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P á g i n a | 1 História Natural 50% morrem nas primeiras 48 horas. Mortalidade de 1% por hora. Importante causa de morte súbita Definição Ruptura da parede (íntima/média), com separação das camadas arteriais. Secundária às forças de cisalhamento e/ou enfraquecimento da parede do vaso com passagem do fluxo sanguíneo através da camada média, provocando uma separação da íntima da adventícia, com aparecimento de um “flap” (folheto ou membrana). O que temos que lembrar é que nas laterais é que saem as ramificações das artérias que vão para órgãos alvo. Pode fazer isquemia de órgão alvo. Se o sangue sai do ramo de uma falsa luz que tem hiperperfusão, o órgão vai ter hiperperfusão e vai ter irrigação adequada. O problema é que se for feito tratamento com stent, o órgão vai entrar em isquemia justamente por estar nutrido pela falsa luz. Epidemiologia • Incidência 0,5 – 3/100.000 → 7.000/ano (EUA) • Homens 5:1 Mulheres • Idade média 63 anos • Dissecções < 40 anos • Sd Marfan em 50% (HAS em 37%) • Gestantes (relação com HAS, hormônios, 3º trimestre) • Dissecções > 40 anos • HAS 72% • Sd Marfan < 2% Causa de morte súbita Classificação • DeBakey 1965 – baseado na localização e extensão: • Tipo I: dissecção engloba a aorta ascendente até a aorta descendente/abdominal. • Tipo II: dissecção confinada a aorta ascendente • Tipo III: dissecção se origina após a origem da artéria subclávia. • Subtipos A (aorta torácica) e B (inclui aorta abdominal). • Stanford 1970 – baseado no tratamento: • Tipo A: envolve a aorta ascendente → ao bloco cirúrgico • Tipo B: não envolve a aorta ascendente → Tratamento clínico. Isabela Terra Raupp Rasgo na artéria Separação das camadas média, íntima e adventícia. Fluxo sanguíneo na camada média vai para outra direção P á g i n a | 2 • Aguda x Subaguda X Crônica: • Até 2 semanas: Aguda • 2 semanas – 2 meses: Subaguda (ou crônica) • > 2 meses: crônica • Prevalência quanto a localização • 70%: Tipo A • 22%: Tipo B • 12%: Iniciam no arco aórtico • 1%: Confinada a aorta abdominal – tipo B. Fatores de Risco 1. Doenças do tecido conjuntivo • Sd Marfan: autossomica dominante, alteração degenerativa na glicoproteína Fibrilina. • Ehlers-Danlos Tipo IV: defeito estrutural no colágeno tipo 3 causando hipermobilidade articular, hiperextensibilidade da pele e fragilidade dos tecidos conectivos 2. Síndromes aórticas agudas – quando ocorre falha no rasgo • Úlcera perfurante de aorta • Hematoma intramural • Aneurisma de aorta inflamatório e agudo, iminente risco de vida • Aneurisma de aorta torácica 3. Trauma 4. Valvulopatias: Valva Aortica Bicúspide Tipo B geralmente é consertador, mas se tem aneurisma é associado, ai o paciente vai ter que ser operado. Doenças que cursam com hipertensão crônica, como estresse e aumento de volume sanguíneo (gestação) e coarctação de aorta também são fatores de risco. Apresentação clínica • 40%: morte súbita • Dor torácica retroesternal (Tipo A) • Semelhança com síndrome coronariana aguda. • Dor interescapular (Tipo B) • Síndromes neurológicas flutuantes (20- 30%)- síncope, plegia no MMSS, associada a hipertensão, que evolui sem tratamento. Simula AIT. • Paraplegia (artéria de Adamkiewicz = artéria espinhal anterior – T10/T11 em 75%) – descompressão da medula espinhal, cateter drena LCR para melhorar a pressão • Hipertensão e taquicardia • Hipotensão – Tamponamento cardíaco (sangue se acumula no pericárdio). Pode ser causada também pelo rompimento de artérias, mas isso pode causar morte súbita. • Sd da veia cava superior, Sd de Horner, hemoptise • Diferença entre PA nos MMSS – mandar pra TC sempre. Principalmente associada a pico hipertensivo e dor torácica • Isquemia de membros inferiores • Isquemia visceral, perda de função renal P á g i n a | 3 Quando associado a pico de hipertensão e dor torácica retroesternal é importante sempre associar a dissecção e fazer diagnóstico mais voltado pra síndrome com ecocardio ou TC. Diagnóstico Ecocardiografia • Sensibilidade 95%, Especificidade 85-95% • Válido em pacientes instáveis hemodinamicamente • Avalia comprometimento das coronárias, válvulas cardíacas e regurgitação aórtica, sinais de tamponamento cardíaco • Examinador dependente Angiotomografia • Sensibilidade e especificidade 90-95% • Não avalia comprometimento das coronárias • Dificuldade de identificar o real local da dissecção • Rápido e pouco invasivo TC com reconstrução. Da pra ver a área de entrada do rasgo. Vai dissecando até a ilíaca. Tem pontos de reentrada que são importantes de identificar. Rim esquerdo sai da luz verdadeira e direito da luz falsa. Aortografia • Sensibilidade 85-95%, Especificidade 75- 90% • Fornece imagens bidimencionais • Diagnóstico depende da visualização do flap intimal • Possibilidade de avaliação das coronárias • Invasivo e demorado Radiografia torácica • Achados anormais em 60-90% dos pacientes • Alargamento de mediastino • Desvio da traquéia para direita • Irregularidade no contorno aórtico • Derrame pleural • Sempre pedir angioTC depois de ver um raio-x como esse e ter sinais e sintomas sugestivos. P á g i n a | 4 Tratamento Objetivos: • Tipo A: prevenir ruptura aórtica e envolvimento do óstio da coronária ou válvula aórtica, prevenir o desenvolvimento de isquemia neurológica. Agudos: centro cirúrgico, crônico não precisa ir pra cirurgia, a menos que tenha complicação. Subagudo estratificar e otimizar e operar na mesma internação • Tipo: prevenir ruptura aórtica, desenvolvimento aneurismático, isquemia visceral ou perda de função renal, 70-80% respondem ao tratamento clínico. Prevenção da ruptura aórtica – controle de PA, FC e dor do paciente. Acesso central em 2 vias para: • Controle da PA • Nitroprussiato de sódio • Esmolol: B-bloqueador Reduz: estresse sobre a parede do vaso chance de ruptura e propagação da dissecção. • Controle da dor • Narcóticos EV (morfina p.e.) Paciente estável? Não ECG (excluir SCA) + suporte ventilatório + ETE TC COM CONTRASTE ou AORTOGRAFIA se ETE não elucidativo Sim ANAMNESE + EF DETALHADO + TC COM CONTRASTE ou ETE ESTÁVEL HEMOD.? NÃO REPOSIÇÃO VOLEMICA VASOPRESSORES PERICARDIOCENTESE SN ENCAMINHAR AO BLOCO CIRÚRGICO SIM CONTROLE DA PAS (90- 110 mmHg) + MANEJO DA DOR + CONTROLE DA FREQUENCIA CARDÍACA P á g i n a | 5 Quando indicar cirurgia? • Tipo A: em todos os casos agudos, exceto se mortalidade muito alta. • Tipo B: • Se dor intratável • Degeneração ou associação aneurismática • Mal perfusão distal (membros) ou visceral (inclui perda de função renal) • Progressão da dissecção • Falha no controle da pressão arterial
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