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Corpos Estranhos em Vias Aéreas

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Corpos estranhos de
OUVIDO, NARIZ E GARGANTA
O corpo estranho é qualquer objeto ou substância que é desavisadamente colocada no interior do corpo. 
Esses acidentes acontecem, principalmente, com crianças do sexo masculino e menores de quatro anos.
Causas de Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho: 
• No bebê: principalmente líquidos 
• Na criança: objetos sólidos (alimentos, pequenos objetos, peças de brinquedos, etc.) 
Vale lembrar que adultos com algum distúrbio mental ou neuromuscular também apresentam um alto risco de aspirar corpos estranhos.
Asfixia por corpos estranhos é uma das principais causas de morte em crianças de 0 a 3 anos e é comum também em idades mais avançadas, até 14 anos. 60% dos casos são em crianças do sexo masculino!
É sempre ideal procurar um médico rapidamente para realizar a remoção de um corpo estranho, já que há risco de lesão de outras estruturas durante o procedimento. Quanto mais tempo demorar em se retirar o corpo estranho, maior a gravidade do quadro.
Ao prestar atendimento a uma pessoa com OVACE, o enfermeiro deve classificar o grau de obstrução e em seguida realizar manobras de desobstrução conforme a faixa etária.
	Como reconhecer a OVACE
	• Início súbito de angústia respiratória
	• Tosse
	• Restrição para falar
	• Respiração ruidosa (estridor)
	• Chiado
Classificação da obstrução:
· Obstrução leve: capacidade de responder, tossir e respirar preservadas;
· Obstrução severa: vítima consciente ou inconsciente, não consegue respirar ou apresenta ruídos à respiração e/ou tosse silenciosa.
OBSTRUÇÃO LEVE 
NA CRIANÇA RESPONSIVA
Perguntar: “Você está engasgado?” 
Conduta: 
• Não interferir 
• Acalmar a vítima 
• Incentivar tosse vigorosa 
• Observar atenta e constantemente 
• Se evoluir para obstrução grave: intervir 
OBSTRUÇÃO GRAVE
NA CRIANÇA RESPONSIVA
Sinais clínicos: 
• Não consegue tossir (tosse silenciosa ou inefetiva) 
• Não emite qualquer som 
• Início súbito de grave dificuldade respiratória 
• Sinal de angústia (sinal universal da asfixia: leva as mãos ao pescoço)
 Conduta: 
• Abaixar-se, posicionando-se atrás da criança; 
• Fechar uma das mãos em punho e posicioná-la no abdome da vítima, na linha média, entre o umbigo e o apêndice xifoide (sem tocá-lo), com o polegar voltado para o abdome, colocando a outra mão sobre esta; 
• Aplicar compressões rápidas, pressionando essa região para dentro e para cima, simulando a letra jota; 
• Realizar as manobras até a saída do objeto ou até a criança tornar-se não responsiva; 
• Dosar a força aplicada;
• Após a saída do corpo estranho, oferecer oxigênio por máscara.
OBSTRUÇÃO GRAVE NA CRIANÇA QUE SE TORNA NÃO RESPONSIVA
Conduta: 
• Checar responsividade: não responsiva; 
• Checar respiração: respiração ausente ou anormal (gasping: respiração lenta e irregular); 
• Pedir ajuda: acionamento do serviço de emergência (192 ou 193); 
• Iniciar RCP (ressuscitação cardiopulmonar), começando pelas compressões torácicas; 
• Não checar pulso; 
• Colocar a criança sobre superfície rígida; 
• Realizar 30 compressões torácicas enquanto houver um profissional atuando (na metade inferior do esterno, com uma ou duas mãos, deprimindo pelo menos 1/3 do diâmetro ântero-posterior do tórax – cerca de 5 cm);
• A seguir, abrir as vias aéreas (com inclinação da cabeça e elevação do queixo); 
• Antes de oferecer as ventilações, inspecionar a cavidade oral, retirando o objeto com os dedos em pinça, se visível e facilmente alcançável; 
• Ventilar uma vez e se o ar não passar (ou seja, o tórax não expandir), reposicionar a cabeça, abrir as vias aéreas e ventilar novamente; 
Se o ar não passar:
• Realizar 30 compressões torácicas (com 1 profissional) ou 15 compressões (com 2 profissionais); 
• Repetir ciclos de compressões e ventilações (30:2 se 1 profissional ou 15:2, se 2 profissionais) até que o objeto seja expelido; 
• Trocar o profissional que realiza as compressões a cada 2 minutos (ou 5 ciclos de 30:2 ou 10 ciclos de 15:2); 
• Caso o objeto seja expelido ou ocorra passagem do ar (expansão torácica) e respiração espontânea, oferecer oxigênio por máscara.
OBSTRUÇÃO GRAVE 
NO BEBÊ RESPONSIVO
Sinais clínicos: 
• Início súbito de grave dificuldade respiratória; 
• Choro fraco ou silencioso; • Tosse silenciosa ou inefetiva. 
Conduta: 
• Realizar ciclos repetidos de 5 golpes no dorso (entre as escápulas) seguidos de 5 compressões torácicas (logo abaixo da linha intermamilar), até que o objeto seja expelido ou a vítima se torne não responsiva.
OBSTRUÇÃO GRAVE NO BEBÊ QUE SE TORNA NÃO RESPONSIVO
Conduta: 
• Checar responsividade: não responsiva; 
• Checar respiração: respiração ausente ou anormal (gasping: respiração lenta e irregular); 
• Pedir ajuda: acionamento do serviço de emergência (192 ou 193); 
• Iniciar RCP (ressuscitação cardiopulmonar), começando pelas compressões torácicas; 
• Não checar pulso; 
• Colocar o bebê sobre superfície rígida; 
• Realizar 30 compressões torácicas (enquanto houver um profissional atuando) sobre o esterno, logo abaixo da linha intermamilar (comprimir com dois dedos); deprimir pelo menos 1/3 do diâmetro ântero-posterior do tórax (cerca de 4 cm);
• A seguir, abrir as vias aéreas (com inclinação da cabeça e elevação do queixo); 
• Antes de oferecer as ventilações, inspecionar a cavidade oral, retirando o objeto com os dedos em pinça, se visível e facilmente alcançável; 
• Ventilar uma vez e se o ar não passar (ou seja, o tórax não expandir), reposicionar a cabeça, abrir as vias aéreas e ventilar novamente;
Se o ar não passar:
• Realizar 30 compressões torácicas (1 profissional) ou 15 compressões (2 profissionais); 
• Repetir ciclos de compressões e ventilações (30:2 se 1 profissional ou 15:2, se 2 profissionais) até que o objeto seja expelido; 
• Trocar o profissional que realiza as compressões a cada 2 minutos (5 ciclos de 30:2 ou 10 ciclos de 15:2); 
• Caso o objeto seja expelido ou ocorra passagem do ar (expansão torácica) e respiração espontânea, oferecer oxigênio por máscara.
Os resultados da ressuscitação em bebês e crianças são melhores quando se combina compressão torácica e ventilação. Entretanto, se a pessoa que socorre não estiver treinada para realizar as ventilações ou for incapaz de fazê-lo, esse socorrista leigo deve continuar com compressões torácicas (Hands-Only) até que a ajuda chegue.
CORPO ESTRANHO NA GARGANTA
Em um acidente em que o corpo estranho vai para a garganta, a criança começa a ter um acesso de tosse, engasgo e pode até apresentar um chiado durante a respiração. Com a evolução do quadro ou se o corpo estranho estiver obstruindo completamente a via aérea, a criança pode ficar rouca, com falta de ar e os lábios e as unhas arroxeadas, o que são sinais de alta gravidade.
CORPOS ESTRANHOS NO NARIZ
Quando uma criança coloca um corpo estranho no nariz, ela pode apresentar secreção nasal apenas de um lado, sentir mau cheiro, ter febre, ou ainda não apresentar nenhuma queixa.
Por vezes, a criança pode ser capaz de remover o corpo estranho do nariz tampando uma narina e assuando a outra, gerando uma pressão de ar que expulse o objeto do nariz. É importante lembrar que a criança não deve assuar as duas narinas ao mesmo tempo, porque isso pode comprometer seus tímpanos. Caso o corpo estranho não seja removível dessa maneira, é sempre bom procurar atendimento médico.
CORPOS ESTRANHOS NO OUVIDO
Na maior parte das vezes, a criança nao apresentará nenhuma queixa se tiver um corpo estranho no ouvido. Em outros casos, ela pode apresentar redução da acuidade auditiva, dor de ouvido, febre, zumbido, secreção fétida vinda do ouvido ou até tontura.
SOBRE A REMOÇAO DE CORPOS ESTRANHOS
Na maior parte dos casos, a remoção de corpos estranhos é feita a nível ambulatorial, ou seja, sem necessidade de internação ou anestesia. Geralmente os métodos utilizados são o uso de pinças otorrinolaringológicas, irrigação com água e cateter de sucção.
No caso de corpos estranhos na garganta ou na traqueia, deve ser feito um procedimento cirúrgico, requerendo internação hospitalar, anestesiae agilidade para a remoção. O médico pode pedir uma endoscopia ou um exame de raios-X para verificar a posição do corpo estranho antes de retirá-lo ou se ele foi realmente removido após o procedimento.
COMO PREVENIR A INTRODUÇAO DE UM CORPO ESTRANHO
É importante procurar orientações sobre quais alimentos são ideais para cada idade, assim, a criança conseguirá mastigar e engolir corretamente, sem maiores riscos de aspiração. Até os quatro anos, idade em que ainda não há a dentição completa, é preferível não dar alimentos como amendoins, castanhas, milho, pipocas e frutas com sementes, uvas inteiras, balas duras e chicletes.
Procure ter horários para as refeições da criança e a faça sentar em uma cadeira, diante de uma mesa, de forma que ela entenda que é hora de comer e se concentre para isso. Assim, ela vai mastigar e engolir melhor. Nesse sentido, evite alimentá-la durante brincadeiras, enquanto correm, brincam ou riem e não as deixe deitar com alimentos na boca.
Por fim, é preciso organizar a casa para deixar fora do alcance das crianças objetos pequenos que são atraentes para elas, como moedas, botões, bolinhas de gude, tampas de caneta etc. É ideal também ofertar a essa criança brinquedos que não contenham peças pequenas removíveis. Observe se irmãos ou colegas estão fornecendo a elas objetos pequenos.
Já os adultos, aconselha-se comer com paciência, cortar os alimentos de acordo com sua capacidade de mastigar.
REFERÊNCIAS:
1. http://www.iapo.org.br/novo/default.asp
2. AMERICAN HEART ASSOCIATION. AHA Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cadiovascular Care. Part 11: Pediatric Basic Life Support. Circulation; 112 (Suppl I):IV156-66, 2005. 
3. AMERICAN HEART ASSOCIATION. AHA Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cadiovascular Care. Part 13: Pediatric Basic Life Support. Circulation; 122:S862-S875,2010
Gabrielle Azambuja – ATM 2022/1

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