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FACULDADE ESTÁCIO DO RIO GRANDE DO NORTE DISCIPLINA: FISIOTERAPIA ESPORTIVA PROF: ANDERSON RODRIGUES ERICA MILENA MIRANDA DE LIMA JAIRA SEVERINO DA SILVA KALINE LISDAYANE RIBEIRO ALVES MONARA PRISCILA ALVES ROBEISE FRAZÃO TIAGO PINHEIRO ATIVIDADE ESTRUTURADA NATAL/RN 2018 ESTUDO DOS FATORES DESENCADEANTES DO ENTORSE DO TORNOZELO EM JOGADORES DE FUTEBOL E ELABORAÇÃO DE UM PROGRAMA DE FISIOTERAPIA PREVENTIVA Study of predisposed factors of ankle’s strains in soccer players and the elaboration of the prevention phisiotherapic program BEIRÃO, Marcelo Emilio1, MARQUES, Thiago Álvaro R.2 1Médico Especialista em Ortopedia e Traumatologia pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Membro da Sociedade Latino- americana de Artroscopia, Joelho e Traumatologia Desportiva (SLARD), Professor dos Cursos de Fisioterapia e Medicina da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) e Responsável pelo Ambulatório de Traumatologia Desportiva da UNESC, Criciúma (SC), 2Aluno de graduação em Fisioterapia da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), Criciúma (SC). 1. Introdução A articulação do tornozelo ou talocrural apresenta-se como uma dobradiça entre a tíbia e a fíbula de um lado e a tróclea do tálus de outro, constituindo-se num exemplo de articulação gínglimo sinovial. Os músculos que fazem parte do compartimento anterior da perna, e agem diretamente na articulação do tornozelo e pé são: Tibial anterior, Extensor longo dos dedos, Extensor longo do hálux e Fibular terceiro; no caso do compartimento lateral da perna, os músculos que dele fazem parte são: Fibular longo, Fibular curto; quanto ao compartimento posterior da perna, ele é composto superficialmente tríceps sural e o Plantar delgado, e é composto profundamente pelos músculos Tibial posterior, Flexor longo dos dedos e Flexor longo do hálux. As entorses são em geral causadas por inversão ou eversão bruscas, a maioria das vezes em combinação com flexão plantar ou dorsiflexão, podendo ser classificadas de acordo com a localização ou o mecanismo de lesão. Em inversão é o mais comum e resulta em lesões dos ligamentos laterais, enquanto a entorse em eversão ocorre com menor frequência em razão da anatomia óssea e ligamentar. A entorse do tornozelo constitui cerca de 25% das lesões que ocorrem em esportes envolvendo corridas e saltos e, destas, 85% são causadas por um mecanismo de inversão. A entorse pode ser classificada em agudo (duas primeiras semanas) e crônico (após duas semanas). As lesões agudas classificam-se em três graus conforme a gravidade, ou seja, grau I ou leve, grau II ou moderado e grau III ou grave. Existe uma ampla concordância de que o tratamento das lesões ligamentares do tornozelo tipo I e II seja conservador, apresenta três fases: a primeira dura de uma a duas semanas e tem o objetivo de diminuir a hemorragia, a dor, controlar o edema e evitar o aumento da lesão. A conduta é resumida em repouso, medicação, aplicação de gelo, compressão e elevação da extremidade conforme o protocolo PRICE. A segunda fase tem duração variável e visa recuperação funcional da musculatura e ao restabelecimento da propriocepção. São fornecidos exercícios de fortalecimento dos músculos. Essa fase se encerra quando a mobilidade estiver restabelecida e o indivíduo já não sentir dor. Por fim, na terceira fase, ocorre o preparo para o retorno as atividades anteriores, sendo composta por exercícios de força, agilidade, amplitude e propriocepção, já incluindo corrida, saltos e treinamentos específicos para o esporte. Já nas lesões de grau III, existem alguns pontos a serem considerados ao optar pelo tratamento conservador ou cirúrgico. Em indivíduos não atletas e sem fratura associada, recomenda-se o tratamento conservador contido no protocolo PRICE. Em atletas sem fratura associada, deve-se levar em consideração ao esporte praticado e os potenciais déficits, caso se opte pelo tratamento conservador. Vale ressaltar que nenhum atleta deveria retornar aos jogos sem que, antes, tenha passado por um período de treinamento proprioceptivo específico. 2. Materiais e métodos O local escolhido para a realização desta pesquisa foi a agremiação esportiva Criciúma Esporte Clube - Criciúma/ SC. A coleta dos dados foi realizada no período de 03 a 29 de julho de 2006, diariamente, de segunda a sexta-feira, no período vespertino, antes ou após o treino dos atletas, para que não houvesse interferência em sua rotina diária. A amostra final totalizou a população de 26 atletas, escolheram-se os jogadores que compõem a categoria juvenil, faixa etária entre 15 e 17 anos, do sexo masculino. Cada integrante da amostra teve que responder um questionário avaliativo sobre entorse de tornozelo, elaborado após revisão de literatura sobre o assunto e posteriormente validado por profissionais com conhecimento na área. O questionário teve como objetivos investigar a incidência de entorses e suas recidivas, a principal causa desse tipo de lesão, qual o mecanismo mais comum de trauma, qual a posição em campo mais vulnerável a entorse, para que pudesse ser elaborado um programa específico de prevenção. O protocolo de prevenção consta de exercícios de fortalecimento para os músculos dorsiflexores, plantiflexores, inversores e eversores e de propriocepção. 3. Resultados Após a análise do questionário, constatou-se que 14 (54%) já tiveram entorse do tornozelo e 12 (46%) não. Dos atletas que já sofreram entorse de tornozelo, seis (43%) relataram que isso ocorreu apenas uma vez; sete (50%), duas vezes, e um (7%), três vezes. Em relação as causas das entorses, cinco atletas (36%) relataram a ocorrência de trauma direto no tornozelo, seis (43%) as creditaram a irregularidade do gramado, um (7%) alegou existirem outros obstáculos (ex: pisou na bola, no pé de outro atleta) e dois (14%), por consequência de desequilíbrio corporal. Quanto ao mecanismo de lesão da primeira entorse do tornozelo, prevaleceram as entorses em inversão, no caso de 12 atletas (86%), seguido de dois atletas (14%) com entorses em eversão. Quanto a incidência das entorses do tornozelo, segundo a posição dos atletas, três (21%) destes aconteceram em zagueiros, um (7%) em lateral esquerdo, cinco (36%) em meio-campistas e cinco (36%) em atacantes. Quando os atletas foram questionados sobre a existência de um programa de fisioterapia preventiva da entorse do tornozelo durante os treinamentos, todos responderam negativamente, podendo ser esse o fator primordial da grande incidência de lesões encontradas neste estudo. 4. Discussão Na análise dos resultados do presente estudo, 14 (54%) atletas já tiveram entorse do tornozelo e 12 (46%) não, há relatos de que as entorses do tornozelo são as lesões ligamentares mais frequentes e respondem por aproximadamente 15% de todas as lesões nos esportes. A entorse do tornozelo é a lesão mais comum nos indivíduos que praticam esportes, especialmente o futebol. A quantidade de recidivas (57%) encontrada nesta pesquisa foi bastante significativa, demonstrando a necessidade da implementação de um programa preventivo voltado ao problema, incluindo reforço muscular e trabalho proprioceptivo, pois possibilitaria uma diminuição significativa de recidivas ou mesmo do primeiro episódio de entorses. Em relação as causas de ocorrências das entorses, prevaleceu o gramado irregular, como sendo o principal fator desencadeante da entorse do tornozelo, que relatam que nos campos com pisos inadequados existe maior tendência a lesões Consideram as entorses em inversão mais frequentes que aqueles em eversão, por conta da posição anatômica do maléolo lateral ser mais distal e pelo fato de o ligamento talofibular anterior ser mais fraco que o ligamento deltóide. 5. Conclusão A entorse do tornozeloé uma das lesões mais comuns no esporte, em especial no futebol, sendo o movimento de inversão o mais frequente. Este estudo teve como objetivos investigar o número de entorses do tornozelo ocorrido nos anos de 2005 e 2006, no Criciúma Esporte Clube. Em sua realização, contatou-se a ocorrência de 14 entorses e oito recidivas, tendo como fator desencadeante mais comum a irregularidade dos gramados, e atingindo principalmente os jogadores do meio-campo pela mobilidade maior que sua posição requer. Em razão do grande índice de entorses detectado no local do estudo, foi elaborado um programa de prevenção de entorses do tornozelo, envolvendo o fortalecimento muscular e o trabalho proprioceptivo. Esse protocolo de fisioterapia preventiva foi proposto como forma de complementar o treinamento físico dos atletas. Conclui-se o presente relatório destacando a importância da atuação do fisioterapeuta no meio esportivo, não somente no tratamento, mas preferencialmente na prevenção das lesões, para que se alcance uma menor frequência dos atletas ao departamento médico e, por consequência, seu maior aproveitamento nos treinamentos e competições. Resumo Crítico O artigo escolhido fala sobre um tipo de lesão muito comum nos esportes entre eles o futebol, neste artigo mostra o resultado de estudo realizado com 26 atletas que já sofreram o entorse de tornozelo, onde a mais comum é o entorse por inversão. O diagnóstico é clínico, o médico verifica o histórico médico do paciente, que nesse caso é muito simples. É fundamental que se identifique a estrutura lesada e a gravidade da lesão para que se prescreva o tratamento adequando. Na maioria dos casos, a fisioterapia consiste na terapia manual ou manipulações para desbloquear as articulações. A conduta começa com repouso, crioterapia (protocolo PRICE) evoluindo para recuperação funcional da musculatura e trabalhando a propriocepção.Exercicios de fortalecimento são indicados. O retorno à atividade atlética deve ser gradual e nos primeiros 6 meses precisa enfaixar o tornozelo. A articulação do tornozelo pode ser considerada como um órgão do sentido pela presença de um grande número de receptores, tendões, músculos e articulações. Após uma lesão como uma entorse ou uma fratura não é suficiente recuperar a elasticidade e a força muscular nos membros inferiores, é necessário melhorar o equilíbrio e o controle postural estático e dinâmico para evitar uma recorrência. Para essa finalidade nasceu a reabilitação proprioceptiva que é realizada mantendo posições ou realizando exercícios com ferramentas que tornam difícil manter o equilíbrio; dessa forma se prepara o corpo para enfrentar condições instáveis que acontecem na vida cotidiana e durante a atividade esportiva. A atuação fisioterapeutica no meio esportivo é de suma importância, atuando não só no tratamento, mas também, na prevenção das lesões.
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