuada. 1º mito: identificação da função reprodutora com a função sexual. 2º mito: a atração erótica se faz às custas somente da beleza física associada à jovialidade. 3º mito: a sexualidade feminina relacionada diretamente aos hormônios ovarianos, vinculados a diminuição da função do ovário com a diminuição da função sexual. Nessa fase mais experiente da vida, o conceito de satisfação muda, permitindo a procura de novas formas para exercer a sexualidade, motivada pela sabedoria adquirida, melhor conhecimento do corpo e maturidade para buscar outras opções. As mulheres no climatério, mais frequentemente após a menopausa, podem apresentar uma lubrificação vaginal menos intensa e mais demorada, dor nas relações sexuais, tornando a perspectiva do sexo com penetração, motivo de ansiedade e de falta de satisfação. Abordagem clínica A avaliação clínica da mulher no climatério deve ser voltada ao seu estado de saúde atual e também pregresso e envolve uma equipe multidisciplinar. A atenção precisa abranger além da promoção da saúde, prevenção de doenças, assistência aos sintomas clínicos e possíveis dificuldades dessa fase. A rotina básica de exames na consulta da mulher no climatério consta de exames para prevenção de doenças, detecção precoce ou mesmo para avaliação da saúde em geral. Deve ser repetida com regularidade (semestral, anual, bianual, trianual) de acordo com os protocolos específicos em vigor: Hemograma, hormônios da tireoide, glicemia, colesterol total e HDL; Triglicerídeos, TGO, TGP, urina e fezes; Mamografia e ultrassonografia mamária; Exame preventivo do câncer do colo do útero; Ultrassonografia transvaginal; Densitometria óssea. Agravos à saúde mais frequentes durante o climatério Indisposição; Hipotireoidismo; Doenças cardiovasculares; Hipertensão; Obesidade; Diabetes mellitus; Transtornos psicossociais; Alterações gastrointestinais; Alterações urogenitais; Alterações da saúde bucal; Efeitos do tabagismo; Câncer no climatério; Osteoporose. O pH vaginal também sofre alterações, com tendência à alcalinização e mudança da flora, predispondo muitas vezes ao crescimento bacteriano com ocorrência da vaginite ou vaginose. TERAPIA HORMONAL Testosterona: Recomendado para mulheres que apresentam diminuição do desejo sexual, alguns trabalhos sugerem que este hormônio pode aumentar a motivação sexual e/ou melhorar a resposta sexual. Vias de administração: Oral, transdérmica, vaginal, intramuscular, implantes subcutâneos, etc. Indicações atuais da TH: Correção da disfunção menstrual na perimenopausa; Melhoria dos sintomas climatéricos; Prevenção e melhoria da osteoporose; Prevenção e tratamento da atrofia urogenital, implantes subcutâneos, etc. Contraindicações absolutas à Terapia Hormonal: Câncer de mama; Câncer de endométrio; Doença Hepática Grave; Sangramento Genital Não Esclarecido; Entre as contraindicações relativas estão a hipertensão arterial e o Diabetes mellitus não controlados, a endometriose e miomatose uterina. É NECESSÁRIO O ACOMPANHAMENTO DE UM GINECOLOGISTA E ENDÓCRINO PARA A REALIZAÇÃO DA TERAPIA HORMONAL TERAPIAS COMPLEMENTARES Fitoterapia: Existem fitoterápicos com propriedades estimulantes sobre os receptores hormonais específicos (receptores beta), melhorando assim, as manifestações clínicas apresentadas. Diferencial é a sua ação altamente seletiva, sendo considerados moduladores seletivos dos receptores estrogênicos (serms), o que faz com que tais substâncias tenham baixíssimos índices de efeitos colaterais. Ex: • Cimicífuga (Cimicifuga racemosa) • Trevo Vermelho (Trifolium pratense) • Soja (Glycine max) Para os sintomas psicoemocionais, que podem acompanhar esta fase da vida da mulher, é válido ressaltar o uso de: • Hiperico perforatum (nutri não pode prescrever); • Valeriana officinalis (nutri não pode prescrever); • Melissa officinalis. Melissa officinalis Dose usual 200mg Dose mínima 100mg Dose máxima 600mg PUJOL, Ana Paula. Manual de formulações: para a prática clínica. SC: Ed. do autor, 2019, p577. Apenas no Canada estão liberados: • Glycine max; • Hypericum perforatum (sintomas da depressão); • Dioscorea villosa (reduz sintomas da menopausa); • Cimicifuga racemosa (reduz fogachos). (ROCHA, 2018) Dica de prescrição: Maca peruana – 500mg Posologia: Consumir 1 dose, 4 vezes ao dia. Cerca de 30 minutos antesdo café da manhã, almoço, café da tarde e antes do jantar. Durante 60 a 90 dias. Resultados: (MEISSNER et al, 2006) Soja (Glycine max) Extrato padronizado de 40% a 70% de isoflavonas. Uso: 50 a 180mg por dia, que devem ser divididos em duas tomadas (12/12h) Dose de ataque: 80 -100mg (1 mês) Dose de manutenção: 40 – 50mg por dia ↓ peso corporal ↓ pressão arterial ↑ níveis de HDL ↓ Calor ↓ transpiração excessiva ↓ distúrbios do sono Melhorou nervosismo Melhorou depressão Melhorou palpitações ↑ estrógeno ↑ densidade óssea ↑ densidade óssea Melhorou a libido (30%) ↓ FSH Possíveis efeitos colaterais: alergias, interferência com a absorção de certos minerais (pela presença de ácido fítico), constipação, flatulência, náuseas e irritação gástrica. Manual de Atenção à Mulher no Climatério / Menopausa 2008 Trevo vermelho (trifolium pratense) Extrato padronizado a 8% de isoflavonas Uso: 40mg a 60mg por dia com dose única diária. É um fitocomplexo que tem na sua composição várias isoflavonas, além de outros componentes da planta. Vem sendo utilizado por longa data para diversas finalidades, sendo útil para os sintomas do climatério devido a sua forte ação estrogênica-símile. Pesquisas têm mostrado também uma boa perspectiva para manutenção dos perfis ósseo e lipídico, assim com uma ação antineoplásica, inflamatória, cicatrizante e cumarínica, diminuindo a coagulabilidade sanguínea e a perfusão periférica. No entanto, os produtos registrados pela Anvisa se referem à padronizado e dosagem específicas para ao alívio dos “fogachos”. Possíveis efeitos colaterais: semelhantes aos de produtos à base de isoflavonas. O uso concomitante de anticoagulantes orais ou heparina pode ter seu efeito potencializado. Manual da Atenção à Mulher no Climatério / Menopausa 2008 Cimicífuga (Cimicifuga racemosa) É utilizado para o tratamento dos sintomas do climatério e menopausa, tendo ação central (hipotalâmica) e periférica, nos receptores. Está indicado principalmente para os sintomas neurovegetativos do climatério (fogachos) e age na melhora da atrofia da mucosa vaginal (ação periférica). Cimicífuga racemosa – 40 a 80mg/dia Extrato padronizado entre 2,5 e 8% de 27-deoxiacteína Associar com: Isoflavonas. Possíveis efeitos colaterais: são muito raros. Incluem dor abdominal, diarreia, cefaleia vertigens, náuseas, vômito e dores articulares. Hipérico (hiperico perforatum) É uma planta de reconhecidas propriedades antidepressivas e calmantes, podendo ser indicada para quadros leves a moderados de depressão não endógena. Atua no SNC inibindo a receptação de vários neurotransmissores, entre eles a serotonina relacionada ao equilíbrio emocional e ao humor. Hiperico perforatum – 300 a 900mg Extrato padronizado a 0,3% de hipericinas No caso de utilizar a maior dose (900mg), dividir em 3 tomadas diárias. Possíveis efeitos colaterais: Irritação gástrica, sensibilização cutânea – fotodermatite, insônia, ansiedade. Contraindicações: gravidez, lactação. Evitar exposição ao sol. Valeriana (valeriana officinalis) Conhecida mundialmente pelo seu efeito sedativo, alívio da ansiedade e insônia. Extrato seco com 0,8% de ácidos valerênicos. Valeriana officinalis – 300 a 400mg ao dia, divididos em duas a três tomadas. Possíveis efeitos colaterais: Hipersensibilidade aos componentes da fórmula. Devem ser respeitadas as dosagens, pois em excesso pode causar cefaleia e agitação. Grandes quantidades podem induzir a sonhos, dispepsia e reações alérgicas cutâneas. Contraindicações: hipersensibilidade, gestação e lactação. Melissa (melissa officinalis) Pode ser utilizada para o alívio de ansiedade, insônia e algumas desordens digestivas como cólicas intestinais, flatulência, dispepsia, além de outras indicações, principalmente quando associada à valeriana. Melissa officinalis – 80 a 240mg ao dia, em três tomadas. Possíveis efeitos colaterais: Entorpecimento e bradicardia em indivíduos sensíveis. Por que ensinar esses compostos já que o nutri não pode prescrever? Porque a legislação pode mudar a qualquer momento! Contra - indicações: gestantes, portadores de glaucoma e de hipertireoidismo e hipersensibilidade aos constituintes da planta. A associação de valeriana com melissa já pode ser encontrada comercialmente e tem sido indicada como indutor do sono e para ansiedade. OUTRAS TERAPIAS Isoflavonas (genisteína e daidzeína) / Soja – 150mg Para terapias nos primeiros 15 dias e depois 75mg dia. Lignanas / linhaça escura – 1 a 2 c/ sopa por dia Coumestanos / alfafa, trevo vermelho – 500mg/ dia (8% isoflavonas) 1x ao dia Dong Quai (Angelica sinensis) – 200mg 1x ao dia Indol-3-Carbinol – 200 a 400mg 1x ao dia Se a paciente apresentar Disbiose ou Síndrome do Intestino Irritável, deve-se tratar primeiro o intestino. Probióticos – 60 dias Associar com: Suplementação de soja e fitoestrógeno Pycnogenol® Dose usual 100mg Dose mínima 50mg Dose máxima 200mg PUJOL, Ana Paula. Manual de formulações: para a prática clínica. SC: Ed. do autor, 2019, p577. Resultados: Foi bem tolerado, houve melhora significativa no controle dos sintomas da menopausa e qualidade de vida. Nenhum efeito colateral foi relatado e a adesão foi muito boa com 98,6% dos comprimidos usados conforme prescrito. Panminerva Med. 2011 Sep;53(3 Suppl 1):65-70. OUTROS ASPECTOS NUTRICIONAIS Evitar carne vermelha de cortes gordurosos (para diminuir o teor de colesterol e gordura saturada) Consumir 1 a 2 vezes por semana no máximo Preferir: filé mignon, lagarto, patinho, chan e alcatra. 38 mulheres 100mg por dia 8 semanas Evitar o uso de refrigerantes, pode causar osteopenia. Os refrigerantes possuem benzoato de fosforo que potencializam a saída do cálcio do nosso corpo. Evitar a cafeína e a bebida alcoólica. Aumentam a circulação, causam agravos nas ondas de calor e aumentam a excreção de cálcio. Manter o controle do peso. Quanto maior o peso, maior o risco para doenças não transmissíveis Diminuir o consumo de gordura saturada Suplementar Ômega 3 Também ingerir fontes de ômega 3 2x vezes na semana, como o salmão e o atum Utilizar fibras Aveia grossa: 4 – 5 c/ sopa por dia Farelo de aveia: 4 – 5 c/ sopa por dia Psyllium: 1 c/ sopa por dia Sugerir o consumo de soja Cuidar, pois no Brasil a soja é transgênica Cuidar do intestino Utilizar lactobacillus e bifidum CUIDAR DO PACIENTE COMO UM TODO! CANDIDÍASE Leveduras do gênero Candida são patógenos oportunistas frequentemente isolados das superfícies mucosas de indivíduos normais, mas podem levar ao desenvolvimento de infecções denominadas candidíases, que variam desde lesões superficiais até infecções disseminadas. Clinicamente a candidíase pode ser cutânea, mucosa, cutaneomucosa ou visceral. O microrganismo cresce melhor em superfícies quentes e úmidas, causando frequentemente vaginite, dermatite das fraldas e candidíase oral. A microbiota vaginal normal é rica em lactobacillus produtores de peróxido de hidrogênio, precursores de ácido láctico, que acarreta uma acidez adequada (Ph 4,5) do ambiente vaginal, dificultando a proliferação da maioria dos patógenos. A cândida se prolifera em ambiente muito ácido (Ph 2). Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo 2007; 52(2):48-50. Existem duas grandes categorias: Candidíase cutaneomucosa crônica: AIDS Candidíase vaginal crônica: é desencadeada por fatores de risco, como gestação, uso de contraceptivos orais, antibioticoterapia e diabetes mellitus. (ALVARES, C. A., et al 2007) FATORES QUE FAVORECEM A CANDIDÍASE: Hosp FacCienc Med Santa Casa São Paulo 2007; 52(2):48-50. OUTROS FATORES: • Relação sexual pode piorar, pois o esperma tem pH alcalino na faixa de 8 a 8,3 e gera atrito; • O pH natural da vagina é de 3,8 a 4,2. Favorecendo lactobacilos; • Mudanças no pH favorecem vaginose provocadas por bactérias que se adaptem ao pH mais alcalino; • Os fungos geralmente se adaptam bem ao pH mais ácido, mas não se proliferam pela competição natural bacteriana. J. Bras. Patol. Med. Lab. vol.43 no.5 Rio de Janeiro Sept./Oct. 2007 Diabetes mellitus; Imunodeficiência; Fatores hormonais; Imunidade local mediada por células cândida – específica; Antibióticos de largo espectro; Hábitos de vida, vestuário, vida sexual; Resistência aos antifúngicos. Candidíase É originada pelo fungo do gênero Cândida albicans em 80 a 90% dos casos Outro tipo de cândida pode se proliferar nas unhas, gerando o escurecimento nas suas laterais Fungos no banheiro também é da família da cândida Atenção ao utilizar os banheiros: quando a pessoa urina e dá a descarga no mesmo momento, pode estar exposto a cândida. Pois com o vapor da água, ela sai e pode contaminar o indivíduo. Pode-se obter cândida na boca. Conhecido como mucosite ou “sapinho”. (Álvares, C. A. et al 2007) SINTOMAS Ardor; Prurido; Corrimento branco e espesso (os quais se agravam em períodos pré-menstruais por diversos fatores, como aumento da acidez vaginal. Perda da libido. BIOFILME Estudos tem revelado que a maioria das bactérias não crescem como células individuais, mas em comunidades estruturadas como organismos pseudomulticelulares ou biofilmes, estando presentes em praticamente todos os ecossistemas naturais e patogênicos. A adesão bacteriana, seja em uma superfície abiótica (inanimada, como plásticos e metais) ou biótica (como células e tecidos animais ou vegetais), é o primeiro estágio na formação de biofilmes e é considerado um processo bastante complexo. 75% Um episódio na vida 40 a 50% Novos surtos 5% Terão recorrente 4 ou mais episódios no período de um ano. Revista Liberato, Novo Hamburgo, v. 14, n. 22, p. 113-238, jul. /Dez. 2013. Resistência aos medicamentos O crescimento tipo biofilme pode ocorrer durante muitos tipos de infecções, sendo uma das principais causas de infecção recorrente. Várias investigações examinaram a contribuição da matriz extracelular de biofilme para o fenótipo de resistência a drogas associado ao estilo de vida de biofilme de Cândida. O passo final na formação de biofilme é marcado pela liberação e dispersão de células de levedura para novos locais tornando a infecção sistêmica. A dispersão ocorre ao longo do processo de formação do biofilme, mas é vista como mais profunda durante o estágio intermediário de formação do biofilme. (J. Fungi 2018, 4, 140) Desenvolvimento do biofilme O ciclo de vida do biofilme de C. albicans compreende a ligação de células livres de C. albicans à superfície, formação de hifas, produção de matriz extracelular e descolamento (dispersão) de células que podem iniciar a formação de biofilme em novos locais. Por simplicidade, poucos genes, incluindo fatores de transcrição (em negrito) envolvidos nos estágios indicados (identificados em condições in vitro e in vivo) são apresentados na caixa. As setas indicam as propriedades das células de levedura dispersas, como maior aderência, virulência e resistência a antifúngicos. (J. Fungi 2018, 4, 140) EQUILIBRIO VAGINAL A flora vaginal composta por lactobacilos constitui uma barreira defensiva importante à CANDIDÍASE VULVO VAGINAL (CVV), sendo que os lactobacilos atuam em três diferentes níveis. Em primeiro lugar, competem com os fungos pelos nutrientes. Em segundo, realizam um processo de co-agregação, podendo com isso, além de competir com os fungos, bloquear os receptores epiteliais para eles, inibindo a adesão dos mesmos ao epitélio vaginal. Esse mecanismo defesa é o mais importante. Em terceiro lugar, são capazes de produzir substâncias (bacteriocinas) capazes de inibir a germinação de micélios. Isso talvez explique porque tratamentos com antibióticos podem desencadear CVV em decorrência da depleção da flora vaginal. J. Bras. Patol. Med. Lab. vol.43 no.5 Rio de Janeiro Sept./Oct. 2007 FATORES QUE PROTEGEM CONTRA O FUNGO: Sistema imune em homeostase; PH vaginal e oral; Bactérias benéficas (Probióticos e prebióticos); Alta ingestão de fibras; Diminuir o consumo de álcool. Leva a diminuição da disbiose intestinal Leva 60 dias para o corpo se adaptar ao exercício físico A prática de exercício físico melhora o sistema imune + Respira + Exposição ↓ a resposta imunitária (abre a janela de oportunidades de 1h) A principal fonte de leveduras vaginais é o trato gastrointestinal, através de um processo chamado transmissão endógena). FATORES QUE AGRAVAM A DISBIOSE INTESTINAL Uso de antibióticos, corticoides, anticoncepcionais, laxantes, antiácidos; Xenobióticos; Estresse; Doenças metabólicas; Alimentação inadequada; Flora intestinal; Permeabilidade intestinal. TRATAMENTO PADRÃO Para o tratamento padrão, o fluconazol e a nistatina são os mais utilizados. • No entanto, a nistatina tem pouco efeito terapêutico. • Já o fluconazol está associado ao desenvolvimento de resistência. • E o fentizol tem sido bastante efetivo. CONDUTA NUTRICIONAL DA CANDIDÍASE Alimentos prejudiciais Qualquer alteração dos níveis de glicose, especialmente em situações de hiperglicemia, e qualquer estado em que se produz elevação do glicogênio vaginal podem desencadear uma crise. Altos níveis de produção de hormônios femininos, especialmente a progesterona, aumentam a disponibilidade de glicogênio no ambiente vaginal, o qual serve como excelente fonte de carbono para o crescimento e a germinação das leveduras (5 dias anteriores a menstruação). A microbiota vaginal normal é rica em lactobacilos produtores de peróxido (bacilos de Doderlein), os quais formam ácido lático a partir do glicogênio, presente principalmente no citoplasma das células escamosas do tipo intermediárias do epitélio vaginal, cuja produção é estimulada pelos hormônios sexuais femininos. Esse mecanismo propicia acidez adequada do ambiente vaginal (pH em torno de 4,5), dificultando a proliferação da maioria dos patógenos. (Álvares, C. A., et al. 2007) Deve-se levar a consideração o ciclo menstrual da mulher Pois o aumento da progesterona, aumentam a disponibilidade de glicogênio no ambiente vaginal, que serve como excelente fonte de alimento para o crescimento e a germinação das leveduras. Aumentando a oferta de nutrientes para as cândidas e irão se multiplicar com mais rapidez. AÇÚCAR As células de leveduras da cândida precisam de açúcar para construir suas paredes celulares e expandir suas colônias. Por isso, os diabéticos têm maior probabilidade e recidiva da cândida. FISIOLOGIA DO CICLO MENSTRUAL O ciclo menstrual dura em média 28 dias, sendo dividido em três fases: FASE FOLICULAR (proliferativa ou estrogênica): começa com o início do sangramento e leva em média, de 10 a 15 dias. FASE OVULATÓRIA: dura de 1 a 3 dias e culmina com a ovulação. FASE LÚTEA (secretória ou progestacional): duração de aproximadamente 13 dias, e termina com o início do sangramento menstrual e aumento da progesterona. A hiperglicemia pode induzir a produção de uma proteína de superfície (CD11B) em C. albicans que promove sua aderência ao epitélio vaginal e prejudica o reconhecimento fagocitário. Outros fatores que favorecemo crescimento da microbiota é a disbiose, comumente encontrada em pessoas com prisão de ventre recorrente ou Síndrome do Intestino Irritável. UTILIZAÇÃO DE PROBIÓTICOS GIL, N.F. et al. Vaginal lactobacilli as potential probiotics against Candida spp. Braz J Microbiol; 41: 6-14, 2010. STRUS, M. et al. The in vitro activity of vaginal Lactobacillus with probiotic properties against Candida. Infect Dis Obstet Gynecol; 13(2): 69–75, 2005 DICA DE FORMULAÇÃO: Lactobacillus rhamnosus – 1 bilhão UFC Lactobacillus acidophilus – 1 bilhão UFC Lactobacillus bulgaricus – 1 bilhão UFC Lactobacillus casei –1 bilhão UFC Bifidobacterium bifidum – 1 bilhão Tomar 1 dose a noite. Durante 60 dias. Ao prescrever os Probióticos deve-se ter conhecimento que: Formulações prontas: Lactobacillus rhamnosus Tem relação direta com Escherichia coli 1 bilhão UFC 109 100mg Forma de consumo: Primeiros 5 dias tomar ½ sache Após tomar 1 sache, dia sim e dia não, por 30 dias Depois de tomar 30 dias, tomar 1 sache todos os dias Inserir junto a refeição Quando o paciente faz uso do fluconazol: Martinez, R. C. R., Franceschini, S. A., Patta, M. C., Quintana, S. M., Candido, R. C., Ferreira, J. C., … Reid, G. (2009). Improved treatment of vulvovaginal candidiasis with fluconazole plus probioticLactobacillus rhamnosusGR-1 andLactobacillus reuteriRC- 14. Letters in Applied Microbiology, 48(3), 269–274. 1 vez Consumir os probióticos em jejum, faz com que entre em contato com o ácido clorídrico do estômago. Visto que os probióticos são muito sensíveis à ambientes ácidos. DICA DE FORMULAÇÃO: Lactobacillus rhamnosus – 1 bilhão UFC Lactobacillus reuteri – 1 bilhão UFC Tomar 1 dose a noite. Durante 60 dias. Evita a formação do biofilme Previne a cândida crônica GLUTAMINA Estimula a recuperação do enterócito, por ser fonte de energia para eles. Com isso, leva a produção de IgA e melhora a cândida. A glutamina é o aminoácido livre mais encontrado no corpo humano, quando relacionado à aplicação em lesões clínicas, pode auxiliar na recuperação dos quadros graves, mostrando diminuição das infecções e, até mesmo, do tempo. A glutamina pode reduzir a resposta inflamatória, antagonizando a prostaglandina e regulando também as atividades de linfócitos NK citotóxicos, bem como de neutrófilos, sendo a redução de seu nível sérico extremamente prejudicial ao organismo. Rev Bras Ter Intensiva. 2018;30(3):399-401 CÚRCUMA MENTHA PIPERITA PERSEA AMERICANA (ABACATE) Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.17, n.1, p.175-185, 2015. Espécies vegetais com ação anti - Candida Cúrcuma = 1 colher de chá duas vezes ao dia (anti-inflamatória) 25 gotas de própolis e ½ limão exprimido Diversos alimentos podem ser incluídos para conseguirmos o efeito antifúngico Recomenda-se a ingestão de orégano, alho, cebola, diversidades de legumes e verduras; alimentos com efeitos prebióticos, como biomassa de banana-verde e batata-yacon. Óleo de orégano por maceração: Mentha piperita (controle dos hormônios) 1L de água c/ 10 folhas Abacate (1 abacate ao dia, adição de fibras, melhora do intestino) Aveia e açúcar de coco Sem ferver e sem abafar ÓLEO POR MACERAÇÃO (1:1) 1 óleo vegetal 1 maço de orégano fresco Deixar por 10 dias no frasco 1 colher de sopa 2 x ao dia. SALGUEIRO, L.R.; CAVALEIRO, C.; PINTO, E. Chemical composition and antifungal activity of the essential oil of Origanum virens on Candida species. Planta Med; 69(9): 871- 874, 2003. SOUZA. E.L. et al. Effectiveness of Origanum vulgare L. essential oil to inhibit the growth of food spoiling yeasts. Food Control; 18(5): 409–413, 2007. Óleo de alho por maceração: Resultados: demonstraram que o Allium sativum apresentam atividade antifúngica in vitro, com valores menores de CMI para os extratos de bulbilhos de alho macerado. LEMAR, K.M. et al. Allyl alcohol and garlic (Allium sativum) extract produce oxidative stress in Candida albicans. Microbiology; 151(10): 3257–3265, 2005. Rodrigues, Marianni de Moura; Santos, Silvana Soleo Ferreira dos; Claro, Cristiane Aparecida de Assis; Scherma, Alexandre Prado. Avaliação in vitro da atividade antifúngica do allium sativum sobre cepas de candida albicans isoladas de cavidade bucal. Periodontia;19(2):124-132, 2009. Ilus, tab, graf. PODE-SE UTILIZAR OS DOIS AO MESMO TEMPO ÓLEO POR MACERAÇÃO 15 dentes de alho macerado 500ml de azeite de oliva Deixar por 10 dias no frasco 1 colher de sopa 2 x ao dia. Resultados: o extrato de alho não foi tão efetivo quanto o a tintura de alecrim e gengibre Tintura: Alecrim e gengibre na forma de tintura 50ml álcool / 50ml água Alho O alho tem compostos lipídicos e possuem maior afinidade dentro do azeite. Por isso, a extração alcoólica não será tão benéfica. Rosmarinus officinalis (Alecrim) - 20% Stryphnodendron adstringens (Barbatimão) - 20% Allium sativum (Alho) - 20% Arctium major (Bardana) - 20% Zingiber officinale (Gengibre) - 20% 100 ml Tomar 30 gotas 1 x ao dia. Durante 30 dias. ÓLEOS O óleo de peixe tem atividade antifúngica comprovada, havendo também benefícios através da ingestão de peixes como truta, salmão, sardinhas, atum e bacalhau por pelo menos 3 vezes/ semana. O óleo de prímula, de borragem, a groselha preta e de linhaça são ótimas fontes de ômega 3. Todos estes óleos têm propriedades antifúngicas. CHÁS Consumir 3x ao dia 1L de água quente; Não deixar ferver; Não abafar; 15g de chá. Unha de gato Equinácea Gengibre Orégano OUTRAS CONSIDERAÇÔES Manter bons níveis de zinco e vitamina C; Eliminar: açúcar, leite, glúten, fermento e álcool, ultra processados e industrializados; Suplementar probióticos; Utilizar CEPAS – Saccharomyces boulardii; Utilizar L. acidophilus e L. rhamnosus, plantarum, duas espécies Bifidobacterium (B. longum e B. bifidum), duas Saccharomyces (S. boulardii e S. thermophiles) e E. Faecalis; Suplementar glutamina; Ofertar dieta rica em fibras solúveis, como Fibergrum e Inulina; Peptídeos do colágeno para reduzir permeabilidade intestinal; Optar por Verisol® ou Peptan®, que são colágenos patenteados. Utilizar própolis – 15 gotas 2 vezes ao dia; Utilizar vinagre de maçã – 2 colheres de sopa 2 vezes ao dia; Utilizar óleo essencial de orégano ou tomilho; Suplementar complexo B;