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resumo Farmacocinética (Eduardo Dias)

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Tatyane Ferreira
RESUMO FARMACOCINÉTICA
Referência: Eduardo, 3º ed, terapêutica medicamentosa em odontologia.
FARMACOCINÉTICA: É o movimento dos fármacos pelo organismo após sua administração, abrangendo os processos de absorção, distribuição, biotransformação (metabolismo) e eliminação (excreção).
ABSORÇÃO: 
Consiste na transferência do fármaco desde seu local de aplicação até alcançar a corrente circulatória. Logo, a administração de fármacos pela via intravenosa não depende da absorção, pois o medicamento é injetado diretamente na corrente sanguínea.
A quantidade e a velocidade na qual o princípio ativo de um fármaco é absorvido a partir da forma farmacêutica, tornando-se disponível no local de ação, expressam o que se chama de biodisponibilidade. 
· Quanto maior for a biodisponibilidade de um fármaco, mais rápida será sua resposta terapêutica. Essa propriedade pode ser afetada pelo grau de desintegração ou dissolução das formas farmacêuticas nos líquidos orgânicos, ou seja, um mesmo princípio ativo pode apresentar uma biodisponibilidade maior ou menor de acordo com a formulação farmacêutica.
A biodisponibilidade é decrescente conforme o fármaco se apresente nas seguintes formas farmacêuticas:
 
 solução > emulsão > suspensão > cápsula > comprimido > drágea
Geralmente, a biodisponibilidade é maior e mais previsível quando o fármaco é administrado por via parenteral, que quase sempre é empregada em situações de emergência ou quando o paciente está inconsciente.
A água é a melhor parceira para um medicamento ser ingerido, pois o leite, o chá ou o suco de algumas frutas contêm substâncias que podem reagir com determinados fármacos e formar compostos que o organismo não consegue absorver.
O volume ideal de água para acompanhar o medicamento fica em torno de 250 mL, pois volumes maiores acabam diluindo o fármaco, podendo diminuir seu grau de eficácia.1
No caso dos antibióticos, é preferível que sejam tomados 1 h antes ou 2 h após as grandes refeições, pois, se não há nada no estômago, a passagem do medicamento para o intestino é mais rápida e sua absorção, acelerada (o duodeno é o principal local de absorção de fármacos). Apesar de haver maior proteção à mucosa gástrica quando o estômago está cheio, o bolo alimentar diminui o contato da parede estomacal com o fármaco, reduzindo sua passagem para o intestino e, consequentemente, seu grau de absorção.
Para se avaliar a biodisponibilidade de um fármaco, são traçadas curvas de concentração sanguínea em função do tempo, de onde são extraídos os seguintes parâmetros farmacocinéticos:
Meia-vida (t ½) – Representa o tempo gasto para que a concentração plasmática original de um fármaco no organismo se reduza à metade, após sua administração. A cada intervalo de tempo correspondente a uma meia-vida, a concentração decresce em 50% do valor que tinha no início do período. Os fármacos não são eliminados na sua totalidade, mas para fins didáticos o processo se completa após quatro meias-vidas.
Concentração plasmática máxima (C máx) – É a maior concentração sanguínea alcançada pelo fármaco após a administração oral, sendo, por isso, diretamente proporcional à absorção. Depende diretamente da extensão e da velocidade de absorção, mas também da velocidade de eliminação, uma vez que esta se inicia assim que o fármaco é introduzido no organismo.
Tempo para alcançar a concentração máxima no plasma (T máx) – É alcançado quando a velocidade de entrada do fármaco na circulação é excedida pelas velocidades de eliminação e distribuição. Este parâmetro reflete diretamente a taxa de absorção do fármaco.
Área sob a curva da concentração plasmática x tempo (ASC ou AUC) – É proporcional à quantidade de fármaco que entra na circulação sistêmica e independe da velocidade. Este parâmetro pode ser considerado representativo da quantidade total de fármaco absorvido, após a administração de uma só dose. Além desses parâmetros farmacocinéticos, talvez seja interessante destacar aqui alguns conceitos utilizados em estudos de biodisponibilidade, que podem gerar confusão ou não ser de conhecimento entre os profissionais da saúde.
Equivalentes farmacêuticos – Medicamentos que contêm a mesma substância ativa, na mesma quantidade e forma farmacêutica. Devem cumprir com as mesmas especificações atualizadas da Farmacopeia Brasileira e, na ausência destas, com a de outros códigos autorizados pela legislação.
Medicamentos bioequivalentes – São equivalentes farmacêuticos que, ao serem administrados na mesma dosagem e condições experimentais, não apresentam diferenças estatisticamente significativas em relação à biodisponibilidade.
Equivalência terapêutica – Dois medicamentos são considerados terapeuticamente equivalentes se forem farmaceuticamente equivalentes e, após sua administração na mesma dose molar, seus efeitos em relação à eficácia e segurança forem essencialmente os mesmos, o que se avalia por meio de estudos de bioequivalência, ensaios farmacodinâmicos, ensaios clínicos ou estudos in vitro.
No Brasil, a intercambialidade do medicamento genérico com o de referência é assegurada por testes de equivalência farmacêutica e de bioequivalência realizados por laboratórios credenciados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
DISTRIBUIÇÃO:
 Os fármacos penetram na circulação sanguínea por administração direta (via intravenosa) ou indireta, após absorção a partir do local de aplicação. Uma vez no sangue, distribuem-se aos diferentes tecidos do organismo, onde irão exercer suas ações farmacológicas.
O teor e a rapidez de distribuição de um fármaco dependem, principalmente, de sua ligação às proteínas plasmáticas e teciduais. Após a absorção, eles apresentam-se no plasma na forma livre apenas parcialmente, pois uma proporção maior ou menor do fármaco irá se ligar às proteínas plasmáticas, geralmente à albumina e às alfa-globulinas.
A fração do fármaco ligada às proteínas plasmáticas não apresenta ação farmacológica, ou seja, somente a fração livre do fármaco é responsável pelo seu efeito. Isso não significa que um fármaco que exiba alta percentagem de ligação proteica (p. ex., 80%) é menos eficaz do que outro que apresente uma taxa menor (p. ex., 50%), pois toda vez que a fração livre do fármaco deixa o plasma e se distribui aos tecidos, uma proporção correspondente se desliga das proteínas plasmáticas e torna-se livre.
A competição de dois fármacos pelos mesmos sítios de ligação às proteínas plasmáticas pode acarretar implicações clínicas na sua prescrição. Assim, o fármaco com maior afinidade de ligação tem “preferência” sobre outro com menor afinidade, que é deslocado, aumentando sua fração livre no plasma e, por consequência, seus efeitos farmacológicos. Como exemplo, a ação hipoglicêmica da Clorpropamida (antidiabético oral) pode ser potencializada por fármacos de alta ligação proteica, como é o caso de alguns anti-inflamatórios não esteroides.
BIOTRANSFORMAÇÃO: 
É um conjunto de reações enzimáticas que transformam o fármaco num composto diferente daquele originalmente administrado, para que possa ser eliminado. O fígado constitui-se no principal local de ocorrência desse processo farmacocinético, o que também acontece em menores proporções na mucosa intestinal, nos pulmões, na pele, na placenta e no próprio plasma sanguíneo.
Alguns fármacos são eliminados com tanta eficácia pelo fígado ou pela parede intestinal que a quantidade que chega à circulação sistêmica é consideravelmente menor do que a absorvida. Esse processo é denominado de metabolismo de primeira passagem ou metabolismo pré-sistêmico, que resulta na diminuição da biodisponibilidade do fármaco.
Alguns fármacos de uso odontológico têm um significativo metabolismo de primeira passagem, como a lidocaína e o ácido acetilsalicílico.
É importante que o cirurgião-dentista tenha conhecimento do significado dos citocromos P450, sistema enzimático responsável pela biotransformação de inúmeros fármacos, pois certos medicamentos empregados em odontologiapodem servir como substratos, indutores ou inibidores desse sistema.
ELIMINAÇÃO: 
Os fármacos são eliminados para o meio externo, em geral através dos rins, podendo também ser excretados pelos pulmões, pela bile, pelas fezes, pelo suor, pelas lágrimas, pela saliva e pelo leite materno.
Entre os fatores que influenciam na velocidade de eliminação de fármacos pela via renal, destacam-se os de ordem fisiológica, como a idade do paciente, que deve sempre ser levada em consideração no momento da prescrição. Nos idosos, por exemplo, a eliminação de certos medicamentos pela urina pode ser prejudicada, por apresentarem a função renal diminuída. Isso justifica o emprego de doses menores de benzodiazepínicos em idosos (p. ex., lorazepam), para se evitar a maior duração de seus efeitos.
A excreção pelo leite materno também limita o uso de alguns medicamentos em lactantes, que podem causar diretamente efeitos adversos na criança. Como o leite materno é ligeiramente ácido (pH 6,5), substâncias básicas como a codeína tendem a se acumular neste líquido. 
Os contraceptivos orais à base de estrogênio (etinilestradiol) são excretados pela bile. Isso poderia justificar a possível interação desses fármacos com alguns antibióticos que, quando empregados de forma concomitante, diminuiriam a eficácia desse método anticoncepcional.
A excreção pelo suor, pela saliva e pelas lágrimas é quantitativamente desprezível, da mesma forma que através dos cabelos e da pele. Os métodos para detecção de fármacos nestes últimos são úteis em medicina legal.

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